sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Resultados Provisórios

Já há resultados provisórios das webpolls colocadas aqui ao lado direito. Aqui ficam, à data de hoje e a esta hora.





Voltarei a este assunto.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

O que anda este Governo a fazer?

Há coisas que são inevitáveis, em nome da competitividade, como os custos da mão e obra, a produtividade, as qualificações e competências dos funcionários, entre outras, que determinam a fixação ou deslocalização de investimentos no país.
Agora, quando as razões são outras, é caso para perguntar se o Ministro Manuel Pinho anda a dormir, afastado, doente ou já não se interessa pelos assuntos da sua competência, com zelo e empenho?
É que a notícia do presumível futuro encerramento da fábrica da Peugeot-Citroen, em Mangualde, assusta, sobretudo depois do encerramento da Opel na Azambuja. Falo da manchete do Diário Económico de hoje. Que nos traz uma "bela" prenda nesta quadra natalícia, sem dúvida nenhuma...
Quando é que alguém explica a este Governo o que é a proactividade, a antecipação de problemas pela sua resolução e outras coisas que, nos dias de hoje, são absolutamente essenciais a governos visionários?
Nos comentários, certeiros, dos leitores do Diário Económico, podemos ler alguns interessantes, que nos deixam a pensar:
- "o que anda a fazer este governo? se não dorme, ressona...POBRE PORTUGAL";
- "expropriam tudo e todos para desviar uma auto-estrada, mas para manter postos de trabalho, não há liquidez";
- "Todos nós somos culpados. Fazem falta as antigas forças revolucionárias. Os chamados "esquerdalhos" por todos os quarantes partidários politicos";
- "À boa maneira portuguesa, os proprietários dos terrenos entraram na especulação imobiliária, esquecendo que essa moda de enriquecer de um dia para o outro é típico de países do 3º mundo e que gente de países civilizados não pactua com gente dessa laia. Resultado: mandam-se mais 6.000 pessoas para o desemprego, por causa duns alarvezinhos portuguesinhos. Haja vergonha e que alguém ponha fim a esta merda de indígenas, duma vez por todas";
- "Este tipo de situações só serve de publicidade para outras empresas ligadas ao ramo automóvel que ainda por cá estão se começarem a questionar - mas como é que ainda não pensámos nisso?".
Enfim, poderia continuar nas citações, mas recomendo uma leitur desta peça e vou-me questionando: até quando a Mitsubishi irá garantir os seus postos de trabalho no concelho de Abrantes?
Espero que durante muito tempo.
Esperemos todos que 2007 nos traga mais alegrias. Oxalá!

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

VOTE, AQUI AO LADO

Aqui ao lado, à direita, foram colocados três questionários simples, de resposta directa, confidencial e anónima.
Vote. A sua opinião é importante. São três perguntas simples, sobre o referendo ao aborto, o grau de satisfação com o mandato decorrido na Câmara Municipal de Abrantes e as expectativas de qualidade de vida, em geral, para 2007.
Não se acanhe. Vote mesmo!

Este Natal já foi

Lá se passou mais um Natal.
Desta vez, foi um Natal singular, como nunca tinha sido. Fora das paredes das casas de família, mas com toda a família junta. No jantar de 24 com uns, no almoço de 25 com outros.
Cada vez mais, o Natal é para as crianças. Para os adultos sobra a convivialidade, a partilha, o espírito de família. É por isso que nos vamos empenhando em viver cada Natal com paz, harmonia, agradecendo termos ainda saúde (!!!).
No próximo fim-de-semana, muda o ano. Não foi um ano mau para mim. Podia ter sido melhor mas já tive piores. Foi um ano de recuperação de ânimo, de perspectivas pessoais e profissionais. Foi um ano politicamente decisivo.
Espero que 2007 nos traga, a todos, melhores perspectivas. Pela minha parte, antevejo mudanças profundas, a nível profissional.
Voltarei ao assunto.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Natal?

Confesso que a época do Natal não é das minhas preferidas. Vivo-a alegremente pelos meus filhos mas é uma época em que reina a hipocrisia, os falsos moralismos, em que as pessoas pretendem ser o que, na verdade, nem sempre são.
Há uns dias, um funcionário do Centro de Saúde de Abrantes foi à Bairrada e viu várias crianças andando de bicicleta. O que lhe chamou a atenção não foram os que andavam de bicicleta: foi um que não andava. Quando questionado, o miúdo respondeu que não tem bicicleta. Ao lado, o irmão tinha as sapatilhas sem atacadores e queixava-se de que não podia dar um remate numa bola sem que o calçado lhe voasse para fora dos pés, caindo longe. A mãe já lhe havia prometido que, quando fosse possível, compraria atacadores novos!
Isto acontece em Abrantes, freguesia das Fontes.
E quantos casos haverá mais?
Sem alaridos, os funcionários do Centro de Saúde mobilizaram-se, quotizaram-se, foram ao comércio tradicional e amanhã os meninos vão ter bicicleta nova, pista de carros, carro telecomandado, boneca para a irmã, mais velha, calçado, roupa e um cabaz de Natal, onde não vai faltar o bacalhau, as couves e o azeite.
Nasceu uma onda de solidariedade que fará feliz uma família carenciada e que encheu de satisfação todos aqueles que deram algo, sabendo para onde foi a sua dádiva.
As médias superfícies também aderiram com algo e a generosidade de todos excedeu as nossas expectativas. O que começou de modo voluntário mas pequeno continuou voluntário, mas ganhou dimensão. E nós, todos nós, ficámos mais ricos, dando. Um paradoxo perfeitamente compreensível. Foi um gesto bonito, de pessoas, não de profissionais de uma instituição do Estado. Apesar de a situação ter chegado ao nosso conhecimento por força da nossa actividade assistencial.
Por razões óbvias, a identidade desta família fica por fazer.
Não fizémos alarido, fomos discretos e assim deve ser. Muita gente, felizmente, pratica o bem e a solidariedade sem andar por aí a alardear o que faz. Num dos estabelecimentos onde estávamos a fazer as compras, em plena caixa de pagamento, uma senhora, profissional de saúde - ao que julgo saber - resolveu ali, ao tomar conhecimento do fim a que se destinavam as compras que estávamos a fazer, doar dinheiro e ficar, também ela, realizada e feliz.
Outro caso nos sensibilizou e veio-nos à notícia através do jornal "Abarca". Falo da história de Edmundo Maria Cesário, de 62 anos, que vive em condições indignas, sub-humanas, na cidade de Abrantes, na Avenida da Europa (estranha contradição: qual Europa?). Não falo mais deste assunto, até porque a peça do jornal é elucidativa. Como pode este homem - que não existe, oficialmente - ter passado ao lado da comunidade durante tantos anos?
Estes dois episódios, só por si, servem para justitificar porque razão não gosto, em regra, desta época natalícia.
Porque nos torna piegas, sensíveis, melosos. Porque os problemas da vida não se devem resolver de forma serôdia, apenas nesta época. Porque, ajudando, não estamos a criar bases estruturais sólidas para evitar repetições destes fenómenos de exclusão. Porque estou descrente acerca da forma como o Estado e as instituições procuram (não)dar resposta a problemas semelhantes. Porque me choca saber que, para entrar num Lar, em vez da condição de necessidade e precaridade social, seja mais importante saber se a pessoa candidata "leva" a reforma atrás e a doa à instituição e, adicionalmente, se ainda "entra" com algum "dote" para enriquecer o património das IPSS, assim tipo uma conta a prazo, um terreno ou uma casa.
Tenho de parar de falar nisto. Ainda fico mal disposto.
Nesta época, vale a pena pensar se o Natal é isto que andam para aí a impingir-nos?!?...

domingo, 17 de dezembro de 2006

Um café que também é banco


Li no Semanário Económico desta semana: um café que também é banco ou, melhor ainda, um banco que é café.
Chama-se Tatra Bank e fica na Eslováquia. Um conceito altamente inovador. Vejam por vós próprios.
Trata-se, sem dúvida, de uma aposta na qualidade e na satisfação do cliente que deverá ter seguimento em Portugal em breve.
Não se trata de diversificar o negócio da banca para a restauração mas antes criar melhores condições de bem-estar para os clientes. O cliente pode pedir um café ou um chocolate quente, escolher mesmo um bolo do expositor, sentando-se depois comodamente enquanto usufrui deste prazer e aguarda que o chamem para atendimento, na sua vez.
O Tatra Bank é o terceiro maior banco da Eslováquia e é detido por capitais maioritariamente austríacos (grupo Raiffeisen International), de onde vem a tradição do café.
Quanto tempo passará até à "plasmagem" do conceito?

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Espírito de Natal

Não. Não vou falar. Há assuntos de que não vale a pena falar. A prudência assim manda.
Esperemos que as coisas se emendem e que os erros de principiante possam ser corrigidos.
Não. Não vou julgar ninguém. O direito à asneira existe e é de livre adesão. O tempo, por vezes, ajuda a corrigir comportamentos, atitudes, decisões. O homem pode errar e corrigir os seus erros, se estiver disponível para tanto. Isso é válido para todos nós. Não há pessoas infalíveis. Às vezes as pessoas de que nos rodeamos também não ajudam muito. Ou não querem contradizer-nos assim de início, a modos que parece mal, porque a confiança recíproca ainda não é sólida.
OK, tudo bem. Vamos dar tempo ao tempo. E esperar que aquilo que não começou bem, possa melhorar.
Vou esperar, com paciência e boa vontade. O espírito de Natal a isso me compele. É tempo de amor, amizade, solidariedade, fraternidade.
É isso, dá-me jeito pensar as coisas assim, nesta altura. Talvez consiga convencer-me a mim e essa terapia ajude com energias positivas, projectando-as no futuro.

