sexta-feira, 31 de março de 2006
Revista Atlântico
Ruído de fundo
quarta-feira, 29 de março de 2006
Vozes de B...
segunda-feira, 27 de março de 2006
A preguiça informativa e a má imprensa
Por outras palavras, são cada vez mais raros os jornais e os jornalistas que ousam abandonar o conforto da sala de redacção para irem à procura de notícias.
De vez em quando lá surge uma entrevista ou um trabalho de fundo, como o têm feito recentemente “Primeira Linha”, “Gazeta do Tejo” e “Abarca”. Percebe-se bem: estão a medir-se e a lutar pela mesma fasquia de leitores, o mercado local é cada vez mais estreito e os títulos vão aumentando.
Mas, a nível mais geral e até mesmo nesses jornais, sei bem o que é a tendência para se fazerem notícias com base na nota informativa, no press release, no comunicado oficial.
Já fiz comunicados como vereador eleito na oposição que vi transcritos, palavra por palavra, em alguns órgãos de comunicação social. Nem se deram ao trabalho de me procurarem ouvir, de ouvir ainda outras partes visadas, de confirmar, de investigar, enfim, de produzir matéria.
Outros produtos de comunicação deixaram, pura e simplesmente, de fazer notícias. São assim como que pretensiosos de serem iguais aos nacionais, só que pior, muito pior. Para órgãos nacionais, prefiro os nacionais e os que são de cá e nada noticiam de cá, podem existir bem sem mim como cliente. Na imprensa escrita como na rádio.
É por isso que alguns jornais correm o risco de se transformarem em “pastelões” e alguns jornalistas em “pasteleiros”, sem ofensa para estes.
Felizmente, há alguns órgãos de comunicação social locais e regionais que se esforçam por serem bons produtos. Como em tudo na vida, há bom e mau.
Espero que o novo produto de José António Saraiva, que tanto promete em termos de rotura com o jornalismo tradicional, nos traga novos conceitos jornalísticos, novas formas de abordar o mundo, novos e mais atractivos motivos de reforço da ligação entre quem escreve e quem lê, neste mundo mediatizado, globalizado, “tecnicizado” e em que tudo depende de ser, cada vez mais, claro, concreto e conciso. Porém, verídico, acrescento eu, porque assim tem de ser e estou habituado a ver muitas mentiras ou histórias mal contadas surgirem por aí, vendo a luz do dia, como se de verdade cristalina se tratasse.
A accountability de que Jorge Sampaio fala e de que tanto se fala agora na reforma da Administração Pública, tem de chegar e vai chegar ao jornalismo; que tem de se afirmar pela pesquisa, pela autenticidade, pela confiança que quem lê deve depositar no serviço de quem produz.
O sistema formal e informal de comunicação social deverá ser capaz de premiar o bom jornalismo e punir, severamente, os maus produtos.
O fim do porte pago é apenas um bom começo para esta purificação.
Mas sou defensor que todos os projectos de jornais devem revestir, obrigatoriamente, contabilidade organizada e que as suas relações com clientes seja clara, transparente e auditada por auditores do Instituto da Comunicação Social ou das Actividades Económicas. Só assim se pode pôr fim à promiscuidade que pode surgir – e por vezes surge – entre os poderes políticos dominantes e os jornais, jornalistas e directores.
Só assim ficaria mais claro que o “frete” de transcrição do comunicado e do press release e que tem como cortina de fundo um balão de oxigénio, que se traduz em publicidade de apoio à concertação acordada de interesses, tem de ser considerado um mal a eliminar, com pesadas sanções económicas e sociais para os violadores das regras mais básicas de ética e deontologia profissional.
Como é que um jornal sem publicidade pode sobreviver mais de 6 meses?
Como é que um jornal sem leitores pode beneficiar de apoios do Estado para continuar a existir?
Como é que jornalistas que fazem “fretes” ainda têm carteira profissional?
