sexta-feira, 28 de abril de 2006

Festa da Primavera

Hoje foi o desfile das crianças da Festa da Primavera.
Foi bonita a festa?
Foi. Com as crianças, tudo é bonito.
Os meus olhos é que - malvados - detectam sempre coisas menos positivas.
Primeiro, as escolas não estavam todas envolvidas na festa com a mesma entrega. Há escolas que não querem participar, estão no seu direito. O Jardim de Infância de São João Baptista optou por apenas assistir.
Mas porque razão as escolas e as crianças do Jardim de Infância do Centro Social Interparoquial (Encosta da Barata) não foram convidadas para participarem em pé de igualdade?
E porque razão o lanche não chegava para as crianças do Colégio Nossa Senhora de Fátima? Até chegou ao ponto de as professoras arrancarem com as crianças, que olhavam em volta e viam todos os outros a comer. Valeu o improviso: recolheram comida distribuída a mais e foram entregar aos coitados que não estavam a comer.
Mais ainda. A impaciência tomou conta da festa das crianças. Quando a banda contratada começou a tocar já era hora de irem embora. Atrasaram-se, o que é lamentável e inadmissível. Penso que, no acto do pagamento, a autarquia deve deduzir o tempo de atraso ao valor acordado.
Tirando isso, a festa foi bonita, pá. Apenas falta limar arestas e assumir um pouco mais de priofissionalismo na organização do evento para o futuro.