domingo, 10 de dezembro de 2006

A Entrevista

Marques Mendes é bom homem, parece-me sério e tem um passado político de inquestionável serviço e dedicação.
Mas a verdade é que está mais do que provado de que dificilmente convence o eleitorado, aquele que decide. A prova disso são as mais recentes sondagens, que dão o PS com maioria absoluta, apesar de a imagem do Governo não ser muito forte. O líder do PS, José Socrates Pinto de Sousa continua em alta e é à sua custa que o PS continua em alta.
É essa imagem de líder forte, renovador, reformista, capaz de empreender as tarefas de que Portugal precisa que o projecta para níveis elevados de popularidade e aceitação, apesar de ele não ser aquilo que aparenta e de as reformas não serem o que nos querem fazer passar. A verdade é que Portugal, estruturalmente, não melhora em diversas áreas e muitas das medidas são inadequadas, de mera cosmética ou de simples propaganda. Mas isso o povo em geral não alcança.
O contraste desta imagem é a que reveste a personalidade de Marques Mendes. Certinho, bem comportadinho, bom chefe de família mas sem rasgo, sem carisma.
Ora bem: o carisma. É isso que está na base da fulanização da política em Portugal e esta nunca foi tão evidente como nos dias de hoje.
O momento escolhido por Nuno Morais Sarmento não poderia ser melhor. Sócrates em alta, Marques Mendes a teimar não descolar na posição cinzenta a que nos habituou, Durão Barroso e Santana Lopes fora de jogo, Luís Filipe Menezes num jogo que os militantes não apreciam, Marcelo cada vez mais confinado ao papel de entretainer semanal (em queda de audiência a cada Domingo que passa). Portugal está num interregno de eleições, com tempo para se pronunciar (apenas) sobre a descriminalização da IVG, a mais ou menos metade do mandato de Sócrates.
Este é o tempo certo para uma "Nova Esperança". Pelo menos assimo deve pensar Nuno Morais Sarmento e seus pares.
Reconheço-lhe dimensão de líder, gostei que ele tivesse assumido um papel activo na definição de uma alternativa que concorra em 2009 (muito provavelmente no mesmo dia das eleições autárquicas!) contra José Socrates. Gostei mesmo de alguns nomes que ele mencionou, designadamente José Pedro Aguiar-Branco ou Rui Rio, como fazendo parte do mesmo grupo geracional.
Contudo, duas cautelas se impõem:
Primeiro, o projecto não pode cingir-se ao "geracional"; deve assentar em competências técnicas e políticas multidisciplinares, independentemente da idade.
Segundo, alguns nomes próximos do "barrosismo" resistente e citado na entrevista do DN e da TSF, deveriam ser excluídos do "lote", por serem pernicioisos, viciosos e atentatórios de uma reforma de mentalidades e um mais que exigido expurgo de vícios no PSD.
Se houver essa capacidade e essa coragem, NMS poderá ter sucesso amplo no partido e no país. Se, ao invés, os caciques, controleiros e carreiristas sem profissão continuarem no domínio da máquina do PSD e os pretenderem empurrar para o domínio da máquina do Estado, não estarei nesse lado.
Para que fique claro e, logo à partida, é o que se me oferece dizer.
NMS merece o meu respeito, reforçado desde o dia em que, através da entrevista a Maria João Avillez, assumiu o "pecado" do seu passado errático e desviante. Com isso, cresceu e ganhou respeito, assumindo que é (sempre) possível recomeçar e refazer o rumo, com respeito, dimensão humana, competência técnica e projecto político. O que lhe reconheço.
Na hora de decidir, entre avançar ou não avançar, NMS via ter de ponderar se quer contribuir para uma nova alvorada (não vejam aqui semelhanças com nada) ou se pretende levar consigo alguns esqueletos bolorentos que representam o pior que o PSD andou a criar desde a génese do cavaquismo.
Nunca falei tão claro e nunca granjeei tantas inimizades. Podia estar calado e ser conivente mas isso seria deixar de ter a minha marca identitária.
Mas não. Fica aqui, preto no branco.

sábado, 9 de dezembro de 2006

O adeus oficial

No dia 7, quinta-feira à noite, oficialmente deixei de ser Presidente da Comissão Política do PSD Abrantes, nove meses depois de ter sido eleito para essa função.
Cumpriu-se o que estava previsto. Limito-me a não comentar nada sobre o assunto.
Fico na expectativa. Do que vier e do que der. É prudente conceder tempo para ver o que a nova equipa é capaz de fazer e como pretende organizar e dinamizar o papel de oposição municipal.
Na próxima segunda-feira, lá irei à primeira reunião de trabalho com os dirigentes locais, para prepararmos a participação na Assembleia Municipal de quinta-feira próxima.
A passagem de testemunho foi seca. Nem um agradecimento, nem uma referência feita aos que sairam. Nem da Comissão Política, nem da Mesa. Era o que eu esperava.
Será a refundação? Será o começar de novo, fazendo tábua rasa do passado recente?

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

E se a moda pega(2)?

Soltas e breves

Foram ontem a enterrar 3 dos jovens falecidos no Chile. Hoje, a Cláudia vai também a sepultar em Viana do Castelo. Por razões familiares, este processo tocou-me. São jovens da idade da minha irmã e 3 deles foram seus colegas de faculdade. Hoje, a minha irmã está em Viana acompanhando a dor da família e dos amigos da Cláudia que, além de colega de faculdade, foi colega de trabalho.
*
Ontem foi ainda dia de evocação da Memória de Francisco Sá Carneiro. Passaram 26 anos e a verdade não prescreve - foram os homens e o sistema de justiça que criaram esse esquema administrativo, seguramente com boas razões.
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Ontem reuniu a Assembleia Distrital do PSD de Santarém. Sala cheia, bem composta, intervenções para todos os gostos - algumas de bajuladoras, outras equidistantes (não quero chamar-lhes cinzentas) e ainda as de livres-pensadores, críticos, reflexivos, prospectivos e proactivos. Pelo menos voltámos a falar de Portugal e do distrito.
Lá disse o que disse e penso que não fui ofensivo. Mas disse o que penso e o que sinto, sem espartilhos e sem amarras.
*
Hoje recebi o jornal «Abarca», que me (nos) presenteou com um suplemento sobre o "Azeite". Esta é uma boa prática - os suplementos temáticos - que, infelizmente, foram caindo em desuso na nossa imprensa regional e local. Obrigado «Abarca» pela iniciativa e pelo conteúdo.
*
Amanhã o Benfica vai tentar fazer o quase-impossível, ou seja, alcançar um quase-milagre. Para os mais crentes, eles às vezes acontecem. Oxalá...

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Carta de uma Mulher Desesperada

BENFICA!


2-0!
Piu...

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Porque votei contras as Opções do Plano e Orçamento pra 2007 da CMA?

É simples. Quer eu, quer o José Moreno, tivémos funadas razões para votarmos contra as Opções do Plano, o Orçamento para 2007 e o Plano Plurianual de Investimentos do Município de Abrantes. Trata-se de razões claras que assentam na existência de um modelo próprio e alternativo, que defendemos eleitoralmente e que não coincidente - em alguns casos é mesmo o posto - daquele com que a maioria socialista tem governado.
Para os mais ávidos de informação, segue-se o conteúdo completo da nossa declaração de voto que, em formato A4, contempla 8 páginas. É extensão, por isso só lê quem quer e tem mesmo interesse.
Cá vai:
I - O Plano de Actividades, Investimentos e Orçamentos 2007 é o primeiro documento do presente mandato que aponta, com propriedade, para o novo QREN 2007-2013, cuja realização efectiva em termos de transferência de verbas deverá começar a ser visível no segundo semestre do próximo ano.
O documento que nos é apresentado parte de premissas essenciais que não subscrevemos.
Desde logo porque refere, de modo particularmente claro, que “os Novos Desafios para Abrantes, pensamento prospectivo e orientação estratégica adoptados por Abrantes nas eleições de 9 de Outubro de 2005, regula, orienta, estrutura agora o nosso trabalho neste novo ciclo do trabalho autárquico”. Claramente, este documento não foi por nós subscrito nem apoiado. O nosso modelo de desenvolvimento era distinto, fracturante em alguns temas, apontando para a rotura com certas práticas de expansão da despesa corrente, por via da realização de alguns investimentos desajustados das prioridades e necessidades efectivas do concelho.
Ao contrário do que é afirmado, afirmámos em 2005 e reafirmamo-lo hoje:
O concelho de Abrantes tem vindo a perder força;
Com o PS, perdemos população: de cerca de 46 mil em 1991 para pouco mais de 41 mil nos dias de hoje;
Com o PS, perdemos juventude e a população envelheceu: o nosso índice de envelhecimento é, hoje, dos mais elevados do Médio Tejo;
Entre 1981 e 2001, o concelho de Abrantes perdeu cerca de 1.400 famílias e viu diminuir o número médio de pessoas por agregado familiar, de 3,1 para 2,6;
Com o PS, perdemos dinâmica de actividade económica: o Ministério das Finanças considerou-nos um concelho com dinâmica baixa de desenvolvimento em 2001, não obstante alguns (parcos) sinais recentes de demonstração de que o PSD tinha razão nas críticas que, desde sempre, vem fazendo aos executivos liderados pelo Dr. Nelson Carvalho de que dispõe de pouca apetência para as áreas do desenvolvimento económico;
Com o PS, perdemos dinâmica de desenvolvimento. Um estudo do INE, feito em 2002, diz que no índice global de desenvolvimento dos concelhos portugueses, Abrantes ocupa o lugar nº123, atrás de Entroncamento, Santarém, Tomar, Alcanena, Ourém, Benavente, Torres Novas, Cartaxo ou Rio Maior;
Um outro estudo, do então Ministério da Segurança Social e do Trabalho, destinado a calcular o Índice de Exclusão ou Privação Humana no biénio 1999/2000, coloca Abrantes na posição 149ª a nível nacional entre os vários concelhos, ou seja, a meio da tabela. À nossa frente, surgem diversos concelhos nossos vizinhos, nomeadamente Entroncamento, Constância, Alcanena, Barquinha, Torres Novas, Cartaxo, Ourém, Santarém, Benavente, Tomar, Rio Maior e Almeirim. Este estudo, baseado no Índice de Pobreza Humana das Nações Unidas, pondera factores como a “privação na longevidade”, “privação no conhecimento”, “pobreza extrema”, “exclusão social”, “dependência específica” e “dependência no conforto”;
Mas também a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) efectuou um estudo, chamado de “áreas de influência das cidades de Lisboa e Vale do Tejo” e destinado a analisar a dinâmica competitiva das 30 cidades da Região. A cidade de Abrantes aparece na posição nº15, exercendo uma influência central sobre uma população estimada em 57.720 habitantes, muito atrás de Caldas da Rainha (quase 83 mil habitantes) ou Santarém (perto de 144 mil habitantes);
Os governos locais sucessivos liderados pelo mesmo Presidente da Câmara Municipal receberam cerca de 40 milhões de euros de fundos estruturais ao longo dos anos.
Continuamos convencidos de que, na generalidade, se fez muito do que não se devia e muito que se deveria ter feito não se transformou em realidade. Gastou-se muito e, muitas vezes, gastou-se mal, em obra supérflua, geradora de mais despesa corrente e de ineficiência. Obra que “enche o olho” e que rende votos mas que não soluciona os graves problemas com que o concelho se debate. Que adia a resolução dos grandes problemas.
Essa opção – consciente, por parte da maioria socialista – impossibilitou a criação de mais e melhores oportunidades para melhorarmos a qualidade de vida, de emprego, de inclusão e de felicidade para muitos concidadãos. Os passos dados são escassos e tímidos, neste domínio e, sobretudo, recentes, não tomados por opção consciente mas antes por reacção às críticas formuladas pelo PSD nos últimos anos, às quais se associaram inúmeros agentes da sociedade civil.
Bem pode a maioria apregoar que “a ideia central que comanda o nosso pensamento e acção política é a ambição permanente de «Fazer do Concelho de Abrantes uma Terra Boa para Viver, Trabalhar e Investir»”. A realidade, nua, crua, rude, dura, nega esse postulado fácil mas vazio de sentido concreto.

