quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

400 posts

É obra! Logo hoje, dia em que, segundo o Diário Digital, citando a France Presse, Durão Barroso parece estar na corrida ao Prémio Nobel da Paz. Ironias... Alguém ainda se lembra da cimeira dos Açores?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ponto Final

Há dias um senhor meu conhecido, pai de um amigo meu e pessoa que muito prezo, fez-me parar no meio de um corredor de supermercado. Queria contar-me uma história.
Em Dezembro, quando chegava de manhã à empresa onde trabalha – e da qual é, segundo creio, proprietário – tinha um recado que a sua assistente lhe transmitiu. Tinha telefonado um tal de Pedro Marques para falar com ele.
Naturalmente, sendo meu conhecido e amigo, pediu à assistente que retribuísse a chamada telefónica, questionando se eu teria deixado o meu número de telefone para poder retribuir o contacto. Ela retorquiu que não mas – graças às novas tecnologias – que conseguia recuperar o número através da listagem de chamadas recebidas na central telefónica. Era um número da zona de Lisboa.
E assim o senhor meu conhecido lá efectuou a ligação, supostamente para mim.
Do outro lado terá ouvido de imediato alguns insultos e ainda terá perguntado se eu estaria bom da cabeça e porque razão estava a falar assim nesses termos. Até que, finalmente, percebeu que não tinha sido eu quem fizera a chamada telefónica e não era comigo que estava a falar. Não podia ser.
Era um impostor que usara o meu nome, sabendo que o meu amigo por certo retribuiria a minha suposta chamada telefónica. Esse impostor sabia que usando o seu nome verdadeiro jamais receberia uma chamada de retorno por isso fez-se passar por quem não é. Penso que isto é crime.
Não revelo a identidade das personagens (nem de um nem de outro) por respeito ao senhor meu conhecido. Não farei queixa no Tribunal para não incomodar o meu amigo mas aviso todos os demais amigos e conhecidos: há por aí um impostor a usar o meu nome para chegar à fala com pessoas que são minhas conhecidas e/ou amigas e, a julgar pelo exemplo que relato, para as insultar, ofender e tentar enxovalhar.
Esta narrativa é autêntica e confirmável em caso de indispensabilidade.
Na dúvida, quando desconfiarem de alguém que se faz passar pelo meu nome, perguntem coisas que sejam referências dissipadoras de dúvidas, pormenores de situações que tenhamos vivido em conjunto, vivências partilhadas ou outra qualquer forma de confirmação de que sou mesmo eu, caso a minha voz não vos soe prontamente familiar.
E tenham paciência, como eu tenho tido e demonstrado ao longo do tempo, aturando estas situações sem manifestar irritação ou revolta, certo de que estamos a lidar com um sujeito que precisa de tratamento médico especializado. O sujeito vive obcecado com a minha existência. Não sou – nunca fui – importante mas sinto que sou o centro da vida do sujeito. Até quando? Não sei. Espero que dentro em breve.
Continuo a procurar preservar a minha higiene moral e ética e, ao mesmo tempo, a minha integridade física. Sim, porque até já fui ameaçado fisicamente ao telefone há cerca de um ano pelo mesmo sujeito.
Por isso, vou desligar de vez. PONTO FINAL.
Há coisas mais importantes a fazer e a vida é tão bela e tem tantas cores e nuances, e ainda ribeiros, campo, mar, verdejantes campos, agrestes montanhas, monumentos naturais e edificados, gastronomia, viagens por fazer, e até coisas simples e belas como o sorriso inocente dos filhos. E a alegria de podermos trabalhar e de o fazermos com gosto e paixão?
Eu, felizmente, trabalho e tenho pouco tempo para alimentar estas questões. Outros têm muito tempo livre e ocupam-no com disparates e coisas fúteis e inúteis, na tradução da inutilidade, futilidade e imenso vazio que constituem as suas vidas prolixas, confusas, tristes e amarguradas, frustradas por não terem aceitação e reconhecimento social.
Já nem sequer tenho pena. Mete-me dó perceber até onde vai a decadência humana, a miséria moral e ética, a falta de senso e de postura digna. Mais não digo.
E assim, é mesmo PONTO FINAL.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Fraca remodelação

O Primeiro-Ministro quis parecer não ceder e a remodelação foi fraca e pouco extensa. Mas acabou cedendo ao povo que o assobiou, às manobras que ele apelidou serem da CGTP e aos consecutivos e constantes recados de Manuel Alegre. Não o fez por pressão do PSD.
Foi um sinal de fraqueza e uma fraca remodelação.
Mário Lino lá ficou, a provar que a relação pessoal com o PM é mesmo muito forte.
Nunes Correia ficou a fazer o quê?
Ver estes dois bons artigos no Blasfémias:

Wikipedia II

O último post logrou obter 4 comentários. Obrigao!
Sei que a Wikipedia não é uma enciclopédia rigorosa, mas antes um espaço evolutivo que resulta de contributos de quem os quer dar, certos ou errados.
Assim, fui ver noutros locais definições para o mesmo problema, em especial a Psicose (o nome é giro, mesmo 'muita nice'). Os textos a bold azuis são partes que me pareceram mais interessantes e mais comuns.
Neste site do MentalHelp, pude ler que:
"Psicose significa um estado alterado da personalidade no qual a pessoa tem sensações que não correspondem à realidade e pensamentos que fogem ao seu controle. Uma crise típica de Psicose se caracteriza por alguns ou todos os seguintes sintomas:
- Alucinações auditivas, visuais ou olfativas
- Sensações e desconfiança de estar sendo observado, provocado, gozado, comentado, controlado, perseguido, vigiado, traído etc.
- Sensação de que o ambiente está estranho.
- Agitação, confusão, agressividade.
- Não falar coisa com coisa.
- Insônia e inapetência.
- Sensação de que os mais diversos fatos não são coincidências mas sim que eles tem alguma coisa a ver com ela.
- Atribuição de significados diferentes a coisas reais que estão realmente acontecendo.
- Isolamento, não querer contato com ninguém, assumir um comportamento estranho.
- Pensamento bloqueado, interrompido. A pessoa parece que não consegue transmitir uma idéia até o fim.
- Desleixo com a aparência e a higiene.
- Alguns pacientes, principalmente quando a doença aparece na adolescência ficam meio pueris, superficiais, com um sorriso inadequado.
Pode aparecer subitamente ou aos poucos, no decorrer até mesmo de anos
".
No site da Psicosite, vejo outra definição e informação:
"Generalidades
A psicose é um estado anormal de funcionamento psíquico. Mesmo não sabendo exatamente como são as patologias psiquiátricas, podemos imaginar algo semelhante ao compará-las com determinadas experiências pessoais. A tristeza e a alegria assemelham-se à depressão e a mania, a dificuldade de recordar ou de aprender estão relacionada à demência e ao retardo, o medo e a ansiedade perante situações corriqueiras têm relações com os transtornos fóbicos e de ansiedade. Da mesma forma outros transtornos psiquiátricos podem ser imaginados a partir de experiências pessoais. No caso da psicose não há comparações, nem mesmo um sonho por mais irreal que seja, não é semelhante à psicose.
A essência da psicose
Quando alguém nos conta uma história realista dependendo da confiança que temos nessa pessoa acreditaremos na história. Na medida em que constatamos indícios de que a história é falsa começamos a pensar que nosso amigo se enganou ou que no fundo não era tão confiável assim. Nesse evento o que se passou? Primeiro, um fato é admitido como verdadeiro, depois novos conhecimentos ligados ao primeiro são adquiridos, por fim a confrontação dos fatos permite a verificação de uma discordância. Do raciocínio lógico surgiu um questionamento. Essa forma de proceder provavelmente é exercida diariamente por todos nós. A forma de conduzir idéias confrontando-as com os fatos é uma maneira de estabelecer o contato com a realidade. O que aconteceria se essa função mental não pudesse mais ser executada? Estaríamos diante de um estado psicótico! Pois bem, o aspecto central da psicose é a perda do contato com a realidade, dependendo da intensidade da psicose. Num dado momento a perda será de maior ou menor intensidade. Os psicóticos quando não estão em crise, zelam pelo seu bem estar, alimentam-se, evitam machucar-se, têm interesse sexual, estabelecem contato com pessoas reais. Isto tudo é indício da existência de um relacionamento com o mundo real. A psicose propriamente dita começa a partir do ponto em que o paciente relaciona-se com objetos e coisas que não existem no nosso mundo. Modifica seus planos, suas idéias, suas convicções, seu comportamento por causa de idéias absurdas, incompreensíveis, ao mesmo tempo em que a realidade clara e patente significa pouco ou nada para o paciente. Um psicótico pode sem motivo aparente cismar que o vizinho de baixo está fazendo macumba para ele morrer, mesmo sabendo que no apartamento de baixo não mora ninguém. A cisma nesse caso pertence ao mundo psicótico e a informação aceita de que ninguém mora lá é o contato com o mundo real. No nosso ponto de vista são dados conflitantes, para um psicótico não são, talvez ele não saiba explicar como um vizinho que não está lá pode fazer macumba para ele, mas a explicação de como isso acontece é irrelevante, o fato é que o vizinho está fazendo macumba e pronto. O psicótico vive num mundo onde a realidade é outra, inatingível por nós ou mesmo por outros psicóticos, mas vive simultaneamente neste mundo real.
Delírio, o principal sintoma
O delírio é toda convicção inabalável, incompreensível e absurda que um psicótico tem. O delírio pode ser proveniente de uma recordação para a qual o paciente dá uma nova interpretação, pode vir de um gesto simples realizado por qualquer pessoa como coçar a cabeça pode vir de uma idéia criada pelo próprio paciente, pode ser uma fantasia como acreditar que seres espirituais estejam enviando mensagens do além através da televisão, ou mais realistas como achar que seu sócio está roubando seu dinheiro. O delírio proveniente de eventos simples como coçar a cabeça são as percepções delirantes. Ver uma pessoa coçar a cabeça não pode significar nada, mas para um paciente delirante pode, como um sinal de que a pessoa que coçou a cabeça julga-o (paciente) homossexual. Quando a idéia é muito absurda é fácil ver que se trata de um delírio, mas quando é plausível é necessário examinar a forma como o paciente pratica a idéia que defende. O exemplo do vizinho acima citado também é um delírio. A constatação de um delírio não é tarefa para leigos, nem mesmo os clínicos gerais estão habilitados para isso; somente os psiquiatras e profissionais da área de saúde mental".
Para quem ainda tem paciência para continuar a ler, eis algumas definições do Cola da Web:
"A psicose é utilizada em diferentes sentidos e em diversas situações. É comum que tenhamos contato com este termo através de filmes e livros, os quais se referem a um comportamento anormal, ou ainda como referência de um medo ou terror, que acomete várias pessoas ao mesmo tempo, aparecendo como “psicose coletiva”. As definições em psiquiatria também são muitas e não há nenhuma plenamente satisfatória. A psicose é caracterizada por alterações psicológicas muito graves e muito mais comprometedoras que outros distúrbios, como é o caso da neurose. Para diagnosticar uma psicose, o profissional observa o nível de consciência do paciente, se ele está sonolento, desperto ou em vigília, se é capaz de se concentrar, de memorizar, se tem noção de tempo e de espaço, se reage afetivamente, se tem idéias a respeito das coisas que se lhe apresentam, se é capaz de raciocinar e se tem percepção e juízo da realidade. Todas estas observações apontam o nível de comprometimento apresentado por um psicótico. A característica psicológica que apresenta um nível de comprometimento mais preocupante é o juízo da realidade apresentado pelo paciente. A comunicação fica quase totalmente prejudicada, porque esta síndrome provoca a incapacidade de reconhecer fatos e fazer relações entre eles. A principal alteração do juízo é caracterizada pelo aparecimento do delírio, onde o paciente distorce totalmente a realidade e acredita plenamente nas suas fantasias, ficando irredutível a qualquer tentativa de argumentação lógica. A psicose não se refere a uma doença específica, trata-se de uma síndrome, ou seja, de um conjunto de doenças diferentes, que possuem sinais e sintomas semelhantes. A esquizofrenia é um dos quadros psicóticos de maior importância (ver esquizofrenia). As doenças afetivas, que se caracterizam por fases de depressão e mania, podem também se apresentar como quadros psicóticos, apresentando os conteúdos afetivos da doença como características do delírio. A fase depressiva apresenta delírios de ruína, de culpa, prejuízo, morte, o paciente se sente responsável por grandes catástrofes mundiais, por guerras e desastres. Na fase maníaca os delírios são de grandeza ou de poder. Os quadros psicóticos são caracterizados também por visões de situações fúnebres, por depressão, a pessoa pode chorar muito e ouvir vozes que podem ser de comando ou podem estar chamando pessoas que já morreram, além de outros delírios. A psicose pode aparecer em qualquer fase da vida. O autismo é um exemplo de uma psicose típica da infância que se caracteriza por um alheamento e pela falta de contato com as pessoas. O uso de drogas como LSD e cocaína podem causar sintomas psicóticos. O álcool também pode causar alucinose alcoólica e o delirium tremens. Algumas doenças como tumores cerebrais e até a AIDS podem levar ao aparecimento da síndrome. A psicose é tratada com medicamentos e, em casos mais graves, a internação é inevitável, mesmo que tenha como objetivo um tratamento rápido com alta precoce. O indivíduo psicótico não tem consciência do seu estado e, por este motivo, pode recusar a medicação. Estas características da síndrome reforçam a idéia da importância da intervenção da família até que o paciente possa tomar conta de si próprio".
Por fim, esta citação dos Médicos de Portugal:
"Afecção mental caracterizada por desintegração geralmente profunda da personalidade, com perturbações da percepção, do julgamento, do raciocínio e do comportamento, das quais o doente não tem consciência. As psicoses são geralmente duradouras, mas podem incluir períodos de lucidez. Distinguem-se, entre as psicoses: a esquizofrenia, as demências e a psicose maníaco-depressiva (hoje chamada perturbação bipolar do humor)".
Como se depreende, o quadro é ainda mais profundo do que a definição e os conceitos 'ligeiros' do anterior post. Por agora chega, mas vou continuar a investigar.
Contudo, já nem sei porque é que falei nisto. Será psicose minha?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Wikipedia