domingo, 23 de abril de 2006

Os bébés que choram

Confesso que os dois jornais diários da área de economia e negócios, liderados por equipas jovens e eficientes, são dos mais isentos e insuspeitos jornais nacionais. Leitura obrigatória, por isso.
Desejo, pois, aqui e agora partilhar convosco os editoriais do JN de 20 do corrente, da autoria de Sérgio Figueiredo, bem como o do DE do dia 21, da autoria de António Costa (não é o Ministro).
O primeiro tem como título "Nossos bébes que choram" e escolhi o seu título para título deste post. Peço ao Sérgio Figueiredo que me desculpe mas não encontrei melhor.
Diz ele que a razão do choro é o endividamento que vai hipotecar as gerações futuras. Diz ele do país o mesmo que eu ando a dizer de Abrantes há anos.
Mas, agora, voltemos ao país e ao seu brilhante, lúcido e esclarecedor artigo que, digo eu, deveria ser de leitura obrigatória.
"Exactamente, por detrás desse assunto tão impessoal e tão massador como a dívida pública escondem-se os nossos bebés, que choram por nascerem já endividados.
Choram, então, porque os seus pais gastam mais do que aquilo que irão conseguir pagar. Choram porque eles não fazem nada para corrigir essa caminhada para o abismo."
Uma linguagem chocante mas eficaz. Como um soco no estômago, Sérgio Figueiredo ataca o âmago do problema.
"E choram sem ter a consciência de que, provavelmente, não terão a capacidade de suportar os impostos que seriam necessários para pagar as contas que lhes estamos a endossar. Dito de outra forma, mandam às urtigas os direitos adquiridos.
Toda a gente ama os seus filhos. Naturalmente. Mas está longe de ter percebido que contra eles abriu uma guerra. Não declarada, porventura não percepcionada, certamente não desejada. Mas que abriu, abriu."
E, em seguida, a frieza dos números e a contradição evidente entre o Ministro Teixeira dos Santos e o economista (antes de ser Ministro) Teixeira dos Santos.
"A dívida pública já quase toca os 65% do PIB. A dimensão é impressionante. Mais penoso é ver que a tendência se inverteu e, para piorar, é saber que o buraco é ainda mais profundo.
Esta dívida pública «oficial», como sabemos, tem um perímetro limitado. Não conta, por exemplo, com as responsabilidades do Estado nas empresas públicas de transporte. Que, pelos cálculos do dr. Catroga, anda próximo dos 7% do PIB.
Nela não se reflecte igualmente os compromissos já assumidos (como as Scut) e os milhões em contratos de leasing operacionais (o reequipamento da Defesa). Pode então acrescentar mais 8% de PIB.
Ou seja, as contas públicas medidas numa perspectiva geracional apresentam já um nível de endividamento efectivo que não andará muito longe dos 80% do PIB.
É preciso dizer – e aqui vem a terrível questão da tendência – que nem sempre foi assim. Portugal entrou no euro porque, durante um bom período, o rácio da dívida esteve a decrescer.
E também é importante lembrar que isto não resulta de qualquer catástrofe natural, não é uma maldição, muito menos algo que esteja fora do alcance da capacidade humana.
A Espanha, só para dar um exemplo, tinha há vinte anos uma dívida pública superior à nossa e agora vai a caminho dos 40%.
Os nossos bebés vão parar de chorar no dia em que a despesa corrente primária crescer tendencialmente zero. Sabemos que está tendencialmente a afastar-se do zero. Ainda assim há quem pense que o Estado vai libertar recursos para financiar aeroportos na Ota e comboios de alta velocidade...
Um conhecido economista, observador da crise orçamental, concordava, não faz muito tempo, que a medida relevante para aferir a insustentabilidade das políticas era a dívida e não o défice.
Desempenhava então funções diferentes das actuais. Chama-se Fernando Teixeira dos Santos, que ontem, no American Club, aconselhou quem da plateia o questionou sobre Ota e TGV: não perca o sono com isso, porque não tem impacto nos orçamentos dos próximos anos.
Os filhos do ministro das Finanças já não são bebés. Mas vão chorar quando souberem o que o seu pai anda a dizer."
Obrigado, Sérgio Figueiredo, pelo esclarecido e lúcido texto. Muito obrigado. Vou dormir mais preocupado, é um facto, mas agradeço na mesma o facto de ter sido (novamente) desperto para a verdade. É que, quem ouve o Primeiro Ministro, chega a ter a noção de viver noutro país, onde não há problemas destes.
Agora, o António Costa. "Cair da real" é o título do seu editorial. Porquê este título. Por causa de também nos ajudar a despertar para a realidade, de nos acordar deste mundo do faz-de-conta em que José Sócrates e a sua máquina de propaganda nos tentam manter adormecidos, anestesiados e hipnotizados.
"Em três dias, três relatórios e os portugueses ‘caíram na real'". Terão mesmo caído? Talvez depois de lerem mais este artigo, que também deveria ser de leitura obrigatória.
"O Banco de Portugal, o FMI e a OCDE não disseram (quase) nada de novo, mas o que disseram e como o disseram foi suficiente para o fim do estado de graça do Governo que, a partir de agora, vai ter mesmo de passar do discurso à prática. A verdade é que entre 15 de Outubro de 2005, quando José Sócrates apresentou o Orçamento do Estado deste ano, e a passada terça-feira, quando o Banco de Portugal divulgou o seu relatório da Primavera, não surgiram dados novos: a economia já estava em crise, já se conheciam os aumentos de impostos, já se sabia que os efeitos dos cortes na despesa só teriam impacto a partir de 2007 e os portugueses até já tinham interiorizado o défice público ‘construído’ por Vítor Constâncio, os famosos 6,83% do PIB."
Então, o que há de novo, pergunta António Costa e perguntamos nós. A repsosta vem didática e simples, no seguimento do artigo.
"Em primeiro lugar, é necessário dizer que a avaliação da economia portuguesa por parte do FMI e da OCDE toca em pontos já conhecidos e que dificilmente registariam melhorias no espaço de um ano: a produtividade da economia portuguesa teima em não crescer, os custos unitários do trabalho teimam em crescer mais do que deviam e, assim, as exportações não estão (como já não estavam) a aproveitar a retoma da economia mundial. Depois, o investimento privado não arranca (como já não estava a arrancar). Também já se sabia, os portugueses continuam (como já continuavam) a pedir emprestado, aumentando o seu endividamento e a consumir a um ritmo mais elevado do que o andamento da própria economia, ou seja, forçando as importações e o défice externo. Tudo somado a um défice público elevado que não dava margem para o Governo ter um orçamento anti-cíclico, ou seja, para ajudar a contrabalançar a crise da economia portuguesa que estagnou em 2005 e só deverá crescer muito ligeiramente este ano.
Em segundo lugar, o relatório do Banco de Portugal. Aqui, surge um ‘pequeno’ dado novo: em primeiro lugar, Vítor Constâncio tinha caucionado a política económica e financeira do Governo, ao liderar a comissão que construiu uma previsão de défice para 2005, isto é, ao aceitar fazer política; em segundo lugar, ao apoiar publicamente as medidas orçamentais do Governo para 2006. Esta semana, deixou claro que o défice de 2005 piorou face a 2004, responsabilizando Sócrates e Teixeira dos Santos, e ‘esquecendo’ o seu próprio papel no apuramento dos tais 6,83%. Pior, revelou ter dúvidas sobre a capacidade do Governo de cortar na despesa pública em 2006 e cumprir o objectivo de défice. Portanto, a partir de agora, ‘paga para ver’ e o Governo perdeu um aliado político importante.
Finalmente, em terceiro lugar, nada disto inocenta o Governo de responsabilidades. O Governo é mesmo o principal responsável pelo fim do estado de graça por causa da forma como geriu as expectativas. José Sócrates vendeu a imagem de um país que não tinha, uma economia dinâmica, insuflada por investimentos públicos como a OTA e o TGV, e por milhões de investimentos privados. E, sem querer, uma boa ideia - dar confiança aos agentes económicos - transformou-se numa péssima acção - criou outro país, artificial, que se desfez aos primeiros relatórios. Depois, o Governo não percebeu imediatamente o impacto político do relatório do Banco de Portugal, tardou a responder e quando o fez, fê-lo da pior maneira, deixando instalar-se a ideia de tudo continua na mesma em relação ao controlo da despesa, o que, é necessário reconhecer, não corresponde à verdade.
Teixeira dos Santos falou em pânico, pediu serenidade e disse que não vale a pena sofrer para já. E todos os portugueses que o ouviram, naquele momento, ‘caíram na real’".
(Os bolds azuis são da minha autoria.)
No meio de tudo isto, não há oposição que se faça ouvir com credibilidade transmitida e percepcionada pelos portugueses. Ou seja, os portugueses estão condenados a deixarem de acreditar neste governo mas não têm para onde ir, para uma liderança esclarecida, para uma visão alternativa, para um modelo e um caminho distinto, para uma palavra de autoridade e acolhimento social e político.
O problema já nem sequer reside na qualidade dos líderes partidários. Por aí, já sabemos que não vamos longe. Apesar da boa vontade que possam ter - e têm.
A razão da minha angústia é outra: por que razão fizémos o 1º de Dezembro, então?
A quem é que eu peço responsabilidades por tamanha insensatez?

