quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Notícias frescas

Durante cerca de uma semana faltou-me assunto para postar. Confesso que estava a entrar numa crise existencialista.
Veio o calor mais intenso e, com ele, algumas notícias interessantes para poderem ser comentadas.
Infelizmente, hojenão há links porque comprei a edição impresa do Jornal de Negócios e é a ela que vou referir-me.
Página 10: Fim das 18 sub-regiões de saúde adiado para o próximo ano.
Pois claro, eu já aqui tinha escrito que as sub-regiões estavam a preparar o orçamento para 2007. A meta de as liquidar até ao final de 2006 era inexequível. As razões invocadas na peça escrita pelo João d'Espiney é que não estão totalmente correctas: as sub-regiões não fazem conferência manual de facturas e essa não poder ser uma razão. Agora, como despachar 3.219 funcionários do quadro, essa é que é uma questão. Em Santarém, há pouco mais de 130 funcionários na sub-região, mas Bragança tem mais de 640!!! Em Lisboa, são apontados 380 efectivos mas esqueceram-se de adicionar os cerca de 500 contratados!!!
Página 10: Governo extingue comissão do PRACE e recusa-se a divulgar relatório.
A Comissão técnica do PRACE (Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado), liderada por João Bilhim - um dos nossos maiores pensadores, teorizadores e criadores do movimento português da Qualidade, cuja obra tenho lido mais recentemente - concluiu os trabalhos e apresentou o relatório.
Só que o ministro Teixeira dos Santos recusa-se, segundo o Jornal de Negócios, a divulgar as conclusões das microestruturas depois de, em Fevereiro último, ter recebido da mesma comissão técnica as propostas relativas às macroestruturas.
Agora a comissão é extinta. O que propunha? Porque nos escondem a informação?
Vamos esperar pelo início da Outubro e pela intenção anunciada de a tutela nos dar informações nessa altura.
Para já, o PRACE está órfão.
Página 9: Regresso dos piores EPE ao SPA vai depender do Eurostat.
Uma equipa de técnicos do Eurostat vem a Portugal no mês de Setembro para analisar as contas e a performance dos Hospitais EPE. Admite-se, para já, que os crónicos sorvedouros de dinheiro público sejam conduzidos para o Sector Público Administrativo.
Desenganem-se aqueles que pensavam que as contas é que tinham de entrar nos eixos. Não, os EPE cronicamente deficitários é que saiem da esfera empresarial para que o Estado possa cobrir mais facilmente os déficites anuais.
E agora uma novidade local...
Na passada segunda-feira questionei, em reunião da Câmara Municipal de Abrantes, sobre as implicações que as recentes medidas de contenção impostas pelo ministro das Finanças teriam na vida do Município. Basicamente, o Estado central veio dizer que os reformados das suas carreiras que acumulam avenças nos Municípios têm de optar por receber 1/3 de uma dessas fontes de rendimento: 1/3 da reforma ou 1/3 da avença. Claro que todos optariam por receber 1/3 da avença, em princípio.
Mas, e que tal se pudessem continuar a receber tudo e conseguissem fintar o ministro Teixeira dos Santos?
Se assim o pensaram, melhor o fizeram. A solução, no habitual desenrascanço 'portuga' é fácil:
1º Alguns dos avençados vão trabalhar para as associações e os Municípios pagam subsídios a essas associações para que estas paguem as avenças aos reformados ex-avençados das câmaras municipais;
2º Alguns avençados criam empresas, dão emprego a outros ex-avençados e as câmaras municipais contratam essas empresas para prestarem os serviços que os ex-avençados estavam a prestar. Depois, as empresas pagam aos ex-avençados que, desse modo, não perdem dinheito nenhum.
Se multiplicarmos isto por 308 Municípios, temos de ter pena do Dr. Teixeira dos Santos.
Bom, agora vou descansar do blog. Voltarei.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Apetite voraz

Os dirigentes do governo PS costumam confundir o aparelho do partido com o aparelho de Estado. Não são só eles, mas estes são, em geral, mestres. Normalmente, "de pantufas", com voz sacerdotal e providencial, apresentam-se num misto de mártires e salvadores da pátria.
Não resistem a esse estilo, os socialistas. Abomino esse estilo.
Agora, temos mais dois exemplos de como são eficazes na apropriação do aparelho de Estado para o silenciarem e subjugarem ao apetite voraz da sua máquina partidária:
- Um aqui;
- O outro aqui.
Quer um, quer outro, uma autêntica vergonha.
No segundo caso, é um aviso claro de que os boys estão de regresso e para ficarem. De cada vez que o PS passa pelo Governo, deixa o aparelho de Estado cheio dos seus. E todos com vínculo.
Depois, ha-de vir o PSD e impedir o acesso indiscriminado de trabalhadores à vinculação. Foi assim com Guterres e Durão/Santana. Pelos vistos, com a dispensa de publicação dos contratados, prepara-se para ser assim com Sócrates. Para já, menos transparência e menos fiscalização são uma garantia.
Esta nódoa de governo já só sai com água-rás.

