quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Porque votei contras as Opções do Plano e Orçamento pra 2007 da CMA?

É simples. Quer eu, quer o José Moreno, tivémos funadas razões para votarmos contra as Opções do Plano, o Orçamento para 2007 e o Plano Plurianual de Investimentos do Município de Abrantes. Trata-se de razões claras que assentam na existência de um modelo próprio e alternativo, que defendemos eleitoralmente e que não coincidente - em alguns casos é mesmo o posto - daquele com que a maioria socialista tem governado.
Para os mais ávidos de informação, segue-se o conteúdo completo da nossa declaração de voto que, em formato A4, contempla 8 páginas. É extensão, por isso só lê quem quer e tem mesmo interesse.
Cá vai:
I - O Plano de Actividades, Investimentos e Orçamentos 2007 é o primeiro documento do presente mandato que aponta, com propriedade, para o novo QREN 2007-2013, cuja realização efectiva em termos de transferência de verbas deverá começar a ser visível no segundo semestre do próximo ano.
O documento que nos é apresentado parte de premissas essenciais que não subscrevemos.
Desde logo porque refere, de modo particularmente claro, que “os Novos Desafios para Abrantes, pensamento prospectivo e orientação estratégica adoptados por Abrantes nas eleições de 9 de Outubro de 2005, regula, orienta, estrutura agora o nosso trabalho neste novo ciclo do trabalho autárquico”. Claramente, este documento não foi por nós subscrito nem apoiado. O nosso modelo de desenvolvimento era distinto, fracturante em alguns temas, apontando para a rotura com certas práticas de expansão da despesa corrente, por via da realização de alguns investimentos desajustados das prioridades e necessidades efectivas do concelho.
Ao contrário do que é afirmado, afirmámos em 2005 e reafirmamo-lo hoje:
O concelho de Abrantes tem vindo a perder força;
Com o PS, perdemos população: de cerca de 46 mil em 1991 para pouco mais de 41 mil nos dias de hoje;
Com o PS, perdemos juventude e a população envelheceu: o nosso índice de envelhecimento é, hoje, dos mais elevados do Médio Tejo;
Entre 1981 e 2001, o concelho de Abrantes perdeu cerca de 1.400 famílias e viu diminuir o número médio de pessoas por agregado familiar, de 3,1 para 2,6;
Com o PS, perdemos dinâmica de actividade económica: o Ministério das Finanças considerou-nos um concelho com dinâmica baixa de desenvolvimento em 2001, não obstante alguns (parcos) sinais recentes de demonstração de que o PSD tinha razão nas críticas que, desde sempre, vem fazendo aos executivos liderados pelo Dr. Nelson Carvalho de que dispõe de pouca apetência para as áreas do desenvolvimento económico;
Com o PS, perdemos dinâmica de desenvolvimento. Um estudo do INE, feito em 2002, diz que no índice global de desenvolvimento dos concelhos portugueses, Abrantes ocupa o lugar nº123, atrás de Entroncamento, Santarém, Tomar, Alcanena, Ourém, Benavente, Torres Novas, Cartaxo ou Rio Maior;
Um outro estudo, do então Ministério da Segurança Social e do Trabalho, destinado a calcular o Índice de Exclusão ou Privação Humana no biénio 1999/2000, coloca Abrantes na posição 149ª a nível nacional entre os vários concelhos, ou seja, a meio da tabela. À nossa frente, surgem diversos concelhos nossos vizinhos, nomeadamente Entroncamento, Constância, Alcanena, Barquinha, Torres Novas, Cartaxo, Ourém, Santarém, Benavente, Tomar, Rio Maior e Almeirim. Este estudo, baseado no Índice de Pobreza Humana das Nações Unidas, pondera factores como a “privação na longevidade”, “privação no conhecimento”, “pobreza extrema”, “exclusão social”, “dependência específica” e “dependência no conforto”;
Mas também a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) efectuou um estudo, chamado de “áreas de influência das cidades de Lisboa e Vale do Tejo” e destinado a analisar a dinâmica competitiva das 30 cidades da Região. A cidade de Abrantes aparece na posição nº15, exercendo uma influência central sobre uma população estimada em 57.720 habitantes, muito atrás de Caldas da Rainha (quase 83 mil habitantes) ou Santarém (perto de 144 mil habitantes);
Os governos locais sucessivos liderados pelo mesmo Presidente da Câmara Municipal receberam cerca de 40 milhões de euros de fundos estruturais ao longo dos anos.
Continuamos convencidos de que, na generalidade, se fez muito do que não se devia e muito que se deveria ter feito não se transformou em realidade. Gastou-se muito e, muitas vezes, gastou-se mal, em obra supérflua, geradora de mais despesa corrente e de ineficiência. Obra que “enche o olho” e que rende votos mas que não soluciona os graves problemas com que o concelho se debate. Que adia a resolução dos grandes problemas.
Essa opção – consciente, por parte da maioria socialista – impossibilitou a criação de mais e melhores oportunidades para melhorarmos a qualidade de vida, de emprego, de inclusão e de felicidade para muitos concidadãos. Os passos dados são escassos e tímidos, neste domínio e, sobretudo, recentes, não tomados por opção consciente mas antes por reacção às críticas formuladas pelo PSD nos últimos anos, às quais se associaram inúmeros agentes da sociedade civil.
Bem pode a maioria apregoar que “a ideia central que comanda o nosso pensamento e acção política é a ambição permanente de «Fazer do Concelho de Abrantes uma Terra Boa para Viver, Trabalhar e Investir»”. A realidade, nua, crua, rude, dura, nega esse postulado fácil mas vazio de sentido concreto.