Federação Distrital do PS

O PS do distrito de Santarém foi a votos.
Nelson de Carvalho saiu, uma vez mais, no plano distrital, a perder.
António Rodrigues, autarca de Torres Novas, venceu e é o novo homem forte do PS no distrito de Santarém.
Depois de ter sido preterido para a lista de deputados, no início de 2005, depois de afastada a hipótese de ter saído para o Governo ou outra qualquer função relevante na orgânica do actual Governo e da Administração Central, Nelson de Carvalho foi chumbado pelos socialistas do distrito na sua vontade de os liderar.
Os jornais - habilidosamente "instruidos", digo eu - de sexta-feira passada, davam conta da vantagem de Nelson de Carvalho, por ter deputados a seu lado.
Pelo que li, António Rodrigues nunca se deixou intimidar - tinha e teve a maioria das bases.
Pelo que percebo, algo vai começar a mudar no PS no distrito de Santarém.
Não quero - não pretendo - aqui escarnecer de nada nem de ninguém. Nem sequer é o meu partido. E devo respeito aos que decidem avançar com candidaturas. E não devo interferir na vida do PS (ao contrário de Manuel Dias, do PS, que ainda na semana passada, alimentava as divisões no PSD de Abrantes, numa entrevista ao jornal controlodo pelos socialistas abrantinos, a Gazeta do Tejo).
Não posso deixar de registar aquilo que considero uma verdade: Nelson de Carvalho pode ter - e tem! - sucesso eleitoral em Abrantes, mas a sua mensagem não é entendida no distrito; ou existe algo em si que não agrada à maioria dos socialistas do distrito.
Com a sua derrota, há mais derrotados: os seus mais próximos, em Abrantes, Almeirim e Cartaxo, sobretudo.
Conheço António Rodrigues desde 1991. Por razões profissionais.
Sei bem que, quando mete uma ideia na cabeça, luta obstinadamente por ela. Foi assim que ele chegou ao PS, através da vitória na Câmara Municipal de Torres Novas, como independente na altura. Uma teimosia do PSD e ele acabou no PS.
Agora é Presidente da Federação Distrital do PS.
Desejo-lhe bom trabalho mas não vou desejar-lhe êxitos políticos; isso seria desejar o contrário para o PSD. Em qualquer caso, bom trabalho.
Vamos ver que consequências, sequelas e feridas ficaram abertas. A linguagem usada entre as candidaturas tinha subido de tom e de crispação nos últimos dias, com agressividade crescente, sobretudo após a ingerência de Nelson de Carvalho - "apenas" autarca de Abrantes - a criticar um colega seu - Moita Flores - a propósito das Águas do Ribatejo, com António Rodrigues a demarcar-se a considerar inaceitável a atitude de Nelson de Carvalho. Foi apenas a manifestação exterior mais forte do crescendo de rivalidade entre estas duas personalidades.
Vamos ver...

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Relatório de Conjuntura INE de hoje

"Os indicadores de evolução económica disponíveis relativos aos primeiros meses de 2006 apresentam comportamentos diferenciados e, nalguns casos, contraditórios.
O indicador de actividade económica recuperou em Fevereiro, retomando o valor apresentado nos dois últimos meses de 2005.
A informação proveniente dos Inquéritos de Curto Prazo, disponível até Fevereiro, revelou sinais positivos na indústria e nos serviços e um agravamento na construção.
O consumo privado manteve um crescimento relativamente forte devido ao comportamento de ambas as componentes, consumo corrente e consumo duradouro, a avaliar pelo indicador quantitativo, embora em Março o indicador qualitativo apresente uma evolução mais moderada.
O indicador de investimento melhorou relativamente ao registado em Janeiro, havendo sinais que apontam para a continuação deste movimento".
(blá...blá...blá)

Pois é, o texto não joga lá muito bem com o gráfico...