II – Não vislumbramos em todo o documento uma ideia forte sobre algo que consideramos essencial para a vitalidade e a coesão futura do concelho. Em nosso entender, faltam políticas activas que corrijam desigualdades de desenvolvimento, assimetrias de inclusão e disfuncionalidades evidentes de um concelho que persiste em tratar os habitantes da cidade como munícipes com direitos superiores aos das freguesias mais rurais e mais periféricas.
Em nosso entender falta também a noção de que todas as freguesias, independentemente da cor política vencedora têm o direito a serem tratadas por igual, com as mesmas oportunidades de repartição do (escasso) orçamento para 2007.
Falta, em todo o documento, a tradução política das preocupações com o Desenvolvimento Sustentável. A Agenda 21 Local de Abrantes é apenas e só uma miragem, que não produz e não envolve a comunidade de cidadãos, a comunidade escolar, a comunidade empresarial e os decisores políticos. Estamos a perder tempo neste domínio, como em outros.
Não vislumbramos em todo o documento uma linha de rumo traçada para a inclusão de migrantes na nossa comunidade. Muito queríamos ver o nosso concelho como sendo tolerante, multi-cultural, capaz de estabelecer novas conexões, redes e parcerias, um espaço em que todos possam agir positivamente para um equilíbrio delicado e adaptativo, de modo a mantermos o carácter da cidade e do concelho, a sua cultura e a sua identidade, formada pela interacção com novos habitantes, trabalhadores ou estudantes que nos procuram e aqui permanecem por tempo (in)definido. Têm sido quase sempre associações da sociedade civil a assegurar esse processo, muito pouco ou nada dinamizado pelas políticas municipais.

III – As opções fundamentais para 2007 que nos são propostas recaem sobre o Aquapolis e o Tecnopolo. Em especial no primeiro desses projectos, são profundas as diferenças de conceito e de projecto que nos separam da vontade da maioria socialista.
Há um ano e alguns meses, no nosso Programa eleitoral, a nossa proposta de actuação para o Aquapolis era a seguinte:
“Na margem norte, na freguesia de São João, criação do Parque Temático da Vida, instrumento onde serão agregados um Museu de Ciências da Vida, um Centro de Ciência Viva e de Interpretação do Tejo, o Centro de Educação para a Cidadania e Desenvolvimento Sustentável, Parque Aventura com diversas atracções lúdicas, animações interactivas e diversas actividades outdoor e indoor, infraestruturas para produção e divulgação de artesanato e outros produtos regionais: doçaria, vinho, queijo, mel, enchidos,...
Na margem sul, na freguesia do Rossio ao Sul do Tejo, o projecto estará vocacionado igualmente para a dinamização do turismo (logo, do desenvolvimento económico) mas assentará numa base patrimonial e cultural, designadamente:
Reabilitação do centro histórico do Rossio ao Sul do Tejo;
Criação do Museu de Arqueologia Industrial com um núcleo em Tramagal;
Centro de Interpretação de História da Indústria de Fundição, adstrito ao Museu;
Criação de um Parque Aventura destinado a toda a população e às crianças e adolescentes em particular, com diversas atracções lúdicas, animações interactivas e diversas actividades outdoor e indoor, infraestruturas para produção e divulgação de artesanato e outros produtos regionais: doçaria, vinho, queijo, mel, enchidos, …;
Construção de uma Biblioteca/Ludoteca/Mediateca.
Por tudo o que acima ficou dito, este modelo de desenvolvimento não é nosso.

IV – O Tecnopolo insere-se na estratégia mais vasta de desenvolvimento económico. Aí as diferenças não são tão profundas mas, ainda assim, elas são evidentes e demonstráveis. Ficou muito aquém do que desejávamos tivesse sido um ano de criação de verdadeiras condições para que o Tecnopolo pudesse ter sido colocado ao serviço da investigação, do empreendedorismo, da promoção comercial das nossas empresas, da formação e do desenvolvimento cultural. Apenas e só foi dado seguimento a uma proposta, que igualmente subscrevemos de criação de uma estrutura de gestão específica para o projecto. Estamos em crer que actual maioria nunca compreendeu que um território só será verdadeiramente Tecnopólo (pólo), mais do que pela presença de um recurso físico, de uma actividade ou de um mercado, se existir uma rede relacional entre parceiros públicos e privados, onde surgem relações comerciais de troca, parcerias estratégicas, permuta de saber técnico e científico, sinergias as quais, em conjunto, poderão gerar novos produtos, novos mercados e mesmo novas empresas.
Um ano perdido na criação do Gabinete do Empreendedorismo e Inovação – por nós proposto! – é um exagero e uma atitude de incompreensível laxismo.
Em nosso entender, ficou ainda por criar o Conselho Consultivo Empresarial, um órgão que deveria juntar todos os empresários, autarquias e organismos desconcentrados da Administração Central, escolas e centros de investigação e tecnologia para, em conjunto, poderem ser definidas políticas de orientação e existir trabalho em sintonia para o mesmo objectivo.
A derrama continua pelo nível máximo, contra a nossa intenção, assim como todos os impostos, taxas e tarifas aplicadas sobre os promotores da actividade económica, o que apenas são imperativos de quem não possui cultura empresarial à altura dos desafios.
Não vingou a nossa proposta de criação de um prémio de apoio à criação de postos de trabalho e ao investimento.
Não vingou a nossa proposta de isenção de taxas de licenciamento de novos projectos de investimento em unidades da indústria transformadora, bem como para projectos de investimento de modernização e/ou expansão das unidades produtivas existentes no concelho.
Não teve seguidores e a nossa proposta de agressividade territorial, no sentido de irmos a todos os pontos do país e do estrangeiro em busca de investimento materializável em novas unidades produtivas.
Não houve passos significativos noutro caminho que considerámos fundamental: a criação de uma plataforma de referência na área da logística e da distribuição.
Apoiamos, contudo, porque igualmente constava das nossas propostas, a criação de um Centro de Exposições e Feiras, com auditório para Congressos. Talvez o modelo de financiamento fosse diferente, assente em parcerias público-privadas e com um valor de investimento e dimensão não tão “pesados” para a posição relativa actual do concelho.

V – Em termos culturais, persiste o desastre das políticas socialistas no concelho. Estamos muito aquém daquilo que, com o mesmo dinheiro, seria possível fazer.
Queremos uma política cultural para todos, inclusiva e promotora de desenvolvimento pessoal e comunitário, geradora de progresso e desenvolvimento.
Há um ano e alguns meses, dissemos o seguinte:
“A concentração dos equipamentos culturais na cidade acentuou de forma gritante o fosso entre as freguesias citadinas e as rurais. Mas, mesmo na cidade, é patente e visível a degradação de alguns desses equipamentos, como é o caso das Bibliotecas de Alferrarede e Rossio ao Sul do Tejo.
Ao intervir culturalmente, pretendemos contrariar a tendência para a desertificação do concelho, estancar a hemorragia humana que faz sair os jovens em direcção ao litoral, empurrados pela ânsia de encontrarem emprego ajustado aos seus desejos, conhecimentos e vontades.
Se importa corrigirmos as desigualdades, é patente a importância de concebermos um plano estratégico no âmbito da cultura capaz de influir positivamente no desenvolvimento económico do concelho, de todo o concelho sublinhe-se, debaixo de todos os matizes e referências, dos quais se enumeram os pontos seguintes:
Contribuir para a atracção de investimentos e criação de emprego;
Captar públicos de todos os géneros, em todo o tempo, a todo o tempo;
Fixar populações e incentivar a indústria do ócio;
Inventariar, investigar, estudar e defender o património nas suas diversas vertentes;
Dar ênfase à Convenção Europeia das Paisagens;
Proceder-se à actualização da classificação de monumentos com interesse municipal, alargando-a a outras tipologias de monumentos, incluindo os naturais e, porque correm sérios riscos de desaparecer, os imateriais;
Fomentar a aculturação, a formação do gosto, a criação artística e o apreço pelos criadores;
Dar à Escola a possibilidade de tomar contacto real e continuado com criadores e as suas obras;
Colocar ao alcance de toda a população equipamentos e estruturas de modo todos terem acesso a uma melhor qualidade de vida”.
Não é esta a postura da actual maioria. Longe disso.
Há alguns projectos que parecem ser positivos, contudo, a carecer de mais esclarecimento e profunidade, designadamente a Oficina de Teatro, o núcleo de museologia industrial em Tramagal, o novo programa funcional do Convento de São Domingos, a valorização das estações arqueológicas do concelho ou o incentivo à produção cultural. Algumas destas propostas constavam do nosso programa de candidatura.

