quarta-feira, 26 de março de 2008

Populismo e eleitoralismo fáceis

No dia 14 deste mês, o Primeiro Ministro acusou de serem levianos aqueles que defendiam a descida de impostos, argumentando ainda que não conheciam a realidade do país e que nem valia a pena pensar em descida de impostos até às próximas eleições.
Hoje, o leviano José Sócrates veio anunciar a descida do IVA em 1% a partir de Julho, com mais outros ponto percentual para 2009.
Pobre país que é gerido desta forma. José Sócrates acabou de dar mais uma machadada na (já quase nula) credibilidade e respeitabilidade dos políticos.
Não quis concordar com Menezes, tentou diminuí-lo e vem agora com esta anunciação.
Será que a economia mudou tantos em duas semanas? Ou já sabia que podia mexer nos impostos e não o quis admitir? Ou sabe que o país não pode ser submetido a diminuição de impostos mas, como todos os políticos, sacrifica-se o rumo de longo prazo por um saco de votos no curto prazo?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Duas notícias relevantes

Hoje de manhã vi duas notícias que me pareceram sintomáticas deste governo.
A primeira tem a ver com a caça aos restaurantes e empresas de catering e organização de eventos, tipo casamentos.
Agora, os noivos têm o dever, devidamente coagidos, de fazer de bufos deste governo. Têm de dizer quanto pagaram pela boda, a quem pagaram, onde têm os recibos e cópias dos cheques. Se não colaborarem, são multados.
Não sei como pode esta medida ter efeitos retroactivos.
Se eu me tivesse casado há um mês, por exemplo, o mais provável era que tivesse pago em dinheiro, com o dinheiro que teria recebido de alguns convidados e familiares e teria dito que o recibo não me fazia falta porque não o poderia meter no IRS; ainda que me tivessem dado tal recibo, o mais provável seria que tivesse ido para o caixote do lixo, pelas mesmas razões.
Não sei, pois, como irão fazer os jovens casais que desconheciam, quando casaram, que os governo lhes iria escrever uma carta - não são os parabéns pela boda, é a ameaça por terem casado - a dizer que deveriam ter guardado todos os papéis para agora poderem exibir.
Acho isto uma anedota, se for tal como noticiarama na RTP, hoje de manhã, embora concorde com a medida e com o seu alcance.
A segunda notícia é mais um sério aviso dos empresários ao governo. Uma ameaça em sentido contrário, claro está. Os empresários começam a afastar-se do governo e, quando isso sucede, costuma ser mau em termos eleitorais, pelo menos.
A notícia de que falo está do Diário Económico e tem por título "O país vai pagar caro a viragem à esquerda do Governo" e o chavão é de Salvador de Mello, presidente da José de Mello Saúde, que viu ser-lhe retirada, com efeitos futuros, a gestão do Hospital Amadora-Sintra para o estatizar.
Como se não bastasse este regresso ao passado, o Governo é ainda responsável pelo arrastar do processo de lançamento dos concursos para a construção e gestão de diversos novos hospitais públicos que, supostamente, deveriam ser geridos por grupos privados. Foi isto que o Governo prometeu, é esta mais uma promessa que falha e não será, aparentemente, cumprida.
Ainda a procissão vai no adro...