terça-feira, 18 de abril de 2006

Vamos mal, vamos - Morangos com Açucar

Que me perdoe a família do moço, um tal de Francisco Adam, que eu não conhecia nem da sua existência nem do seu talento.
Perder um filho deve ser doloroso, muito doloroso. Nem quero pensar!
Respeito, pois, a dor da família. E quero separar esse assunto daquele que vou abordar.
O rapaz ("prodígio" no dizer da TVI, que fui forçado a ver e ouvir ao final da tarde quando entrei numa pastelaria) teve honras superiores a Chefes de Estado; no mínimo equivalentes - directos, helicópteros, feixes hertzianos, vastas equipas de reportagem, uma infindável panóplia de meios.
Confesso que nunca - NUNCA! - vi os Morangos com Açucar. Não sei se é uma boa ou má novela. Sei que deve ter sucesso pois vejo muitos miúdos e jovens-miúdos e mesmo jovens-adultos, falarem muito disso. Já cheguei mesmo a ter de interromper campanhas políticas porque as brigadas mais jovens tinham de ir ver os Morangos com Açucar. Verdade.
Hoje, a TVI bateu no fundo. Julgo eu porque há uns anos que venho defendendo isso e aquela estação emissora consegue sempre surpreender-me, descendo mais, cavando mais, enterrando-se mais. Pelo menos para mim. Não vejo a TVI, por opção; às vezes sou forçado. Acho, genericamente, uma má estação, que não educa, que não forma, que vende o que é fácil, segue um padrão qualitativo baixo e consegue mesmo nivelar por baixo o já de si fraco estado intelectual da maioria da população.
Por isso, fiquei pasmado hoje com tanta cobertura feita ao funeral de um jovem igual a tantos outros jovens que morrem - infelizmente - todos os dias; tal como morrem mais novos, mais velhos, muito velhos.
O que distingue esta morte de tantas outras? Reposta simples: a TVI.
Pensei que estava a viver os grandes momentos de cobertura mediática: a morte de Amália Rodrigues, a visita de Ximenes Belo (ainda antes de Timor ser um Estado livre e independente), a libertação de Nelson Mandela, o ataque às Twin Towers em Nova Iorque, o ataque de 11 de Março em Madrid, o funeral de Diana (já de si de fraco gosto mas sempre era uma Princesa, a Princesa do Povo), o funeral de João Paulo II, entre outros. Enfim, um acontecimento importante.
Mas não. Não era nada de importante para o povo português. Era um funeral de um simples jovem, igual a tantos outros.
Repito: não quero diminuir a dor aguda que deve pesar sobre os pais e demais familiares do rapaz. Mas, na verdade, mal vai um país quando isto é notícia com a amplitude e cobertura que foi dispensada ao assunto.
A cegueira do lucro fácil e da chafurdice-deprimente com que a TVI encarou este assunto, enojou-me.
Infelizmente, contra tudo aquilo que penso, ainda tive de ouvir nessa pastelaria que "é uma perda muito grande para o País... Um jovem, famoso, talentoso, não sei o que dizer, é uma perda enorme para Portugal".
Quem o disse talvez, afinal, não tenha assim tanta culpa. Talvez apenas se tenha deixado hipnotizar pela medíocre, balofa, enjoativa e deprimente política de programação daquela estação que um dia chegou a pertencer à moral cristã - não é que isso garanta alguma coisa, que não garante, mas apenas quero realçar as voltas que a vida dá.
Sim, a mesma estação que tem os palhaços do circo com o José Castelo Branco ("coisa" de difícil definição, não só "sexuada") e o António Calvário (ressuscitou, o homem), a mesma que nos impingiu Big Brothers e sucedâneos, que tem o "Fiel ou Infiel" (outra coisa deplorável que abusa do "ajoelhou, vai ter de rezar", o que é bem pior do que crucifixos nas salas de aula mas ninguém impede), que tem a boca grande a MMG...
Sim, a mesma estação que - fico incrédulo! - é a mais vista pelos portugueses.
Sim, mal vai este país. Ou melhor, talvez isto já não seja um país. É um espaço geográfico doente, socialmente, economicamete, politicamente, financeiramente, no colectivo e na maioria das individualidades.
Vou deitar-me. Depressa. Tenho a TV desligada. Assim vai ficar. Para minha segurança.
Já não consigo ouvir falar na "perda" do Dino. Que descanse em paz. Nada tenho contra o jovem e uma vida que se perde lamenta-se sempre. Mas arre porra que é demais!
.
NOTA: No final do Milan-Barcelona, fiz zapping.
A TVI estava a dar Morangos com Açucar, explorando uma vez mais a imagem do falecido.
Aaaaaarrrrggggghhhhhhhh!
Vou vomitar!?!
O que vai acontecer a esta "geração-Morangos"? São estes os seus valores?...

Só quando eu quiser

É mesmo assim. O momento certo sou eu quem escolhe. Era só o que faltava andarem agora a pressionar. Aguardem...