O Portugal Futuro

O Portugal futuro é um país
onde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem da enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem os que elas desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
Portugal será lá e serei feliz
Poderá ser pequeno como
ter a oeste o mar e a Espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o Portugal futuro

- Ruy Belo, Todos os Poemas, Assírio e Alvim, Lisboa, 2000

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Ninguém gosta mais de Abrantes do que eu e fico triste por ver o concelho a perder

O INE – Instituto Nacional de Estatística divulgou recentemente as suas estimativas demográficas relativas ao ano de 2005 e compara esses valores com os dados dos Censos de 1981, 1991, 2001 estimativas relativas aos anos de 2002, 2003, 2004 e 2005.
A Região de Lisboa e Vale do Tejo terá passado de 3,2 milhões de habitantes em 1981 para 3,5 milhões de habitantes em 2005.
Em 1981, o concelho de Abrantes possuía 48.653 habitantes. Era, nessa altura, o segundo concelho mais populoso do distrito de Santarém, atrás de Santarém, que contava com 62.896 almas. O terceiro era Tomar, com 45.672 habitantes e o quarto Ourém, com 41.376 habitantes.
Em 1991, o concelho de Abrantes já tinha menos 3 mil habitantes: 45.697. Santarém conseguia suster o êxodo e fixava nos 62.621 habitantes. Tomar e Ourém também registavam menos população face a 1981, com 43.139 e 40.185 habitantes, respectivamente.
Entre 1991 e 2001, Nelson Carvalho chegou ao poder em Abrantes. Estávamos em 1993 e beneficiando de fundos estruturais como nunca tinham sido disponibilizados até então, começava a implementar o seu Plano Estratégico a dez anos.
Ao fim de 8 anos de governo local socialista (1994-2001), Abrantes registava, nos Censos 2001, 42.235 habitantes, ou seja, menos 3 mil quatrocentos e qualquer coisa habitantes do que dez anos antes e, em 20 anos, perdia 6.418 habitantes. Santarém voltava a registar aumento populacional, subindo para os 63.563 habitantes, Tomar crescia para os 43.006 habitantes e Ourém passava para 46.216 habitantes.
Em 20 anos, quase todos passados debaixo de gestão local autárquica socialista, apesar do slogan “uma terra boa para viver, trabalhar e investir”, Abrantes passava de segundo para quatro concelho do distrito de Santarém.
As estimativas recentes do INE, relativas ao ano de 2005 apontam para que Abrantes tenha agora cerca de 41 mil habitantes, ou seja, sempre em perda demográfica, com menos 15,6% de população face a 1981. Ou seja, em 24 anos, teremos perdido quase um sexto das pessoas que por aqui habitavam.
Mação lidera as perdas demográficas, com 38,0% de perda líquida em termos populacionais face a 1981, seguido de Sardoal (-21,3%), Coruche (-19,4%) e Ferreira do Zêzere (-16,5%). Logo a seguir surge Abrantes, na 5ª posição do ranking das perdas de população em todo o distrito. A seguir a nós vem a Chamusca (-14,5%).
E os outros, aqueles que estão no pelotão da frente, com os quais queremos competir no contexto da nossa competitividade territorial, económica, social, como se comportaram?
Entroncamento lidera o crescimento demográfico do distrito, com mais 71,0% de população em 24 anos, registando já 20.475 habitantes. Logo a seguir vem o industrializado concelho de Benavente, que passou de 16.306 habitantes em 1981 para 26.482 estimados em 2005, o que traduz um aumento de 62,4% da sua população.