Como é que podem persistir acordos por debaixo da mesa entre empresas de jornalismo e certos poderes contemporâneos ao género dos senhores feudais?
Creio que estes temas, só por si, justificam que um dos nossos jornais locais e/ou regionais promovam uma jornada de trabalho séria, abrangente, pioneira, de onde possa sair um caderno de propostas e recomendações ao Governo.Porém, não pode ser apenas e só show-off, como sucede a maioria das vezes. Deve ser uma iniciativa bem ponderada, bem estruturada, com gente capaz de fazer auto-crítica, reflexão e também analistas insuspeitos, com opinião formada sobre estes assuntos.
domingo, 26 de março de 2006
Os órgãos concelhios do PSD
Presidente
Pedro Manuel Dias de Figueiredo Pereira Marques
Vice-Presidentes
José Antunes Moreno Vaz
Mauro Renato Dias Xavier
Tesoureiro
António Manuel Belém e Ferreira Coelho
Vogais
João Miguel da Conceição Salvador
Fernando Morais Nogueira
António da Cruz
Pedro Manuel Esteves Coelho
Francisco Maria da Costa de Sousa de Macedo Simão
Paulo Luís Sardinha Serra
Sandra Isabel Barreiros Roldão Maia Pita
Vogais Suplentes
Fernando José Pires Alfaiate
Bruno José Ribeiro da Silva Rodrigues
sábado, 25 de março de 2006
Em nome da estabilidade
quinta-feira, 23 de março de 2006
Instabilidade em França
Agora são os jovens, perdidos de cabeça e de razão, por causa da proposta para flexibilizar o mercado de emprego e o mundo das relações laborais em França.
Generosos, sempre generosos, os jovens em França talvez não tenham razão, desta vez.
A medida parece-me acertada.
A este propósito, ver o excelente Editorial do Diário Económico de 3ª feira passada, escrito pelo seu director Martim Avillez de Figueiredo.
Notável.
quarta-feira, 22 de março de 2006
Eleições no PSD/Abrantes
sábado, 18 de março de 2006
Venceram as directas
sexta-feira, 17 de março de 2006
REFLEXÕES DO 101
Navego, vou ao gmail, vejo os blogs de referência, leio os jornais, ligo-me ao mundo. Fantástico tempo este em que as novidades, as opiniões, as referências me chegam facilmente. São quase excessivas, não conseguimos absorver tudo, temos de ser criteriosos – muito criteriosos.
Faço uma resenha dos últimos dias.
Socorro-me de outro blogger, que conheci na minha curta passagem pela Assembleia da República. O Vítor Reis escreveu ontem sobre o Congresso do PSD, que hoje começa. Diz ele:
“A ideia das directas surgiu para colocar em causa a liderança de Durão Barroso.
Na altura, Santana Lopes queria as directas porque pensava que assim derrubaria Barroso.
Então, vimos muita gente no PSD opor-se a esta proposta - porque esvaziava o Congresso, porque daria um carácter populista ao PSD.
Hoje, muitas destas pessoas apoiam as "directas".
Mas será que acreditam genuinamente nesta mudança?
Tenho as maiores dúvidas!
Hoje, a vida interna do PSD está condicionada pelos tacticismos dos que temem o regresso de Santana Lopes, dos que apoiam Marques Mendes enquanto não surge uma alternativa e dos que pensam que a permanência de Marques Mendes na liderança só servirá para que ele se perpetue no poder.
É uma verdadeira casa assombrada!
A discussão estatutária tornou-se uma paródia neste período de desorientação estratégica.
Por isso, tudo é possível.”
O que eu acho engraçado é ver alguns malabaristas que estiveram com Durão, depois com Santana e agora com Marques Mendes. E já antes haviam estado com Marcelo ou com Nogueira ou Cavaco. Sobretudo com este último, à sombra do qual se fizeram falsos “barões social-democratas”.
