sexta-feira, 31 de março de 2006

Revista Atlântico

O panorama da imprensa de reflexão política e ideológica em Portugal tem sido dominado, sem excepções, por projectos de esquerda, da mais democrática à mais ortodoxa.
Ao centro e à direita pouco ou nada existe.
Ou melhor, pouco ou nada existia. Habituei-me a ser visita obrigatória e regular da Revista Atlântico On-line.
Sem hesitações, sem tibiezas, convido-o a visitar também estes espaços arejados, com arrojo, sem receio de exprimir ideias e pensamentos.
Vale a pena a visita.
Para quem puder comprar a edição de papel, tanto melhor, já que a versão on-line só dispõe de alguns artigos.

Ruído de fundo

Hoje, no noticiário do meio-dia, na Rádio Tágide, ouvi ruído de fundo, verdadeiro ruído de fundo.
Um sujeito, cujo nome não recordo, marrava comigo, com o PSD, com os eleitos da Comissão Política do PSD, com este blog e mostrava-se eriçado, como se fosse dono de alguma verdade.
Triste...
Exibia um título pomposo e zombava de mim e do partido a que ambos pertencemos, infelizmente. Eu estou lá bem, ele é que não, porque já se arroga de porta-voz de um pequeno grupo radical e extremista. Mas nunca teve a dignidade de se demitir. Já não vale a pena; está prestes a ser expulso, por ter combatido nas urnas o seu partido.
Vá e não regresse; não faz falta nenhuma.
O grupo extremista e radical que diz representar, segundo o próprio, está agora disponível para entendimentos políticos "mas nunca com esta facção do PSD".
Eu não represento nenhuma facção; lidero um partido inteiro, num concelho. Uma vez esgotados os processos eleitorais internos, o Presidente representa todos os militantes; os que não se sentirem representados, têm uma boa opção de saída para a sua encruzilhada.
Jamais eu pretenderia associar-me a pessoas das quais me vi grego para me livrar, apesar de ter feito muito para que se sentissem mal e se fossem embora, sem deixar saudades, de vez, como uma brisa que refresca o ar quente dos finais de tarde em Setembro.
O ar ficou mais puro.
O grupo extremista e radical vai ficar enquistado. Recusa entender-se com o PSD (como se o PSD quisesse deles alguma coisa) e apela a outros partidos. Não creio que o PS precise deles para alguma coisa; não crei que o BE ou a CDU queiram associar-se a esse grupo.
Ficarão, inevitavelmente, sozinhos e apenas surgiram agora como tentativa de contraponto à minha eleição.
É verdade! Aquilo que ouvi era apenas e só ruído. Não é para levar a sério.
Já sei que, com estas palavras, vai haver quem se pique. Se se picar, pica-se, eu cá não me pico, nunca mais.
FIM

quarta-feira, 29 de março de 2006

Vozes de B...

Ninguém pode agradar a toda a gente. Mas gosto de conhecer de frente quem não gosta de mim.
Há por aí gente anónima - cobardes escondidos sob o manto do anonimato - que gostam de se meter comigo. Basta ver no blog Palha de Abrantes.
Fiquem descansados. Não sou candidato à CMA mas não é por ter perdido que perdi legitimidae ou condições de preparar o futuro.
Se assim fosse, o Dr. Mário Soares nunca teria sido Presidente da República. Afinal, já antes tinha perdido eleições nacionais para Sá Carneiro.
Vozes de b... não chegam...