Em 3º lugar o igualmente próspero (economicamente) concelho de Ourém, que se aproxima dos 50 mil habitantes (49.763 de estimativa em 2005). Já nos leva 9 mil de avanço!
Santarém aumentou 1,9% em 24 anos, Tomar perdeu 6,3% (menos de metade do que Abrantes que tem, de longe, melhores acessibilidades e não atravessou as graves convulsões económicas e produtivas que Tomar atravessou) e Torres Novas manteve sensivelmente a sua população estável (nunca oscilou muito mas, depois de um período inicial em ligeira perda, tem vindo a recuperar população lentamente, apresentado uma variação em 24 anos de -0,5%).
Ao fim de 12 anos de governos locais sucessivos de Nelson Carvalho, não deveríamos nós ver já os reais efeitos positivos das suas políticas?
As pessoas vêem o que querem e se ficam contentes com as rotundas, as obras grandes e faustosas, os campos desportivos, os espelhos de água e coisas afins, tudo bem. Aliás, os abrantinos foram claros nessa sua opção: querem isso! É uma via mais facilitista, pensarmos que o dinheiro que é gasto não é nosso, que é do Estado ou da União Europeia. Um erro grosseiro: esse dinheiro é nosso e se gastarmos em demasia, como já se viu, aumentam-nos os impostos. Somos nós que alimentamos a máquina. Quanto mais pesada ela seja, mais nós temos de nos sacrificar.
Por isso, não digam que não fui avisando para os perigos desta deriva quase exclusiva para a obra fácil e faustosa em Abrantes, que não cria investimento reprodutivo, não produz bens transaccionáveis, não cria bases sólidas de crescimento sustentado, antes aumenta a despesa corrente porque são necessários mais gastos em iluminação, consumo de água, conservação e reparação, manutenção, limpeza, segurança, funcionários, etc.
Podemos viver algum tempo desses expedientes mas isso não assegura o futuro da nossa comunidade. Poderá chegar o ponto do sufoco e aí podem existir condições para uma rotura com repercussões graves em termos sociais.
Ao contrário do que fizeram correr pelo concelho, nada tenho contra a construção de piscinas, estádios e outros equipamentos. Podemos até ter esses equipamentos desportivos, sociais, culturais, recreativos, estéticos e por aí fora. Não podemos é fazer disso a máxima prioridade. A prioridade tem de ser a economia, o emprego, a riqueza, o desenvolvimento. Em paralelo, à medida que crescemos e ganhamos força, podemos ter essas obras, com conta, peso e medida.
Recentemente, o parque industrial registou algum impulso. Ainda bem, fico feliz com isso. Não percebo porque se perdeu tanto tempo a criar algum dinamismo mas fico feliz por perceber que, sobretudo as minhas críticas acintosas à falta de vocação socialista para a área do desenvolvimento económico e a atenção que, eu e os que me acompanhavam no projecto do ano passado, pretendíamos conceder a esta área crucial e vital para o futuro do nosso concelho, terá conduzido os socialistas do poder a darem mais atenção a esse sector.
Mas, iremos ainda a tempo de emendar os tamanhos erros que foram cometidos?
Não me importo de ser minoritário neste ponto de vista. Podia até estar sozinho. Mas trata-se de uma firme e inabalável convicção: sei que tenho razão, posso é não ser compreendido no meu tempo. Não faz mal, convivo bem com isso.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Chineses compram Rover

