Luís Filipe Menezes continua no seu estilo habitual: diz o que pensa. Pode nunca chegar a líder, pode lá chegar e nunca ser escolhido para Primeiro Ministro, pode tudo e mais alguma coisa mas ninguém pode acusá-lo de falta de coragem e sinceridade.
Hoje, no seu artigo do Correio da Manhã, lá vêm farpas. Hoje não coloco o link, opto mesmo por transcrever as partes mais acintosas:
- "se um mau Governo é mau para o País, o suicídio da Oposição é o passo para o abismo";
- "rodeando-se de equipas menores, o Presidente do PSD colocou no topo da hierarquia político-administrativa alguns dos militantes mais viciados em manigâncias «aparelhistas»";
- "O que se tem passado desde então faria corar de vergonha o Dr. Álvaro Cunhal. Funcionários históricos que serviram quase todos os presidentes do partido, são afastados por serem «independentes», nomeadamente nos estratégicos sectores das filiações, organização de ficheiros e informática";
- "chega-se ao caricato de a secção de Algés rejeitar a admissão de dois «delinquentes»: o filho de Helena Lopes da Costa e o sobrinho de Ana Manso, deputadas do partido! Em contrapartida, as filiações convenientes entram pela porta do cavalo, ao arrepio de qualquer controlo ";
- "o secretário-geral censura o "Povo Livre", os regulamentos eleitorais são aplicados à medida, as quotas pagas selectivamente. Os cadernos eleitorais distribuídos ilegalmente, violando os estatutos e a lei de protecção de dados, os códigos para pagamento de quotas são transaccionados no mercado negro. Um desaforo, uma vergonha, um caso de justiça, da verdadeira...";
- "qualquer dirigente que tenha participado nas minhas listas é vetado";
- "esta semana um jornalista de topo foi invectivado, ao mais alto nível da hierarquia social-democrata, por ter tido a veleidade de me entrevistar num canal televisivo regional";
- "a partir desta data e desta chamada de atenção, Marques Mendes não tem desculpa: ou intervém, ou é co-responsável por este caos".
Espero que alguém demonstre publicamente que estas acusações são falsas. Espero mesmo porque, caso contrário, tenho de perguntar-me a mim mesmo se este é o partido ao qual aderi há duas décadas atrás?!? Ou é o partido que está errado ou sou eu. Preciso de saber...
3 comentários:
1. «De tempos a tempos alguém me diz que gosta de ler o que escrevo e assim lá vou conhecendo os leitores deste espaço, um a um e aumentando o meu ego. Não devo escrever mal, concluo. O que é diferente de ter consciência de escrever bem. Isso sei que não tenho porque seria errado e falacioso constatar uma inexistência.»
http://pedropmarques.blogspot.com/2006/07/escrever-e-ler.html
2. «Espero mesmo porque, caso contrário, tenho de perguntar-me a mim mesmo se este é o partido ao qual aderi há duas décadas atrás?!? Ou é o partido que está errado ou sou eu.»
Pedro,
Desculpa começar o comentário com duas citações e tratar-te na segunda pessoa do singular.
Estudámos na mesma escola e temos a mesma idade, portanto, dispenso os formalismos.
Admiro a tua coragem que rareia nos políticos ou comentadores com intervenção política (cf. com jornal Abarca, Novembro de 2006, artigo «palpitações» p.11).
Na política, na vida, as pessoas devem dar a cara, emitirem opiniões e admitirem opiniões diferentes.
Esta observação faz sentido se pensarmos que escreveste:
«tenho de perguntar-me a mim mesmo» quando quererias escrever:
«tenho de perguntar-me» o «perguntar-me» implica interrogar a mim, a mim a mim mesmo é, obviamente, redundante.
Do mesmo modo:
«ao qual aderi há duas décadas atrás?!?»
é redundante ... há duas décadas remete, inevitavelmente, para o passado, jamais poderia ser há duas décadas àfrente, refiro-o, pois, é um erro (uma redundância) comum, muito comum (Miguel Sousa Tavares por exemplo, é um bom exemplo dessa fraseologia).
Acho que me estou a afastar do objectivo deste comentário, isto pretendia ser uma palmada nas costas... um não te doa a voz e afastei-me um bocadinho.
Espero que não censures o comentário, como outros:
http://santamargarida.blogspot.com/2006/09/471-onze-de-setembro-ainda.html
Dizia eu... por muita vontade que tenhamos de criticar, há críticas que têm de ser feitas em casa, no recato do lar, com a vossa família não concordo, portanto, com a suposta coragem do presidente de Gaia.
Errata:
«com a vossa família não concordo, portanto, com a suposta coragem do presidente de Gaia.»
(...)com a vossa família.
Não concordo, portanto, com a, suposta, coragem do presidente de Gaia.
(aproveito para dizer que as regras que utilizo para a pontuação são as do discurso oral, assim, -suposta- entre vírgulas, poderia estar entre ()... no contexto é tão irónica como a palavra:coragem)
Afinal não foi censura.
Problemas informático.
O comentário está lá... dei por ele hoje.
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