II – Não vislumbramos em todo o documento uma ideia forte sobre algo que consideramos essencial para a vitalidade e a coesão futura do concelho. Em nosso entender, faltam políticas activas que corrijam desigualdades de desenvolvimento, assimetrias de inclusão e disfuncionalidades evidentes de um concelho que persiste em tratar os habitantes da cidade como munícipes com direitos superiores aos das freguesias mais rurais e mais periféricas.
Em nosso entender falta também a noção de que todas as freguesias, independentemente da cor política vencedora têm o direito a serem tratadas por igual, com as mesmas oportunidades de repartição do (escasso) orçamento para 2007.
Falta, em todo o documento, a tradução política das preocupações com o Desenvolvimento Sustentável. A Agenda 21 Local de Abrantes é apenas e só uma miragem, que não produz e não envolve a comunidade de cidadãos, a comunidade escolar, a comunidade empresarial e os decisores políticos. Estamos a perder tempo neste domínio, como em outros.
Não vislumbramos em todo o documento uma linha de rumo traçada para a inclusão de migrantes na nossa comunidade. Muito queríamos ver o nosso concelho como sendo tolerante, multi-cultural, capaz de estabelecer novas conexões, redes e parcerias, um espaço em que todos possam agir positivamente para um equilíbrio delicado e adaptativo, de modo a mantermos o carácter da cidade e do concelho, a sua cultura e a sua identidade, formada pela interacção com novos habitantes, trabalhadores ou estudantes que nos procuram e aqui permanecem por tempo (in)definido. Têm sido quase sempre associações da sociedade civil a assegurar esse processo, muito pouco ou nada dinamizado pelas políticas municipais.

III – As opções fundamentais para 2007 que nos são propostas recaem sobre o Aquapolis e o Tecnopolo. Em especial no primeiro desses projectos, são profundas as diferenças de conceito e de projecto que nos separam da vontade da maioria socialista.
Há um ano e alguns meses, no nosso Programa eleitoral, a nossa proposta de actuação para o Aquapolis era a seguinte:
“Na margem norte, na freguesia de São João, criação do Parque Temático da Vida, instrumento onde serão agregados um Museu de Ciências da Vida, um Centro de Ciência Viva e de Interpretação do Tejo, o Centro de Educação para a Cidadania e Desenvolvimento Sustentável, Parque Aventura com diversas atracções lúdicas, animações interactivas e diversas actividades outdoor e indoor, infraestruturas para produção e divulgação de artesanato e outros produtos regionais: doçaria, vinho, queijo, mel, enchidos,...
Na margem sul, na freguesia do Rossio ao Sul do Tejo, o projecto estará vocacionado igualmente para a dinamização do turismo (logo, do desenvolvimento económico) mas assentará numa base patrimonial e cultural, designadamente:
Reabilitação do centro histórico do Rossio ao Sul do Tejo;
Criação do Museu de Arqueologia Industrial com um núcleo em Tramagal;
Centro de Interpretação de História da Indústria de Fundição, adstrito ao Museu;
Criação de um Parque Aventura destinado a toda a população e às crianças e adolescentes em particular, com diversas atracções lúdicas, animações interactivas e diversas actividades outdoor e indoor, infraestruturas para produção e divulgação de artesanato e outros produtos regionais: doçaria, vinho, queijo, mel, enchidos, …;
Construção de uma Biblioteca/Ludoteca/Mediateca.
Por tudo o que acima ficou dito, este modelo de desenvolvimento não é nosso.

IV – O Tecnopolo insere-se na estratégia mais vasta de desenvolvimento económico. Aí as diferenças não são tão profundas mas, ainda assim, elas são evidentes e demonstráveis. Ficou muito aquém do que desejávamos tivesse sido um ano de criação de verdadeiras condições para que o Tecnopolo pudesse ter sido colocado ao serviço da investigação, do empreendedorismo, da promoção comercial das nossas empresas, da formação e do desenvolvimento cultural. Apenas e só foi dado seguimento a uma proposta, que igualmente subscrevemos de criação de uma estrutura de gestão específica para o projecto. Estamos em crer que actual maioria nunca compreendeu que um território só será verdadeiramente Tecnopólo (pólo), mais do que pela presença de um recurso físico, de uma actividade ou de um mercado, se existir uma rede relacional entre parceiros públicos e privados, onde surgem relações comerciais de troca, parcerias estratégicas, permuta de saber técnico e científico, sinergias as quais, em conjunto, poderão gerar novos produtos, novos mercados e mesmo novas empresas.
Um ano perdido na criação do Gabinete do Empreendedorismo e Inovação – por nós proposto! – é um exagero e uma atitude de incompreensível laxismo.
Em nosso entender, ficou ainda por criar o Conselho Consultivo Empresarial, um órgão que deveria juntar todos os empresários, autarquias e organismos desconcentrados da Administração Central, escolas e centros de investigação e tecnologia para, em conjunto, poderem ser definidas políticas de orientação e existir trabalho em sintonia para o mesmo objectivo.
A derrama continua pelo nível máximo, contra a nossa intenção, assim como todos os impostos, taxas e tarifas aplicadas sobre os promotores da actividade económica, o que apenas são imperativos de quem não possui cultura empresarial à altura dos desafios.
Não vingou a nossa proposta de criação de um prémio de apoio à criação de postos de trabalho e ao investimento.
Não vingou a nossa proposta de isenção de taxas de licenciamento de novos projectos de investimento em unidades da indústria transformadora, bem como para projectos de investimento de modernização e/ou expansão das unidades produtivas existentes no concelho.
Não teve seguidores e a nossa proposta de agressividade territorial, no sentido de irmos a todos os pontos do país e do estrangeiro em busca de investimento materializável em novas unidades produtivas.
Não houve passos significativos noutro caminho que considerámos fundamental: a criação de uma plataforma de referência na área da logística e da distribuição.
Apoiamos, contudo, porque igualmente constava das nossas propostas, a criação de um Centro de Exposições e Feiras, com auditório para Congressos. Talvez o modelo de financiamento fosse diferente, assente em parcerias público-privadas e com um valor de investimento e dimensão não tão “pesados” para a posição relativa actual do concelho.