A loucura ou insânia é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade. É resultado de doença mental, quando não é classificada como a própria doença. A verdadeira constatação da insanidade mental de um indivíduo só pode ser feita por especialistas em psicopatologia.
Em algumas visões sobre loucura, não quer dizer que a pessoa está doente da
mente, mas pode simplesmente ser uma maneira diferente de ser julgado pela sociedade. Na visão da lei civil, a insanidade revoga obrigações legais e até atos cometidos contra a sociedade civil com diagnóstico prévio de psicólogos, julgados então como insanidade mental.
Ver também Psicose:
A Psicose é um termo psiquiátrico genérico que se refere a um estado mental no qual existe uma "perda de contacto com a realidade". Ao experienciar um episódio psicótico, um indivíduo pode ter alucinações ou delírios, assim como mudanças de personalidade e pensamento desorganizado. Tal é frequentemente acompanhado por uma falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do seu comportamento. Desta forma surgem também dificuldades de interacção social e em cumprir normalmente as actividades de vida diária.
Não sei porquê mas apeteceu-me deixar aqui estas definições.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Outros vídeos interessantes sobre o Regicídio

Aqui fica:

Este é mais histórico-didático:
http://www.youtube.com/watch?v=yk5Qz79dynA (Não está disponível a colocação da caixa de vídeo).

Exercício físico e outras coisas

Fazer exercício físico é óptimo. Hoje fui ao AquaVital fazer um pouco de ginásio e natação. Fui, claro, com a minha família.
Soube-me bem, vou repetir. Ao menos quando ali vou sempre é mais um motivo de interesse, a juntar ao meu paraíso rural.
Desde que tenho mais tempo disponível, depois de ter começado a ter menos vida pública, a sério que me sabe bem. Pelo menos, cuido da minha saúde, reforço laços familiares e não escrevo tanto disparate como alguns neófitos da blogoesfera caseira. Há quem continue a escrever bem e com regularidade, ou a editar imagens interessantes. Mas há também o oposto do padrão normal, regular, saudável.
Credo! Há muito tempo que não via tanto 'lixo' editorial junto, muito dele feito com escrutínio indecente sobre a vida dos outros. No meio de tanta confusão mental, misturada com mentiras e com aparência de conhecimento supremo e pretensa autoridade moral divina, deixei de ter andamento para compreender alguns escribas. Receio mesmo que haja quem já tenha perdido a sanidade de modo irreversível. Já não é trabalho para os especialistas da psiquiatria: é mais para os curandeiros do além.
Enfim, há coisas mais interessantes para fazer: comemorar a vitória do Benfica e o encurtamento da distância face ao Porto, ainda que seja, para já, uma abolsuta miragem sonhar com mais do que o 2º lugar, que dá acesso garantido à Liga dos Campeões.
Entretanto, no próximo dia 1 comemora-se o 100º aniversário do Regicídio. O que o Expresso contou ontem não foi novidade para mim nem para muitos dos amigos do nosso amigo, descendente de Manuel Buiça.
Aqui fica uma foto dos dois principais personagens desse tempo, porque assassinaram o Rei D. Carlos, de seu nome completo Carlos Fernando Luís Maria Vítor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon Saxe-Coburgo Gota (contei 20 nomes!). Para que conste, com respeito:
Recomendo ainda uma leitura do seguinte texto do jornal Sol: "Nos 100 anos sobre o regicídio acumulam-se textos e adensam-se as dúvidas".

E podem ainda ver este pequeno vídeo no Youtube:

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Candidaturas

mais quem queira concorrer nas eleições autárquicas em Abrantes do que os tradicionais partidos.
A sério que há!

E agora António Costa?

O Tribunal de Contas não está a assimilar bem o pedido de empréstimo da Câmara de Lisboa.
O que é que vai acontecer?

Estado a 'Pagar a Tempo e Horas'?

Como tudo o que resulta deste Governo, não nos precipitemos em elogios. Pode ser mera propaganda, que não se concretiza.
Aguardemos, pois. Para já, é meritória a iniciativa, para ver se o Estado cumpre o seu papel por completo: fiscalizador, tantas vezes carrasco, mas ainda assim bom pagador e bom cumpridor.
Esta medida positiva anunciada hoje deve ser para compensar a de que as autarquias vão assumir o papel do Estado nas escolas, até ao 9º ano de escolaridade (excepto quanto aos docentes).
Cada vez mais os municípios são governos locais e tendem a criar o baronato de província e as clientelas por satisfazer, que pretensamente agradam e querem agradar aos senhores feudais. Sempre se criam mais postos de trabalho, pois para gerir estas novas competências vai haver motivo para admitir mais pessoal nas câmaras municipais. E emprego fixo no Estado assegura, em média, 4 votos por cada novo empregado.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Paraíso 2


E há lá salgueiros, choupos, freixos, medronheiros, pinheiros, amoreiras, nespereiras, laranjeiras, tangerinira, limoeiro, marmeleiros, cerejeiras, ameixoeiras, roseiras-bravas, carrapiteiros, diospireiro e até, imaginem, alguns sobreiros.

Pode demorar até crescerem, é certo, mas espro que o fogo não passe antes de eu os poder ver adultos.

Paraíso


Isto é o meu paraíso na terra.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Sequelas de La Boum

A banda sonora de La Boum 2

Um trailer desse filme - versão 2:


E, já agora, um vídeo-trailer do La Boum 3:


La Boum

Hoje fiquei feliz.
Na minha adolescência, tal como deve ter sucedido com todos os homens que hoje rondam os 40 anos de idade, apaixonei-me pela Vic (Sophie Marceau), a figura principal do filme La Boum.
Aquele filme fez mais por mim e pela minha afirmação como adolescente que despertava para as questões do namoro, da paixão, dos conflitos familiares, dos perigos da sociedade, do que muitas palestras juntas.
Foi a partir dessa altura que começámos a fazer festas de garagem, com luzes psicadélicas, balaceadas com os namoricos de ocasião e os primeiros copos, no intervalo das baladas que dançámos, tantas vezes com pisadelas e muito nervosismo à mistura. Há uma geração de amigos que ainda hoje mantenho que cresceu junta ao ritmo e ao exemplo de La Boum.
Segui a saga toda mas o primeiro filme foi, de facto, genial. A banda sonora uma maravilha, ainda nos dias de hoje, mais de 20 anos volvidos.
E aquela avó era uma maravilha.
Fiquem com o trailer e respectiva banda sonora. Uma música que nos coloca mais felizes, mais bem-dispostos. Ando com vontade de pesquisar e comprar os DVD's desta saga. Que me marcou profundamente naquele tempo.
Bons tempos...