Requerimento que me inquietou

Estou a reflectir.
Por isso, estes posts têm estado a viver à míngua.
Não é reflexão muito difícil. Mas é delicada, sobre o Hospital.
Aguardo a marcação da audiência com o Presidente do CHMT mas, entretanto, recebi cópia de um Requerimento apresentado pelo Deputado Mário Albuquerque, eleito por Santarém nas listas do PSD, que me deixou surpreendido. É essa a reflexão que estou a fazer. Como abordar a questão?
Fica para outro momento, mais clamo, mais lúcido, menos agitado.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Jornal de Angola

Agradeço a Blasfémias a oportunidade, em especial ao excelente post de Helena Matos (como sempre), no seu texto de hoje de manhã.
Socorre-se Helena Matos do editorial do Jornal de Angola de ontem, dia 11 de Abril.
A pretexto de alguma imprensa portuguesa ter realçado a pouca clareza de princípios de alguns governantes angolanos e a núvel de corrupção que sempre tem envolvido José Eduardo dos Santos, eis o texto da polémica, que passo a transcrever, para que entendam bem o que nos estão a chamar, sob o título sugestivo de "As feridas da liberdade":
"A visita oficial do Primeiro-Ministro português a Angola foi um êxito a todos os níveis e marcou o início de uma nova era de relações entre o nosso país e Portugal. José Sócrates e a sua delegação trouxeram um abraço de solidariedade e de amizade do povo Português ao povo Angolano. O diálogo franco e aberto que se estabeleceu entre os mais altos dirigentes dos dois países ajudou a enterrar velhos fantasmas e estabeleceu-se um clima de confiança. Estão criadas todas as condições para aprofundarmos uma relação fraterna, própria de povos que têm uma vivência comum de séculos.
Por isso, dificilmente se compreende que muitos órgãos de Informação portugueses tenham desencadeado um coro de insultos contra os mais altos dirigentes angolanos e toda a espécie de mentiras sobre o nosso regime e as nossas instituições. Os fantasmas do colonialismo explicam muito deste comportamento. O racismo, numa primeira linha, responde por esta campanha bi-zarra. Mas a ignorância também joga um papel importante neste autêntico festival de mentiras e calúnias. Muitos líderes de opinião portugueses que se têm destacado nesta campanha caluniosa contra Angola e os seus governantes desconhecem em absoluto o nosso país ou apenas têm conhecimento dele pelas informações que lhes são oferecidas por centrais de intoxicação.
Entre eles estão antigos turistas da Jamba que faziam parte da lista de pagamentos de Jonas Savimbi. Nesse grupo de comerciantes da honra está o caricato Director do Jornal “Público” que sem nunca ter posto os pés no nosso país destila em forma de escrita canhestra opiniões fundadas na ignorância e na provocação. Pelos vistos, há escribas que têm sempre um dono pronto a pagar-lhes. Ontem era Savimbi, hoje sabe-se lá quem é. Mas publicar opiniões sobre algo que não se conhece, é de um atrevimento inaudito. Portugal merecia melhor que estes indigentes mentais que publicam desvairados recados a troco de uns tostões. Que lhes façam bom proveito.
Qualquer mentecapto compreende que levantar um coro de insultos contra o Presidente da República de Angola, contra os nossos governantes e empresários, não é um acto amistoso. Nenhum jornalista angolano, nenhum comentador, nenhum líder de opinião lembrou à comitiva portuguesa que o direito ao emprego faz parte do elenco dos Direitos Humanos. Ninguém se lembrou de investigar os governantes portugueses por terem permitido que crianças à guarda do Estado Português tivessem sido abusadas sexualmente. Ninguém fez a lista dos corruptos que, segundo magistrados portugueses, crescem como cogumelos à sombra do aparelho de Estado e estão a exaurir a riqueza de Portugal. O que aconteceria em Portugal se o tivéssemos feito?Ainda temos bem presente as reacções dos órgãos de Informação portugueses quando um dirigente angolano opinou sobre membros da família Soares. Não trataram de saber se as declarações eram verdadeiras ou falsas. Foram logo catalogadas de insultos e geraram ondas de indignação. A libertação de Angola das garras do colonialismo doeu a muita gente em Portugal. Ainda dói. Mas esses saudosos do colonialismo, esses racistas dementes, têm de se habituar, de uma vez por todas, que os angolanos são senhores do seu destino. E os partidos políticos angolanos, as nossas instituições não precisam de vozes de burros para se fazerem ouvir. Em Angola existe liberdade de expressão, ninguém precisa de voz de donos que ninguém sabe donde lhes vem a legitimidade democrática. A nossa vem da luta, do combate heróico contra o colonialismo e o fascismo.
A nossa liberdade foi construída nos campos de batalha. Para conquistá-la, ficamos cheios de feridas e muitas delas, ainda estão abertas. A visita do Primeiro Ministro português a Angola ajudou a curar algumas. Será por isso que choveram os insultos e as calúnias contra o Presidente da República de Angola e os nossos governantes? A amizade entre os nossos povos tem muitos inimigos!".
Coloquei a bold e na cor azul as partes mais polémicas, para mais fácil leitura. Os juízos são individuais: cada um faz o seu. O meu fica, para já, para mim, por uma questão de higiene.

terça-feira, 11 de abril de 2006

Hospital de Abrantes - Que futuro?