segunda-feira, 27 de março de 2006

A preguiça informativa e a má imprensa

Olhamos para os jornais locais e regionais e constatamos: a larguíssima maioria das notícias sobre a actividade dos concelhos provém dos serviços informativos das próprias câmaras municipais.
Por outras palavras, são cada vez mais raros os jornais e os jornalistas que ousam abandonar o conforto da sala de redacção para irem à procura de notícias.
De vez em quando lá surge uma entrevista ou um trabalho de fundo, como o têm feito recentemente “Primeira Linha”, “Gazeta do Tejo” e “Abarca”. Percebe-se bem: estão a medir-se e a lutar pela mesma fasquia de leitores, o mercado local é cada vez mais estreito e os títulos vão aumentando.
Mas, a nível mais geral e até mesmo nesses jornais, sei bem o que é a tendência para se fazerem notícias com base na nota informativa, no press release, no comunicado oficial.
Já fiz comunicados como vereador eleito na oposição que vi transcritos, palavra por palavra, em alguns órgãos de comunicação social. Nem se deram ao trabalho de me procurarem ouvir, de ouvir ainda outras partes visadas, de confirmar, de investigar, enfim, de produzir matéria.
Outros produtos de comunicação deixaram, pura e simplesmente, de fazer notícias. São assim como que pretensiosos de serem iguais aos nacionais, só que pior, muito pior. Para órgãos nacionais, prefiro os nacionais e os que são de cá e nada noticiam de cá, podem existir bem sem mim como cliente. Na imprensa escrita como na rádio.
É por isso que alguns jornais correm o risco de se transformarem em “pastelões” e alguns jornalistas em “pasteleiros”, sem ofensa para estes.
Felizmente, há alguns órgãos de comunicação social locais e regionais que se esforçam por serem bons produtos. Como em tudo na vida, há bom e mau.
Espero que o novo produto de José António Saraiva, que tanto promete em termos de rotura com o jornalismo tradicional, nos traga novos conceitos jornalísticos, novas formas de abordar o mundo, novos e mais atractivos motivos de reforço da ligação entre quem escreve e quem lê, neste mundo mediatizado, globalizado, “tecnicizado” e em que tudo depende de ser, cada vez mais, claro, concreto e conciso. Porém, verídico, acrescento eu, porque assim tem de ser e estou habituado a ver muitas mentiras ou histórias mal contadas surgirem por aí, vendo a luz do dia, como se de verdade cristalina se tratasse.
A accountability de que Jorge Sampaio fala e de que tanto se fala agora na reforma da Administração Pública, tem de chegar e vai chegar ao jornalismo; que tem de se afirmar pela pesquisa, pela autenticidade, pela confiança que quem lê deve depositar no serviço de quem produz.
O sistema formal e informal de comunicação social deverá ser capaz de premiar o bom jornalismo e punir, severamente, os maus produtos.
O fim do porte pago é apenas um bom começo para esta purificação.
Mas sou defensor que todos os projectos de jornais devem revestir, obrigatoriamente, contabilidade organizada e que as suas relações com clientes seja clara, transparente e auditada por auditores do Instituto da Comunicação Social ou das Actividades Económicas. Só assim se pode pôr fim à promiscuidade que pode surgir – e por vezes surge – entre os poderes políticos dominantes e os jornais, jornalistas e directores.
Só assim ficaria mais claro que o “frete” de transcrição do comunicado e do press release e que tem como cortina de fundo um balão de oxigénio, que se traduz em publicidade de apoio à concertação acordada de interesses, tem de ser considerado um mal a eliminar, com pesadas sanções económicas e sociais para os violadores das regras mais básicas de ética e deontologia profissional.
Como é que um jornal sem publicidade pode sobreviver mais de 6 meses?
Como é que um jornal sem leitores pode beneficiar de apoios do Estado para continuar a existir?
Como é que jornalistas que fazem “fretes” ainda têm carteira profissional?
Como é que podem persistir acordos por debaixo da mesa entre empresas de jornalismo e certos poderes contemporâneos ao género dos senhores feudais?
Creio que estes temas, só por si, justificam que um dos nossos jornais locais e/ou regionais promovam uma jornada de trabalho séria, abrangente, pioneira, de onde possa sair um caderno de propostas e recomendações ao Governo.Porém, não pode ser apenas e só show-off, como sucede a maioria das vezes. Deve ser uma iniciativa bem ponderada, bem estruturada, com gente capaz de fazer auto-crítica, reflexão e também analistas insuspeitos, com opinião formada sobre estes assuntos.