V – Em termos culturais, persiste o desastre das políticas socialistas no concelho. Estamos muito aquém daquilo que, com o mesmo dinheiro, seria possível fazer.
Queremos uma política cultural para todos, inclusiva e promotora de desenvolvimento pessoal e comunitário, geradora de progresso e desenvolvimento.
Há um ano e alguns meses, dissemos o seguinte:
“A concentração dos equipamentos culturais na cidade acentuou de forma gritante o fosso entre as freguesias citadinas e as rurais. Mas, mesmo na cidade, é patente e visível a degradação de alguns desses equipamentos, como é o caso das Bibliotecas de Alferrarede e Rossio ao Sul do Tejo.
Ao intervir culturalmente, pretendemos contrariar a tendência para a desertificação do concelho, estancar a hemorragia humana que faz sair os jovens em direcção ao litoral, empurrados pela ânsia de encontrarem emprego ajustado aos seus desejos, conhecimentos e vontades.
Se importa corrigirmos as desigualdades, é patente a importância de concebermos um plano estratégico no âmbito da cultura capaz de influir positivamente no desenvolvimento económico do concelho, de todo o concelho sublinhe-se, debaixo de todos os matizes e referências, dos quais se enumeram os pontos seguintes:
Contribuir para a atracção de investimentos e criação de emprego;
Captar públicos de todos os géneros, em todo o tempo, a todo o tempo;
Fixar populações e incentivar a indústria do ócio;
Inventariar, investigar, estudar e defender o património nas suas diversas vertentes;
Dar ênfase à Convenção Europeia das Paisagens;
Proceder-se à actualização da classificação de monumentos com interesse municipal, alargando-a a outras tipologias de monumentos, incluindo os naturais e, porque correm sérios riscos de desaparecer, os imateriais;
Fomentar a aculturação, a formação do gosto, a criação artística e o apreço pelos criadores;
Dar à Escola a possibilidade de tomar contacto real e continuado com criadores e as suas obras;
Colocar ao alcance de toda a população equipamentos e estruturas de modo todos terem acesso a uma melhor qualidade de vida”.
Não é esta a postura da actual maioria. Longe disso.
Há alguns projectos que parecem ser positivos, contudo, a carecer de mais esclarecimento e profunidade, designadamente a Oficina de Teatro, o núcleo de museologia industrial em Tramagal, o novo programa funcional do Convento de São Domingos, a valorização das estações arqueológicas do concelho ou o incentivo à produção cultural. Algumas destas propostas constavam do nosso programa de candidatura.

VI – As propostas na área do turismo são, em parte, um plágio daquilo que podemos ler nos roteiros turísticos da generalidade dos município do interior. Em lado nenhum é explicado de que modo e com que ferramentas se pretende associar Abrantes ao “turismo desportivo que a Cidade Desportiva permitiu emergir”. Nem como serão seduzidos os “habitantes da área metropolitana de Lisboa” para os seus “short breaks”.
O documento estratégico ainda refere a participação do Município num investimento privado num novo hotel em Abrantes. Mas o Plano Plurianual de Investimentos e o Orçamento para 2007 são, nesse aspecto, omissos.
Por outro lado, a comprovar a política desgarrada dos projectos avulsos, é escrito que em 2007 se pretende “avançar com o Clube Náutico”. E, mais à frente, “lançar o processo para a construção do Clube Náutico”. Isto significa exactamente o quê? Um programa-base? Um estudo prévio? Um projecto de execução? O lançamento da empreitada? Com que financiamento e com que modelo de concepção-construção-exploração? Fica quase tudo por dizer…
O mesmo se pode dizer relativamente a “organizar e atrair eventos”. O que quer isto dizer?
Na verdade, sempre dissemos que, na área do desenvolvimento turístico e dos espaços e equipamentos vocacionados para esta importante área de actividade, “o Município de Abrantes dará um impulso forte mas irá recorrer a parcerias com privados de grande capacidade e tradição”.
Esta visão constitui um importante factor de distinção entre dois modelos em oposição.

VII – No que se refere à apreciação do Orçamento para 2007, alguns dados ressaltam à vista:
- As receitas de capital previsionais são de 10,8 milhões de euros; para 2006 haviam sido da ordem dos 17,3 milhões de euros, o que traduz a dificuldade de investimento no próximo ano;
- Contudo, algumas das receitas de capital previstas continuam a ser puramente utópicas, como é o caso da previsão de venda de terrenos, habitações e edifícios da ordem dos 2,8 milhões de euros (3,75 milhões de euros previstos para 2005, 3 milhões de euros previstos para 2006 – na prática é o mesmo “bolo” que é inscrito em cada orçamento para equilibrar as contas);
- Este baixo nível de investimento compromete um dos indicadores de aferição do limite legal de endividamento para o ano seguinte (“Os encargos anuais com amortizações e juros dos empréstimos a médio e longo prazos, incluindo os dos empréstimos obrigacionistas, não podem exceder o maior dos limites do valor correspondente a três duodécimos dos Fundos Geral Municipal e de Coesão Municipal que cabe ao município ou a 20% das despesas realizadas para investimento pelo município no ano anterior” – cf nº3 do artigo 24 da Lei nº42/98, de 6 de Agosto, ainda em vigor);
- O peso das despesas correntes no Orçamento de 2007 é arrasador: 63,1% do total da despesa prevista. E esta componente da despesa é praticamente rígida, ao passo que a despesa de capital (investimento) pode, ou não, vir a confirmar-se.

VIII – Muito mais poderia ser dito. Desde logo que nem muitas das apostas com que o PS se apresentou a eleições e com as quais as venceu em Outubro de 2005 se encontram inscritas em Plano Plurianual de Investimentos.
Poderíamos referir aqui o Pavilhão Desportivo Municipal (com apenas 10.000 Euros), o Quartel dos Bombeiros (apenas 50.000 Euros), a Requalificação do Convento de São Domingos (50.000 Euros) e outras.
Poderíamos aqui referir que este Orçamento não privilegia a coesão nem a correcção de assimetrias entre a cidade e as freguesias mais periféricas, apesar de algumas obras levadas a cabo na cidade poderem ser consideradas investimentos de todo o concelho (ou mesmo ambicionarem a ser supra-municipais), no dizer da maioria socialista.
No essencial, estamos em crer que a nossa visão/posição se encontra justificada e fundamentada.
Daí a razão de ser do nosso VOTO CONTRA os documentos apresentados.