Já por aqui escrevi sobre a deslocação do centro geo-político-económico para a Ásia, entre a Índia, a China, a Malásia, o Japão, etc.
Pois agora veio mais uma confirmação desse fado anunciado para o futuro breve, através de notícia que saíu no Finantial Times de hoje e de que o Jornal de Negócios On-line nos dá conta através do link.
"A BMW vai vender a marca Rover à Shangai Automotive Industry por 16,3 milhões de euros, noticiou o «Financial Times», explicando que o fabricante chinês passará agora a ter direito a desenvolver os seus carros com a marca Rover", pode ler-se no lead da peça.
A força económica chinesa em todo o seu esplendor. Talvez por isso José Socrates esteja já a preparar a sua próxima visita oficial de promoção económica ao gigante asiático, cada vez mais dentro da economia de mercado, embora politicamente o regime seja ainda o que todos conhecemos.

Enigma

Neste mês de Agosto, falta-me assunto para escrever.
É um tempo calmo, sereno, agora visitado pelo fresco e pela chuvinha (nem sequer é ainda chuva). Seja benvinda, dona chuvinha.
Este é um tempo, para mim, de alguma instrospecção, de parar, pensar, repensar, prospectivar o futuro.
É, pois, um tempo de mudança. Sempre a mudança, mesmo que ela não aconteça ainda; pode estar apenas em preparação, se é que virá a estar.
O mundo é, todo ele, feito de constante mudança. Aproveitar estes tempos mais serenos, menos turbulentos para pensar e agir para um futuro de mudança é algo que gosto de fazer.
São vários os passos de mudança a empreender. Definido o caminho, há que empreendê-lo, percorrê-lo, tomar atitudes, agir, fazer acontecer. Nem sempre acontece mas, que diabo, temos de fazer planos e trabalhar para que eles se concretizem. Às vezes, lá calha...
O tempo convida a esta reflexão, a esta serenidade, a este momento de "stop-and-go".
Não era nada disto que eu queria escrever mas, à míngua de assunto, acabei mesmo a expor o que deveria continuar oculto.
Bem sei que alguns que se dêem ao trabalho de ler este post vão achá-lo enigmático, quiçá surumbático. Afinal, dizendo algo, nada digo de concreto.
Mas não é esse o segredo, afinal, de tanta gente mais importante do que eu? Gente que sabe falar muito mais sem nada dizer?!? Todos os dias os vemos nos telejornais. Muitos são os tais burros que comandam a vida dos inteligentes, porque preferem esse via face ao medo que estes lhes provocam pela sua maior competência e pela sua superior capacidade.
Boas férias.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

O medo causado pela inteligência

Recebi hoje um mail muito interessante que penso muitos estarão a receber também. Não resisto aqui a colocá-lo até porque me sinto estranhamente vítima desse mal.
Trata-se de um texto de um brasileiro, de seu nome José Alberto Gueiros e foi publicado originariamente no «Jornal da Bahia», em 23 de Setembro de 1979, ou seja, há 27 anos. Cá vai:
"Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar o seu discurso de estreia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembleia de vedetas políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: «Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta».
E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira difícil. A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas são medíocres e tem um indisfarçável medo da inteligência. Isso na Inglaterra. Imaginem aqui noutros países. Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:
«Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que às vezes fico pensando que a burrice é uma Ciência».
Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder. Mas é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar. Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.
Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdam, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar. Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender. É um paradoxo angustiante.
Infelizmente temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida. Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues: «Finge-te de idiota e terás o céu e a terra».
O problema é que os inteligentes gostam de brilhar. Que Deus os proteja".
É incrível a actualidade deste texto face aos políticos que ocupam o grande espaço do centrão. É incrível como este texto vem ao encontro da teoria da boa e da má moeda relembrada por Cavaco Silva há cerca de dois anos atrás.
O partido a que pertenço não foge a esta realidade. Por pudor não me alongarei. Mas como me revejo neste texto. Claro que, para mim, felizmente, faço parte dos inteligentes: tenho o caminho sempre tapado mas sou bem melhor do que a maioria dos "eucaliptos" que proliferam nos partidos do "bloco central de interesses", esse largo espectro político, largamente vazio de ideal e apenas sobreposto pela ditadura do cartão de crédito, laranja de um lado, rosa do outro.
Disse. E disse demais.

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Vote

Aqui ao lado, por debaixo do relógio e do calendário, coloquei uma pergunta para a qual agradeço a sua resposta. Concorda ou discorda da Lei da Paridade promulgada pelo PR? E já agora, se o quiser fazer, pode deixar o seu comentário sobre a mesma Lei da Paridade.
Participe. A sua opinião conta e ajuda-me a perceber quão certo ou quão errado (leia-se sintonizado ou não sintonizado com a maioria das pessoas) está o meu pensamento. Não custa nada. Fico à espera que o tema suscite participação.