VI – As propostas na área do turismo são, em parte, um plágio daquilo que podemos ler nos roteiros turísticos da generalidade dos município do interior. Em lado nenhum é explicado de que modo e com que ferramentas se pretende associar Abrantes ao “turismo desportivo que a Cidade Desportiva permitiu emergir”. Nem como serão seduzidos os “habitantes da área metropolitana de Lisboa” para os seus “short breaks”.
O documento estratégico ainda refere a participação do Município num investimento privado num novo hotel em Abrantes. Mas o Plano Plurianual de Investimentos e o Orçamento para 2007 são, nesse aspecto, omissos.
Por outro lado, a comprovar a política desgarrada dos projectos avulsos, é escrito que em 2007 se pretende “avançar com o Clube Náutico”. E, mais à frente, “lançar o processo para a construção do Clube Náutico”. Isto significa exactamente o quê? Um programa-base? Um estudo prévio? Um projecto de execução? O lançamento da empreitada? Com que financiamento e com que modelo de concepção-construção-exploração? Fica quase tudo por dizer…
O mesmo se pode dizer relativamente a “organizar e atrair eventos”. O que quer isto dizer?
Na verdade, sempre dissemos que, na área do desenvolvimento turístico e dos espaços e equipamentos vocacionados para esta importante área de actividade, “o Município de Abrantes dará um impulso forte mas irá recorrer a parcerias com privados de grande capacidade e tradição”.
Esta visão constitui um importante factor de distinção entre dois modelos em oposição.

VII – No que se refere à apreciação do Orçamento para 2007, alguns dados ressaltam à vista:
- As receitas de capital previsionais são de 10,8 milhões de euros; para 2006 haviam sido da ordem dos 17,3 milhões de euros, o que traduz a dificuldade de investimento no próximo ano;
- Contudo, algumas das receitas de capital previstas continuam a ser puramente utópicas, como é o caso da previsão de venda de terrenos, habitações e edifícios da ordem dos 2,8 milhões de euros (3,75 milhões de euros previstos para 2005, 3 milhões de euros previstos para 2006 – na prática é o mesmo “bolo” que é inscrito em cada orçamento para equilibrar as contas);
- Este baixo nível de investimento compromete um dos indicadores de aferição do limite legal de endividamento para o ano seguinte (“Os encargos anuais com amortizações e juros dos empréstimos a médio e longo prazos, incluindo os dos empréstimos obrigacionistas, não podem exceder o maior dos limites do valor correspondente a três duodécimos dos Fundos Geral Municipal e de Coesão Municipal que cabe ao município ou a 20% das despesas realizadas para investimento pelo município no ano anterior” – cf nº3 do artigo 24 da Lei nº42/98, de 6 de Agosto, ainda em vigor);
- O peso das despesas correntes no Orçamento de 2007 é arrasador: 63,1% do total da despesa prevista. E esta componente da despesa é praticamente rígida, ao passo que a despesa de capital (investimento) pode, ou não, vir a confirmar-se.

VIII – Muito mais poderia ser dito. Desde logo que nem muitas das apostas com que o PS se apresentou a eleições e com as quais as venceu em Outubro de 2005 se encontram inscritas em Plano Plurianual de Investimentos.
Poderíamos referir aqui o Pavilhão Desportivo Municipal (com apenas 10.000 Euros), o Quartel dos Bombeiros (apenas 50.000 Euros), a Requalificação do Convento de São Domingos (50.000 Euros) e outras.
Poderíamos aqui referir que este Orçamento não privilegia a coesão nem a correcção de assimetrias entre a cidade e as freguesias mais periféricas, apesar de algumas obras levadas a cabo na cidade poderem ser consideradas investimentos de todo o concelho (ou mesmo ambicionarem a ser supra-municipais), no dizer da maioria socialista.
No essencial, estamos em crer que a nossa visão/posição se encontra justificada e fundamentada.
Daí a razão de ser do nosso VOTO CONTRA os documentos apresentados.

Abrantes, 27 de Novembro de 2006

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Sá Carneiro mais perto de ter sido mesmo assassinado


Sá Carneiro. Será desta que vai ser feita justiça?
"Numa entrevista à revista Focus, a publicar quarta-feira, José Esteves assume ser o autor de um engenho que fez explodir a aeronave Cessna onde seguiam o então primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, a sua mulher Snu Abecassis, o chefe de gabinete António Patrício Gouveia, e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, assim como os dois pilotos do aparelho, a 4 de Dezembro de 1980".
Para mais leituras sobre este assunto - que prescreveu em Setembro deste ano - carregue aqui no link do PortugalDiário.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Teatro Virgínia

Ontem fui conhecer, depois de remodelada, a sala do Teatro Virgínia, em Torres Novas.
Assisti ao Requiem K626 de Mozart. Gostei bastante. Apreciei a qualidade da sala, a quantidade de pessoas presentes (casa cheia, pode dizer-se) e assumi já que, no próximo fim de semana, irei ver a peça Miss Daisy, com Eunice Muñoz, no mesmo espaço.
Boa programação, boa sala, público formado, tradição pelo espectáculo. Torres Novas, neste aspecto - como noutros - parece levar alguma vantagem face a Abrantes. Já não é de agora que a produção cultural em Torres Novas é mais forte do que por estas paragens de Abrantes
Antes queria que assim não fosse. Mas parece que é. E é mesmo!

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

As Crónicas do Dr. Eurico Heitor Consciência


(foto da Região de Turismo do Ribatejo - http://www.rtribatejo.org/galeria/gr/abrantes.jpg)
Confesso que leio sempre as crónicas do Dr. Eurico Heitor Consciência nos jornais "Primeira Linha" e "Ribatejo". Leio com prazer porque a sua escrita é singular, interessante e diz coisas muito acertadas de modo muito crítico e com sal&pimenta qb. Sou um admirador dos escritos do Dr. Consciência, pronto, mesmo que através dos mesmos acabe por levar, às vezes, uma "bicadazita" indirecta (quando o Dr. Consciência fala dos políticos em geral poderá estar a incluir-me - eu, normalmente, não me incluo mas...).
Começa, na página 2 de "PL", por dizer que a zanga entre Nelson Carvalho e Albano Santos terá sido por causa de uma alegada marcação de férias. Para, em seguida, acrescentar "É lógico. O que seria de estranhar era que dois políticos e zangassem por questões de trabalho". Muito bem apanhado.
Depois, mais à frente, escreve: "O Vice-Presidente Albano Santos disse que perdeu a confiança política e a confiança pessoal no Presidente Nelson. Benvindo, jovem camarada. O clube está a rebentar pelas costuras, mas lutarei pela tua admissão, porque há mais alegria no Céu quando um pecador se converte do que...". Muito acintoso mas, igualmente, muito eficaz e direito ao assunto.
Depois, aponta baterias aos "seminaristas" da CMA, quando diz que "o Presidente Nelson gostava de só ter Vereadores que tivessem nascido na Beira Alta e que tivessem sido seminaristas. Salazares de 3ª...". Esta deve doer muito aos seus destinatários!...
Depois, termina: "Não estamos de parabéns. Não sei se deram ao VPC o lugar certo quando o mudaram p'ró Lixo, mas tal mudança revela que o próprio PS reconheceu que o VPC não tinha estofo de vice-presidente nem competência para aprovar ou reprovar Obras. Tanto que o substituiu. Como agora o repescou, está tudo dito, definitivamente confessado".
Uma conclusão acertada, lógica e natural, acessível mas que pela primeira vez vi escrita.
E, dando resposta ao outro texto do Dr. Consciência em "Primeira Linha" de ontem, na página 8, peço-lhe que não se demita da função de escrever.
Nota final: Para mim, há muito tempo que o Sr. Manuel Dias merecia a lição que o Dr. Eurico Heitor Consciência lhe dá nesse escrito. Notável. Essa aplaudi de pé, com vénia e tudo.
Recomendo a todos uma leitura desse texto. Vou mesmo recortá-lo e guardar no álbum de alguns textos de referência que vou guardando ao longo dos anos sobre a vida política local, regional e nacional. Um dia poderão vir a ser importantes, nem que seja para ajudar a fazer história.
Bom dia para todos!

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Os meus posts às vezes são polémicos e muito lidos