Abrantes, 27 de Novembro de 2006

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Sá Carneiro mais perto de ter sido mesmo assassinado


Sá Carneiro. Será desta que vai ser feita justiça?
"Numa entrevista à revista Focus, a publicar quarta-feira, José Esteves assume ser o autor de um engenho que fez explodir a aeronave Cessna onde seguiam o então primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, a sua mulher Snu Abecassis, o chefe de gabinete António Patrício Gouveia, e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, assim como os dois pilotos do aparelho, a 4 de Dezembro de 1980".
Para mais leituras sobre este assunto - que prescreveu em Setembro deste ano - carregue aqui no link do PortugalDiário.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Teatro Virgínia

Ontem fui conhecer, depois de remodelada, a sala do Teatro Virgínia, em Torres Novas.
Assisti ao Requiem K626 de Mozart. Gostei bastante. Apreciei a qualidade da sala, a quantidade de pessoas presentes (casa cheia, pode dizer-se) e assumi já que, no próximo fim de semana, irei ver a peça Miss Daisy, com Eunice Muñoz, no mesmo espaço.
Boa programação, boa sala, público formado, tradição pelo espectáculo. Torres Novas, neste aspecto - como noutros - parece levar alguma vantagem face a Abrantes. Já não é de agora que a produção cultural em Torres Novas é mais forte do que por estas paragens de Abrantes
Antes queria que assim não fosse. Mas parece que é. E é mesmo!

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

As Crónicas do Dr. Eurico Heitor Consciência


(foto da Região de Turismo do Ribatejo - http://www.rtribatejo.org/galeria/gr/abrantes.jpg)
Confesso que leio sempre as crónicas do Dr. Eurico Heitor Consciência nos jornais "Primeira Linha" e "Ribatejo". Leio com prazer porque a sua escrita é singular, interessante e diz coisas muito acertadas de modo muito crítico e com sal&pimenta qb. Sou um admirador dos escritos do Dr. Consciência, pronto, mesmo que através dos mesmos acabe por levar, às vezes, uma "bicadazita" indirecta (quando o Dr. Consciência fala dos políticos em geral poderá estar a incluir-me - eu, normalmente, não me incluo mas...).
Começa, na página 2 de "PL", por dizer que a zanga entre Nelson Carvalho e Albano Santos terá sido por causa de uma alegada marcação de férias. Para, em seguida, acrescentar "É lógico. O que seria de estranhar era que dois políticos e zangassem por questões de trabalho". Muito bem apanhado.
Depois, mais à frente, escreve: "O Vice-Presidente Albano Santos disse que perdeu a confiança política e a confiança pessoal no Presidente Nelson. Benvindo, jovem camarada. O clube está a rebentar pelas costuras, mas lutarei pela tua admissão, porque há mais alegria no Céu quando um pecador se converte do que...". Muito acintoso mas, igualmente, muito eficaz e direito ao assunto.
Depois, aponta baterias aos "seminaristas" da CMA, quando diz que "o Presidente Nelson gostava de só ter Vereadores que tivessem nascido na Beira Alta e que tivessem sido seminaristas. Salazares de 3ª...". Esta deve doer muito aos seus destinatários!...
Depois, termina: "Não estamos de parabéns. Não sei se deram ao VPC o lugar certo quando o mudaram p'ró Lixo, mas tal mudança revela que o próprio PS reconheceu que o VPC não tinha estofo de vice-presidente nem competência para aprovar ou reprovar Obras. Tanto que o substituiu. Como agora o repescou, está tudo dito, definitivamente confessado".
Uma conclusão acertada, lógica e natural, acessível mas que pela primeira vez vi escrita.
E, dando resposta ao outro texto do Dr. Consciência em "Primeira Linha" de ontem, na página 8, peço-lhe que não se demita da função de escrever.
Nota final: Para mim, há muito tempo que o Sr. Manuel Dias merecia a lição que o Dr. Eurico Heitor Consciência lhe dá nesse escrito. Notável. Essa aplaudi de pé, com vénia e tudo.
Recomendo a todos uma leitura desse texto. Vou mesmo recortá-lo e guardar no álbum de alguns textos de referência que vou guardando ao longo dos anos sobre a vida política local, regional e nacional. Um dia poderão vir a ser importantes, nem que seja para ajudar a fazer história.
Bom dia para todos!

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Os meus posts às vezes são polémicos e muito lidos