A Comissão Política de Secção do PSD/Abrantes emitiu hoje um Comunicado sobre a situação vivida no actual contexto do Hospital de Abrantes, no quadro do plano de complementaridades da década de 90, agora aparentemente ameaçado, com prejuízo para a nossa unidade hospitalar.
Naturalmente, se Abrantes perder algo neste equilíbrio difícil, não será só Abrantes quem perde: será Sardoal, Mação, Gavião, Vila de Rei, Ponte de Sor, Constância...
Aqui fica o texto do Comunicado:
"Em face das notícias que, de modo frequente e por vezes contraditório, têm sido publicadas em diversos órgãos de comunicação social locais e regionais sobre a complementaridade das três unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo, a Comissão Política Concelhia do PSD de Abrantes manifesta a sua enorme preocupação a pretexto daquilo que pode vir a ser a subversão das orientações, planos e directrizes que, desde a junção das 3 unidades numa única entidade administrativa, vinham sendo prosseguidas.
Com efeito, poderemos estar na iminência de vermos o Hospital de Abrantes, Dr. Manoel Constâncio, perder mais importância, perder serviços, perder recursos humanos e, desse modo, caminhar para uma situação de insustentabilidade a médio prazo, com impactos negativos muito sérios na estrutura sócio-económica do concelho e da região.
São muitos os sinais recentes manifestados externamente e as notícias trazidas a público que comportam preocupação: reestruturações ao nível da pediatria, da urgência pediátrica, anúncio do encerramento sem prazo certo do bloco operatório, indefinição quando ao avanço das obras da futura unidade de cuidados intensivos, atraso nas obras das urgências, anúncio sobre a insustentabilidade de gestão nas actuais circunstâncias, entre outras – de que algo pode estar para acontecer.
São evidentes os sinais de desconforto que começam a sentir-se junto de trabalhadores e suas famílias.
São preocupantes os efeitos esperados se o pior cenário vier a ter confirmação concreta, em face dos acontecimentos.
Em face do exposto, o PSD defende que toda a comunidade abrantina deve ficar muito atenta aos próximos desenvolvimentos e estar preparada para, de modo cívico, ordeiro mas exigente e intransigente, reclamar a importância da unidade hospitalar de Abrantes no seio do CHMT, dentro do respeito pelo plano de complementaridade que foi definido na década de 90.Mais, entendeu o PSD neste mesmo dia endereçar uma carta ao Conselho de Administração do CHMT, solicitando uma audiência, com carácter de urgência, com o propósito de perceber, com rigor e objectividade, quais as decisões que estão já em curso e em preparação e que impactos as mesmas poderão ter no futuro do Hospital Dr. Manoel Constâncio
".
Venha então, a reunião. Com serenidade, com elevação, sem exageros mas sem cedências, aguardemos.
Sei que o Conselho de Administração defende uma realidade a 3, como sempre o fez. Mas terá força para suster o galope das tropas adversárias, cujo barulho dos cascos no chão é cada vez mais ensurdecedor?

Faro de Vigo

Vou citar, letra por letra, o que li no jornal Faro de Vigo num artigo de Pedro de Silva, na edição de 10 de Abril:
"Hay un aire de familia entre Gil y Gil (q.e.p.d.) y Berlusconi. Aunque en su perfil visible apenas se asemejen, algo dice que ambos pertenecen al mismo elemento, por más que, dentro de él, uno sea carbón y el otro diamante. Si, de acuerdo con Elías Canetti, todo poder procede de la masa, toda concreta forma de poder viene de una forma de masa. Remotamente, la masa de la que viene Prodi es una manifestación de izquierda, con sus consignas, insignias y banderas (y también su riesgo de desbordamiento). La forma de masa de la que viene Berlusconi es el estadio de fútbol, como la de Gil y Gil. La forma de masa del estadio es, paradójicamente, informe, su estado latente es el bullicio, cuando le suben los latidos ruge, y, al alcanzar su punto de histeria, y afilarse en grito, insulta y, si llega el caso, lincha. Hoy Italia está eligiendo una forma de ser, más que una política".
Gil Y Gil deu-se mal, como sabemos.
Berlusconi, confesso, causa-me alguma irritação.
O empate persiste a esta hora, com Prodi à frente no Congresso e Berlusconi no Senado. O regresso de Itália à instabilidade, num momento particularmente difícil para aquela economia latina do G-7?

segunda-feira, 10 de abril de 2006

Será verdade?

Chegou-me ao ouvido que alguns companheiros meus, que não terão digerido bem a derrota interna, pretendem agora tentar a convocação de uma assembleia de militantes para, aí, tentarem um "golpe de estado".
Não, eu não acredito. Mas vou aguardar, serenamente.

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Nebulosa

Paulo Gorjão, num post escrito no seu Bloquítica, hoje, adensa uma pseudo-nebulosa sobre a estratégia de comunicação do Governo do senhor Pinto de Sousa e sobre os mistérios de negócios e alegadas negociatas que envolveram essa estratégia e as empresas e consultores contratados. O que quer ele dizer com isto(?) que transcrevo de seguida:
"A comunicação social sabe que elas existem e que algumas delas recebem pelos serviços que prestam ao Estado, e ao Governo em particular, possivelmente muito mais dinheiro do que a Fundação Mário Soares. E, no entanto, o silêncio persiste. Insisto, portanto. Quais foram as agências e os consultores de comunicação que no último ano prestaram serviços ao Governo? Quais foram os trabalhos que executaram? Quais foram as verbas pagas pelo Estado?".
Felizmente, segundo o autor, o post terá continuação.
Acompanhemos, então.