Este blog tem tantas mais visitas quanto os posts digam respeito a questões polémicas da vida política local.
Quando os assuntos são outros, mais generalistas ou sociais, transversais à sociedade, mas sem sal&pimenta, o blog perde visitantes.
Quando escrevo sobre o PS ou assuntos da vida municipal, aumentam as visitas locais e as pessoas abordam-me na rua ou enviam-me recados. Uns concordam, outros discordam mas vejo que as visitas e os comentários aumentam.
Quando escrevo sobre o PSD local ou distrital, alguns dirigentes de todo o distrito vêm também ler o que escrevi. Raramente ou nunca fazem comentários aqui escritos mas os recados chegam-me de vários lados. Dizem que “é uma pena, o rapaz até não é parvo de todo mas o que se há-de fazer, tem aquela vontade de escrever e disparar em todas as direcções”, ou ainda “o gajo não tem respeito por nada nem por ninguém, arranjou um argumento esfarrapado para se ir embora da concelhia e criou um cenário de crise por sua única vontade”, ou ainda “o gajo tem-se governado à conta e fica-lhe mal criticar os políticos, parece que está a cuspir no prato da sopa”.
Já ouvi de tudo e até pior do que escrevi atrás. Algumas pessoas contam-me as reacções alérgicas de alguns dos senhores do poder de Santarém (não todos) face aos meus escritos. Sei que o que tenho escrito os incomoda. E muito. Paciência.
Estou-me nas tintas para o que pensam e para o que dizem. Pela minha parte, direi sempre aquilo que penso, nos locais adequados. Neste espaço tenho tido a reserva ou pudor de não dizer o que penso de muitas pessoas do PSD com que privei ao longo dos anos, de exprimir o que penso de alguns. Não o fiz nem farei. Penso que é melhor assim. Há gente boa, há gente assim-assim e, depois, há a “camarilha”. Se calhar no PS é a mesma coisa e no CDS e noutros projectos políticos onde a liberdade de expressão é a regra.
Um amigo meu, muito próximo, diz-me com frequência que as pessoas só têm desilusões porque se iludem. Talvez seja isso mesmo. Se alguém se iludiu comigo e eu não correspondi às expectativas pode agora estar desiludido. Os que me iludiram também me desiludiram. É assim a vida, é só questão de sermos mais maduros e não nos deixarmos iludir com os outros. A primeira regra é não confiar cegamente em ninguém. O mundo está cheio de escroques, de gentios que se encontram cheios de soberba despudorada. A confiança ou se dá em pequenas doses, um pouco de cada vez, ou se conquista igualmente pouco a pouco. Manter uma reserva de sanidade mental é uma boa solução, preservar as amizades uma tarefa difícil mas acessível a quem está eivado de vontades profundas de respeitar os outros, tolerando as suas fraquezas e apoiando-os nos momentos de dificuldade, de angústia ou de dor. Não é fácil mas a vida seria uma maçada se tudo fosse fácil.
As pessoas, em geral, são perversas. Não vou aqui esmiuçar as teorias do bem e do mal absolutos (porque conheço alguma coisa mas não o suficiente para me expor) mas há uma tendência fortemente enraizada para que as pessoas sejam, em primeira instância, más. A bondade não é um acto natural, genuíno mas antes fruto da educação e do trabalho árduo sobre o nosso carácter. É assim que penso. É assim que justifico que algumas pessoas mudem de convicções de modo tão volátil, apenas para, através da alienação da alma, poderem exercer cargos de poder, às vezes poderes vazios, apenas formais.
Em Abrantes, na actual maioria da Câmara Municipal também assim é. Posso assegurar o que digo porque sou testemunha de coisas que ouvi e vi e que, no actual contexto, se eu não o vivesse e não estivesse presente, se apenas me fosse contado, diria ser mentira e impossível.
Em Abrantes, na vida interna do PSD também é assim. Posso igualmente assegurar o que digo pelas mesmas razões que já referi no parágrafo anterior. Os próximos dias o confirmarão. Talvez, afinal, seja tudo por uma boa causa. Talvez seja eu que não consigo atingir os motivos válidos. Talvez; por isso, é melhor mesmo fazer uma pausa. Foi uma boa decisão a que tomei em Outubro passado. É mesmo disso, de uma pausa, que eu preciso. Para não ter de ser surpreendido, em cada dia, pela avalanche de contradições a que assisto, como se fosse regular e normal a vida ter de ser mesmo assim.
Vou iniciar uma nova fase. Estou feliz por isso. E, por agora, é só isso que importa. Mas vou continuar vigilante, atentamente vigilante. E vou por aqui escrevendo, enquanto houver pelo menos uma pessoa que me leia.
O futuro, bom o futuro será o que nós fizermos e o que daí resultar. Será uma consequência das pessoas e das suas circunstâncias, no momento apropriado.
Em política nada morre, tudo pode renascer. Um dia…

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Salário mínimo nos 400 Euros

Finalmente a barreira psicológica dos 400 Euros de salário mínimo irá, quase de certeza, ser atingida em 2007. Actualmente, o salário mínimo nacional é de 385,90 Euros, o que implica um aumento de 3,6%.
Nem sequer é muito, é apenas um número redondo, por isso o Governo o "propagandeia" colhendo daí alguns frutos de simpatia.
A CGTP "quer" 410 Euros, a UGT fica-se pelos 405 Euros para 2007. Os empresários ficam mais abaixo, nos 395 Euros. É o "jogo" do costume.
A meta são os 500 Euros. Para a CGTP isso deverá acontecer em 2010. Para os patrões, isso só deverá acontecer lá para 2012 ou 2013, o mais tarde que for possível, em nome da competitividade das empresas e da sobrevivência de muitas.
Numa coisa Governo e patrões estão de acordo, o que não colhe junto das centais sindicais: a evolução do SMN deverá ficar associada e indexada ao desempenho da inflação, da produtividade e do crescimento do PIB. Acho muito bem, acho mesmo que já deveria ser assim desde há muito, só peca por tardia esta medida.
O SMN português é o mais baixo da Europa dos 15 e foi mesmo já ultrapassado por países dos 25, designadamente Eslovénia e Malta. No Luxemburgo, o salário mínimo é o triplo do português, sensivelmente.
Vamos ver se a pequena e micro economia se aguenta com estes aumentos, que traduzem, é certo, custos acrescidos para as empresas e mais receita para o Estado, nas contribuições e impostos incidindo sobre mais massa salarial.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Novidades do dia

Hoje chega oficialmente a Escola Prática de Cavalaria a Abrantes. Seja bem-vinda e muitos anos de sucesso por cá, é o que desejo.
Entretanto, a entrevista de Cavaco Silva à SIC continua a abrir brechas no PSD. Não acho bem o que LFM anda a fazer neste caso. Por muitos argumentos que pense ter, ou formaliza uma candidatura à liderança e pede um Congresso Extraordinário ou, então, deve respeitar a liderança eleita. Este "ruído" não beneficia ninguém e ninguém pode liderar tranquilo nestas condições. Até quando esta situação será sustentável?
Apelo ao bom senso, que deve imperar nestas circunstâncias.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Duelo na TV

Cavaco na SIC, em directo esta noite.
Santana idem, mas na RTP1.
Confesso: gosto do PR mas preferi ouvir PSL. Em grande forma. A contrastar com o ar de "Calimero" que alguns comentadores e analistas lhe querem colar. Claro que ninguém tem absoluta razão sobre tudo e sobre todos. Mas confesso que os argumentos de PSL, da "organização de interesses" faz, para mim, todo o sentido.
Pena é que o livro demore tanto chegar a Abrantes, como que a provar que estamos mesmo na província interior, longe do litoral desenvolvido. Pelos vistos já não conseguirei apanhar uma 1ª edição. Paciência...

E se a moda pega?

Nelson de Carvalho destituiu Albano Santos.
Carmona Rodrigues fez o mesmo relativamente a Maria José Nogueira Pinto.
Em Almeirim, o Vice de Sousa Gomes também saiu.
Pelo menos Abrantes foi pioneira em algo.
E se a moda pega?

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Leituras&Reflexões

Já se viu que ando virado para a vida no campo. É um facto.
Tenho também, nesta altura, mais tempo para a leitura.
Acabei de ler "O último Papa", de Luís Miguel Rocha, uma obra sobre um trama em torno de um alegado assassinato de João Paulo I. Achei fraco como obra literária e até parecido com a "Conspiração", de Dan Brown no enredo.
Estou a ler "O número de Deus", de José Luis Corral, um livro sobre o século XIII, o século das mulheres e das catedrais, de perseguições religiosas e de vida na clandestinidade.
Estou também a ler "Maquiavel em Democracia", de Edouard Balladur, antigo Primeiro Ministro francês e candidato presidencial derrotado por Jacques Chirac. Edouard Balladur, de 77 anos de idade, anunciou no passado mês de Outubro a sua retirada da política, de modo a dar lugar aos mais novos e a renovar a classe política francesa por uma nova que seja capaz de responder aos desafios contemporâneos da França em crise. Continuará a apoiar o seu delfim Nicolas Sarkozy, presidente da UMP - União para um Movimento Popular, criado por altura das presidenciais de 2002 para apoiar a recandidatura presidencial de Jacques Chirac, que tinha vencido em 1995 contra Balladur, sendo ambos candidatos da direita e do RPR gaulista.
Diz Balladur:
"Democracia ou ditadura, o objectivo é o mesmo: a conquista e a conservação do poder, sejam quais forem os meios e enquanto for possível. Quanto ao recurso à mentira, quase não há diferença entre o que se passa em democracia e em ditadura, a não ser quanto à eficácia: a mentira é ainda mais eficaz na democracia porque permite captar os votos de um maior número de pessoas, enquanto na ditadura basta impor-se pela força e dominar em vez de convencer".
Lúcido, claro, se rodeios, Balladur diz muito mais coisas acertadas:
"O mérito de Maquiavel está em ter acabado com a hipocrisia dos bons sentimentos. Maquiavel caracterizou, desde logo, os métodos do poder: a luta pela conquista do poder é a realização das ambições egoístas e nada mais" (...) "O poder já não pode constituir-se como fim em si mesmo, apenas ao serviço de um interesse egoísta. O povo, que é o soberano último do poder, exige que ele seja exercido em ordem ao seu bem-estar, que salvaguarde o seu futuro e não seja exercido apenas para satisfazer os instintos de dominação de quem o detém. Para ser aceite, a ambição de, pelo menos, aparentar inspirar-se em motivos nobres. A maioria das vezes tudo se fica pelas aparências. Como no tempo de Maquiavel, o cinismo é que impera".
E, procurando encontrar diferenças entre Democracia e Ditadura, Edouard Balladur acrescenta:
"Ditadura? Democracia? Haverá uma diferença radical entre mandar através da imposição pela força e mandar com base na adesão livre do provo? Haverá entre estas duas formas um fosso nítido, marcado? A complexidade do mundo actual, com as suas ditaduras serôdias e as democracias degradadas, desmente-o diariamente. Hoje, como ontem, o espírito de dominação inspira permanentemente o político, embora os meios não sejam os mesmos.
Quem não sonhou ver o idealismo acompanhar o advento da democracia? Quão longe estamos disso!"
E, para terminar e deixando os leitores deste espaço, eventualmente, com vontade de comprar esta obra que me está a dar muito prazer a ler, cito:
"invocar convicções morais faz rir os cínicos". Uma frase acertada para o mundo de hoje, onde os valores se volatilizaram para dar lugar a arranjos de conveniência e à instrumentalização de consciências alienadas dez vinténs.
Lê-se bem o livro. É leve mas com pensamentos a proporcionar reflexões.
Claro, tenho mais cinco livros na mesa de cabeceira, à espera de vez. E vou comprar já, para ler também, o livro de Pedro Santana Lopes, o tal que relata a visão do ex-PM sobre a sua queda em 2004.

O Codes hoje


Hoje, o Codes estava assim. Os "pinos" brancos são oliveiras cobrançosas plantadas. Ao todo foram 14, o que já dá mais de 40. Dentro de uns anos haverá azeite. Para já, o pouco que apanhámos (galega) foi para retalhar e comer.