Este blog tem tantas mais visitas quanto os posts digam respeito a questões polémicas da vida política local.
Quando os assuntos são outros, mais generalistas ou sociais, transversais à sociedade, mas sem sal&pimenta, o blog perde visitantes.
Quando escrevo sobre o PS ou assuntos da vida municipal, aumentam as visitas locais e as pessoas abordam-me na rua ou enviam-me recados. Uns concordam, outros discordam mas vejo que as visitas e os comentários aumentam.
Quando escrevo sobre o PSD local ou distrital, alguns dirigentes de todo o distrito vêm também ler o que escrevi. Raramente ou nunca fazem comentários aqui escritos mas os recados chegam-me de vários lados. Dizem que “é uma pena, o rapaz até não é parvo de todo mas o que se há-de fazer, tem aquela vontade de escrever e disparar em todas as direcções”, ou ainda “o gajo não tem respeito por nada nem por ninguém, arranjou um argumento esfarrapado para se ir embora da concelhia e criou um cenário de crise por sua única vontade”, ou ainda “o gajo tem-se governado à conta e fica-lhe mal criticar os políticos, parece que está a cuspir no prato da sopa”.
Já ouvi de tudo e até pior do que escrevi atrás. Algumas pessoas contam-me as reacções alérgicas de alguns dos senhores do poder de Santarém (não todos) face aos meus escritos. Sei que o que tenho escrito os incomoda. E muito. Paciência.
Estou-me nas tintas para o que pensam e para o que dizem. Pela minha parte, direi sempre aquilo que penso, nos locais adequados. Neste espaço tenho tido a reserva ou pudor de não dizer o que penso de muitas pessoas do PSD com que privei ao longo dos anos, de exprimir o que penso de alguns. Não o fiz nem farei. Penso que é melhor assim. Há gente boa, há gente assim-assim e, depois, há a “camarilha”. Se calhar no PS é a mesma coisa e no CDS e noutros projectos políticos onde a liberdade de expressão é a regra.
Um amigo meu, muito próximo, diz-me com frequência que as pessoas só têm desilusões porque se iludem. Talvez seja isso mesmo. Se alguém se iludiu comigo e eu não correspondi às expectativas pode agora estar desiludido. Os que me iludiram também me desiludiram. É assim a vida, é só questão de sermos mais maduros e não nos deixarmos iludir com os outros. A primeira regra é não confiar cegamente em ninguém. O mundo está cheio de escroques, de gentios que se encontram cheios de soberba despudorada. A confiança ou se dá em pequenas doses, um pouco de cada vez, ou se conquista igualmente pouco a pouco. Manter uma reserva de sanidade mental é uma boa solução, preservar as amizades uma tarefa difícil mas acessível a quem está eivado de vontades profundas de respeitar os outros, tolerando as suas fraquezas e apoiando-os nos momentos de dificuldade, de angústia ou de dor. Não é fácil mas a vida seria uma maçada se tudo fosse fácil.
As pessoas, em geral, são perversas. Não vou aqui esmiuçar as teorias do bem e do mal absolutos (porque conheço alguma coisa mas não o suficiente para me expor) mas há uma tendência fortemente enraizada para que as pessoas sejam, em primeira instância, más. A bondade não é um acto natural, genuíno mas antes fruto da educação e do trabalho árduo sobre o nosso carácter. É assim que penso. É assim que justifico que algumas pessoas mudem de convicções de modo tão volátil, apenas para, através da alienação da alma, poderem exercer cargos de poder, às vezes poderes vazios, apenas formais.
Em Abrantes, na actual maioria da Câmara Municipal também assim é. Posso assegurar o que digo porque sou testemunha de coisas que ouvi e vi e que, no actual contexto, se eu não o vivesse e não estivesse presente, se apenas me fosse contado, diria ser mentira e impossível.
Em Abrantes, na vida interna do PSD também é assim. Posso igualmente assegurar o que digo pelas mesmas razões que já referi no parágrafo anterior. Os próximos dias o confirmarão. Talvez, afinal, seja tudo por uma boa causa. Talvez seja eu que não consigo atingir os motivos válidos. Talvez; por isso, é melhor mesmo fazer uma pausa. Foi uma boa decisão a que tomei em Outubro passado. É mesmo disso, de uma pausa, que eu preciso. Para não ter de ser surpreendido, em cada dia, pela avalanche de contradições a que assisto, como se fosse regular e normal a vida ter de ser mesmo assim.
Vou iniciar uma nova fase. Estou feliz por isso. E, por agora, é só isso que importa. Mas vou continuar vigilante, atentamente vigilante. E vou por aqui escrevendo, enquanto houver pelo menos uma pessoa que me leia.
O futuro, bom o futuro será o que nós fizermos e o que daí resultar. Será uma consequência das pessoas e das suas circunstâncias, no momento apropriado.
Em política nada morre, tudo pode renascer. Um dia…

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Salário mínimo nos 400 Euros

Finalmente a barreira psicológica dos 400 Euros de salário mínimo irá, quase de certeza, ser atingida em 2007. Actualmente, o salário mínimo nacional é de 385,90 Euros, o que implica um aumento de 3,6%.
Nem sequer é muito, é apenas um número redondo, por isso o Governo o "propagandeia" colhendo daí alguns frutos de simpatia.
A CGTP "quer" 410 Euros, a UGT fica-se pelos 405 Euros para 2007. Os empresários ficam mais abaixo, nos 395 Euros. É o "jogo" do costume.
A meta são os 500 Euros. Para a CGTP isso deverá acontecer em 2010. Para os patrões, isso só deverá acontecer lá para 2012 ou 2013, o mais tarde que for possível, em nome da competitividade das empresas e da sobrevivência de muitas.
Numa coisa Governo e patrões estão de acordo, o que não colhe junto das centais sindicais: a evolução do SMN deverá ficar associada e indexada ao desempenho da inflação, da produtividade e do crescimento do PIB. Acho muito bem, acho mesmo que já deveria ser assim desde há muito, só peca por tardia esta medida.
O SMN português é o mais baixo da Europa dos 15 e foi mesmo já ultrapassado por países dos 25, designadamente Eslovénia e Malta. No Luxemburgo, o salário mínimo é o triplo do português, sensivelmente.
Vamos ver se a pequena e micro economia se aguenta com estes aumentos, que traduzem, é certo, custos acrescidos para as empresas e mais receita para o Estado, nas contribuições e impostos incidindo sobre mais massa salarial.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Novidades do dia

Hoje chega oficialmente a Escola Prática de Cavalaria a Abrantes. Seja bem-vinda e muitos anos de sucesso por cá, é o que desejo.
Entretanto, a entrevista de Cavaco Silva à SIC continua a abrir brechas no PSD. Não acho bem o que LFM anda a fazer neste caso. Por muitos argumentos que pense ter, ou formaliza uma candidatura à liderança e pede um Congresso Extraordinário ou, então, deve respeitar a liderança eleita. Este "ruído" não beneficia ninguém e ninguém pode liderar tranquilo nestas condições. Até quando esta situação será sustentável?
Apelo ao bom senso, que deve imperar nestas circunstâncias.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Duelo na TV

Cavaco na SIC, em directo esta noite.
Santana idem, mas na RTP1.
Confesso: gosto do PR mas preferi ouvir PSL. Em grande forma. A contrastar com o ar de "Calimero" que alguns comentadores e analistas lhe querem colar. Claro que ninguém tem absoluta razão sobre tudo e sobre todos. Mas confesso que os argumentos de PSL, da "organização de interesses" faz, para mim, todo o sentido.
Pena é que o livro demore tanto chegar a Abrantes, como que a provar que estamos mesmo na província interior, longe do litoral desenvolvido. Pelos vistos já não conseguirei apanhar uma 1ª edição. Paciência...

E se a moda pega?

Nelson de Carvalho destituiu Albano Santos.
Carmona Rodrigues fez o mesmo relativamente a Maria José Nogueira Pinto.
Em Almeirim, o Vice de Sousa Gomes também saiu.
Pelo menos Abrantes foi pioneira em algo.
E se a moda pega?

