quarta-feira, 16 de abril de 2008

NADA!

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- ponto de fuga agora é ponto final!

O silêncio

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A ausência

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O vazio

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PAUSA POR TEMPO INDETERMINADO - TALVEZ O FIM

Estou em Angola, a tabalhar e tenho aproveitado para reflectir.
Às vezes temos de silenciar-nos para pouparmos aquilo que para nós é mais importante.
Quando alguém escreve interage com outros. Aceito o debate franco e elevado mas recuso aceitar que outras pessoas que me são queridas possam ser enlameadas.
Por isso, vou auto-impor uma regra de silêncio.
Nem vai haver sequer mais crónicas sobre Angola, nem pensamentos, nem reflexões.
Há pessoas que não sabem entender o que é uma disputa de ideias 'fair' e o que é a chafurdice dos ataques violentos e gratuitos.
E eu cansei-me. Quero poupar as pessoas que enchem o meu mundo. Tenho esse direito. Vou exercê-lo. Um acto egoísta, assumidamente egoísta.
Por isso, peço desculpa mas a partir de agora e por muito tempo, neste espaço reinará o silêncio das palavras.
Não sei se aqui voltarei tão breve.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

St3ve e Nunes

O St3ve e o Nunes têm andado aqui ‘picados’.
Não me compete ser nem conciliador, nem árbitro, nem sequer agitador. Penso que devemos sobreelevar o facto de terem querido partilhar com todos nós os seus pontos de vista. Ainda bem que assim o fizeram, com respeito e tolerância, ainda que com força na expressão dos argumentos invocados.
Provavelmente, ambos terão razão, ou razões e não importa traçar aqui uma bissectriz da razão certa ou mais certa porque, essa, ninguém a consegue definir com justiça absoluta. Porque as razões, as ‘nossas’ razões, no juízo que formulamos, parecem-nos sempre as mais válidas e julgar os outros parece sempre mais fácil do que fazer um auto-exame. Que é difícil e não assegura a imparcialidade em causa própria.
Por outras palavras, a razão nunca está só de um lado e estará aqui, neste caso, seguramente, também repartida pelos dois lados. Em que proporção não sei, nem vou cair nesse erro.
O St3ve, porque a mãe concorreu nas listas do PSD e depois, com a saída intempestiva do Sr. Arnaldo Caxias, assumiu a liderança da Junta, pelo mesmo partido, tendo concorrido mais tarde pelo PS, liderando até hoje a Junta de Freguesia de Martinchel.
Para ele, a mãe quis servir a sua terra e as suas gentes e, seguramente, terá seguido aquilo que considerou serem os melhores interesses para que, com as ‘suas’ razões, pudesse continuar a dirigir a freguesia.
O Nunes vê as coisas numa linha mais programática, doutrinária. Para ele, quem concorre por um partido deve rever-se minimamente nele e não será simpático andar a ‘mudar de camisola’ a troco de umas obras na freguesia.
Terá a sua razão também.
O problema é que se não tivesse mudado do PSD para o PS, provavelmente, teria havido menos investimento na freguesia de Martinchel.
Dou 2 exemplos. No anterior mandato, São Miguel do Rio Torto não tinha praticamente execução de obra. Era do PSD. Para Alvega havia imensos projectos, nomeadamente a praça central para requalificar. Era do PS.
Após as eleições de 2005, São Miguel mudou para o PS e as obras são mais que muitas; ao contrário, Alvega mudou para o PSD e para conseguir alguma coisa, só com muito esforço e lutando contra inúmeras adversidades.
Esta forma de actuar, por parte dos dirigentes do PS, em Abrantes, é que conduzem a uma aparente ‘mercantilização’ da política. É este ‘jogo da cenoura e do burro’ que leva a que pessoas mudem para o partido da situação, de modo a beneficiar de mais umas obritas nas suas terras.
Há quem resista aos apelos da maioria – as abordagens, calculo eu, devem continuar a existir – e há quem não valorize tanto a fidelidade a um símbolo, a um logótipo, a uma bandeira e, simplesmente, nos transmita a sensação – a nós, que acreditamos que os candidatos deveriam estar nas listas dos partidos por se identificarem com os mesmos – de trocarem convicções por conveniências.
Isto é que é grave e são estes comportamentos discricionários terão de ser combatidos. Sempre. Seja lá quem for que governe. A bem da ética e da elevação dos bons princípios e dos bons costumes.
Não sei se ajudei ou se, pelo contrário, espicacei alguém. Pretendia apenas dar a conhecer o meu ponto de vista sobre esta troca de argumentos neste espaço da blogoesfera. Fico orgulhoso por termos uma comunidade – ainda que restrita – que começa a interagir com os autores locais de blogues.