Agora, digo eu, os trampolineiros, mestres em golpes de rins, verdadeiros “sempre-em-pé” lá estarão, a partir de hoje, a louvar a solução que já sabem – porque dominam o aparelho – que sairá dali vencedora.
Nem mais, nem menos.
“Começo por lembrar o apreço intelectual que tenho por ti e a cumplicidade e amizade que criámos durante o breve tempo em que partilhei contigo o estatuto de deputado”.
E é com base nesta suposta amizade que VJS vai prosseguindo:
“Surpreendeste-me, aliás, na legislatura anterior, como o mais sagaz e combativo dos deputados socialistas. Mas exactamente por isso não ficaria bem comigo mesmo se não te exprimisse agora a minha decepção e o meu desencanto, não por estar em desacordo com algumas das tuas recentes posições - o que seria, de resto, natural e altamente saudável - mas porque não revejo nelas a pessoa que conheci e me habituei a estimar”.
E depois vem a quebra da amizade:
“Gostaria, sinceramente, de não me ter enganado a teu respeito, mas quando te oiço ou leio a dar laboriosas explicações sobre os excelentes e inocentíssimos propósitos da nova entidade reguladora dos media, a ERC, pergunto-me qual de nós se terá equivocado: se eu, por excesso de candura, se tu, por excesso de cinismo político”.
Livra!?! Com amigos destes, quem precisa de inimigos?
“O mais provável, vendo bem as coisas, é que nos equivocámos os dois, mas esse equívoco tem um preço amargo e com custos para a nossa amizade”, lê-se e seguida.
E depois VJS acusa ASS de “adoptar atitudes de conveniência e manobrismo político” e ainda que “nunca te mostraste convincente, credível e eficaz nesse papel”.
E, defendendo a sua condição de ex-jornalista e paladino da ética, VJS liquida o governo de José Sócrates e do seu “amigo” ASS: “O que se passa, porém, é que, em vez de contribuir para combater essa deriva, o Governo de que fazes parte - e onde tens uma decisiva responsabilidade política nesta matéria - está precisamente a criar uma caixa de pandora que só favorece a promiscuidade crescente entre o poder político e os media”.
O último parágrafo é verdadeiramente assassino para o Ministro:
“Recordar-te-ás que, quando estive contigo no parlamento, tentei promover sem sucesso um amplo debate no PS sobre as relações entre o poder político e o poder mediático. A incompreensão e o cinismo acabaram por prevalecer, confortando as velhas convicções de que os "bons jornalistas" são aqueles que são politicamente dóceis para nós e agressivos para os demais. Será que tu, caro Augusto, também te rendeste definitivamente a estas socráticas evidências?”.
“A mim parece-me que Ribeiro e Castro candidatou-se a presidente do CDS e só agora percebeu que foi eleito presidente do PP”.
E também dispara contra Alberto João Jardim:
“A política na ilha da madeira já foi arrojada. Depois cómica. Depois diferente. Hoje é só embaraçosa. Não há ninguém que tome conta do assunto?”.
“Começa mais um congresso do PSD onde estarão presentes os Jovens Social Democratas, os Sindicalistas Social Democratas, as Mulheres Social Democratas, os Autarcas Social Democratas e os outros. Alguns destes grupos têm várias benesses eleitorais podendo um jovem social democrata chegar a delegado congresso pela via normal ou pela via da quota da sua organização. Há mesmo uma jovem sindicalista chamada Maria recém eleita para uma Assembleia de Freguesia que está inscrita nas 4 organizações”.
Não consegui deixar de rir ao ler a seguinte frase:
“Estas organizações políticas têm objectivos muito semelhantes, todos eles igualmente nobres, sem os quais a civilização entraria em colapso. As Mulheres Social Democratas querem reforçar o poder das Mulheres Social Democratas no Partido Social Democrata. Os Autarcas Social Democratas querem reforçar o poder dos Autarcas Social Democratas no Partido Social Democrata. Os Jovens Social Democratas querem reforçar o poder dos Jovens Social Democratas no Partido Social Democrata. Os Sindicalistas Social Democratas querem reforçar o poder dos Sindicalistas Social Democratas no Partido Social Democrata. Alguns dos membros destas organizações nem sequer têm existência política própria. Assim, as mulheres Mulheres Social Democratas tendem a ser as filhas, as mulheres e as amantes dos homens social democratas e os Jovens Social Democratas tendem a ser os filhos dos pais Social Democratas”.