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Leituras&Reflexões

Já se viu que ando virado para a vida no campo. É um facto.
Tenho também, nesta altura, mais tempo para a leitura.
Acabei de ler "O último Papa", de Luís Miguel Rocha, uma obra sobre um trama em torno de um alegado assassinato de João Paulo I. Achei fraco como obra literária e até parecido com a "Conspiração", de Dan Brown no enredo.
Estou a ler "O número de Deus", de José Luis Corral, um livro sobre o século XIII, o século das mulheres e das catedrais, de perseguições religiosas e de vida na clandestinidade.
Estou também a ler "Maquiavel em Democracia", de Edouard Balladur, antigo Primeiro Ministro francês e candidato presidencial derrotado por Jacques Chirac. Edouard Balladur, de 77 anos de idade, anunciou no passado mês de Outubro a sua retirada da política, de modo a dar lugar aos mais novos e a renovar a classe política francesa por uma nova que seja capaz de responder aos desafios contemporâneos da França em crise. Continuará a apoiar o seu delfim Nicolas Sarkozy, presidente da UMP - União para um Movimento Popular, criado por altura das presidenciais de 2002 para apoiar a recandidatura presidencial de Jacques Chirac, que tinha vencido em 1995 contra Balladur, sendo ambos candidatos da direita e do RPR gaulista.
Diz Balladur:
"Democracia ou ditadura, o objectivo é o mesmo: a conquista e a conservação do poder, sejam quais forem os meios e enquanto for possível. Quanto ao recurso à mentira, quase não há diferença entre o que se passa em democracia e em ditadura, a não ser quanto à eficácia: a mentira é ainda mais eficaz na democracia porque permite captar os votos de um maior número de pessoas, enquanto na ditadura basta impor-se pela força e dominar em vez de convencer".
Lúcido, claro, se rodeios, Balladur diz muito mais coisas acertadas:
"O mérito de Maquiavel está em ter acabado com a hipocrisia dos bons sentimentos. Maquiavel caracterizou, desde logo, os métodos do poder: a luta pela conquista do poder é a realização das ambições egoístas e nada mais" (...) "O poder já não pode constituir-se como fim em si mesmo, apenas ao serviço de um interesse egoísta. O povo, que é o soberano último do poder, exige que ele seja exercido em ordem ao seu bem-estar, que salvaguarde o seu futuro e não seja exercido apenas para satisfazer os instintos de dominação de quem o detém. Para ser aceite, a ambição de, pelo menos, aparentar inspirar-se em motivos nobres. A maioria das vezes tudo se fica pelas aparências. Como no tempo de Maquiavel, o cinismo é que impera".
E, procurando encontrar diferenças entre Democracia e Ditadura, Edouard Balladur acrescenta:
"Ditadura? Democracia? Haverá uma diferença radical entre mandar através da imposição pela força e mandar com base na adesão livre do provo? Haverá entre estas duas formas um fosso nítido, marcado? A complexidade do mundo actual, com as suas ditaduras serôdias e as democracias degradadas, desmente-o diariamente. Hoje, como ontem, o espírito de dominação inspira permanentemente o político, embora os meios não sejam os mesmos.
Quem não sonhou ver o idealismo acompanhar o advento da democracia? Quão longe estamos disso!"
E, para terminar e deixando os leitores deste espaço, eventualmente, com vontade de comprar esta obra que me está a dar muito prazer a ler, cito:
"invocar convicções morais faz rir os cínicos". Uma frase acertada para o mundo de hoje, onde os valores se volatilizaram para dar lugar a arranjos de conveniência e à instrumentalização de consciências alienadas dez vinténs.
Lê-se bem o livro. É leve mas com pensamentos a proporcionar reflexões.
Claro, tenho mais cinco livros na mesa de cabeceira, à espera de vez. E vou comprar já, para ler também, o livro de Pedro Santana Lopes, o tal que relata a visão do ex-PM sobre a sua queda em 2004.

O Codes hoje


Hoje, o Codes estava assim. Os "pinos" brancos são oliveiras cobrançosas plantadas. Ao todo foram 14, o que já dá mais de 40. Dentro de uns anos haverá azeite. Para já, o pouco que apanhámos (galega) foi para retalhar e comer.


A nespereira que o António Castelbranco nos deu vai crescendo frondosa. Daqui a uns anos também dará frutos, esperamos.


Depois da tempestade, veio a bonança. O nível de água no nateiro já baixou mas ainda não estamos livres de mais cheias. Afinal, o Inverno ainda não começou.

Feijoada de amigos

Há dias, mais concretamente no dia 4 de Novembro, o Luís Cordeiro ofereceu um jantar a amigos. Uma feijoada, bem regada com vinho, cerveja, whisky, licores, enchidos e doces.
Mais importante do que a comida e a bebida foi a companhia de amigos verdadeiros. Estavam lá alguns dos meus melhores amigos de sempre.
Nas fotos que se seguem falta o Nuno Romão que também estava no jantar mas não aparece aqui nas fotos. Sabe-se lá porquê... Às tantas já não sabia quem estava e quem não estava.
Também não vou colocar aqui todos os 14 ou 15 presentes mas apenas alguns dos meus amigos de infância e da juventude. Amigos sinceros, de sempre, para sempre, verdadeiros como poucos.

Eis uma perspectiva da mesa já depois do jantar, ao qual cheguei atrasado porque tive outro jantar onde tive de ir também. Por isso é que o colesterol está como está e os triglicéridos também.

O anfitrião, Luís Cordeiro.

À esquerda o Pifri (Pedro Fernandes) e à direita o Zé-Zé (José Luís Gomes), este último a residir em Leiria.

O Filipe Alves (Fifi para os amigos) e, mais ao fundo o irmão dele, o Paulo Alves.

O Pifri, eu e o Filipe.

Por fim, o Paulo Alves em grande plano.

Desculpa Romão. Faltas aqui tu.