Luanda 02

Jantei na Ilha de Luanda, no Coconuts.
O jantar foi agradável, a companhia também, mas a magnífica vista sobre a cidade é sempe irrepetível e única. Uma maravilha, uma beleza transbordante e revigorante.
De momento, estou cansado. Foi um dia longo, em cima de uma noite mal passada a bordo de um 747-400.
Amanhã, novos desafios pela frente, na busca de perspectivas de trabalho interessantes.
É impressionante como a estadia, ainda que breve, longe do nosso país e dos que nos são queridos, nos coloca interrogações e nos conduz a processos reflexivos mais profundos.
A distância abre em nós, por via da saudade e da ausência dos seres que enchem o nosso mundo mais restrito, fenómenos de aproximação, de vida mais gregária, para compensar as ditas ausências, saudades e distâncias.
Estou novamente a gostar de estar em Angola mas não deixo de pensar no meu mundo.

Luanda 01

Cheguei esta manhã, novamente, a Angola.
Dia quente, muito quente e húmido, com queda de chuvas fortes ao final da tarde, para logo voltar a secar.
Este é um país fascinante. É a segunda vez que aqui venho, em trabalho, pois claro.
A baía está fantástica, já fiz alguns contactos e encontrei pessoas conhecidas e amigas.
Amanhã o dia começa cedo, muito cedo, na zona do Morro Bento, depois na Embaixada e ainda numa exploração avícola.
A ver vamos como vou postar aqui umas imagens. É que não trouxe máquina fotográfica. Hei-de arranjar uma solução.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A violência nas escolas

O assunto está na berra. Ainda nada escrevi sobre o mesmo porque me considero perplexo. Mas considero que a escritora Alice Vieira escreveu um belo texto sobre o mesmo no Jornal de Notícias do passado dia 30 de Março.
Aqui fica, com a devida vénia:
"Desculpem se trago hoje à baila a história da professora agredida pela aluna, numa escola do Porto, um caso de que já toda a gente falou, mas estive longe da civilização por uns dias e, diante de tudo o que agora vi e ouvi (sim, também vi o vídeo), palavra que a única coisa que acho verdadeiramente espantosa é o espanto das pessoas.
Só quem não tem entrado numa escola nestes últimos anos, só quem não contacta com gente desta idade, só quem não anda nas ruas nem nos transportes públicos, só quem nunca viu os "Morangos com açúcar", só quem tem andado completamente cego (e surdo) de todo é que pode ter ficado surpreendido.
Se isto fosse o caso isolado de uma aluna que tivesse ultrapassado todos os limites e agredido uma professora pelo mais fútil dos motivos - bem estaríamos nós! Haveria um culpado, haveria um castigo, e o caso arrumava-se.
Mas casos destes existem pelas escolas do país inteiro. (Só mesmo a sr.ª ministra - que não entra numa escola sem avisar…- é que tem coragem de afirmar que não existe violência nas escolas…)
Este caso só é mais importante do que outros porque apareceu em vídeo, e foi levado à televisão, e agora sim, agora sabemos finalmente que a violência existe!
O pior é que isto não tem apenas a ver com uma aluna, ou com uma professora, ou com uma escola, ou com um estrato social.
Isto tem a ver com qualquer coisa de muito mais profundo e muito mais assustador.
Isto tem a ver com a espécie de geração que estamos a criar.
Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs.
E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos olhos, tivermos outros olhos, se tivermos um rosto humano.
E por isso as nossas crianças crescem sem emoções, crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.
Durante anos, foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido.
Durante anos, foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.
E durante anos os pais e os professores foram deixando que isto acontecesse.
A aluna que agrediu esta professora (e onde estavam as auxiliares-não-sei-de-quê, que dantes se chamavam contínuas, que não deram por aquela barulheira e nem sequer se lembraram de abrir a porta da sala para ver o que se passava?) é a mesma que empurra um velho no autocarro, ou o insulta com palavrões de carroceiro (que me perdoem os carroceiros), ou espeta um gelado na cara de uma (outra) professora, e muitas outras coisas igualmente verdadeiras que se passam todos os dias.
A escola, hoje, serve para tudo menos para estudar.
A casa, hoje, serve para tudo menos para dar (as mínimas) noções de comportamento.
E eles vão continuando a viver, desumanizados, diante de um ecrã.
E nós deixamos
."
Quem me enviou este mail - um médico conhecido em Abrantes e não só - acrescentou uma citação de Leonardo da Vinci:
"Pouco conhecimento faz que as criaturas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe."