Para os que gostaram mesmo, fica outro vídeo:


Um prelúdio a novas escritas

"CV" pediu-me para escrever sobre coisas mais lineares e mais interessantes da vida.
Talvez tenha razão.
Vou procurar escrever menos sobre questões políticas confusas e tricas. Ao fazê-lo espero contribuir para que a imbecilidade reinante deixe de falar de mim com aquela boçalidade marcante, inatingível por mais nenhum ser vivo.
Parece mentira, mas algum psiquiatra poderá explicar qual a razão de ser de haver tanta fixação, ódio e uso de energias sobre a minha pessoa? A coisa é patológica, podem crer, tudo o que escrevo e faço constitui uma obsessão e parece que a vida de alguém é mais preenchida porque eu existo, penso e faço (bem ou mal, não interessa). É uma fixação doentia mas até poderá continuar porque assim porque não me importo nada e sempre contribuo para proteger e manter reservado - até ao dia certo - o nome e a identidade do futuro alvo: a pessoa que vier a concorrer à CMA pelo PSD.
Entretanto, vou fazer um esforço para fazer outras reflexões. Não sei se conseguirei por muito tempo escrever sem vir parar às questões da governação da cidade e do concelho. Pelo menos, tentarei ser mais ligeiro, menos 'heavy'.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A verdade e as mentiras

Nos últimos tempos, confesso que não tenho sido um leitor muito assíduo da imprensa local. Leio apenas um jornal com alguma regularidade semanal e um com periodicidade mensal. Rádio local é raríssimo, não por desdém, mas porque estou profissionalmente distante.
Por isso, tenho estado um pouco à margem das «tricas» partidárias. Contudo, na sexta-feira passada, ao ler o «Primeira Linha», vi um comunicado do PS transcrito. Não sei que foi publicidade paga, ou se terá sido uma notícia sem esforço, do género copy-paste. A verdade é que aquilo aparenta ser um comunicado transcrito. E, uma vez que eu era um dos principais visados, até estranhei não terem colhido a visão do contraditório.
Recordo-me bem de ser habitual pedir um comentário ao Presidente da CMA ou ao líder do PS sempre que eu os critiquei ou tomei uma posição pública susceptível de os ‘beliscar’. Já me habituei – infelizmente – a não me pedirem a mim comentários quando os outros, sobretudo quem nos governa, toma posições que me ‘beliscam’.
Critérios…
Por isso, tirando a Rádio Tágide, que hoje me ouviu sobre o assunto, mais ninguém quis saber o que eu pensava e como reagia ao ‘ataque’ do PS sobre alegadas contradições dos eleitos pelo PSD na câmara municipal.
Vamos por pontos:
Primeiro Caso – Museu Ibérico
Diz o PS que os vereadores do PSD aprovaram, em Março de 2007, o texto do protocolo a celebrar com a Fundação Estrada, visando a futura instalação do museu de arqueologia. E isso é verdade.
Diz ainda o PS que um conhecido deputado (não serão todos conhecidos?, haverá algum anónimo?) terá elogiado a iniciativa e justificam que o mesmo terá dito que o museu “pode ser uma âncora valiosa”. E isso também é verdade. Como verdade é que pode não ser uma âncora valiosa. Isto é, tanto pode ser como pode vir a não ser, tudo depende.
Diz também o PS que votámos a favor da adjudicação do projecto em reunião de 04.12.2007. E isso já não é verdade. Por isso, transcrevo aqui a matéria objecto de deliberação nessa reunião: “Proposta de Deliberação do Presidente da Câmara, remetendo, para aprovação, a Proposta de Recuperação, Adaptação e Ampliação do Convento de S. Domingos, com vista à instalação do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes”. Alguém aqui vê escrito que era uma proposta de ajuste directo? É claro que votámos a favor desta proposta e apresentámos até uma declaração de voto. Esta referia que “a criação de um museu, enquanto equipamento estruturante, é uma ideia que apoiamos”. Mais: “Desejamos que este museu possa vir a ser um espaço que contribua para que todos possam usufruir da cultura na nossa terra. «Queremos uma política cultural para todos, inclusiva e promotora de desenvolvimento pessoal e comunitário, geradora de progresso e desenvolvimento», era uma das enunciações que fazíamos no nosso programa de candidatura. Sempre defendemos que, ao intervir culturalmente, «pretendemos contrariar a tendência para a desertificação do concelho, estancar a hemorragia humana que faz sair os jovens em direcção ao litoral, empurrados pela ânsia de encontrarem emprego ajustado aos seus desejos, conhecimentos e vontades»”.
E fizemos várias críticas à política cultural municipal nesse documento. É pena que o mesmo não tenha tido a divulgação que, se calhar, merecia, nomeadamente que “no imenso vazio de ideias sobre cultura, que marcam os sucessivos mandatos, a criação deste museu – um museu – aparece como ideia a olhar com atenção”.
E mais dissemos ainda:
“(…) Uma vez mais, somos confrontados com a ausência de um estudo sobre a criação deste museu.
Desconhecemos o seu programa-base.
Desconhecemos a sua viabilidade económico-financeira.
Desconhecemos qualquer estudo ou projecto de investimento que o sustente.
Desconhecemos a forma de financiamento e se haverá necessidade de recurso ao crédito bancário para financiar a parte que o QREN não financia.
Desconhecemos qual o custo de oportunidade em obras para o concelho, em especial para as freguesias, uma vez que a taxa de absorção de investimento neste projecto será muito forte.
Desconhecemos se as instituições de ensino superior da região estão disponíveis para reorientar a sua oferta formativa para áreas de interesse profissional e económico em torno do futuro museu?
Desconhecemos se haverá parcerias público-privadas, bem como parcerias com outros espaços museológicos do mundo inteiro já firmadas?
Desconhecemos o impacto deste equipamento na elevação do nível cultural e educacional do concelho e da região.
O que conhecemos é uma proposta de honorários e uma estimativa de custo da obra.
Uma proposta de honorários que é um ‘insulto’ à boa vontade e à dimensão do nosso Município.
Uma estimativa de custo que aponta para mais uma espécie de açude, em si mesmo um equipamento cujo proveito sócio-económico e mesmo viabilidade financeira e efeito indutor na economia regional está por fazer, numa altura em que o cenário da sua submersão pela nova barragem é uma realidade.”
E, para que não restassem dúvidas, escrevemos nessa declaração de voto: “O nosso voto favorável é um voto na ideia e não neste conceito que nos aparece apresentado, com dimensão gigantesca, com custos anunciados elevados, sem estudos, sem documentos prospectivos, apenas com a intenção de gastar o dinheiro público, nem que isso implique lançar mais impostos, taxas e tarifas sobre os munícipes.
O nosso voto favorável é ainda um voto de exigência para que a maioria socialista explique aos partidos da oposição, nesta câmara municipal e na assembleia municipal, de modo mais detalhado, aquilo que pretende fazer e demonstrar a sua viabilidade com estudos.
O nosso voto favorável é um sinal de abertura e de não enquistamento, responsável e próprio de um partido responsável que deseja ser ouvido e contribuir para a criação de um futuro mais sustentável no concelho.
É este o sentido do nosso voto. Um voto favorável sobre a ideia mas que reclama um trabalho de estudo, de aprofundamento, de redimensionamento, de renegociação da opção arquitectónica e do próprio museu, um voto que reclama ainda mais transparência e mais informação por parte da maioria socialista.
Um voto favorável muito condicionado e muito condicional. Um voto que pode vir a não ser duradouro, caso não venhamos a ser esclarecidos e elucidados sobre a existência de um bom projecto em concreto”.
Com base nisto, penso que fomos bastante claros. Mas, para o PS, nós votámos a favor do ajuste directo nesta reunião. Como é que isso é possível, se não era isso que era proposto?
É por isso que, ainda no seu comunicado, o PS de Abrantes diz que no dia 28.12.2004, votámos “contra o mesmíssimo assunto recolocado na reunião de Câmara, (…) apenas para melhor fundamentação, nos termos da lei e do protocolo já referido”.
O PS fez uma enorme confusão. Numa reunião apresentou a ideia, o conceito, 3 semanas depois verificou que não havia ajuste directo feito, levou o assunto à reunião e chamou a esse acto “apenas melhor fundamentação” para “o mesmíssimo assunto”.
É claro que votámos contra o ajuste directo. Foi a forma de sermos coerentes com a nossa declaração de voto. Foi a resposta à ausência de resposta aos pedidos que nela fizemos – conhecer o programa-base era o mínimo, saber a viabilidade económico-financeira era elementar, conhecer estudos ou projectos de investimento que o sustentem desejável e, não menos importante, conhecer o modo de financiamento e o seu impacto na estrutura patrimonial e financeira do Município. Nada nos foi transmitido nessas 3 semanas, nem até à presente data.
Contradições? De quem? Nós, vereadores eleitos pelo PSD, fomos coerentes, fomos consistentes e não pactuámos com a situação apresentada. Já agora, querem saber qual o motivo para justificar o ajuste directo ao atelier escolhido, pelo montante de 730 mil euros (cerca de 146 mil contos, em moeda antiga)? Nada mais evidente: “apenas este atelier (oportunamente indicado pela Fundação Estrada) detém capacidade técnica e artística para prestar o serviço”.
Realmente é capaz de ser verdade. Só há um atelier em Portugal com capacidade técnica e artística para prestar este serviço, como toda a gente facilmente engole sem se questionar, não é verdade? Não há mais arquitectos, nem em Lisboa, nem no Porto, já para não falar dos filhos da terra, que sejam capazes de fazer este projecto?
Poderiam ao menos dizer que era por imposição da Fundação Estrada, que fazia depender a cedência das peças de ser este o arquitecto. Agora, mencionar que é o único atelier com capacidade técnica e fazer o ajuste directo pelo montante em causa, pareceu-nos motivo para votar contra o ajuste directo. O que não quer dizer – bem pelo contrário – que estamos contra o museu. Isso ainda vamos ver. A ideia parece boa e a coisa pode ser a tal “âncora valiosa” de que falava o ‘conhecido’ deputado municipal. Pode, mas também pode ser o seu contrário. Depende ainda de muita coisa.
Oxalá corra tudo bem.
Sobre as acusações em torno das posições sobre a barragem, talvez me apeteça escrever um destes dias. Logo se vê.
Agora, o que aqui tinha de ficar registado era a minha indignação pelo texto do comunicado do PS e pelas acusações infundadas que foram proferidas. Deve ser da aproximação das eleições autárquicas. Isto estava tudo tão sereno e tranquilo…