Falta de tempo

Sentei-me aqui há mais de duas horas mas tinha mais de 110 MB de mails para ler. Há dois dias ou mais que não via nada com olhos de ver.
Queria falar do Congresso do PS mas já é tarde. A generalidade dos analistas políticos diz que o PS está a caminhar para o eleitorado do PSD e a perder para os partidos mais radicalizados à esquerda, nomeadamente PCP e BE. Ainda bem porque quando o efeito Sócrates se esvaziar, fica mais para o PSD e muito pouco para o PS que pode desinchar rapidamente, se à esquerda houver fidelização de eleitores.
Queria falar da morte de um trabalhador da extracção de areias no Rio Tejo mas é também tarde.
Poderia falar da morte do senhor de Alvega, às mãos da mulher, com várias pancadas de machado. O sono fê-lo adormecer no sofá e isso foi fatal. Mas não tenho autoridade para falar nisso nem o assunto é interessante.
Poderia falar na boa nova que é o reforço de investimento da Mitsubishi em Tramagal, de que o DN e o Expresso davam conta. São investimentos benvindos. Agora só falta o IC9 trazer a ponte que, além de servir Tramagal, serve os interesses económicos desta importante unidade produtiva, naquele que é o segundo maior investimento automóvel de Portugal, a seguir à Ford/VW de Palmela.
Poderia falar de promessas falhadas na CMA. Como, por exemplo, aquela que foi feita em Dezembro do ano passado, de que a festa de Natal dos Serviços Municipalizados já seria nas novas instalações, na zona industrial. Mesmo que os escritórios não estivessem concluídos, pelo menos a nave fabril estaria pronta, foi o que foi dito aos trabalhadores. Mentira. Está lá apenas a placa da obra..
Enfim, assuntos para falar há muitos mas a hora já vai tardia e amanhã é dia de trabalho.
Com mais tempo aqui voltarei.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Acusações graves

Luís Filipe Menezes continua no seu estilo habitual: diz o que pensa. Pode nunca chegar a líder, pode lá chegar e nunca ser escolhido para Primeiro Ministro, pode tudo e mais alguma coisa mas ninguém pode acusá-lo de falta de coragem e sinceridade.
Hoje, no seu artigo do Correio da Manhã, lá vêm farpas. Hoje não coloco o link, opto mesmo por transcrever as partes mais acintosas:
- "se um mau Governo é mau para o País, o suicídio da Oposição é o passo para o abismo";
- "rodeando-se de equipas menores, o Presidente do PSD colocou no topo da hierarquia político-administrativa alguns dos militantes mais viciados em manigâncias «aparelhistas»";
- "O que se tem passado desde então faria corar de vergonha o Dr. Álvaro Cunhal. Funcionários históricos que serviram quase todos os presidentes do partido, são afastados por serem «independentes», nomeadamente nos estratégicos sectores das filiações, organização de ficheiros e informática";
- "chega-se ao caricato de a secção de Algés rejeitar a admissão de dois «delinquentes»: o filho de Helena Lopes da Costa e o sobrinho de Ana Manso, deputadas do partido! Em contrapartida, as filiações convenientes entram pela porta do cavalo, ao arrepio de qualquer controlo ";
- "o secretário-geral censura o "Povo Livre", os regulamentos eleitorais são aplicados à medida, as quotas pagas selectivamente. Os cadernos eleitorais distribuídos ilegalmente, violando os estatutos e a lei de protecção de dados, os códigos para pagamento de quotas são transaccionados no mercado negro. Um desaforo, uma vergonha, um caso de justiça, da verdadeira...";
- "qualquer dirigente que tenha participado nas minhas listas é vetado";
- "esta semana um jornalista de topo foi invectivado, ao mais alto nível da hierarquia social-democrata, por ter tido a veleidade de me entrevistar num canal televisivo regional";
- "a partir desta data e desta chamada de atenção, Marques Mendes não tem desculpa: ou intervém, ou é co-responsável por este caos".
Espero que alguém demonstre publicamente que estas acusações são falsas. Espero mesmo porque, caso contrário, tenho de perguntar-me a mim mesmo se este é o partido ao qual aderi há duas décadas atrás?!? Ou é o partido que está errado ou sou eu. Preciso de saber...

PSD reúne amanhã os seus militantes

Amanhã à noite há Assembleia Concelhia de militantes do PSD/Abrantes.
Lá estarei para explicar aos militantes que se dignarem aparecer as razões que conduziram à minha demissão, bem como à dos restantes membros da Comissão Política.
Entretanto, já há movimentações para a constituição de listas.
Estão enganados todos aqueles que dizem que o PSD atravessa uma crise em Abrantes. Os militantes vão provar que não, que se trata apenas e só de uma nova fase, de um novo alento, de militantes que se sentem com força e motivados para combater, no plano democrático, a maioria socialista no concelho.
Eu, pessoalmente, não espero outra coisa. Agora facilitada até, depois do abalo que o PS terá sofrido com este conjunto de cenas dramáticas da exoneração, saída e queda do ex-Vice-Presidente.
Estou em crer que quem mais perdeu com estes 10 dias de ebulição foi o Presidente da CMA, Nelson Carvalho. E, ao contrário do que ele o PS dizem - que o assunto está encerrado - não está. E tem de ser recuperado todas as vezes que for necessário, para diminuir a força do PS no concelho.
Desconheço se os militantes do PSD amanhã pretendem pronunciar-se sobre o assunto, sob a forma de declaração, moção ou comunicado. À falta de uma Comissão Política e perante a ignorância que a estrutura distrital dispensou ao caso (parece que a aposta em 2009 será Torres Novas, ainda não é desta que Abrantes figura nas prioridades...) cabe, por direito, ao conjunto dos militantes de Abrantes pronuciarem-se (ou não) sobre o assunto.
Depois dou notícias (daquilo que for possível, claro).

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Ontem...