sábado, 22 de março de 2008

Gostos e preferências jornalísticos

Confesso que há alguns jornais e revistas que gosto de ler. Sou um leitor pouco fiel a este ou àquele produto mas gosto de comprar, com regularidade, entre os diários, o Público (o DN é segunda opção nos generalistas), o Diário Económico (o Jornal de Negócios á também 2ª opção entre os económicos), o Expresso (aqui é o Sol a 2ª opção) e o Semanário Económico (A Vida Económica nunca compro).
Na última 6ª feira, o Diário Económico trazia um artigo de opinião muito bem escrito, da autoria de Bruno Proença.
As preocupações ali expressas - e com as quais estou genericamente de acordo - são mais que muitas. Começa assim:
"Como diz a anedota contada pelos economistas, a luz que se vê ao fundo do túnel é o comboio que vem contra nós. A locomotiva da crise internacional vai abalroar a economia. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), ontem conhecidos, carregam de certeza as perspectivas negativas para 2008".
E continua: "A recessão de 2003 começou a ser resolvida com a recuperação das exportações. As vendas ao exterior foram o suporte da economia em 2006. No ano passado, passaram o testemunho ao investimento. A retoma estava a desenrolar-se como mandavam os manuais. Com a melhoria das exportações, os empresários ficaram mais confiantes e avançaram com os gastos produtivos. A economia estava a acelerar até chocar com a crise internacional".
Para que a conversa não fique a meio, continua Bruno Proença: "Embora sejam dados ainda curtos – apenas para o primeiro mês do ano –, já se percebeu que a economia está cercada. As vendas para o estrangeiro estão a sofrer com o arrefecimento do crescimento mundial associado à recessão quase certa nos Estados Unidos. O investimento, por sua vez, vai ficar amarrado às restrições de financiamento. Os bancos estão a fechar a torneira do crédito. Conclusão, Portugal deverá este ano registar um crescimento económico inferior ao de 2007. Infelizmente, a retoma vai fazer uma pausa".
O que está em causa é dramático. Se, por um lado, os agentes económicos e o governo estavam a contar com mais um ano de recuperação - e ela é tão necessária para salvar a débil economia e milhares de empregos -, por outro, adensa-se a cortina de dúvidas para os próximos anos. Quem conseguiu marcar presença noutros mercados e se encontra com sólida posição comercial em países em que as taxas de crescimento registam significativos avanços, terá mais possibilidades de sobreviver e até crescer.
Os que ainda não o fizeram, se possuirem dimensão e estrutura económica suficientes, deverão equacionar marcar presença nesses mercados de forte crescimento. Para os demais, resta fazer figas para que consigam aguentar a crise e sobreviver. Poderão sempre fazer uso de um velho lema Templário: Resistir persistindo. Até quando?

sexta-feira, 21 de março de 2008

Novo aspecto


Nova luz, neste primeiro dia de Primavera, entra pela janela.
Hoje mudei o aspecto do meu blogue.


Entendi que o deveria fazer e que este era o momento apropriado.

terça-feira, 18 de março de 2008

18.03.2008, 23:40

Tenho tido falta de tempo livre para aqui postar.
Poderia falar do meu amigo Vereador e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Mação, que assumiu o lugar pela saída do António Louro (que perdeu o mandato por falta de declarações entregues). Sei que o Vasco vai fazer um bom resto de mandato. Tenho essa profunda convicação.
Poderia falar do PSD e das tonterias gravitantes dos pseudo-barões, situacionistas e oposicionistas. Triste partido que estava guardado para tão triste destino. Ninguém se entende e o melhor mesmo é saírem todos e alguém forte surgir para refundar o espaço ideológico, doutrinário e programático, sem vícios nem viciados.
Mas vou falar de algo colateral. Diz o Dr. José Miguel Júdice, a esta hora, que só deve falar do Benfica quem é do Benfica para justificar que só deve falar do PSD quem pertence a este partido. Mas lá foi falando do PSD, logo ele que saiu do partido para apoiar o candidato do PS à Câmara de Lisboa logo depois, tendo sido seu mandatário. Já me habituei a ver este homem numa permanente deriva ideológica e armado em grande paladino da ética e das virtudes. Na verdade, não é nada disso: vejo-o como um simples interesseiro, como a generalidades das pessoas, que ganhou materialmente com a mudança de camisola.
Ao lado dele, António Barreto é – e é mesmo! – um senhor. Pensamento lúcido, boa análise social, estruturação de fundamentos e de conceitos. Uma das boas cabeças deste país, ao lado de uma cabeça no ar. Que diferença.
E ‘prontos’, por hoje é tudo.
I will be back!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Festival da Canção

Ontem, para relaxar do trabalho, e porque era Domingo, vi o Festival da Canção.
Bons artistas, boas vozes, boas músicas. Contudo, não ganhou a que achei a melhor música, a mais 'festivaleira', a que poderia, na minha opinião, representar-nos melhor. Para mim, era a canção 10, sem dúvida alegre, melodiosa, positiva, feliz e muito ligeira e agradável. Mas não, ganhou uma boa voz num tema triste, soturno, só nosso, que dificilmente cativará alguém no Eurofestival. Pode ser que me engane, mas vai ser mais um ano igual ao anterior.
Ah! Anteontem estive no meu paraíso. Que alegria, que satisfação, que cansaço benvindo. Tomara eu que fosse todos os dias assim.

terça-feira, 4 de março de 2008

Trabalho

Trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho e mais trabalho. Tanto trabalho, ultimamente. Falta o tempo para este espaço. Espero que tudo fique mais sereno e que volte a ter algum tempo, por pouco que seja, para aqui colocar reflexões, pensamentos, críticas, análises e outras letras e palavras, algumas formando conjuntos coerentes, outras nem tanto.
Terá de ficar para depois porque agora tem sido, é deverá ser trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho e mais trabalho!
E eu gosto assim.