Nunca é demais referir

No último post, comecei a falar de eleições autárquicas. Decididamente, este dossier reentrou na agenda política. As eleições serão, sensivelmente, dentro de ano e meio (Setembro de 2009). Não parece haver – e não há – tempo a perder.
Nem eu tenho tempo a perder a dar respostas e remoques a quem não o merece. Escrevo sobre o que me apetece, quando me apetece, neste espaço que é meu e está identificado. Nunca me fiz passar por outrem. Infelizmente, alguns falsos paladinos da ética não são assim.
Vamos ao que interessa, sem mais delongas.
As eleições do Outono de 2009 serão importantes, como sempre o são as eleições autárquicas. Interessa perceber se o PS vai conseguir nova vitória ou se o PSD pode reganhar a autarquia que já liderou fugazmente entre 1990 e 1993. Tudo se resume, uma vez mais, a isto. Depois, haverá candidaturas para eleger alguém e outras simplesmente para marcar calendário.
Em quase 33 anos de poder local, o PS leva 29 de exercício de acção governativa municipal em Abrantes. É muita responsabilidade, num eleitorado tradicionalmente socialista e que não vê nunca grandes razões para dar o seu voto a outro lado. O cidadão até promete muito na campanha – tanto quanto os políticos – dizendo que quer correr com os que lá estão e que irão votar em nós.
Tal como os políticos, o cidadão também nem sempre cumpre com a sua palavra. É assim a democracia madura em Portugal.
Deste modo, será sempre, em qualquer circunstância, muito difícil vencer o PS em Abrantes. Por isso é que alguns apoiantes do PSD, cansados de estarem na oposição e desanimados por verem as oportunidades sistematicamente adiadas, acabam por se encostar ao PS, porque assim sempre ‘mamam nas tetas do poder’. Verdade nua e crua. Alguns até chegam a ser eleitos e a desempenhar cargos e funções em torno da máquina do poder. Para os mais fiéis militantes do PSD, são os oportunistas; para o cidadão, em geral, foram espertos e dado que PS e PSD são iguais, o importante é saber safar-se, cada um por si, da melhor forma possível. Até há quem venha do lado da CDU e chegue até ao poder, por esta via. É assim, também a democracia madura em Portugal, eivada de ‘chicos-espertos’ que pululam pela rua fora gritando de punho direito fechado nas eleições autárquicas e, nas legislativas, tantas vezes, de dedos em forma de vê ou punho esquerdo bem erguido.
Em Sardoal e Mação, por exemplo, acontece o mesmo, mas ao contrário. Há gente próxima do PS, da CDU ou do BE, por exemplo, mas que se encosta ao PSD, pelas mesmíssimas razões de serventia do poder em uso.
O poder local é um feudo, onde alguns senhores feudais, distribuindo algumas benesses, acabam por conquistar líderes de opinião e centros de decisão para o seu lado. E porque sabem que a carne é fraca exploram as suas tentações em proveito próprio, numa atitude de compreensível auto-defesa. É por isso que é muito difícil ganhar eleições autárquicas. É por isso que, regra geral, elas se ganham mais pela derrota por erosão, inépcia, crime ou abandono de quem lidera, do que pela conquista dura do voto junto dos eleitores por parte dos desafiadores. OK, já sei que estão a ver-me com o ego em grande. Pode ser verdade, porque acho que não sou inferior a quem governa o concelho, que merecia uma oportunidade, que o concelho poderia e deveria ter experimentado a mudança e não me foi concedida essa oportunidade e, por isso, estou a arranjar desculpas para justificar a minha derrota. Contudo, nunca fui doido e sempre soube que seria muito difícil vencer. Estive sempre lúcido e estiveram sempre lúcidos os que estiveram próximo de mim.
O poder ganha-se, portanto, regra geral, quando quem governa o deixa fugir.
Foi isso que aconteceu ao PSD em Abrantes mas não é ainda o momento de se fazer a história desse período, como já aqui tenho escrito em diversas ocasiões.
São do meu conhecimento (e existam documentos escritos e gravados) episódios que poderiam ser preciosos ao arquivo municipal. Contudo, poucos elementos escritos e gravados estão na minha posse. Sei, contudo, quem tem alguns. Se fossem tornados públicos, a história desse período de tempo seria reescrita e alguns ‘cordeirinhos’ passariam a ser vistos como lobos; ao contrário, alguns dos que foram diabolizados então tenderiam a ver aligeirada a pena popular e poderiam reganhar simpatias e deferências que perderam. Enfim, ainda não passou todo o tempo preciso para se ter a distância suficiente para analisar fria e racionalmente o que sucedeu. Mais a mais, eu não sou nem isento nem historiador.
Mas, em jeito de preparação das eleições de 2009, é preciso ser racional e frio. E prospectivar com alguns dados do passado e do presente.
O concelho de Abrantes, em minha opinião, perdeu mais do que ganhou com os governos locais socialistas. Parece-me hoje evidente – e penso que aos olhos da generalidade dos abrantinos também – que o modelo socialista de governação do concelho foi marcado pela realização de obra física, pela aplicação de dinheiros comunitários, nacionais e da banca (e algum de auto-financiamento, para ser rigoroso), pelo aumento de dimensão humana da autarquia, mas pela forte ausência de oportunidades verdadeiramente ganhas para o concelho em geral.
É certo que temos hoje melhores infraestruturas desportivas e mais gente a praticar desporto, mas estamos ainda longe – muito longe – de a prática desportiva ser generalizadamente proporcionada à totalidade da população. É uma prática desportiva elitista, que não é para todos, que premeia os atletas com talento e tende a esquecer quem está sem acessibilidades às infraestruturas e quem não tem grande jeito para praticar desporto, ainda que dele precise por razões de saúde.
Na cultura, o cenário é idêntico. Ponto final, parágrafo!
Do turismo, nem é bom falar.
