domingo, 29 de maio de 2005

Madeira

Vim passar o fim de semana prolongado à Madeira. Fiquei no Funchal mas visitei praticamente toda a ilha (Caniço, Caniçal, Machico, Santana, S. Vicente, Seixal, Porto Moniz, Calheta, Ponte do Sol, Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Curral das Freiras), entre muitos locais de encanto.
Estou, a esta hora, em Porto Moniz. Vou almoçar ao Restaurante Cachalote, que dizem ser bastante bom.
Vou experimentar. Logo à noite, estarei de regresso a casa, com muito que contar e com muita coisa notável vista e visitada: museus, centros de ciência viva mas, sobretudo, o Parque Temático de Santana. Notável.
E ainda o mais antigo restaurante de espetadas da Madeira: a Casa das Vides, no estreito de Câmara de Lobos. Delicioso.
Visitei amigos e familiares.
Vi uma ilha 'espantástica'.
Ah! E os túneis.
Darei notícias e imagens quando chegar.

quarta-feira, 25 de maio de 2005

Crise? Qual crise?

Vítor Constâncio anunciou: deficit nos 6,83% no final de 2005. Com uma ressalva: não estão considerados os acréscimos de gastos autárquicos em ano de eleições. Ou seja: seguramente, será acima desse valor.
José Sócrates, revelando incompetência e desconhecimentos inadmissíveis para quem sabia que podia ser Primeiro Ministro, veio dizer que não tinha noção do tamanho do ‘buraco’. Não acredito: é claro que tinha, talvez não às décimas mas todos deveriam saber que o ‘monstro’ estava cada vez maior e mais voraz. Lamento as sucessivas operações de cosmética e maquilhagem que os governos de António Guterres até Santana Lopes foram efectuando. Louvo as medidas de Manuela Ferreira Leite e respeito cada vez mais, por tudo, Aníbal Cavaco Silva. Que diferença!
Agora, depois do engodo, vem o dito por não dito: aumentam-se os impostos, muda-se a idade de reforma, mexe-se nos privilégios dos que menos podem reivindicar, não se toca nos interesses dos grandes grupos empresariais e nas grandes lógicas corporativas.
As portagens nas SCUT estão para breve, os trabalhadores do Estado vão ser sacrificados, o Sistema Nacional de Saúde ameaça consumir os recursos remanescentes que ainda possam existir, enfim, vai ser um ataque ao Zé-Pagode feito por quem jurou defender o povo e melhorar a sua vida.
E nós por cá, como reagimos à crise?
Não existe crise por cá, ao que parece. Em tempo de contenção, avança-se com um projecto no Tejo, de construção de um açude que vai custar talvez mais de 2 milhões de contos (10 milhões de euros). Ao todo, com o que já foi feito, vão ser ‘enterrados’ nas margens do Tejo mais de 4 milhões de contos (20 milhões de euros).
Vai ser feito um campo de basebol, modalidade absurda e sem expressão.
Vão surgir quilómetros de alcatrão, pinturas de avenidas, substituição de piso nos campos de ténis por relva sintética, comparticipações para melhoramentos em polidesportivos, balneários no campo da bola dos Casais de Revelhos (após anos de adiamentos), dinheiro para festas, associações, enfim, um número infindável de ‘clientelas’ a quem é preciso agradar em ano de eleições, em cima dessas mesmas eleições.
Vamos ter imensas inaugurações e festas para sorrisos fáceis de circunstância. Porém, em contrapartida, as ETAR funcionam mal apesar do elevado montante do seu investimento e dos valores excessivamente elevados que pagamos em tarifas na conta mensal da água.
Crise? Qual crise?
A grande conta será paga depois, nos impostos municipais, nas taxas e nas tarifas.
Os efeitos deste ‘tsunami’ serão sentidos por mais de 20 anos no nosso concelho.
Crise? Qual crise?
Por cá, a dita passa ao lado dos poderes públicos. A maior parte das empresas e das famílias tem dificuldade em arranjar os trocos necessários para poderem continuar a existir. Mas os poderes públicos locais dão largas à sua imaginação e toca de fazer de conta que a responsabilidade da consolidação das contas públicas nacionais – que tem de passar por contributos subsidiários de todos os patamares do Estado – não é coisa que tenha a ver com Abrantes.Mais uma estátua na rotunda do Rossio, passeios com muros horríveis em Tramagal – mandados demolir depois de construídos, por ordem de Nelson de Carvalho, no exacto dia em que os ‘independentes’ de Tramagal davam uma conferência de imprensa – dão o mote para o contributo invertido do Município de Abrantes para a consolidação das contas públicas nacionais.