Ajuste directo que me desgostou

Ontem, na reunião semanal da Câmara Municipal de Abrantes, esteve presente um processo simples, de pouco valor, mas que motivou que eu e o vereador meu colega de partido, José Moreno, tenhamos votado contra.
Era proposto adjudicar um estudo prévio de arquitectura, por valor inferior a 5 mil euros, por ajuste directo, a um determinado atelier de arquitectos. Invocava-se alguma urgência no assunto.
Nada tenho contra os contratados. Admito até que sejam bons profissionais e sei que têm feito trabalhos com interesse.
Trata-se do mercado diário, que deverá ser requalificado, da ligação deste espaço à Tapada da Fontinha, designadamente à futura bolsa de estacionamento, dado que o novo museu irá ‘roubar’ lugares de estacionamento à primeira plataforma do parque do Convento de S. Domingos e é preciso encontrar alternativas.
Em primeiro lugar, a Tapada da Fontinha não é uma novidade, por isso, a questão do carácter de urgência ou de celeridade no andamento deste processso, é um falso argumento. Há anos que todos os partidos falam da necessidade de intervenção no Vale da Fontinha ou na Tapada da Fontinha (designações diferentes para o mesmo assunto) e já nem sei quem teve primeiro a ideia. Nem isso interessa. Sei que a Câmara Municipal, para aí em 1994, começou a adquirir terrenos nessa tapada e chegou mesmo a desenvolver alguns processos de ideias para uma bolsa de estacionamento, estrada de ligação do hospital à Av das Forças Armadas, espaço de feiras e exposições, entre outros.
Por isso, de há muito que todos sabíamos que o espaço iria ser intervencionado.
Também sabemos (e eu falei disso em reunião de CMA, não reclamando para mim ter sido nem o único nem o primeiro a falar nisso), que o acesso desde a Av 25 de Abril ou da zona do Largo 1º de Maio à Tapada da Fontinha é péssimo e perigoso, por ser muito íngreme.
Assim, o melhor que poderia ter sido feito era um concurso aberto, o mais aberto possível, para que o maior número possível de arquitectos pudessem apresentar as suas propostas em fase de estudo prévio para, depois, se seleccionar a melhor e avançar com as fases de projecto subsequentes.
Com a entrega a um único concorrente, esta pluralidade de visões e de propostas fica prejudicada. Em última instância, é menos uma oportunidade que damos aos inúmeros arquitectos que andam por este país – e muitos deles são abrantinos.
Ao que parece, o valor em causa prende-se com o acto administrativo – a simples requisição do Presidente da CMA, pelo valor envolvido. Se calhar, o atelier até já fez parte ou a totalidade do trabalho e o acto de ontem era apenas para regularizar a situação. Não sei nem quis saber. O que me preocupa e me levou a assumir esta posição foi o facto de, em Abrantes, não ser possível haver concorrência, de estar tudo decidido e mais que decidido, de andarmos todos a fazer de conta que podemos, sozinhos, mudar as regras do jogo.
Não podemos. Esse papel cabe a quem decide, em última instância. Cabe a quem vota. O poder eternizado tende a desvirtuar, com o passar dos anos, muitas das regras básicas de vida em democracia e a interiorizar vícios, alguns benignos, outros malignos.
Sou – sempre fui – pela confrontação de ideias. Neste caso, defendo que também os pensadores da cidade e do espaço público, pudessem confrontar-se apresentando diferentes propostas.
Tal não foi possível. É que 2 votos contra no meio de 5 a favor pouco mais são do que um registo numa acta que ninguém – ou quase ninguém – lê e que não ficará, seguramente, para a história da cidade e do concelho.
Às vezes, pequenos exemplos elucidam bem o retrato de determinada época ou de determinadas pessoas ou instituições. É por isso, só por isso, que aqui deixo este contributo e esta reflexão.

Ainda não tinha pensado nisto

Recebi um mail de pessoa amiga suscitando um assunto sobre o qual ainda não tinha parado para pensar.

Roubo...custa mais de 4.500€ cada litro,
e nem é para beber ! Quanto custa?