Ontem houve novidades na Câmara Municipal: formalizou-se a saída definitiva de Albano Santos (agora até já se demitiu do Secretariado e da Comissão Política Concelhia do PS/Abrantes) e a entrada de Maria do Céu Albuquerque para vereadora a tempo inteiro. Pelouros: Desenvolvimento económico e ambiente/saneamento/resíduos, acumulando ainda a presidência dos Serviços Municipalizados. O futuro nos dirá se é capaz de dar conta do recado. A pouca comunicação social presente na sessão entrou para colher umas imagens e saiu sem ouvir ou querersaber o que pensam os vereadores sobre a situação criada. Talvez saibam tudo...
Ontem, o Primeira Linha fez 9 anos.
Ontem, chouveu que se fartou e o Tejo galgou margens por todo o lado.
Ontem, tive uma reunião da Associação de Pais da escola dos meus filhos.
Ontem, fiz uma partida de futebol com amigos, ao princípio da noite.
Ontem, como podem ver, não tive tempo para escrever aqui neste espaço.
Voltarei para esmiuçar o assunto CMA.
Para já, fico-me por aqui.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Correcção ao post anterior

Tenho de fazer uma ligeira correcção ao post anterior, que baralha ainda mais as coisas.
O pedido de renúncia de Albano Santos entrou hoje (dia 2) no Município mas tem data de 31.10.2006, diz o comunicado passado à imprensa.
Ora, vamos lá ver. Esse foi o dia em que ele fez o comunicado já aqui referido, onde disse o que disse e, realço para este raciocínio, que a sua decisão sobre o relacionamento futuro com a CMA seria tomada no dia 3, após a reunião da CPC do PS.
Então, ele de manhã faz o comunicado, cria uma situação para o complicado e ainda no mesmo dia vai ao arrepio de tudo o que tinha dito e pede a renúncia ao mandato?
Como é que é?!?
Fica ainda mais por explicar... Porquê esta súbita inflexão? O que a motivou? Tenho uma teoria mas não digo.
A trapalhada só aumenta de dimensão, a cada novo episódio.
Pois claro, não há mal nenhum, estamos a falar de PESSOAS DE CONFIANÇA. Pelos vistos, já nem em si mesmos confiam.

Afinal, Albano Santos renunciou ao cargo

O Mirante On-line de hoje traz-nos mais uma novidade.
Afinal, Albano Santos não vai explicar em reunião de Câmara Municipal, as razões do seu afastamento.
Afinal, não vai aguardar pela reunião de amanhã da Comissão Política Concelhia do PS de Abrantes para anunciar qual vai ser o modo de relacionamento futuro com a Câmara Municipal de Abrantes.
Afinal, tudo o que foi dito não era de confiança.
Afinal, antes sai sem mais dizer ou explicar. Mas fica tanto por explicar, nomeadamente do texto do seu comunicado da passada 3ª feira...
Esta terá sido a forma encontrada para minimizar os "estragos" que a discussão prolongada do assunto na praça pública estava a criar.
Talvez...
...mas, para mim e para os eleitores, ainda fica muito por esclarecer.
Penso, se bem me recordo, que a seguir, na lista do PS, surge o nome de Maria do Céu Albuquerque, actual responsável do A.Logos. Ou, talvez o Paulo Pedro, que saiu perdedor na Freguesia de Souto contra o Diogo Valentim. É um dos dois.
Em casa, vou procurar os papéis porque não tenho a certeza absoluta, mas é um destes nomes.
E, pronto, assim fica mais um episódio das Pessoas de Confiança.

Pessoas de Confiança

Albano Santos, no seu comunicado, lembrou-nos que o lema da campanha do PS, nas eleições autárquicas do ano passado, era PESSOAS DE CONFIANÇA.
Mas...
...menos de um ano depois:
. Nelson Carvalho (NC) perdeu a confiança funcional em Albano Santos (AS);
. AS diz que isso é consequência de ele próprio ter perdido a confiança política em NC;
. NC diz que o motivo foi a falta de articulação funcional entre ambos, de modo a conciliar deslocação ao estrangeiro com férias;
. AS diz que foram desautorizações e tentativas de mais desautorizações, a mais recente envolvendo uma relação com o exterior, numa matéria sensível como é a protecção civil;
. Pina da Costa disse na reunião que o motivo invocado por NC é mais do que suficiente para a perda de confiança, depois de eu ter dito que era um motivo pouco forte para isso;
. Isilda Jana, que aí ficou muda e calada, foi depois para a rádio dizer que, afinal, havia um acumular de motivos e que a exoneração de AS não foi propriamente uma surpresa.
A palavra chave é mesmo essa: CONFIANÇA.
AS reitera que a gestão da autarquia é "complicada" e que NC anda "desnorteado", precisando de "toda a ajuda", para fugir ao "dramático" fim de ciclo.
Será que os abrantinos ainda podem confiar? Confiar em quem? Em quem prometeu uma relação baseada na confiança mas que, veio a provar-se, nem no seio da equipa confiam uns nos outros?
Desconfio que a relação de confiança, que já se perdeu entre os eleitos, pode perder-se com os eleitores.
Estes não gostam de ser enganados. E não contar a história toda, é o mesmo que não ser leal com os eleitores. Que confiaram maioritariamente no PS e agora não recebem a mesma lealdade com reciprocidade.
Se eu fosse dirigente do PSD, era por aqui que centrava uma atitude política. Mas não sou. Pena é que se esteja a perder uma oportunidade como esta.
Para terminar, sublinho: o PS quis estabelecer uma relação de confiança com os munícipes de Abrantes. Mas, nem um ano passou e já se viu que não confiam mais uns nos outros. Se não confiam uns nos outros, como podemos nós, cidadãos, confiar neles e na sua capacidade de gerir o concelho?
Há governos de países civilizados que já caíram por menos do que o que se está a passar em Abrantes. Por aqui, impera a bonomia, o deixa-andar e uma confortabiíssima maioria absoluta. Tivéssemos (eu e o PSD) tido mais 9 votos, o que nos teria dado o 3º vereador e a conversa agora seria outra.
Pronto, já está, já está. O povo assim quis, assim tem.
Pessoas de Confiança?
Contem-me histórias...

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Na Antena Livre, com comentários

Disponível a notícia na Antena Livre, com comentários estranhos de Isilda Jana, vereadora e líder concelhia do PS, bem como de Humberto Lopes. Isilda Jana confirma que foi um acumular de situações e não apenas aquilo que foi indicado como motivo oficial.
A ouvir com atenção.