A nespereira que o António Castelbranco nos deu vai crescendo frondosa. Daqui a uns anos também dará frutos, esperamos.


Depois da tempestade, veio a bonança. O nível de água no nateiro já baixou mas ainda não estamos livres de mais cheias. Afinal, o Inverno ainda não começou.

Feijoada de amigos

Há dias, mais concretamente no dia 4 de Novembro, o Luís Cordeiro ofereceu um jantar a amigos. Uma feijoada, bem regada com vinho, cerveja, whisky, licores, enchidos e doces.
Mais importante do que a comida e a bebida foi a companhia de amigos verdadeiros. Estavam lá alguns dos meus melhores amigos de sempre.
Nas fotos que se seguem falta o Nuno Romão que também estava no jantar mas não aparece aqui nas fotos. Sabe-se lá porquê... Às tantas já não sabia quem estava e quem não estava.
Também não vou colocar aqui todos os 14 ou 15 presentes mas apenas alguns dos meus amigos de infância e da juventude. Amigos sinceros, de sempre, para sempre, verdadeiros como poucos.

Eis uma perspectiva da mesa já depois do jantar, ao qual cheguei atrasado porque tive outro jantar onde tive de ir também. Por isso é que o colesterol está como está e os triglicéridos também.

O anfitrião, Luís Cordeiro.

À esquerda o Pifri (Pedro Fernandes) e à direita o Zé-Zé (José Luís Gomes), este último a residir em Leiria.

O Filipe Alves (Fifi para os amigos) e, mais ao fundo o irmão dele, o Paulo Alves.

O Pifri, eu e o Filipe.

Por fim, o Paulo Alves em grande plano.

Desculpa Romão. Faltas aqui tu.

Falta de tempo

Sentei-me aqui há mais de duas horas mas tinha mais de 110 MB de mails para ler. Há dois dias ou mais que não via nada com olhos de ver.
Queria falar do Congresso do PS mas já é tarde. A generalidade dos analistas políticos diz que o PS está a caminhar para o eleitorado do PSD e a perder para os partidos mais radicalizados à esquerda, nomeadamente PCP e BE. Ainda bem porque quando o efeito Sócrates se esvaziar, fica mais para o PSD e muito pouco para o PS que pode desinchar rapidamente, se à esquerda houver fidelização de eleitores.
Queria falar da morte de um trabalhador da extracção de areias no Rio Tejo mas é também tarde.
Poderia falar da morte do senhor de Alvega, às mãos da mulher, com várias pancadas de machado. O sono fê-lo adormecer no sofá e isso foi fatal. Mas não tenho autoridade para falar nisso nem o assunto é interessante.
Poderia falar na boa nova que é o reforço de investimento da Mitsubishi em Tramagal, de que o DN e o Expresso davam conta. São investimentos benvindos. Agora só falta o IC9 trazer a ponte que, além de servir Tramagal, serve os interesses económicos desta importante unidade produtiva, naquele que é o segundo maior investimento automóvel de Portugal, a seguir à Ford/VW de Palmela.
Poderia falar de promessas falhadas na CMA. Como, por exemplo, aquela que foi feita em Dezembro do ano passado, de que a festa de Natal dos Serviços Municipalizados já seria nas novas instalações, na zona industrial. Mesmo que os escritórios não estivessem concluídos, pelo menos a nave fabril estaria pronta, foi o que foi dito aos trabalhadores. Mentira. Está lá apenas a placa da obra..
Enfim, assuntos para falar há muitos mas a hora já vai tardia e amanhã é dia de trabalho.
Com mais tempo aqui voltarei.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Acusações graves

Luís Filipe Menezes continua no seu estilo habitual: diz o que pensa. Pode nunca chegar a líder, pode lá chegar e nunca ser escolhido para Primeiro Ministro, pode tudo e mais alguma coisa mas ninguém pode acusá-lo de falta de coragem e sinceridade.
Hoje, no seu artigo do Correio da Manhã, lá vêm farpas. Hoje não coloco o link, opto mesmo por transcrever as partes mais acintosas:
- "se um mau Governo é mau para o País, o suicídio da Oposição é o passo para o abismo";
- "rodeando-se de equipas menores, o Presidente do PSD colocou no topo da hierarquia político-administrativa alguns dos militantes mais viciados em manigâncias «aparelhistas»";
- "O que se tem passado desde então faria corar de vergonha o Dr. Álvaro Cunhal. Funcionários históricos que serviram quase todos os presidentes do partido, são afastados por serem «independentes», nomeadamente nos estratégicos sectores das filiações, organização de ficheiros e informática";
- "chega-se ao caricato de a secção de Algés rejeitar a admissão de dois «delinquentes»: o filho de Helena Lopes da Costa e o sobrinho de Ana Manso, deputadas do partido! Em contrapartida, as filiações convenientes entram pela porta do cavalo, ao arrepio de qualquer controlo ";
- "o secretário-geral censura o "Povo Livre", os regulamentos eleitorais são aplicados à medida, as quotas pagas selectivamente. Os cadernos eleitorais distribuídos ilegalmente, violando os estatutos e a lei de protecção de dados, os códigos para pagamento de quotas são transaccionados no mercado negro. Um desaforo, uma vergonha, um caso de justiça, da verdadeira...";
- "qualquer dirigente que tenha participado nas minhas listas é vetado";
- "esta semana um jornalista de topo foi invectivado, ao mais alto nível da hierarquia social-democrata, por ter tido a veleidade de me entrevistar num canal televisivo regional";
- "a partir desta data e desta chamada de atenção, Marques Mendes não tem desculpa: ou intervém, ou é co-responsável por este caos".
Espero que alguém demonstre publicamente que estas acusações são falsas. Espero mesmo porque, caso contrário, tenho de perguntar-me a mim mesmo se este é o partido ao qual aderi há duas décadas atrás?!? Ou é o partido que está errado ou sou eu. Preciso de saber...

PSD reúne amanhã os seus militantes

Amanhã à noite há Assembleia Concelhia de militantes do PSD/Abrantes.
Lá estarei para explicar aos militantes que se dignarem aparecer as razões que conduziram à minha demissão, bem como à dos restantes membros da Comissão Política.
Entretanto, já há movimentações para a constituição de listas.
Estão enganados todos aqueles que dizem que o PSD atravessa uma crise em Abrantes. Os militantes vão provar que não, que se trata apenas e só de uma nova fase, de um novo alento, de militantes que se sentem com força e motivados para combater, no plano democrático, a maioria socialista no concelho.
Eu, pessoalmente, não espero outra coisa. Agora facilitada até, depois do abalo que o PS terá sofrido com este conjunto de cenas dramáticas da exoneração, saída e queda do ex-Vice-Presidente.
Estou em crer que quem mais perdeu com estes 10 dias de ebulição foi o Presidente da CMA, Nelson Carvalho. E, ao contrário do que ele o PS dizem - que o assunto está encerrado - não está. E tem de ser recuperado todas as vezes que for necessário, para diminuir a força do PS no concelho.
Desconheço se os militantes do PSD amanhã pretendem pronunciar-se sobre o assunto, sob a forma de declaração, moção ou comunicado. À falta de uma Comissão Política e perante a ignorância que a estrutura distrital dispensou ao caso (parece que a aposta em 2009 será Torres Novas, ainda não é desta que Abrantes figura nas prioridades...) cabe, por direito, ao conjunto dos militantes de Abrantes pronuciarem-se (ou não) sobre o assunto.
Depois dou notícias (daquilo que for possível, claro).

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Ontem...

Ontem houve novidades na Câmara Municipal: formalizou-se a saída definitiva de Albano Santos (agora até já se demitiu do Secretariado e da Comissão Política Concelhia do PS/Abrantes) e a entrada de Maria do Céu Albuquerque para vereadora a tempo inteiro. Pelouros: Desenvolvimento económico e ambiente/saneamento/resíduos, acumulando ainda a presidência dos Serviços Municipalizados. O futuro nos dirá se é capaz de dar conta do recado. A pouca comunicação social presente na sessão entrou para colher umas imagens e saiu sem ouvir ou querersaber o que pensam os vereadores sobre a situação criada. Talvez saibam tudo...
Ontem, o Primeira Linha fez 9 anos.
Ontem, chouveu que se fartou e o Tejo galgou margens por todo o lado.
Ontem, tive uma reunião da Associação de Pais da escola dos meus filhos.
Ontem, fiz uma partida de futebol com amigos, ao princípio da noite.
Ontem, como podem ver, não tive tempo para escrever aqui neste espaço.
Voltarei para esmiuçar o assunto CMA.
Para já, fico-me por aqui.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Correcção ao post anterior

Tenho de fazer uma ligeira correcção ao post anterior, que baralha ainda mais as coisas.
O pedido de renúncia de Albano Santos entrou hoje (dia 2) no Município mas tem data de 31.10.2006, diz o comunicado passado à imprensa.
Ora, vamos lá ver. Esse foi o dia em que ele fez o comunicado já aqui referido, onde disse o que disse e, realço para este raciocínio, que a sua decisão sobre o relacionamento futuro com a CMA seria tomada no dia 3, após a reunião da CPC do PS.
Então, ele de manhã faz o comunicado, cria uma situação para o complicado e ainda no mesmo dia vai ao arrepio de tudo o que tinha dito e pede a renúncia ao mandato?
Como é que é?!?
Fica ainda mais por explicar... Porquê esta súbita inflexão? O que a motivou? Tenho uma teoria mas não digo.
A trapalhada só aumenta de dimensão, a cada novo episódio.
Pois claro, não há mal nenhum, estamos a falar de PESSOAS DE CONFIANÇA. Pelos vistos, já nem em si mesmos confiam.