Na economia produtiva, seja comércio, indústria ou serviços, muita parra e pouca uva. Não há uma linha de rumo perceptível, com resultados tangíveis de que nos possamos orgulhar. Há novas empresas – poucas – de onde sobressaem duas unidades industriais que considero estarem a fazer um belo percurso e o mérito de as ter trazido é de quem governa o concelho. Falo, nomeadamente, da Silicália e da Oke Tillner. Claro que há também as empresas que já eram de cá ou já cá estavam e outras que vieram (mas que se vêem tímidas para já), mas estou apenas a referir os novos investimentos, os que vieram de fora e singraram e se afirmaram no contexto sócio-económico local. Posso estar a ser injusto e até haver outros bons exemplos mas com a força e o crescimento destas duas unidades parece-me que não haverá. Não desejo diminuir nenhuma empresa existente. Todas fazem falta e quem nos dera que houvesse mais e mais pujantes. Seria bom para todos, para nós, para os nossos filhos, para os nossos netos, para evitar o êxodo demográfico, para nos dar força, para nos dar o vencimento no final de cada mês, para nos dar alegrias e restituir auto-estima. Em última análise, egoísta, é bom para a vida de cada um.
Mas falta fazer muito, muitíssimo mais. E não me parece que gastar 10 milhões de euros num museu seja assegurar o futuro do concelho. Haverá outras oportunidades, embora a vertente cultural não seja de menosprezar. Pelo contrário.
Não tenho, contudo, nenhum projecto a empreender, a protagonizar e por isso terei de aguardar pela apresentação de propostas dos vários candidatos e candidaturas. A seu tempo. Mas repito: não tenho nenhum projecto para protagonizar ou dele fazer parte, nas próximas eleições. Tentei fazê-lo, no momento em que considerei oportuno, quando decidi fazer essa tentativa e essa aposta. Os meus concidadãos rejeitaram as minhas ideias e não guardo daí, nesta altura, nenhuma espécie de ressentimento ou rancor. Fiquei triste na altura mas há males que vêm por bem. E assim foi no meu caso. Como sou uma pessoa positiva, segui em frente e mudei de rumo. Tudo tem o seu tempo.
Há pessoas que pensam que o meu afastamento é fingido e que, mais em cima das eleições, voltarei a estar disponível para concorrer. Há até quem pense (em voz alta) que sendo Maria do Céu Albuquerque eu estarei interessado em concorrer porque, em teoria, será mais fácil derrotar o PS. Há até quem congemine uma lista fabulosa (de fábula…) em que eu seria eleito a meses das eleições, novamente como dirigente do PSD local, para voltar a ser candidato. Quem me conhece bem sabe que não é assim. Quero observar, dar um apoio, dar o meu contributo cívico mas nada mais.
Vamos ser claros: a minha vontade não é condicionada pelas opções dos outros, sobretudo dos outros partidos políticos ou de quem é alheio à vida do meu partido e à minha vida pessoal, sobretudo esta última. Ao contrário, as minhas opções dependem de mim, da minha família e das decisões que tomamos, em conjunto, sobre o nosso futuro. Fiz uma opção profissional da qual não me arrependo, em nada. Passou pouco mais de um ano e não foi fácil impor-me profissionalmente. Não irei agora hipotecar uma carreira que consegui recomeçar com esforço em troca de uma ilusão. Descobri outras pontos de interesse: trabalho muito, gosto de trabalhar, estou mais tempo com a minha família ao fim-de-semana, encontrei um atractivo egoísta na minha Quinta da Ponte Velha. Para quê prescindir de tudo quanto me dá tanto prazer?
Portanto, eu não tenho vontade e, pelo que sei, o PSD procura - e bem - uma solução nova, forte, vencedora. Cá estarei para a apoiar, como espero que mereça.
Continuo atento ao que se passa e a querer ajudar o meu partido de sempre, confiante de que um dia chegará – em 2009 ou depois, não sei – em que os munícipes depositarão confiança no PSD a nível autárquico, se este partido continuar a apresentar boas propostas e bons candidatos, como tem conseguido fazer. Mas, para que isso aconteça, há um longo trabalho paralelo à escolha das equipas e das ideias que tem de ser feito, de desmistificação da falsa perfeição dos socialistas, que estão inseridos em todas as colectividades desportivas, culturais, recreativas, de solidariedade social. Isso requer tempo, um tempo que os militantes e dirigentes do PSD, pelo menos no tempo em que eu fui dirigente, não tiveram ou não demonstraram, salvo uma outra excepção.
Os socialistas de Abrantes sacrificam-se mais ou têm mais tempo disponível, por força das suas vidas profissionais, em geral, para as colectividades e, com isso, para se fazerem evidenciar na sociedade? Penso que terão um pouco mais de disponibilidade, em geral, mas admito que também possa haver gente que não é comodista nem conformista. Há excepções, mas muitos dos quadros do PS de Abrantes conhecidos e que estão à vista são trabalhadores do Estado, logo, terão tido um horário um pouco mais facilitado do que quem trabalha na vida das empresas. Sei que isto ofende quem trabalha para o Estado mas eu também já trabalhei durante 5 anos e sei bem que agora trabalho muito mais. Sem comparação, apesar de o Estado estar a mudar e haver hoje mais dedicação em muitas funções do Estado do que havia há uma década atrás.
Por isso, o trabalho a fazer nem é tanto de programa eleitoral ou de escolha de equipas, embora ambos os factores também sejam importantes. É, antes, de penetração social, de identificação com o eleitorado, de trabalho nas colectividades, de cheque passado para apoiar o desporto, a cultura e o folclore. É uma política de ‘compra’ em que quem o faz usa dinheiro, em geral ‘nosso’ e quem se deixa vender não o quer admitir. É uma luta desigual mas é a que existe.
Em conclusão, o trabalho não é fácil e a tentação de ser ‘treinador de bancada’ é ainda maior. Dou conselhos sem me pedirem e aconselho os meus companheiros a que façam o que eu não consegui fazer.
Definitivamente, as eleições autárquicas já mexem.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Eleições Autárquicas

