sábado, 16 de julho de 2005

Atitudes

Há quatro anos protagonizei a candidatura do PSD à Câmara Municipal de Abrantes.
Muitos disseram que era uma candidatura que iria perder de modo estrondoso.
Curiosamente, os resultados foram superiores às expectativas de muita gente. O PSD, sozinho, conseguiu ter maior percentagem de votos do que 4 anos antes, em que concorreu juntamente com o CDS.
A soma dos votos do PSD e do CDS, em 2001, em percentagem, dá um score superior àquele que Humberto Lopes conseguiu em 1989, quando PSD e CDS concorreram também juntos.
Há quatro anos atrás, muitas foram as negociações entre PSD e CDS. Inglórias. À beira da entrega das listas, houve mudanças de camisola.
Entrou nas minhas listas um sujeito, recomenado por outro senhor, igualmente do norte do concelho, homem poderoso que me telefonou quando eu ia a entrar na Antena Livre para gravar uma crónica radiofónica. Entrou para quarto mas acabou em terceiro, a seu pedido e insistência.
Falei com o homem e pensei que poderia ser útil. E foi, em certa medida, menor do que a que o próprio gosta de apregoar.
Passado uns tempos, filiou-se no PSD. Fez o seu percurso, tomou as suas atitudes, concorreu a Presidente do PSD, perdeu e começou um percurso cada vez mais sinuoso de ofensas, calúnias e insinuações na comunicação social.
Foi alvo de um processo disciplinar que ainda corre na Jurisdição do PSD.
Ontem, assumiu a sua condição de candidato do CDS (voltou para lá, fique bem!).
Ainda bem! Há atitudes que, parecendo (e sendo) más acabam por ser óptimas.
Contudo, não deixam de ser atitudes, cujos valores éticos deixam muito a desejar, porque fundadas em incontornáveis incoerências e percursos erráticos!

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