O que é que custa mais de 4500€ o litro e não é nem para beber? Resposta: TINTA DE IMPRESSORA! VOCÊ JÁ TINHA FEITO O CÁLCULO?
Veja o que estão fazendo connosco! Já nos acostumamos aos roubos e furtos e ninguém reclama mais... Há não muito tempo atrás, as impressoras eram caras e barulhentas. Com as impressoras a jacto de tinta, o mercado matricial doméstico mudou, pois todos foram seduzidos pela qualidade, velocidade e facilidade dessas novas impressoras. Aí veio a grande sacada dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e cartuchos cada vez mais e mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais do que a própria impressora. Olha só o cúmulo: pode acontecer de compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos. VEJA ESTE EXEMPLO: Uma HP DJ3845 vendida nas principais lojas por 70€. A reposição dos dois cartuchos (10 ml o preto e 8 ml o colorido), ficam em torno de 45€. Daí você vende a sua impressora semi-nova sem os cartuchos por uns 30€ (pra vender rápido), junta mais 15€ e compra uma nova impressora e com Cartuchos originais de fábrica, ainda economizará 25€! Os fabricantes fingem que nem é com eles, dizem que é caro por ser tecnologia de ponta. Para piorar, de uns tempos para cá passaram a DIMINUIR a quantidade de tinta (mantendo o preço).
Um Cartucho HP, com uns míseros 10ml de tinta custa 19€. Isso dá 1,9€ por mililitro.
Só para comparação, o Champagne Veuve Clicquot City Travelle custa por mililitro 0,43€ . Só acrescentando: as impressoras HP1410, 3920 que usam os cartuchos HP 21 e 22, estão vindo somente com 5 (cinco) ml de tinta! A Lexmark vende um cartucho para a linha de impressoras X, cartucho 26, com 5,5 ml de tinta colorida por 25€. Fazendo as contas: 1.000ml / 5.5ml = 181 cartuchos x 25€ = 4525€ 4525€ por um litro de tinta colorida! Com este valor podemos comprar aproximadamente:


- 300gr de OURO; - 3 TVs de Plasma de 42; - 45 impressoras que utilizam este cartucho; - 4 notebooks; - 8 Micros Intel com 256 MB. Ou seja, isto é um assalto!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Onde é que ando eu?