Já começaram a mexer em Abrantes. O semanário "Primeira Linha" fala em Maria do Céu Albuquerque pelo PS. Tenho dúvidas que Nelson Carvalho não se recandidate mas não sei nada. É só um palpite.
Tudo depende do candidato do PSD, em minha opinião. Se for forte, Nelson Carvalho deverá ir a jogo; se for menos forte, o PS poderá arriscar a 'passagem' directa à sua nova coqueluche.
Entretanto, o PSD não está a dormir e procura uma solução forte. Várias pessoas estão a trabalhar nesse sentido, e ainda bem.
E mais não digo.
De resto, tirando PS e PSD, teremos a CDU e o BE, a discutir o seu espaço. Não sei se haverá mais alguma coisa com jeito no terreno. Não vislumbro mais nada com o mínimo de credibilidade e sustentabilidade eleitoral. Só se vier aí um espaço disputado por independentes.
A coisa está a começar, finalmente. Até que enfim!

Alcochete

No meu post de desejos para 2008, escrevi o seguinte a dada altura: “Gostaria que houvesse capacidade para o governo decidir depressa a construção do novo aeroporto, por mim em Alcochete, numa estrutura grande, competitiva, de futuro, preparada para os grandes voos intercontinentais e as grandes rotas comerciais de passageiros, antes que Espanha o faça antes de nós, enquanto andamos entretidos em discussões mesquinhas”.
O Governo acaba de concretizar o meu primeiro grande desejo para 2008. Nunca pensei que houvesse um consenso tão amplo. Umas vozes aqui, umas leves irritações ali, alguma incredulidade acolá mas, em geral, não houve grande contestação.
Sinceramente, creio que esta opção é melhor para Portugal do que a da OTA, apesar de esta última ficar mais perto da região onde habito.
Parece que Paulo Gorjão, no "Cachimbo de Magritte", num post de hoje, refere Miguel Relvas como tendo sido o primeiro a, publicamente, defender Alcochete em vez da OTA. Ainda bem para este último. Ainda mal para Menezes que, segundo Paulo Gorjão, no "que diz respeito a Relvas, Menezes que se cuide". Não me pesso esquecer de ouvir a entrevista do Pedro Passos Coelho, amanhã ao meio-dia, na Antena 1, pela Maria Flor Pedroso. Segundo me contou o próprio PPC, a entrevista ja foi gravada na quinta-feira à noite.
Dito isto, considero insustentável a manutenção do ‘Ministro Jamais’. Ele pode ainda não saber, pode não se ter apercebido, mas já deixou de ter poder. E o primeiro-Ministro só ainda não o mudou para não ser acusado de ceder às pressões da oposição. Fá-lo-á quando as vozes se calarem. Por isso, jogando na já previsibilidade de comportamento de Sócrates, o PSD disse que não pede a demissão de Mário Lino. Se o fizesse, demoraria mais tempo a ser substituído. Assim, estou convencido que será mais rápido a ser – finalmente! – exonerado.
Esteve ainda bem o PSD – e o seu líder Menezes – ao explorar as duas ‘cambalhotas’ sucessivas de José Sócrates em 24 horas, contrariando dois compromissos solenes eleitorais do PS: o não-referendo ao Tratado de Lisboa (posição com a qual concordo) e a escolha por Alcochete, em prejuízo da OTA (posição com a qual também concordo). José Sócrates começa a ser visto pelos portugueses como ‘mais um’, daqueles que já nos habituamos a ver como ‘troca-tintas’.
Só não sei se isso é bom ou mau. Para a democracia e para a credibilidade do Estado, pois claro. Ou será que isso já não importa nada?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Descobri a identidade da rã que queria ser boi