domingo, 26 de março de 2006

Os órgãos concelhios do PSD

COMISSÃO POLÍTICA DE SECÇÃO
Presidente
Pedro Manuel Dias de Figueiredo Pereira Marques
Vice-Presidentes
José Antunes Moreno Vaz
Mauro
Renato Dias Xavier
Tesoureiro
António Manuel Belém e Ferreira Coelho
Vogais
João Miguel da Conceição Salvador
Fernando Morais Nogueira
António da Cruz
Pedro Manuel Esteves Coelho
Francisco Maria da Costa de Sousa de Macedo Simão
Paulo Luís Sardinha Serra
Sandra Isabel Barreiros Roldão Maia Pita
Fernando Manuel Ribeiro Teimão
Vogais Suplentes
Fernando José Pires Alfaiate
Bruno José Ribeiro da Silva Rodrigues
-
MESA DA ASSEMBLEIA DE SECÇÃO
Presidente
Francisco Armando Fernandes
Vice-Presidente
Maria Fernanda Pires Aparício
Secretário
Maria do Rosário Marques Chambel Gonçalves
Suplente
Carlos Manuel Godinho Gonçalves Arês

sábado, 25 de março de 2006

Em nome da estabilidade

Hoje, durante o dia não escrevi.
Dexei passar 24 horas sobre o acto eleitoral interno do PSD. Senti que o deveria fazer para não ser surpreendido a escrever o que não devo.
Foi um dos actos eleitorais mais disputados de sempre. Talvez tenha existido um semelhante, nos anos 80, na altura de uma cisão que viria a deixar marcas profundas no PSD de Abrantes, quando o grupo de Humberto Lopes e António Roseiro saiu derrotado. Lembro-me bem.
Ontem, o caderno eleitoral era composto por 184 militantes com capacidade eleitoral activa e passiva, de entre os mais de 450 inscritos no partido em Abrantes.
A lista A que encabecei foi constituída na 3ª feira passada e entregue no mesmo dia.
A lista B já vinha sendo preparada desde há alguns meses, com forte mobilização, muitas quotas pagas e algutinando muitos dos que têm estado críticos às direcções concelhias do PSD, desde que assumi, pela primeira vez, em 1999, a direcção concelhia do partido a que pertenço.
Assim, o meu adversário Gonçalo Oliveira convidou para membros da sua lista e para os seus apoiantes/votantes muitos amigos da sua geração, mas também os críticos do costume - António Roseiro, Anacleto Batista, José António Agostinho, José Vasco Matafome, Maia Alves, só para citar os seniores que muitos conhecem.
Fizeram muita mobilização. Posso não concordar com o modo como juntaram as pessoas para irem à sede na hora da votação, mas tenho de admitir que jogaram forte a esse nível.
Nada como a comida e bebida oferecida... porque o seguro morreu de velho. E já agora transporte, também faz falta.
Essa estratégia não me intimidou nem aos que me acompanharam nesta odisseia. O nosso trabalho era diferente mas implicava assegurar igualmente mobilização. Era e foi a palavra.
Sempre acreditei que quem merece deve acabar por ser recompensado e que, quem não merece, não merece e pronto. Ponto final.
Para além de se fazer o esforço de mobilizar pessoas, é preciso saber conjugar vontades, ser credível e ter uma ideia clara de rumo e que os outros, que nos julgam, entendam esse rumo e essa estratégia como sendo a melhor para a organização.
Durante a noite, ao longo das duas horas de urna aberta, a afluência foi grande. Votaram 129 militantes, ou seja, a taxa de abstenção sobre o caderno eleitoral foi de cerca de 30%. Normal... mas baixa para o habitual no PSD/Abrantes.
