Cheguei agora de Lisboa. Fui ao Congresso do PSD.
Vencerm as directas.
Compreendi o essencial dos argumentos "pró" e "contra", ouvi os congressistas (uns mais do que outros...) e acho que o balanço até é positivo.
O partido discutiu pouco sobre o país mas não era isso que se esperava deste Congresso.
Houve intervenções interessantes e muito se jogou nos bastidores.
De todas as intervenções, aquela que mais empatia gerou com os presentes na sala foi a de Alberto João Jardim.
Mas Nuno Morais Sarmento efectuou, de ponto de vista político, uma corajosa, lúcida e atrevida intervenção.
Marques Mendes, sem deslumbrar, não comprometeu.
Vem aí mais um Congresso, eleitoral. Depois de ser escolhido o líder, o Congresso escolherá os demais membros dos órgãos nacionais e debaterá a estratégia política.
Cada Congresso custará entre 200 e 250 mil euros. Sai cara a brincadeira. Mas é assim a vida dos partidos.
Gostei de rever amigos que já não via há tempo. É como nas famílias, só nos encontramos todos nos casamentos, batizados e funerais. Alguns amigos que fiz no PSD só vejo nos Congressos.
Gostei de ver o Miguel Goulão, o Hugo Oliveira, o Daniel Rebelo, o Rui Morais, a Clara Costa, a Eduarda Marques, a Ana Cristina Melo, o Luís Nobre, o Fernando Pereira, o António Proa, o Jorge Paulo Roque da Cunha, o Rui Gomes da Silva, o João Luís Gonçalves, o Mário Simões, muitos amigos do IEFP, os militantes do distrito de Santarém; de ver e estar com todos eles.
Descobri que tenho amigos em todas as tendências (a menos que alguma me escape). Descobri que não estou comprometido com nenhuma mas também não me sinto descomprometido com o partido. Perguntaram-se se eu era santanista, mendista, menezista ou outro qualquer "ista". Respondi que respeito a liderança existente e que a devemos ajudar em tudo o que pudermos mas que não há verdades absolutas nem tutelas definidas.
Lembro-me bem dessa conversa. E de outras, ontem e hoje.
Gostei do almoço de hoje na sala do piso 16 do Tivoli Tejo, oferecido pela Comissão Política Distrital aos congressistas e onde também se discutiu o tema do Congresso. A comida não estava má, o vinho era bom e a vista deslumbrante.
Como vêem, para mim o Congresso valeu a pena. Trocaram-se cartões, actualizaram-se telefones e contactos, comemos e bebemos. E ainda conseguimos, de quando em vez, assistir aos trabalhos e às intervenções (não a todas, como é hábito).
Consegui memorizar e não me irei esquecer da referência à "oligarquia lisboeta", feita por Alberto João Jardim para referir aqueles que são contras as directas, não por convicção mas porque este sistema poderá impedi-los de continuarem a viver e a sobreviver à custa do partido, das suas benesses e amesendações obtidas por força do espírito de cacique, do truque, do controleirismo e do oportunismo. Brilhante.
E, antes de sair, ainda conversei com o médico que há mais de 37 anos me fez nascer, no hospital do Monte, no Funchal. O Dr. Nélio Mendonça também estava no Congresso e troquei algumas palavras com ele.
É verdade, este foi mesmo um Congresso interessante, rico, cheio de histórias para contar e para reter. Só é pena que algumas (muitas) não digam respeito ao Congresso propriamente dito. Mas foi lá que aconteceram e se eu não tivesse ido ao Congresso não as tinha vivido.
E agora venham de lá essas eleições directas, que estou pronto para ouvir propostas e escolher a solução que achar melhor.
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