terça-feira, 17 de maio de 2005

Mentirosos e Demagogos

José Sócrates já é terráqueo; desceu da nave onde tem viajado desde que foi eleito e aterrou, finalmente, no nosso país.
Depois da idolatria de que foi alvo por parte de muita gente - mantive sempre reservas e silêncio discordante - afinal o homem recebeu ordens de Victor Constâncio de que já chega de férias e é preciso trabalhar.
Depois de 'mudar as peças' das estruturas do Estado, pelo menos no topo, é agora tempo de mudar as regras de admissão... com efeitos para o futuro porque, entretanto, retirou os homens e mulheres de confiança do antigo Governo; quando se poderia pensar que os novos ocupantes seriam insuspeitos, por concurso ou coisa parecida que todos o ouvimos defender, não, o primeiro-ministro está a preencher os lugares com homens da sua confiança e as novas regras ficarão para quem vier a governar depois de si.
Agora, o Governador do Banco de Portugal anuncia medidas duras e difíceis, isoladas ou mesmo todas ao mesmo tempo, designadamente:
- Portagens das SCUT (para já, só do litoral, porque ele e Guterres são da beita interior e não podem defraudar os seus);
- IVA de 19% para 21%;
- Adiamento da idade da reforma;
- Cortes nos subsídios de desemprego.
Parece que o segredo para se governar bem em Portugal é um governo de direita assumir posições e políticas de esquerda e um governo de esquerda assumir posições e políticas de direita. Tem sido assim nos últimos 10 anos, de um modo muito generalista e até ligeiro.
Porém, desta vez, isso não vai ser possível, ao contrário do que José Sócrates poderia gostar. Ele vai ter de governar com medidas impopulares, severas, com cortes na qualidade de vida das pessoas, olhando para o relançamento da economia e, ao mesmo tempo, para o controlo do défice.
Ao mesmo tempo, vai ter de ocupar-se com o combate à corrupção, hoje o maior flagelo que ameaça o resto de imagem ou de credibilidade que ainda possa existir nos portugueses sobre a classe política em geral.
José Sócrates vai ter de dar o dito por não dito, sobre muita coisa dita em muito lado, perante muita gente. É por isso que a mentira e a demagogia, usadas em paralelo, são normalmente eficazes para a eleição seguinte mas ajudam a descredibilizar os políticos que raramente conseguem cumprir o que prometeram, porque é preciso prometer mais do que é possível dar para se poderem vencer eleições.
Culpa dos políticos? Talvez não - estes dizem o que o povo quer ouvir.
Culpa das pessoas? Talvez não - estas esperam que os políticos lhes satisfaçam as necessidades e desejam ouvir aquilo que precisam de ouvir.
A culpa é de todos e não é de ninguém - é claro que é do 'sistema'.
No 'Jornal de Negócios' de hoje, Fernando Sobral escrevia o seguinte: "Portugal está a começar a parecer-se com um velho leão que deixou de ter energia para rugir. O Estado não tem força nas pernas e a sociedade civil ainda parece continuar a viver na adolescência".
Pois, pode ser assim. Mas o leão pode ser velho e já não ter forças para caçar, mas nunca perde a manha e quanto mais velho mais manhoso.
Porém, não devemos ignorar a frase quase profética de Fernando Sobral: "Estamos a ficar com a sensação que este rectângulo, fruto de um sonho de Afonso Henriques, se tornou um magnífico falhanço".

E continua para reiterar a criticar a forma como o Estado engordou e sublinhar que este precisa de aligeirar a sua estrutura: "Os portugueses têm a noção de que a porta do Estado é a de um «saloon» de «far-west»: todos entram e ninguém quer sair de lá. A não ser deitado".
É também por este diapasão que alinha Sérgio Figueiredo, director do 'Jornal de Negócios': "O maior défice do Estado não é de natureza orçamental. É de credibilidade. É de respeitabilidade. As instituições deixaram de se dar ao respeito. E as pessoas deixaram de acreditar em quem as dirige".
E até Teodora Cardoso já sente que este Governo não pode continuar a adiar as medidas de que Portugal precisa: "Uma sensação de déjà vu começa a abater-se sobre o governo em matéria de política económica".
Começa a ser difícil disfarçar a existência de um Governo. As pessoas querem, reclamam, impõem medidas. Apesar de já ter ficado claro que o primeiro-ministro não quer ser impopular antes do período pós-eleições autárquicas. Está a ser excessivamente taticista e a esquecer-se de que Portugal está primeiro do que o seu partido.
Haja alguém que lhe berre isso ao ouvido, por favor.