Houve momentos de algum azedume, de conversa em tom ríspido entre alguns militantes e de algum confronto indirecto mas não houve debate propriamente dito. Não havia clima e os militantes não paravam na sala principal.
As conversas eram tidas nos corredores. Ninguém ultrapassou os limites, apesar de tudo, pelo menos que me tivesse apercebido.
Algumas pessoas não se cumprimentaram. À recusa em falarem comigo, tive de retribuir de igual modo. Mas foi só com os tais opositores do costume porque, com o meu adversário directo e candidatos mais jovens, houve cordialidade e até alguma simpatia; talvez a disputa e o modo como, nos últimos dias, a tensão se poderou de alguns dos meus adversários, tenha impedido maior abertura ao diálogo, mas ninguém tratou mal ninguém. Pelo contrário excepção feita aos opositores do costume, de mais idade. De alguns, não esperava nem espero mais nada. Condiz com a impressão que tenho deles.
Afinal de contas, estavam contra mim alguns dos que estiveram contra o PSD nas eleições autárquicas, quer em 2001 quer em 2005, concorrendo contra o seu partido e prejudicando-o.
Não me esqueço que foi por apenas 8 ou 9 votos que o PSD não elegeu o seu 3º vereador. Em parte, devo-o e deve o PSD esse resultado a militantes do PSD, que agora queriam voltar aos órgãos concelhios.
Portanto, do outro lado, estavam os que não têm logrado fazer prevalecer as suas posições desde há quase 20 anos. Uma notável colecção. Que se juntou a um grupo mais novo e com ambições.
No final, durante a contagem, o meu adversário dizia que esta seria uma noite histórica. E foi, mas não como ele vaticinava que iria ser.
A lista que encabecei venceu (com pouca margem), mas venceu e soube-me bem; soube-nos bem. Soube mesmo muito bem.
Houve 2 votos em branco e obtive 67 votos, contra 60 do Gonçalo Oliveira.
O meu amigo Armando Fernandes foi igualmente eleito Presidente da Mesa, com igual número de votos; a lista B teve 58.
Por mim, ontem encerrei esse episódio. Saí vencedor e o projecto que venho defendendo saiu reforçado, em face das circunstâncias que envolveram as eleições e o tempo de preparação da lista.
Já lá vai. Gostaria de ter a trabalhar para o mesmo objectivo todos aqueles que sempre quiseram o bem do PSD e vou esforçar-me por isso, mesmo com militantes que estavam na outra lista ou que nela votaram; mas não tenho qualquer receio em dizer que aqueles que teimam em não querer ajudar o PSD e que o combatem, não tendo vergonha, ainda assim, de quererem pertencer ao partido, comigo não contam. Irei mesmo dar seguimento aos processos jurisdicionais abertos pela estrutura central do PSD contra os militantes que concorreram, em Outubro passado, contra o seu partido. Até já tenho as certidões do Tribunal de Abrantes na minha posse.
Lamento que as decisões sejam lentas; mas, sobre isso, vai ser feita justiça, de certeza.
Quanto aos outros, aos que perderam mas o fizeram numa base de lealdade e de combate por projectos alternativos dentro das linhas do partido, do seu programa e do espírito saudável da democracia, repito que tenho todo o prazer em querer que se associem a estes próximos tempos.
Tempos difíceis, de trabalho intenso, árduo, permanente, consistente, de reforço da militância, de intervenção cívica, de ligação às freguesias, de reforço dos canais de comunicação, de participação na vida distrital e nacional do PSD.