Sem palavras


Solidariedade de pai para filho. Há algum mal nisso?
Obrigado HS.

Jorge Coelho, o maquilhador do regime, versátil e eficaz

"Os espectadores mais atentos da Quadratura do Círculo certamente já terão reparado no pormenor. Quando o tema em discussão é um dos muitos assuntos em que a propaganda governamental é bem sucedida nos seus intentos, o dr. Jorge Coelho conversou sempre com o Ministro do sector. E essa conversa permitiu-lhe assegurar que as reservas que Pacheco Pereira e Lobo Xavier eventualmente levantem são infundadas. Já quando a discussão se centra em qualquer elemento que seja negativo para o Governo, o dr. Jorge Coelho avisa sempre que só sabe "aquilo que veio nos jornais". Em todos os programas, isto repete-se. Todos."
Retirado, com a devida vénia e sem alterações, de Desesperada Esperança, de Bruno Alves, o homem da mão invisível, num belíssimo post de hoje de manhã.

"Os espectadores mais atentos da Quadratura do Círculo certamente já terão reparado no pormenor. Quando o tema em discussão é um dos muitos assuntos em que a propaganda governamental é bem sucedida nos seus intentos, o dr. Jorge Coelho conversou sempre com o Ministro do sector. E essa conversa permitiu-lhe assegurar que as reservas que Pacheco Pereira e Lobo Xavier eventualmente levantem são infundadas. Já quando a discussão se centra em qualquer elemento que seja negativo para o Governo, o dr. Jorge Coelho avisa sempre que só sabe "aquilo que veio nos jornais". Em todos os programas, isto repete-se. Todos."
Retirado, com a devida vénia e sem alterações, de Desesperada Esperança, de Bruno Alves, o homem da mão invisível, num belíssimo post de hoje de manhã.