Ao longo dos anos que levo já como cidadão adulto e que intervém civicamente na sociedade em que habita, fui aprendendo muitas coisas. Tenho tido a felicidade de aprender com grandes mestres, homens livres e de conhecimento amplo e profundo.
Sinto-me um privilegiado por ter tido a oportunidade de conhecer e privar com pessoas de sólida formação ética e moral, de grande cultura, de saber estar, saber fazer, saber criar, saber ajudar.
Infelizmente, a vida nem sempre nos presenteia da mesma maneira. Também tenho conhecido gente que adoraria nunca ter conhecido. Até já descobri a identidade da rã que queria ser boi. Essa mesma. Cada vez que abre a boca incha, incha, incha e, inevitavelmente, só diz disparates, produz atoardas e raciocínios prolixos e indecifráveis, adora existir para provocar e ser ofensiva. Passa a vida a querer mostrar-se mais do que é, a insinuar-se como se alguém reparasse na sua inútil existência e na flatulência dos seus pensamentos, e eu sinto pena e, ao mesmo tempo, um certo prazer não revelado.
Pena, porque a rã, coitada, nem consegue reconhecer as figuras tristes que faz e quão baixo é o crédito que os demais animais lhe conferem. Nem sabe onde acabam as suas patas e começa a terra.
Prazer, por outro lado, porque admitindo que é um sentimento cruel meu, sinto um prazer agradável que resulta do facto de ter vindo a assistir, à distância (com a distância que imponho a mim mesmo) várias vezes ao seu rebentamento, esvaziando-se num ar balofo e bufo que se perde na atmosfera e logo, logo, sem que ninguém sequer preste atenção ao que sucedeu, o mundo volta ao normal. A rã até pensa que estavam a olhar para ela mas ninguém quer saber da sua existência. E nunca chegará a ser boi.
Esta rã é mais como os gatos: tem várias vidas. Rebenta e volta ao normal, um pouco mais amachucada, é certo, mas logo pronta a voltar a inchar. Até um dia, quando tiver de ser, porque ninguém é imortal.
Um dos meus mestres disse-me várias vezes: não entre em conflito com gente que não esteja à sua altura, não perca tempo com gente menor e que apenas vive rodeada de maus instintos e velhacaria. Ao contrário, procure sempre dedicar as suas energias para quem sabe mais, é mais capaz, tem mais sabedoria e conhecimento que o seu porque com esses poderá sempre aprender e evoluir. Não faça nunca a nivelação por baixo, aponte sempre para o topo, que é para aí que devemos olhar e caminhar. Com os outros, os que não servem estes propósitos, desperdiça energias com inutilidades e entra na discussão do erro. E o erro – lembrou-me ele – não se discute, porque o direito à asneira existe também e é universal, logo, tem de haver quem o pratique e goste de praticar com regularidade. Se puder nunca perca tempo com essas pessoas, deixe-os andar, mesmo que passem a vida a tentar incomodá-lo. Não preste atenção, não fuja do seu caminho, deixe andar essas probre-almas. Há coisas mais importantes.
Assim tenho procurado fazer mas aqui e agora não resisti a esta história porque queria partilhar com quem me lê, que descobri a rã da fábula, a tal que queria ser boi.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

30k km/h nas localidades?

Vinha no carro a ouvir as notícias. Fiquei perplexo. Não pelo facto de José Socrates agora preferir a ratificação parlamentar do Tratado da União Europeia, quando antes defendia acerrimamente o Referendo. Compreendo as razões dele e dado que até já é habitual ele mentir aos portugueses e dar o dito por não dito, nem sequer já levo a mal esta flutuação de convicções.
A notícia que me fez ficar mal disposto é a intenção de reduzir a velocidade dentro das localidades para 30 km/h. Isso não é andar e é um perigo.
Concordo que o Estado imponha estes limites se o mesmo Estado proibir construções de quilómetros contínuos de casas ao longo das estradas. Por outras palavras, arranjem alternativas de circulação fora das localidades e depois - só depois - imponham os limites que quiserem.
Eu percebo as preocupações e a vontade de reduzir a sinsitralidade em peões dentro das localidades. Arranjem barras laterais de protecção e permitam o atravessamento apenas nesses pontos, em passadeiras elevadas, precedidas de bandas sonoras. É justo.
Agora, esta solução é a mais fácil - os condutores que se tramem.
Levanto-me todos os dias às 6:45 para ir para o trabalho. Pelo caminho, passo em várias localidades, desde o final da A23 em Torres Novas, até Boleiros, em Fátima. São pelo menos 9 quilómetros que, à média de 30 km/h (sem semáforos fechados, sem camiões nem tractores, sem qualquer interrupção, portanto) passam a ter de ser feitos em 18 minutos (ou mais). É verdade que até agora os faço em metade do tempo (à média de 60 km/h, admitindo que poderei exceder aqui e ali o limite de 50 km/h, quando o posso fazer) mas, em números redondos, aumento a viagem em 10 minutos, perco em interesse de condução e diminuo a concentração na condução, porque essa velocidade é entediante.
Depois, quando há deslocações entre Boleiros (onde temos a fábrica) e Algar d'Água (onde temos ainda a sede e os escritórios), teremos de fazer os 12 quilómetros em cerca de 25 a 30 minutos (com as interrupções e os semáforos, porque a estrada está sempre em obras e é toda urbana). Multiplicando isso pelos vários carros que circulam entre estas duas instalações traduz um prejuízo enorme para a economia, porque prejudica a rentabilidade da nossa empresa. E somando os prejuízos das várias empresas e na vida dos particulares, só posso concluir que esta medida é impossível de concretizar.
Logo, regresso à minha proposta inicial: encontrem alternativas de circulação fora das localidades, proibam a construção a menos de 50 metros de estradas, coloquem barras de protecção ao longo das estradas dentro das localidades e proibam o atravessamento indiscriminado, criando zonas próprias para o efeito.
Penso em mim, é claro, mas penso também, e sobretudo, no impacto desta medida idiota na economia nacional e na perda de competitividade das empresas, que verão aumentada a sua ineficiência, a sua falta de produtividade e os seus prejuízos.
A ver vamos como a situação vai evoluir mas estou na guerra contra esta medida idiota e perfeitamente tonta, feita a pensar no facilitismo da solução. Quem terá sido o idiota?
Ou terá sido este anúncio mais uma das formas habituais de o governo tentar referendar as intenções, de medir o pulsar da população? O futuro o dirá, senão mesmo já os noticiários de amanhã.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

II Encontro de Bloggers

No ano passado, no dia 26 de Maio de 2007, de modo muito tímido, realizou-se um encontro de bloggers do concelho de Abrantes.
Foi, de facto, uma coisa tímida, onde acabámos por jantar apenas 5 pessoas. Fomos poucos mas comemos bem, estreitámos laços, passámos a conhecer-nos melhor e discutimos o papel dos blogs.
Há dias, sugeri ao João Pinheiro, por mail – e depois, também, ao Alves Jana, em conversa de café – a realização do II Encontro de Bloggers do concelho de Abrantes.
Na verdade, deverá ser mais – muito mais – do que o encontro do ano passado. Vamos alargar a iniciativa aos concelho de Sardoal, Mação e Constância e, em função das inscrições (para
pedropmarques@gmail.com), se houver massa crítica abundante, pensaremos em convidar um ou dois escritores/pensadores da blogosfera nacional para virem confraternizar e trocar pontos de vista sobre as tendências dos blogs para o futuro connosco.
Peço, pois, que manifestem a v/ vontade e disponibilidade o quanto antes, para o dia 22 de Março (marca o início da Primavera), um Sábado à tarde, seguido de jantar.
Em função da quantidade de inscrições, poderemos reservar uma sala na Biblioteca ou num hotel da cidade (ou noutro lado qualquer onde possamos estar comodamente instalados) e poderemos estruturar um painel de debate sobre a importância dos blogs para a formação de uma consciência cívica e uma participação consciente na comunidade.
OK. Aqui fica o desafio e espero inscrições até ao final de Janeiro porque as coisas devem ser devidamente preparadas com tempo. Alguém aceita este desafio?