Afinal, Albano Santos renunciou ao cargo

O Mirante On-line de hoje traz-nos mais uma novidade.
Afinal, Albano Santos não vai explicar em reunião de Câmara Municipal, as razões do seu afastamento.
Afinal, não vai aguardar pela reunião de amanhã da Comissão Política Concelhia do PS de Abrantes para anunciar qual vai ser o modo de relacionamento futuro com a Câmara Municipal de Abrantes.
Afinal, tudo o que foi dito não era de confiança.
Afinal, antes sai sem mais dizer ou explicar. Mas fica tanto por explicar, nomeadamente do texto do seu comunicado da passada 3ª feira...
Esta terá sido a forma encontrada para minimizar os "estragos" que a discussão prolongada do assunto na praça pública estava a criar.
Talvez...
...mas, para mim e para os eleitores, ainda fica muito por esclarecer.
Penso, se bem me recordo, que a seguir, na lista do PS, surge o nome de Maria do Céu Albuquerque, actual responsável do A.Logos. Ou, talvez o Paulo Pedro, que saiu perdedor na Freguesia de Souto contra o Diogo Valentim. É um dos dois.
Em casa, vou procurar os papéis porque não tenho a certeza absoluta, mas é um destes nomes.
E, pronto, assim fica mais um episódio das Pessoas de Confiança.

Pessoas de Confiança

Albano Santos, no seu comunicado, lembrou-nos que o lema da campanha do PS, nas eleições autárquicas do ano passado, era PESSOAS DE CONFIANÇA.
Mas...
...menos de um ano depois:
. Nelson Carvalho (NC) perdeu a confiança funcional em Albano Santos (AS);
. AS diz que isso é consequência de ele próprio ter perdido a confiança política em NC;
. NC diz que o motivo foi a falta de articulação funcional entre ambos, de modo a conciliar deslocação ao estrangeiro com férias;
. AS diz que foram desautorizações e tentativas de mais desautorizações, a mais recente envolvendo uma relação com o exterior, numa matéria sensível como é a protecção civil;
. Pina da Costa disse na reunião que o motivo invocado por NC é mais do que suficiente para a perda de confiança, depois de eu ter dito que era um motivo pouco forte para isso;
. Isilda Jana, que aí ficou muda e calada, foi depois para a rádio dizer que, afinal, havia um acumular de motivos e que a exoneração de AS não foi propriamente uma surpresa.
A palavra chave é mesmo essa: CONFIANÇA.
AS reitera que a gestão da autarquia é "complicada" e que NC anda "desnorteado", precisando de "toda a ajuda", para fugir ao "dramático" fim de ciclo.
Será que os abrantinos ainda podem confiar? Confiar em quem? Em quem prometeu uma relação baseada na confiança mas que, veio a provar-se, nem no seio da equipa confiam uns nos outros?
Desconfio que a relação de confiança, que já se perdeu entre os eleitos, pode perder-se com os eleitores.
Estes não gostam de ser enganados. E não contar a história toda, é o mesmo que não ser leal com os eleitores. Que confiaram maioritariamente no PS e agora não recebem a mesma lealdade com reciprocidade.
Se eu fosse dirigente do PSD, era por aqui que centrava uma atitude política. Mas não sou. Pena é que se esteja a perder uma oportunidade como esta.
Para terminar, sublinho: o PS quis estabelecer uma relação de confiança com os munícipes de Abrantes. Mas, nem um ano passou e já se viu que não confiam mais uns nos outros. Se não confiam uns nos outros, como podemos nós, cidadãos, confiar neles e na sua capacidade de gerir o concelho?
Há governos de países civilizados que já caíram por menos do que o que se está a passar em Abrantes. Por aqui, impera a bonomia, o deixa-andar e uma confortabiíssima maioria absoluta. Tivéssemos (eu e o PSD) tido mais 9 votos, o que nos teria dado o 3º vereador e a conversa agora seria outra.
Pronto, já está, já está. O povo assim quis, assim tem.
Pessoas de Confiança?
Contem-me histórias...

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Na Antena Livre, com comentários

Disponível a notícia na Antena Livre, com comentários estranhos de Isilda Jana, vereadora e líder concelhia do PS, bem como de Humberto Lopes. Isilda Jana confirma que foi um acumular de situações e não apenas aquilo que foi indicado como motivo oficial.
A ouvir com atenção.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

O que pensam as estruturas dirigentes do PSD sobre tudo isto?

Um comentário ao anterior post coloca uma coisa a nú: o PS atravessa um mau momento em Abrantes mas o PSD está dividido.
Já o Engº Bioucas na semana passada me dizia que, se um lado chove, do outro está molhado. Não vem aqui ao caso o que eu lhe disse sobre isso e sobre os dois lados em questão - leia-se PS e PSD.
Demiti-me para ajudar a fortalecer o PSD, também. Porque havia gente com vontade de fazer mais e melhor. Porque havia gente a criticar-me, como se os resultados obtidos, em parte contra alguns militantes do próprio PSD, tivessem sido fracos. Não foram os desejáveis mas contribuí para consolidar um espaço de crescimento do PSD em Abrantes, mesmo quando pedi ajuda a militantes ditos "históricos" e esta me foi negada (hoje posso dizer isso). E houve as recentes ingerências de responsáveis distritais em todo o processo. Inadmissíveis. A gota de água. Pensavam que eu estava "agarrado" a tudo isto mas "tudo isto" vale pouco comparado com outros valores da vida.
Na verdade, quando uma Comissão Política de Secção se demite, o nível acima, neste caso a recém-eleita Comissão Política Distrital deve assumir esse vazio. Eu já não represento o PSD de Abrantes, desde a tarde em que me demiti.
Abrantes é - penso eu - um dos concelhos mais importantes em termos de dimensão e expressão política no distrito de Santarém.
Abrantes é - penso eu - um concelho onde a aposta deve ser forte.
Abrantes é - tenho a certeza - a par com Torres Novas, um dos maiores concelhos que não é liderado por autarcas eleitos em listas do PSD. Santarém, Tomar e Ourém são, juntamente com outros mais pequenos, como Sardoal, Mação e Ferreira do Zêzere, a que se junta Entroncamento, num patamar intermédio.
Abrantes é - penso eu - um concelho a ganhar em 2009. E isso tem de ser interiorizado pelos dirigentes do PSD. Neste caso, com vazio concelhio, a distrital deveria aproveitar as brechas recentes no PS abrantino.
Na sexta-feira da semana passada, soube-se da cisão entre NC e AS. No Sábado reuniu a Comissão Política Distrital do PSD.
Claro, estão a imaginar que este assunto esteve em discussão e que foi gizada uma estratégia para ganhar vantagem no terreno, não é?
Errado. As conclusões tornadas públicas dessa reunião foram duas:
"1. No sentido de contribuir para a clarificação e transparência das contas partidárias, dando particular atenção aos sucessivos reparos que têm sido tornados públicos pelo Tribunal Constitucional e pelo Tribunal de Contas, oficializar a contratação de um Técnico Oficial de Contas que assumirá a responsabilidade de contabilizar, consolidar e certificar todas as organizações contabilísticas dos órgãos distritais e de todas as Comissões Políticas Concelhias do PSD do distrito e Santarém.
2. Convocar para o próximo dia 6 de Novembro (segunda-feira) a Comissão Política Distrital do PSD de Santarém (que reúne a CPPD com todas as Comissões Políticas Concelhias, a JSD, os TSD e os Autarcas Sociais Democratas) para discussão e análise do Orçamento de Estado para 2007 e os investimentos previstos no PIDDAC para o distrito (que será votado na Generalidade, essa semana, na Assembleia da República, iniciando-se - logo de seguida - a discussão na Especialidade, momento político onde podem ser apresentadas propostas de alteração)".
É claro que tudo isso pode ser importante, mas parece que sempre tudo é mais importante do que Abrantes.
Hoje, passaram 5 dias da cisão entre NC e AS, há afirmações sérias e acintosas de AS sobre a qualidade da gestão do Município, do qual o próprio acaba de sair, enquanto detentor nº2 de responsabilidade, e nem mesmo assim as estruturas representativas do PSD reagem oficialmente a nada.
Este espaço é individual, de um cidadão, que não detém qualquer cargo oficial na estrutura do PSD.
Para que conste, estou apenas a avisar.
Penso - e sublinho - que as estruturas dirigentes distritais do PSD - e porque não as há concelhias neste momento - deveriam ter sido mais lestas a reagir. Mas não, parece que continua a mesma dedicação a este concelho.
Pode ser que Vasco Cunha e seus pares - entre os quais um militante do PSD de Abrantes, mesmo como suplente, que é autarca em Sardoal - ainda vão a tempo de perceber que é preciso explorar este episódio. Em política, é preciso ser-se implacável. Vejam o recente exemplo dado por NC: nem o seu nº2 escapou.
Pode ser que os próximos dirigentes tenham melhor sorte. É isso que eu desejo. Com vitórias, nesta fase anunciada de declíneo do projecto socialista no concelho de Abrantes.