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Soltas

O Governo quer diminuir a taxa de alcoolemia permitida no sangue.
Mais uma vez, o PS acha que os portugueses são uma cambada de alcoólicos incorrigíveis. E um Secretário de Estado não ousou criticar o sector vinhateiro.
No tempo de Guterres, tiveram de recuar e agora, prevejo eu, voltarão a fazer marcha-atrás.
Aliás, este é o Governo da marcha-atrás. Anuncia medidas mas, logo de seguida, para serenar os corporativismos, alguém surge a dizer que não será bem assim.
Em quase tudo, os portugueses já perceberam que na propaganda são bons profissionais mas, na hora de implementar, são como todos: receosos e sem força.
Vou dar-vos um exemplo com recurso a um brilhante texto retirado do Impertinências, no dia 4 deste mês:
"Como pode o ministro Teixeira dos Santos ufanar-se com as contas de 2005 em que as despesas da administração pública foram superiores em 1.331,4 milhões ao estimado pelo doutor Vítor Constâncio, que as tinha estimado com o pressuposto de não serem tomadas medidas de consolidação. Que medidas de consolidação foram essas que aumentaram em mil e trezentos milhões de euros a despesa sem consolidação?
Como pôde o ministro Vieira da Silva ter apresentado um relatório sobre a sustentabilidade da Segurança Social onde se diagnostica que ceteris paribus o sistema entra em desequilíbrio financeiro em 2014, depois de ter sido ministro dum governo em que o 1.º ministro garantiu, após mais uma reforma do sistema, que teríamos garantidas as pensões para os próximos 100 anos (remember?).
Se a economia não se impressiona, quem parece impressionar-se com demasiada facilidade é o presidente da CIP, que acha «fantástica» uma reforma da administração pública em que «o único sacrifício que provavelmente vai pedir aos funcionários públicos é o da mobilidade». Quererá o engenheiro Van Zeller explicar aos ignaros como será possível ao governo «consolidar» a despesa pública quando o seu componente mais rígido e de maior peso fica na mesma? Aliás o 1.º ministro e os ministros em coro não se cansam de garantir que não só não haverá despedimentos como ninguém será prejudicado.
Há alguma coisa que eu devesse saber e ninguém me conta?"
Ou seja, é um faz que anda mas não anda, faz que faz mas não faz...
Para nosso gáudio, o PM está fora do país. Corre pela baía de Luanda, devagar ainda devido à lesão da neve. Vi a seu lado um acompanhante da comitiva que, sem calções, corria de boxers. Coitado... Ou então foi arrancado à pressa da cama para fazer a figura que todos vimos ser feita na TV.
O Diário Digital afirmava ontem que "o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, manifestou hoje «grande prazer» por ter conhecido pessoalmente o primeiro-ministro português, manifestando-se «impressionado» com José Sócrates, com quem manteve um encontro privado no Palácio da Cidade Alta, em Luanda".
Para José Eduardo dos Santos, Sócrates terá demonstrado ser "pessoa de convicções fortes, clarividente e empenhado na busca de soluções".
Estou sintonizado com Helena Matos, no texto que escreveu no Blasfémias de ontem: "Este texto do Diário Digital é um produto genuinamente português: após uma breve conversa um dirigente estrangeiro declara-se impressionado com o nosso primeiro-ministro. Nada resiste nesta análise. A começar pelo analisador. Estas palavras ou outras quaisquer proferidas por José Eduardo dos Santos, um dos mais antigos e corruptos ditadores africanos, não são necessariamente boas para o elogiado ou para quem quer que seja".
Estou igualmente com João Miranda, do mesmo blogue, sobre a ultrapassagem do défice: "O Ministro das Finanças bem nos tentou convencer que o défice de 2005 seria um défice sem truques. Mas o que o governo fez foi inaugurar uma nova geração de truques ainda mais anetesiantes conseguindo aumentar os impostos, aumentar a cobrança, aumentar a despesa em relação a 2004, aumentar a despesa em relação à estimativa deliberadamente pessimista do Relatório Constâncio e ainda assim ver motivos para celebrar a descida do défice de 3% em 2004 para 6% em 2005. É genial".
Este país anda mesmo a dormir, anestesiado, de tal como que já ninguém parece ligar muito a estas cousas mundanas, pelo menos do lado dos media. Restam alguns analistas de referência. Felizmente.
Na Causa Liberal, acedo à versão integral do "Beyond the European Social Model", um texto da Open Europe que "pretende demonstrar que o «modelo social europeu» que assenta em impostos elevados e sobre-regulação dos mercados está a prejudicar os países europeus e propõe um novo paradigma".
Parece que a sessão de lançamento do documento será no dia 10 de Abril.
Por cá, fala-se muito do eventual encerramento do Bloco Operatório do Hospital de Abrantes. Para uns, será temporário, devido a obras, para reabrir remodelado e implicando o encerramento dos blocos de Tomar e Torres Novas.
Para outros, é uma forma encapotada de não voltar a abrir, traduzindo mais uma machadada nas aspirações do nosso Hospital.
Fala-se ainda da remodelação das Urgências, para introdução do sistema de triagem de Manchester e da criação da Unidade de Cuidados Intensivos em Abrantes, o que poderá implicar o encerramento das UCI's de Tomar e Torres Novas (UCI's distintas, porque não são de cuidados intensivos mas antes de cuidados intermédios), pelo que me contam.
Mas também me dizem que não havendo grande oferta de pneumologia, de cardiologia e da gatroenterologia em Abrantes, a UCI não se justifica aqui.
Quem sabe onde está a verdade? Onde estão os movimentos cívicos? Onde está a recentemente constituída Comissão Concelhia de Saúde e o que tem feito? E a Câmara Municipal, o que tem a dizer? E o eleito António Mor, de entre a Assembleia Municipal, que diligências tem feito?
Alguém pode garantir que não vamos continuar a perder?
O Presidente do Conselho de Administração do CHMT é de Abrantes mas terá ele força para suster o esvaziamento do nosso Hospital ou, contra aquilo que admito ser a sua vontade, ficará associado à imagem do carrasco que nos matou esta unidade hospitalar?
Vai sendo tempo de alguém falar claro, de colocar os pontos nos is, de se assumir a verdade toda.
Terá isto tudo alguma coisa a ver com limitações orçamentais e ingovernabilidade de 3 unidades separadas geograficamente por menos de 30 quilómetros entre si?
Com tudo isto, nem me dei conta de que passou mais de um ano de existência contínua neste blog...

terça-feira, 4 de abril de 2006

Continuo aqui

Podem pensar que deixei de reflectir porque há 3 dias que não escrevo.
Não é verdade. Tenho estado a ultimar um texto delicado e algo extenso sobre os protocolos de delegação de competências entre o Município de Abrantes e as Freguesias da área do concelho.
Está quase pronto mas é de difícil execução.
Entretanto, o meu amigo Carlos Coelho enviou-me, com dedicatória, o seu mais recente trabalho bibliográfico - o "Dicionário de Termos Europeus".
Bem conseguido, com muita informação e fácil consulta.
Obrigado, Carlos.

sábado, 1 de abril de 2006

Post 111

Já lá vão 111.
Nada melhor do que um momento de reflexão, sobre a política, os partidos, as pessoas que votam e as que não votam, os movimentos cívicos, o fenómeno da abstenção, os truques, os vícios, as "jotas", as "quotas", entre outros.
Não, não vou divagar. Vou remeter-vos para Fernando Ruivo, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Por lá encontramos ainda Boaventura de Sousa Santos, com profundas reflexões, como esta: "Numa sociedade democrática, o critério fundamental para avaliar a eficiência e a racionalidade da reforma da AP e do Estado é o seu impacto na cidadania e, especialmente, nos direitos sociais dos cidadãos. A reforma será progressista se promover esses direitos".
E segue dizendo: "Ao contrário, será uma reforma conservadora se puser em causa os direitos dos cidadãos. E assim sucederá se for de soma-zero, se os ganhos do Estado se traduzirem em perdas para os cidadãos".