Quero abrir aqui um espaço especial de referência. É chegado o momento. Há momentos assim na vida das pessoas.
Foi derrotado, pela terceira vez consecutiva, o senhor António Roseiro. Apoiante de Matafome, depois de Pico e agora de Gonçalo Oliveira, não me esqueço de que lhe pedi ajuda para as eleições autárquicas. Disse-me que sim num final de tarde, para me telefonar depois - apenas duas horas depois! - a dizer que, afinal, não me podia dar qualquer ajuda, apesar de nada ter contra mim. Depois de ter concordado fazer uma ou duas voltas pelo concelho, nas freguesias, arrependeu-se depressa e depressa recuou. Deu-me uma valente tampa.
Penso que à terceira tenha sido de vez.
Não me quero colocar em bicos de pés. Ontem não ganhámos nada de muito relevante para a vida do concelho. Foi apenas um acto interno da vida de um partido de oposição que tem vindo a consolidar o seu espaço e a crescer eleitoralmente. Mas foi uma vitória saborosa porque só eu (e mais alguns) sei o que estávamos ontem a combater. Bem demais. E o que estava verdadeiramente em causa. E que, felizmente, não obteve aprovação.
Não há motivos para arrogância ou sobranceria e ninguém é dono da vontade dos militantes mas creio que a noite de ontem, onde os senhores críticos-opositores-do-costume estiveram perto de poderem mudar o rumo ao PSD/Abrantes deve ter chegado para perceberem que a maioria dos militantes não os querem de volta às estruturas dirigentes.
Nem sozinhos nem pendurados noutros grupos.
O senhor Roseiro poderá continuar a tentar e um dia até poderá conseguir voltar aos órgãos do PSD mas acho cada vez mais difícil. E acho que ele e os seus apoiantes confessos e os que estão mais na sombra devem ter percebido, de uma vez por todas, que as suas tentativas e investidas só muito dificlmente lograrão obter provimento.
Pronto, já disse. Não valia a pena fazer mais tabu sobre este assunto.
Agora, vamos ao trabalho. Abrir o partido a mais companheiros, muitos deles chegados ao PSD como independentes nas últimas eleições autárquicas; outros mais novos; outros ainda hão-de chegar.
Com persistência e resistência lá chegaremos.
Uma palavra final para a excepcional atitude dos militantes que votaram na lista A. Souberam bem sopesar o que estava em causa. A eles e só a eles se deve a minha vitória - militantes mais antigos, de mais idade e muitos, muitos jovens, porque ninguém é dono da vontade dos militantes do PSD que ainda pertencem à JSD;
Creio que prevaleceu o bom senso. Em nome da estabilidade e da credibilidade do PSD/Abrantes.
Muito, muito obrigado. Espero poder contar convosco; sempre que estiverem disponíveis, espero por todos na sede para trabalharem, lado a lado, com os eleitos. Não são nem mais nem menos capazes para isso: são iguais e é assim que quero considerá-los.
Sobre este assunto, não creio que volte a falar. Agora, o tempo é de acção.
Vem já aí o Congresso do PSD - mais um - na sequência das eleições directas.
Mas a nossa principal preocupação é - e será - no âmbito do nosso concelho. Somos uma Comissão Política Concelhia.
Existe ainda o desafio de saber unir, após esta contenda. Mas só estou disponível, como se percebe pelo que acima ficou escrito (claro como água, preto no branco, em nítido contraste), para unir o que pode e deve ser unido. Não gosto de consensos forçados ou fingidos.
Comigo, vai ser assim.