Pergunta o Steve no último post.
Boa pergunta.
Atravesso uma crise de fé na blogoesfera, semelhante à que atravessei noutros domínios da minha vida.
Da última vz que tive uma crise de fé, afastei-me dela e nunca mais voltei a tê-la.
Continuo, porém, a sentir alguma motivação para postar, não com tanta frequência como era hábito, mas ir postando na mesma.
Tenho andado a trabalhar. É a melhor e mais verdadeira resposta. De semana trabalho, ao fim de semana estou com a família.
Não fui ao Encontro da Inovação e Empreendedorismo, não fui à inauguração do Inov.Linea (Centro Tecnológico para o Sector Agro-Alimentar), não acompanhei a visita dos deputados do PSD à freguesia de Alvega.
Continuo a ser autarca, atento, preocupado mas com menos tempo para acompanhar a vida do concelho. Viajo por ele, seja ao norte, seja ao sul, continuo a verificar as inúmeras carências e lacunas que tem, mas faço-o no recato da família. E viajo mais, também, para fora do concelho.
No penúltimo fim-de-semana, fui a Leiria. No passado fim de semana, almocei em Ponte de Sor, no Restaurante Gato Preto, passei no Fluviário de Mora (belo equipamento, que atrai públicos, aquilo que propus em 2001 e 2005 para o nosso concelho mas não vingou porque não venci as eleições). Ainda fui a Badajoz, cidade onde se nota uma brutal diferença face a Portugal, a começar na forma como é planeada, como as ruas são largas e amplas e os passeios possuem mais de 8 metros (se calhar mais de 10!), para dar lugar ao peão e à fruição do espaço.
Por outras palavras, para dar uma resposta breve ao Steve, ando numa fase ligeiramente diferente. Continuo a ter um olhar crítico sobre a nossa sociedade, continuo descontente com a governação da cidade e do concelho, acho fundamental que surja uma alternativa forte que corra com os actuais inquilinos dos Paços do Concelho para a rua, mas dei o meu contributo e disponibilizei-me em devido tempo para o fazer, não tendo recebido esse mandato por parte dos meus concidadãos. Tendo decidido não voltar a concorrer, abro espaço para outros(s) e auto-imponho-me algum recato e uma elevada dose de discrição.
Por isso, agora, penso muito mais para mim, vou construindo as minhas reflexões e vou-as reservando mais para mim. Penso que é útil até para quem possa vir a ser o próximo candidato do PSD à Câmara Municipal de Abrantes, seja ele quem for. E juro que não sei quem será, nem sei se alguém já sabe quem será. Isso importa? Claro que sim. Quanto mais rápido a oposição possuir uma resposta alternativa forte, mais depressa aumentam as possibilidades de nos vermos livres desta maioria cada vez mais isolada e autoritária, claramente despesista e sem rumo de futuro sustentável. Mas não posso fazer nada, nem nesse domínio.
A política corrói a alma das pessoas, torna-as mais calculistas, mais frias, depois de aprenderem a fazer o jogo de cintura que permite a manutenção dos estatutos adquiridos. Tende a tornar-se num mercado de interesses, onde se compra e vende, desde apoios a juras de solidariedade e lealdade internas. No fundo, é um terreno de luta pela sobrevivência.
Por vezes, a política corrói tanto que as pessoas até fraquejam e trocam de camisola partidária para poderem continuar a servir o melhor que sabem as suas comunidades. O Steve sabe bem do que falo. E não estou a julgar ninguém. Nas Fontes sucedeu o mesmo e o PSD também já albergou foragidos do PS. É normal, é corrente, não direi que é exemplar, mas é mais ou menos banal.
Contudo, cansei-me de viver nesse mundo e nessa aparente promiscuidade.
Eu não gosto do PS de Abrantes. Ponto final. Tenho vários motivos para não gostar. Têm normalmente mais votos que o PSD, e essa é uma razão. É formado por muita gente com a qual não me identifico nem relaciono, e essa é outra razão (faço aqui um parênesis para dizer que tenho grandes amigos do PS, fora de Abrantes, espalhados um pouco por todo o país). Combate, normalmente, a iniciativa privada e acha que os patrões são todos uns ladrões choramingas mas que não prescindem de grandes lucros, grandes carros e grandes vidas, e essa é outra razão. Adoptaram um modelo de comunidade que, continuo a pensar, nos irá atirar para um beco sem saída, pelo aumento exponencial das despesas municipais que implica, sem que se veja crescimento e desenvolvimento sustentável no nosso concelho. Pediram a minha demissão enquanto Director do Centro de Saúde por causa de coisas que outra pessoa terá dito em plena campanha eleitoral, pretendendo prejudicar-me na minha vida profissional e pessoal, e essa é outra razão.
Ainda na última assembleia municipal tive um exemplo de como os socialistas em Abrantes pode ser. O líder de bancada do PSD fez uma intervenção e gastou o tempo todo que o PSD tinha para o PAOD. Não interessa aqui julgar a intervenção, mas apenas o que se passou em seguida. Tendo percebido que o Presidente da Junta de Freguesia de Alvega ficou espantado por não ter tempo disponível para usar da palavra, enviei um sms para um dirigente do PS, presente na assembleia, a dizer que seria simpático se pudessem oferecer 5 minutos do tempo deles para que o Presidente da Junta de Freguesia de Alvega pudesse falar, porque se tinha inscrito para o fazer e porque a população de Alvega estava em peso presente para discutir o problema do encerramento da Escola EB 2,3 Dr Fernando Loureiro e gostaria, por certo, de o ouvir.
Em resposta, recebi uma nega. Não nos poderiam conceder esse tempo. Não era o procedimento de cortesia habitual, mas foi essa a resposta que recebi. Guardo ainda essa mensagem.
Sem saber que estas diligências se passavam, através dos sms dos telemóveis, ao mesmo tempo que a sessão decorria, o Presidente da Assembleia Municipal informou que tencionava dar, excepcionalmente, 2 minutos para que o Presidente da JF de Alvega usasse da palavra, apesar de o tempo disponível se ter esgotado na única intervenção proferida pelo líder de bancada do PSD.
De imediato, o Presidente da Câmara disse que, por certo, a bancada do PS poderia ceder algum do seu tempo. E não é que o mesmo senhor que me recusou o tempo concordou, afinal ceder 5 minutos do tempo da bancada do PS para o Presidente da Junta de Freguesia de Alvega poder fazer a sua intervenção.
Alguém entende?
Eu não, sinceramente. E é por isso que o Pedro Marques se vai afastando, se vai sentido a mais neste mundo de ideais misturados com truques e fintas, de gente séria misturada com gente menos escrupulosa.
Refugio-me no trabalho e na família. E também no meu Paraíso, quando lá posso ir. E é lá, na quietude da paisagem bucólica, ouvindo as águas agitadas que correm, embriagado com a paleta de cores e com o chilrear dos pássaros, que vou continuando a pensar e a reflectir e sinto fermentar novas linhas de pensamento e novos interesses na vida.
Até breve Steve e demais leitores deste espaço. Voltarei quando fôr possível. E prometo não prestar atenção a outros blogs que aproveitam cada palavra minha para construir uma linha de pensamento negativa, sustentada nos ódios e querelas. Que se lixem!