Há uns anos atrás, aquando do debate acerca da legalização do aborto, ainda Natália Correia era deputada, gerou-se uma controversa polémica entre um deputado, de seu nome João Morgado, eleito pelo CDS e a deputada e poetisa dos Açores.
Sempre tive conhecimento dessa polémica mas o mundo dos mails enviados e recebidos fez com que o meu amigo António Castelbranco me fizesse chegar o poema que Natália Correia fez para João Morgado sobre o assunto e que constou da sua intervenção no Plenário.
Para que conste, decidi perpetuar tão belo poema dirigido a uma mente excessivamente conservadora, que respeito apesar de não ser exactamente a minha opinião sobre o assunto.
Cá vai:
"Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado."
Agora percebo porque a intervenção fez rir toda a Assembleia da República, em todas as bancadas. Todos menos, talvez, o próprio João Morgado.
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