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Lei da Paridade

O Presidente da República, Cavaco Silva, em quem votei e no qual continuo a depositar confiança, promulgou ontem a Lei da Paridade, mais conhecida por aquilo que é, na verdade - a lei das quotas.
A partir de agora, as listas dos patridos políticos candidatas a eleições terão de ter, pelo menos, 33% de mulheres.
Quem não cumprir, ao contrário da primeira versão da lei - chumbada por Cavaco - ao invés de ver as listas serem recusadas pelos tribunais respectivos, passam a contar com cortes nas subvenções do Estado, uma versão mais light mas ainda assim muito pesada, pesada demais para que a lei não seja cumprida.
Não posso estar mais discordante de José Sócrates quando esta afirma que esta "é, sem dúvida, uma das mais importantes reformas políticas inscritas no programa de Governo".
Reduzir a participação das mulheres na política à imposição da sua participação nas listas é um mau serviço prestado ao país e uma ofensa às mulheres.
Já agora, arranjem quotas para os portadores de diminuição física e/ou psíquica (nos meus tempos de criança dizia-se, de modo horrivelmente cruel mas entendível, os deficientes físicos e os deficientes mentais), para os gays (sim porque razão não hão-de ter participação obrigatória) e para outros grupos menos protegidos.
Com franqueza, o mais que me apraz dizer é que esta lei é um ultraje para as mulheres. Daqui para o futuro ficará sempre a dúvida, quando olharmos para as listas e a pergunta que todos farão mais ou menos em silêncio: "esta fulana está aqui na lista por mérito próprio ou não tinham melhor e forma obrigados a metê-la por causa da lei das quotas"? E assim jamais atribuiremos 100% de probabilidade de mérito às mulheres nas listas. Até aqui, as que se impunham e conquistavam o seu lugar faziam-no contra ventos e marés, afirmando o seu mérito e a sua força. Daqui para o futuro, não sabemos: poder ser que sim ou que não, pode ser capaz ou "filha da quota".
Foi isto que o Governo PS arranjou. E, entretanto, vamos fugindo aos problemas sérios do país, como a falta de emprego, a falta de perspectivas de saída da crise, a instabilidade no preço do petróleo, a subida das taxas de juro, os 4,6% do défice, etc. etc. etc.
E hoje regressa o futebol. Viva o Benfica, boa sorte Benfica!

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Voltaram os fogos

x
x
x
Mação, ao final da manhã, zona de Penhascoso. A esta hora, parece que continua longe de estar controlado.
O pesadelo voltou a estas bandas!
Por acaso do destino ou coincidência, à mesma hora estava o Ministro da Administração Interna, António Costa, em Sardoal, ao que parece nos Bombeiros Municipais da vila. Os meios aéreos surgiram de imediato para ajuda ao combate ao incêndio.

Banalidades

Quo Vadis, Portugal? Que valores estão a incutir na Juventude que já nem sabe escrever correctamente a língua-mãe?
Não tenho nada contra mas as televisões em Portugal estão encharcadas de telenovelas de qualidade duvidosa. Antes das notícias, um hora; depois das notícias, três horas. De manhã, parece que repetem. Livra...
Já agora:
- Em vez de "eu quero-te dizer uma coisa", digam lá "eu quero dizer-te uma coisa";
- Em lugar de "eu digo a ele/ela", repitam "eu digo-lhe";
- Em substituição de "prontos", digam apenas "pronto";
- Não se escreve "á muito tempo", mas antes "há muito tempo";
- Não é "á vontade" mas antes "à vontade";
Isto é só uma pequena lista, entre um rol imenso de disparates a que fui forçado a assistir nas férias, por imposição dos filhos, não sem que aproveitasse as telenovelas para lhes explicar onde estava o mau português e o que deveriam dizer em seu lugar.
Bem sei que a Matemática, a Física e a Química estão na ordem do dia, com a questão actual dos exames finais do 12º ano, mas o português continua a ser tão maltratado.

Sonho de uma Noite de Verão

Por cá, para ocuparmos as noites quentes, o que fazer?
Um passeio a pé, uma ida à esplanada, uma sessão de cinema, um final de tarde na piscina, a manhã na ribeira ou no rio...
Além da oferta cultural de Abrantes, convém estarmos atentos à oferta de concelhos limítrofes. Em Tomar, há sempre uma grande oferta.
Por exemplo, nos dias 16, 23 e 30, na Mata dos Sete Montes, o grupo Fatias de Cá, representa "Sonho de uma Noite de Verão", de William Shakespeare. Aperitivo + 1h18m de espectáculo + jantar, por 21 Euros por pessoa.

Já lá fui em anos anteriores e gostei. Talvez lá vá a uma das sessões deste ano.
Se quiser, visite o site do grupo Fatias de Cá.

Silly Season

É, esta época é dada a tontarias; pouco ou nada de relevante acontece.
Tirando o conflito que impera entre Israel e o Líbano e que ameaça já envolver outros países (Síria em alerta...), para além dos crónicos conflitos no Iraque e no Irão, por cá pouco ou nada vai acontecendo.
Recomendo uma visita às salas de cinema com os filhos (quem os tem pequenos) para ver os Piratas das Caraíbas 2, o melhor blockbuster do verão.
O Superhomem, que regressa a nós na próxima semana, é igualmente um filme engraçado, que vi em Espanha há já 15 dias (versão dobrada, mas enfim, foi o melhor que se arranjou).
Até lá, goze a silly season sem ser silly, you know what I mean?