Tenho a sensação de que hoje foi apenas e só mais um dia normal.
Um dia em que nada de significativo aconteceu em Abrantes.
Um dia em que se adensou o nevoeiro sobre o futuro e em aquele que leva a laranja continua a caminhar em sentido ascendente, furando esse mesmo nevoeiro e caminhando em plano inclinado.
Alguma coisa de transcedente aconteceu? Creio que não, no meu juízo.
Apenas um certo cheiro a nostalgia, uma atmosfera de natfalina e algum odor a formol. Uma sensação deja vu de quem pode estar a sair de cena pela esquerda baixa.
Apenas e só isso.
De resto, o que poderia ter sido verdadeiramente importante hoje em Abrantes? Só um sinal de mudança, de ruptura, de novo caminho, de novas ideias, de novas pessoas, de um novo pulsar.
Nada mais!
O dia começou frio e com núvens. Ainda tentou "abrir" mas continuou incerto. Decididamente, para alguns, o dia de hoje não foi como estava previsto. Ainda ontem diziam no boletim metereológico que o dia de hoje seria muito igual ao de ontem. Às vezes, pensamos uma coisa e acontece outra. Já todos passámos por isso, certamente.
Afinal, o tempo parece premonitório.
Já ninguém segura no bouquet de flores. Já foram lindas mas passaram de moda.
O povo costuma dizer que há quem contem sempre com o ovo no cú da galinha. Mas também é sábio ao dizer que se devem distribuir os mesmos ovos por vários cestos.
Ademais, sobra do dia de hoje - mais um dia intermédio para o Dia da Mudança - a esperança renovada de rápidas melhoras no estado de saúde do concelho, por força da actuação de alguns "agentes agressores".
Enfim, hoje ouvi ainda falar de ambição desmedida, de soberba e auto-orgulho vazio de conteúdo, de tentativa de engodo ao povo, de promoções e despromoções em jeito de trilhar caminhos dinásticos para o futuro.
Percebi que, se calhar, ainda há quem pense que vivemos noutra dimensão, num mundo qualquer virtual. Mas não! Este mundo é concreto, feito de coisas concretas, com e para pessoas concretas.
Que sabem distinguir o cheiro do jasmim daquele que provém de uma ETAR que não cumpre a função para que foi concebida.
Que sabe tolerar mas também sabe sancionar. Sim, porque é o povo quem decide.
Não! Acreditem que não foi nenhum filme de ficção científica. Também não foi sonho ou pesadelo. Foi apenas uma brisa leve que passou e empurrou o mau cheiro lá mais para longe.
A propósito: gosto de rosas...
...laranjas!...
...e também amarelas!
(crédito de foto devido a http://www.ideotario.com/blog500_zzz_flor019.jpg)