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Pôr do Sol

É assim. O pôr do Sol é um dos acontecimentos mais belos. Dispensa palavras. Esta foto foi tirada junto do Barro Vermelho, vinha eu do estádio. Dispensa palavras pela composição que evidencia. Tive sorte.

terça-feira, 10 de maio de 2005

Hiperdelírio

É normal fazerem-se projectos. É, diria mais, absolutamente necessário. Sem projectos, dificilmente as boas coisas surgem.
Fazem-se projectos de tudo: de vida, de obras, profissionais, de alcance social, políticos e muitos mais.
É à vontade do freguês.
Mas os projectos devem ser exequíveis.
Pensar que, em política, se pode desejar vencer todas as freguesias, reforçar o peso na câmara, quando a realidade que todos conhecem diz justamente o contrário, é algo que pisa o risco do bom senso.
Já não bastava a pose altiva, o ar superior com que a maioria olha e trata a oposição - e cada vez mais os próprios munícipes, como se sabe -, a soberba que é inimiga da proximidade face aos eleitores, agora já não chega a maioria - deseja-se a hegemonia, deseja-se o surgimento do partido único.
É verdade: afirmar que é bom, saudável, desejável e útil liderar todas as freguesias, bem como a câmara e a assembleia traduz, na prática, a visão totalitária, de silenciar vozes incómodas mas legítimas, que alguns apregoam nestes novos tempos.
Não é a ambição que está em causa: é a forma como se deseja ser hegemónico.
Todos sabemos o que surge na sequência das hegemonias.
Mais a mais, todos sabemos que a realidade sócio-política, hoje, no concelho de Abrantes, está longe de ser aquilo que alguns pensam.
Em geral, os abrantinos estão saturados destes 12 anos de gastos sem aumento da qualidade de vida, sem projecção de futuro, sem criação de empresas e de emprego, em que o nosso concelho, à medida que fica sem os milhões que Bruxelas nos dá, fica igualmente mais hipotecado para o futuro e perde todos os dias posições quando comparado com muitos outros concelhos da nossa área geográfica de influência.
Por isso, quando o sonho é desmedido, pode tornar-se pesadelo.
Por isso, quando o sonho não é uma emanação do dia-a-dia, torna-se ficção do subconsciente.
Por isso, nada do que esses sonhos traduz tem aderência à realidade.
Por isso, o hiperdomínio desejado pode não ser mais do que...
...hiperdelírio!

domingo, 8 de maio de 2005

Nada de novo

Tenho a sensação de que hoje foi apenas e só mais um dia normal.
Um dia em que nada de significativo aconteceu em Abrantes.
Um dia em que se adensou o nevoeiro sobre o futuro e em aquele que leva a laranja continua a caminhar em sentido ascendente, furando esse mesmo nevoeiro e caminhando em plano inclinado.

Alguma coisa de transcedente aconteceu? Creio que não, no meu juízo.
Apenas um certo cheiro a nostalgia, uma atmosfera de natfalina e algum odor a formol. Uma sensação deja vu de quem pode estar a sair de cena pela esquerda baixa.
Apenas e só isso.
De resto, o que poderia ter sido verdadeiramente importante hoje em Abrantes? Só um sinal de mudança, de ruptura, de novo caminho, de novas ideias, de novas pessoas, de um novo pulsar.
Nada mais!
O dia começou frio e com núvens. Ainda tentou "abrir" mas continuou incerto. Decididamente, para alguns, o dia de hoje não foi como estava previsto. Ainda ontem diziam no boletim metereológico que o dia de hoje seria muito igual ao de ontem. Às vezes, pensamos uma coisa e acontece outra. Já todos passámos por isso, certamente.
Afinal, o tempo parece premonitório.
Já ninguém segura no bouquet de flores. Já foram lindas mas passaram de moda.


O povo costuma dizer que há quem contem sempre com o ovo no cú da galinha. Mas também é sábio ao dizer que se devem distribuir os mesmos ovos por vários cestos.
Ademais, sobra do dia de hoje - mais um dia intermédio para o Dia da Mudança - a esperança renovada de rápidas melhoras no estado de saúde do concelho, por força da actuação de alguns "agentes agressores".
Enfim, hoje ouvi ainda falar de ambição desmedida, de soberba e auto-orgulho vazio de conteúdo, de tentativa de engodo ao povo, de promoções e despromoções em jeito de trilhar caminhos dinásticos para o futuro.
Percebi que, se calhar, ainda há quem pense que vivemos noutra dimensão, num mundo qualquer virtual. Mas não! Este mundo é concreto, feito de coisas concretas, com e para pessoas concretas.
Que sabem distinguir o cheiro do jasmim daquele que provém de uma ETAR que não cumpre a função para que foi concebida.
Que sabe tolerar mas também sabe sancionar. Sim, porque é o povo quem decide.
Não! Acreditem que não foi nenhum filme de ficção científica. Também não foi sonho ou pesadelo. Foi apenas uma brisa leve que passou e empurrou o mau cheiro lá mais para longe.
A propósito: gosto de rosas...
...laranjas!...