Ainda a história de Albano Santos e Nelson Carvalho

Pina da Costa, actual Vice-Presidente da CMA, entregou ontem um documento na reunião semanal, onde apresenta a justificação oficial que Nelson de Carvalho alega existir para ter perdido a confiança funcional em Albano Santos. Terá sido por causa da falta de articulação entre ambos, já que NC iria para o estrangeiro e AS deveria ficar a substituí-lo, como é habitual.
Na reunião semanal, disse logo que achava o motivo muito curto. Admiti - e ainda admito - ser um acumular de situações. E, no anterior post, disse aqui que tinha tido acesso a outras informações, com outras razões.
Hoje, Albano Santos emite um comunicado seu e vai ao encontro das razões que eu conheço, porventura mal, mas já são vox populi.
Albano Santos diz algumas coisas que revelam a sua mágoa profunda para com Nelson de Carvalho. E diz outras que carecem de mais aprofundamento.
Vejamos:
- "Recuso-me a entrar em pormenores que exponham ainda mais o complicado momento da gestão camarária, e o sentimento dramático de fim de ciclo". É ele quem o afirma e sublinho: complicado momento da gestão camarária. Quão complicado e complicado porquê? Passa-se algo que fuja à normalidade, na gestão do Município? Mais, sentimento dramático de fim de ciclo. Essa é uma constatação que já faço há algum tempo. Agora acentuada. Nelson de Carvalho já "arrumou" com Jorge Couceiro, Helder Silvano, Júlio Bento e agora Albano Santos. Umdia há-de querer que alguém lhe suceda. Quem? Quem, agora, neste dramático fim de ciclo, nas palavras de Albano Santos?
- "Recuso-me a entrar neste momento de desorientação pessoal, mas acredito que pontual do Dr. Nelson de Carvalho". Admite, por isso, que NC anda desorientado. Até que ponto? E até que ponto isso afecta, em seu entender, a capacidade plena para continuar a gerir os destinos do Município. Até porque, mais à frente, AS refere que "neste momento precisa de ajuda. De toda a ajuda possível para ultrapassar esta situação" e ainda mais à frente que "esta é na minha opinião, uma crise entre Nelson de Carvalho e ele próprio". Bom, tenho uma leitura sobre o significado destas palavras, mas recuso-me a partilhá-la aqui. Se bem percebo o que AS chama a NC, nesta altura...
- "Vai ter a minha ajuda construída com silêncios oportunos, desde que, dentro do PS e da Câmara, não insistam em por em causa o meu bom nome, a honra, o profissionalismo e a dedicação à causa pública que já demonstrei ter", diz AS. Noto aqui uma ameaça velada. Se não me chatearem, até fico calado; se me chatearem, posso falar de algumas coisas que sei, poderá ser esse o significado desta frase. Pelo que conheço de NC e a alergia que tem a ameaças, a coisa não vai ficar por aqui.
- "O despacho do Presidente de revogação da minha nomeação como Vereador a tempo inteiro e como vice-presidente da Câmara Municipal de Abrantes é consequência natural da minha manifestação clara de perda de confiança pessoal e política no Dr. Nelson de Carvalho", escreve ainda. Afinal, não foi NC quem perdeu confiança funcional em AS - foi este quem perdeu confiançan pessoal e política em NC.
- "Essa perda de confiança pessoal deve-se ao facto de o Presidente ter posto em causa de forma muito grave a minha Palavra. Não lhe admiti que o fizesse. Não lho admito. Entendi essa atitude como mais uma tentativa de desautorização, como outras que já tinha tentado". Afinal, já havia mais chatices para trás, a coisa não era de agora apenas, tal como eu - e muitos - deduzimos. Já agora, convinha aprofundar que palavra foi posta em causa, em que contexto e a quem tinha sido dada. Julgo saber mas é preciso clarificar. Até porque a palavra terá sido dada a alguém que até terá ficado satisfeito com a exoneração de AS das suas funções, ao que me contaram. Não quero acreditar mas...
- "Recuso-me a entrar em confrontos que ponham em causa o meu próprio trabalho em prol de um projecto político para o concelho, no qual acredito, pelo qual dei muito, mesmo muito e pelo qual alterei a minha vida pessoal e profissional". Aqui, a mágoa vem claramente acima. AS reclama que mudificou a sua vida pessoal e profissional e que deu muito, muito mesmo de si para, afinal, acabar como pretenso mau da fita, saindo pela porta pequena, de modo inglório.
- "Os diferendos são naturais e são resultantes apenas de diferentes visões sobre o exercício da actividade da Câmara Municipal. Somos de gerações diferentes e com formações diferentes. Não existem outras razões". Acredito. Mas para haver visões diferentes, não pode ser de agora, assim de repente. Lá volto ao que antes dizia: as coisas já se vinham acumulando desde há tempos.
- O Comunicado termina dizendo que a relação futura de AS com a CMA "será tomada apenas depois da reunião da Comissão Política Concelhia do PS na Sexta-feira dia 3 de Novembro". Deque modo é que isto encaixa na sua vontade de continuar a desenvolver projectos para Abrantes? Não sei. AS vai continuar na CMA, como vereador em regime não presencial? Vai sair?
Aguardemos. Pode ser que me engane, mas este assunto ainda vai continuar a render durante mais algum tempo. A fractura é grande, grave e exposta.

Política nacional versus política local

Numa altura em que o tema dominante na política abrantina é a saída de Albano Santos (AS) do cargo de Vice-Presidente da CMA, com perda total de confiança funcional por parte do Presidente da Câmara, perda de tempo inteiro e perda de pelouros, entendi não falar, para já, desse assunto.
Outros, muito mais afoitos na arte de enterrar os vivos e ignorar os desfalecidos em combate, fá-lo-ão de modo muito mais eficaz. Não faltam comentadores sobre o assunto, alguns sob a capa da falsa carpideira, entoando loas e hinos a um e a outro lados.
Há dias, um desses articulistas ou comentadores oficiais, dizia que era preciso esperar para ver se os militantes do PS estariam do lado de Nelson Carvalho (NC) ou do lado de AS. Para mim, essa questão nem se coloca e colocá-la é uma patetice meramente doméstica, própria de um modo provinciano e narro de ler a política. Digo porque penso assim: há pessoas que até podem confortar AS, dar-lhe alento, telefonar-lhe a manifestar solidariedade e a dizerem que ele é o gajo mais porreiro do mundo (?!?) mas, como sucede sempre, estarão do lado de quem tem o poder, as benesses e os empregos. Logo, NC ganhou este confronto aprioristicamente. O que importa saber é qual vai ser o comportamento subsequente de AS e durante quanto tempo manterá a constância nesta nova fase da sua carreira política. Até porque a sua saída da CMA, nas funções que detinha, terá deixado algumas pessoas de sorriso contido nos lábios. Bem o sei.
E a razão invocada no Despacho de Nelson Carvalho para a quebra de confiança funcional, na minha opinião, não colhe. É um argumento fraco. Férias e representação institucional no estrangeiro resolviam-se com diálogo. O problema a sério deve ser outro. Colhi algumas informações adicionais mas, para já, prefiro não falar disso.
Bom, disse que não falaria desse assunto e já me alonguei.
O Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Miguel Frasquilho, enviou-me um PDF contendo a visão dos parlamentares do seu (e meu) partido sobre o OE’2007. Acho bem esta relação com as estruturas de base, ainda por cima porque, não sendo já presidente da concelhia do PSD de Abrantes, ainda tenho direito a algumas mordomias.
Miguel Frasquilho (MF) diz aquilo que já era sabido: “o traço fundamental que resulta do Orçamento do Estado para 2007 (OE’2007) é a incapacidade do Governo de controlar e reformar a despesa pública em Portugal”. Ou seja, põe a nu aquilo que tem andado escondido, sob o manto dos números de ilusionismo que o Engº Pinto de Sousa (José Sócrates, para os amigos, que o tratam pelos primeiros nomes) tem vindo a fabricar e que Pacheco Pereira colocou a descoberto na última semana, no programa de televisão “Quadratura do Círculo”.
Na verdade, a despesa total aumenta, a despesa corrente aumenta e a despesa corrente primária (que exclui os juros da dívida pública) aumenta também. Tudo aumenta em termos absolutos. Paradoxalmente, diminui no peso do PIB; porque a economia deve crescer a ritmo mais acelerado em 2007 e atenua o aumento da despesa do Estado. Isso pode deixar-nos felizes? Não, de todo. A verdade é que a promessa de estancar o aumento da despesa pública continua a fracassar.
O Governo mentiu quando disse que não aumentaria impostos. O Governo mentiu quando disse que não iriam ser colocadas portagens reais nas até aqui estradas SCUT. O Governo mentiu quando disse que a despesa do Estado iria diminuir. O Governo mentiu em muitas mais coisas. Como mentem muitos Governos.
Mas qual teria sido o resultado das eleições legislativas em que o Primeiro Ministro veio a vencer com maioria absoluta se este tivesse dito, olhos nos olhos, que os impostos teriam, inevitavelmente, de aumentar e que o eixo litoral norte iria ter portagens reais? Só falo nestas duas medidas emblemáticas, mas poderia recorrer a outras.
Qual teria sido o resultado final das eleições legislativas que Sócrates (vá lá, já o chamo pelo nome próprio) não fosse um mentiroso que nos engana todos os dias, controlando a propaganda que a comunicação social pode e deve difundir?
E onde é que desce a despesa pública? Nos custos de estrutura, na reorganização da máquina do Estado? Não. O corte é onde é mais fácil cortar e onde a arte e o engenho não são precisos. Corta-se no investimento público.
Alguns poderão dizer que se o corte é no investimento público, pelo menos o aeroporto da OTA e o TVG ficam adiados para as calendas. Errado! Esses são dos poucos projectos – cuja lógica de estímulo à competitividade nacional não se vislumbra – que vão continuar no OE’2007 como prioridade de investimento público.
O OE’2007 traz mais carga fiscal às famílias: aumento do imposto sobre os produtos petrolíferos, aumento do IRS para os pensionistas (com a redução da dedução específica), aumento do imposto sobre o tabaco (acho bem, mas não deixa de ser mais um aumento), aumento da contribuição dos funcionários públicos para a ADSE (já explico melhor esta questão), final da isenção de contribuição para a ADSE por parte dos reformados da função pública.
Esta visão permite conter a despesa mas não consolida a diminuição do peso do Estado na economia. Porque as verdadeiras reformas na máquina do Estado estão todas por fazer, tal e qual como quando o PM assumiu o país, prometendo duras reformas em paralelo com os sacrifícios que pedia aos portugueses. Por isso, mentiu uma vez mais.
Por fim, por agora, gostaria de explicar a questão da ADSE. Porque é que a ADSE precisa de mais dinheiro? Porque as despesas aumentaram, acompanhando a trajectória normal da inflação e os salários da função pública têm estado praticamente congelados desde há anos. Como a ADSE vai buscar uma percentagem dos salários dos trabalhadores do Estado, o valor absoluto não aumenta – porque os salários não aumentam. Mas a despesa suportada pelo sistema ADSE aumentou e entrou em crise de défice de financiamento. Como o Estado não quer repor valores dos salários aos seus trabalhadores, opta por onerá-los mais para alimentar o sistema ADSE. E depois, para nos atirar areia para os olhos, diz que a ADSE não pode andar a ser financiada pelos trabalhadores que não beneficiam desse subsistema de apoio. Mais uma mentira, uma hipocrisia e uma manobra de populismo destinada a granjear o apoio dos trabalhadores em geral para esta machadada nos beneficiários da ADSE. Posso falar disto à vontade porque nem sequer sou beneficiário da ADSE. Mas custa-me ver esta falsidade que impera no governo socialista.E pronto. Nem precisei de escrever sobre política local, a qual deve assentar mais um pouco antes de eu querer pronunciar-me mais. Espero também ter paciência e tempo para voltar ao assunto OE’2007.