quarta-feira, 3 de agosto de 2005

Vergonhas

1- É uma vergonha aquilo que o Diário de Notícias traz hoje ao conhecimento geral. Afinal, a demissão do top management da Caixa Geral de Depósitos foi uma atitude de represália. A Caixa recusou-se a fazer parte do lote de investidores privados de apoio à construção dos "erros" projectuais do TGV e da OTA e José Sócrates não esteve com falinhas mansas: colocou-os todos no olho da rua. É bonito, sim senhor. Vais longe, espera lá que vais...
2- Não satisfeito com as medidas de rigor exigidas aos portugueses, José Sócrates vai fazer férias no Quénia, num safari. É um lindo exemplo de austeridade e de rigor, de contenção e de sacrifícios.
A nossa comunicação social, mais "esquerdófila" do que nunca, mostra ter dois pesos e duas medidas. Imaginem se fosse Durão Barroso ou, melhor ainda, Santana Lopes, a ir de férias para o Quénia deixando o país em cacos e com dificuldades tremendas para superar, com centenas de milhar de pessoas que têm de passar as suas férias fechados em casa porque não têm dinheiro para ir a lado nenhum.
No Quénia? Sinceramente...
3- Este Governo prossegue a sua política indiscriminada de saneamento. Ao pé da frieza do núcleo duro deste Governo, os rapazes do PSD são uns autênticos "meninos de côro". Ontem foram demitidos os directores do IEFP (Centros de Emprego e de Formação Profissional) que ainda estavam em funções.
Depois de, no mês passado, ter havido uma primeira "razia" no Alentejo, ontem e anteontem calhou a vez aos que faltavam demitir no Alentejo e creio que à quase totalidade dos dirigentes de Lisboa e Vale do Tejo.
Uma vergonha cega, onde o mérito e os bons resultados não tiveram acolhimento. A máquina do PS em Tomar, por exemplo, andava sôfrega e ávida de "sangue" e, juntando isso ao grupo "dos que mandam verdadeiramente no país", redundou na demissão de gente boa, sem ligações partidárias a lado nenhum, mesmo que os méritos do seu trabalho sejam inegáveis. De uma assentada, Centro de Emprego e Centro de Formação ficaram sem Directores. Esperemos agora pelos anunciados CONCURSOS PÚBLICOS! (Ah! Ah! Ah! - estou a rir-me sem vontade).
Pelo que sei, em Lisboa e Vale do Tejo, terão resistido ao "raid" os Centros de Emprego de Abrantes e de Reabilitação de Alcoitão. Não sei se há mais.
Servem-se das pessoas, fazem-lhes elogios em público (como foi público recentemente em Abrantes relativamente ao desempenho da Directora do Centro de Formação Profissional de Tomar), reiteram-lhes a confiança em público (ainda com apenas 1/3 do mandato cumprido) mas retiram-lha em privado, menos de um mês depois.
Mudar em final de mandato, acho razoável e possível; mudar com o trabalho a meio depois de ter sido pedido às pessoas que assumissem a casa em circunstânicas difíceis e com resultados de mérito a comprovar a teoria de que há más demissões, acho um vómito político.
Acho mesmo deplorável o que foi feito. Não há que ter medo em dizê-lo. Uma vergonha e uma miséria. Idiotas, salafrários, bastardos (para não lhes chamar outra coisa)...

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