...e também amarelas!


(crédito de foto devido a http://www.ideotario.com/blog500_zzz_flor019.jpg)

quarta-feira, 4 de maio de 2005

Assembleia de Militantes a 14 de Maio

No próximo dia 14 de Maio, um Sábado, o partido a que pertenço vai reunir-se em Assembleia magna de militantes.
Mantemos a regularidade na realização das reuniões. Mantemos a firme vontade de prestarmos contas aos militantes, de os ouvirmos e de trilharmos caminho lado a lado e com anuência dos militantes.
Discutimos os assuntos no local próprio - a sede.


Queremos - quero - ouvir os militantes, sentir o pulsar do partido, apelar à união e à congregação de vontades e de forças, de modo a podermos ganhar a embalagem forte de que precisamos para vencermos as eleições autárquicas em Outubro próximo.
Tudo farei para unir todos os social democratas.
Tudo farei para tentar demonstrar que estamos no bom caminho.
Tudo farei para procurar explicar que é possível vencer as eleições.
Tudo farei para demonstrar que temos um bom projecto.
Tudo farei para explicar a qualidade das equipas que vamos apresentar a sufrágio dos nossos concidadãos.
Tenho absoluta certeza que a esmagadora maioria dos militantes já o entendeu. Aos outros, só me resta tentar, mais uma vez, demonstrar que é recomendável que consigamos superar diferenças de estilo e de conteúdo, nesta hora importante. É um esforço difícil. Bem sei.
Apesar disso, tudo farei...
Para já, não quero colocar a possibilidade de pensar que alguns possam não entender o que está em causa. Ou, antes, insistam em não querer entender o que está em causa e que algumas intervenções exteriores em nada ajudam o nosso partido.
Mas é lá, na sede, que isso tem de ser dito. Explicado, de modo pedagógico mas sem transgredir um milímetro que seja.
Para já, quero acreditar que podemos somar, em vez de subtrair ou mesmo multiplicar, em lugar de dividir.
Para já...

terça-feira, 3 de maio de 2005

Causa Ambiental

Creio que, cada vez mais, o Ambiente e tudo o que tem a ver com a Qualidade de Vida, a Segurança (também ambiental), a Saúde Pública e a garantia absoluta de qualidade das águas de consumo humano, das águas residuais e de saneamento, da gestão dos resíduos, da qualidade do ar e do respeito pelos ecossistemas, serão áreas sensíveis às pessoas.
Já é assim de há anos a esta parte; assim vai ser, de modo progressivamente acentuado.


Em Abrantes, temos de garantir que assim será. Temos de ter confiança de que a gestão ambiental, promovida pela Município, é séria, transparente e eficaz.

Temos o direito de saber porque razão algumas análises a águas em Abrantes contêm cianeto, cádmio, bromo e outros metais pesados, nocivos à saúde.

Temos o direito de saber se todos os mecanismos de segurança industrial estão assegurados para evitar que novas (e outras menos novas) unidades industriais no concelho, não irão ter reflexos na saúde dos trabalhadores e da população, com o surgimento de doenças profissionais mortais e sem cura, onde a silicose é exemplo?

Temos o direito de saber se o aterro apenas recebe resíduos sólidos urbanos.

Temos o direito de saber porque razão as violações sistemáticas dos parâmetros legais máximos de substâncias proibidas nas ETAR e outros sistemas de saneamento, detectadas em equipamentos muito caros surgidos recentemente com pompa e circunstância por esta gestão socialista, não são, afinal, corrigidas e continuam a existir violações em cima de violações?

Temos, sobretudo, o direito de dar a conhecer tudo, de divulgar, de agitar consciências adormecidas e de encontrar as respostas.

O que se está a passar em Abrantes é preocupante. Pela minha parte, darei a conhecer, em breve, alguns elementos que possuo na minha posse.

Para já, fica apenas o alerta.

A gestão segundo uma perspectiva de Desenvolvimento Sustentável, aderindo às iniciativas das Agenda 21 Local é possível. Mais do que possível, é desejável.

É um compromisso, um instumento, um meio para atingirmos fins mais razoáveis de gestão ambiental.