O dia começa cedo com trabalho e acabará, por certo, a altas horas da madrugada, no Pavilhão Atlântico, na discussão, no epicentro, nos acontecimentos que marcam sempre os congressos do PSD.
quinta-feira, 16 de março de 2006
Post 100
- "que ou aquele que julga, examina"
E outra:
- "que ou quem examina, caracteriza, classifica obra de arte, ciência, costumes, comportamentos, etc."
A ainda outra:
- "que ou quem avalia competentemente, distinguindo o verdadeiro do falso, o bom do mau, etc."
Talvez aquela que me querem algumas pessoas imputar seja a seguinte:
- "que ou quem deprecia, tende para a crítica como censura, depreciação, desaprovação; glosador, maledicente"
Sinceramente, não em sinto assim. Penso muito, desde há anos, na nossa cidade e no nosso concelho e possuo uma visão - a minha visão, boa ou má, assumida - do caminho que penso deveríamos trilhar enquanto comunidade.
Muito do que tenho vindo a apontar tem vindo agora a ser seguido. Note-se a recente aposta no tecido económico, na competitividade, no relançamento das actividades económicos enquanto motor de sustentabilidade da nossa região. Note-se a fuga aos equipamentos megalómanos - estão a concluir os que estavam já em curso há dois anos mas não há novos.
Se calhar, eu tinha razão; o Diagnóstico do Plano Estratégico de Cidade dá-me razão - as principais críticas lá apontadas já eu referia há anos atrás.
Isso não faz de mim um crítico no sentido da maledicência - penso que faz de mim alguém com crédito porque ousou apontar os defeitos da governação antes da generalidade dos outros e antes de os responsáveis eleitos maioritariamente terem começado a corrigir a sua estratégia e a sua táctica, embora jamais sejam capazes de admitir que, afinal, as minhas críticas eram bem sustentadas.
Nada melhor do que esta sensação do dever cumprido no post 100; ou, como me dizia um amigo há dois dias atrás, os meus posts são lidos e oxalá houvesse mais gente a verter pensamentos sobre a nossa terra como eu faço; correndo o risco de estar errado mas nunca perdendo força de argumentos.
Sei que me lêem neste espaço. Sei quem e quando, a que horas e a partir de que computador. Sei, não por magia, mas recorrendo às ferramentas web existentes.
Não me sinto mais "inchado" ou mais "desprezado" por isso. Faço o que a minha consciência me dita. E, enquanto assim for, podem contar com a minha presença e as minhas palavras. Pelo menos por mais 100 posts!
Nota: Este fim-de-semana vou estar ausente no Congresso do PSD. Vamos ver no que vai dar mas, para já, não me está a agradar esta história de votar, de braço no ar, as propostas de alteração dos Estatutos. Dizem-me que se a proposta A, de Luís Marques Mendes for aprovada, todas as demais deixam, pura e simplesmente, de ser votadas porque ficarão preterida pela A, se aprovada. Espero que seja mentira mas desde que vi um porco numa bicicleta num circo, tudo pode acontecer-me já.
Espero continuar a procurar as verdades e hei-de encontrar sempre a luz no final do túnel. Assim espero.
A nossa língua portuguesa é muito rica
Recebi um mail de pessoa amiga, médico na cidade de Abrantes. Obrigado Dr. RPC. Aqui vai:
Se o Mário Mata,
a Florbela Espanca,
o Jaime Gama
e o Jorge Palma,
o que é que a Rosa Lobato Faria?
E, já agora:Talvez a Zita Seabra para o António Peres Metello...