quinta-feira, 23 de março de 2006

Instabilidade em França

Agora são os jovens, perdidos de cabeça e de razão, por causa da proposta para flexibilizar o mercado de emprego e o mundo das relações laborais em França.
Generosos, sempre generosos, os jovens em França talvez não tenham razão, desta vez.
A medida parece-me acertada.
A este propósito, ver o excelente Editorial do Diário Económico de 3ª feira passada, escrito pelo seu director Martim Avillez de Figueiredo.
Notável.

quarta-feira, 22 de março de 2006

Eleições no PSD/Abrantes

Na próxima sexta-feira decorrerão as eleições para os órgãos concelhios do PSD.
Não se trata de uma mera formalidade ou de um acto irrelevante. Em minha opinião, é exactamente ao contrário.
Em Outubro passado, não vencemos as autárquicas mas fizémos um bom trabalho e saímos prejudicados eleitoralmente, sobretudo porque ficámos a escassos 8 votos de eleger o 3º vereador; fomos os escolhidos de quase 6700 eleitores deste concelho.
É uma grande responsabilidade tudo fazer, durante o decurso do mandato, para não defraudarmos aqueles que em nós depositaram as suas expectativas.
Mas há um outro lado, uma outra parte igualmente importante: os nossos candidatos de Outubro passado, alguns no poder, outros na oposição.
Também esses - dos quais me orgulho - não podem ficar à mercê de um destino incerto, comandado por objectivos erráticos, sustentados na ignomínia de quem não possui réditos sólidos para se lançar sobre uma situação (o oposto de oposição) forte e musculada.
Seria muito mau que tudo o que se construiu se perdesse agora, num qualquer projecto dominado por desejo de vinganças ou acertos de contas por querelas passadas ou ainda por obsessões de ambição inalcançáveis a quem não tem pé suficiente para pôr no estribo.
E os apoios dos vários sectores da nossa comunidade, como seriam possíveis de obter e de congregar sustentados num projecto vazio de conteúdo e de fibra política, onde as causas, as convicções e as propostas devem ser ajustadas ao terreno mas nunca perdendo o fio condutor da doutrina, das linhas programáticas, da orientação conceptual do quadro macro-político e macro-estratégico onde estamos inseridos?
São, pois, várias as razões para que eu e um grupo de gente que se entende desde há muito e que pensa de modo coerente e tão homogéneo sobre o concelho, o distrito e o país quanto é possível (preservando naturais divergências de opinião e de conceitos) tenhamos dado o passo que precisava de ser dado, juntando gente nova (uns em idade, outros nas estruturas directivas do PSD): apresentaremos uma lista candidata à Comissão Política de Secção e outra à Mesa da Assembleia de Secção.
Por isso, ontem entregámos os processos das listas na sede concelhia, entre as 21.30 horas e as 24.00 horas, como mandava a convocatória que nos foi enviada pelo Presidente da Mesa, respeitando o Regulamento.
Por isso, todo o processo foi verificado por um representante da Mesa, ontem, como mandam os regulamentos, tendo à frente os cadernos eleitorais recebidos na sede (e em mais lugar nenhum).
Por isso, pude comprovar que, apesar de existirem rumores de outra lista, ela não foi entregue na sede - o local próprio - durante o horário previamente fixado pelo Presidente da Mesa.
Com o Presidente da Mesa em Bruxelas, o Vice-Presidente em Chicago, ficou outro membro da Mesa a conferir o nosso processo. E, até ontem, que se saiba, só o nosso foi conferido por alguém pertencente à Mesa.
Sou candidato a Presidente do PSD Abrantes.
Seria mais fácil não o ser, resignar-me e assistir de bancada.
Mas não. Em nome da responsabilidade, da estabilidade, de um projecto de conquista de poder, aceitei o desafio.
Não sou candidato a mais nada. Que fique bem claro. Quero que o partido se organize e procure uma solução vencedora para as autárquicas de 2009. Disponho-me ajudar, coordenar, promover soluções, escolher opções, com todos os que me acompanham.
Acompanham-me vários amigos e companheiros. José Moreno, Mauro Xavier, António Belém Coelho, João Miguel Salvador, Fernando Nogueira, António Cruz, Pedro Coelho, Francisco Simão, Paulo Sardinha, João Ricardo Margalho, Sandra Pita, Fernando Alfaiate, Fernando Teimão e Bruno Rodrigues.
Para a Mesa da Assembleia, ao lado de Armando Fernandes vêm Fernanda Aparício, Maria do Rosário Chambel e Carlos Arês.
Para já, sobre este assunto, é o que se me oferece dizer. Mas creio bem ter de voltar a escrever mais sobre estas eleições. Muito mais...

sábado, 18 de março de 2006

Venceram as directas

Cheguei agora de Lisboa. Fui ao Congresso do PSD.
Vencerm as directas.
Compreendi o essencial dos argumentos "pró" e "contra", ouvi os congressistas (uns mais do que outros...) e acho que o balanço até é positivo.
O partido discutiu pouco sobre o país mas não era isso que se esperava deste Congresso.
Houve intervenções interessantes e muito se jogou nos bastidores.
De todas as intervenções, aquela que mais empatia gerou com os presentes na sala foi a de Alberto João Jardim.
Mas Nuno Morais Sarmento efectuou, de ponto de vista político, uma corajosa, lúcida e atrevida intervenção.
Marques Mendes, sem deslumbrar, não comprometeu.
Vem aí mais um Congresso, eleitoral. Depois de ser escolhido o líder, o Congresso escolherá os demais membros dos órgãos nacionais e debaterá a estratégia política.
Cada Congresso custará entre 200 e 250 mil euros. Sai cara a brincadeira. Mas é assim a vida dos partidos.
Gostei de rever amigos que já não via há tempo. É como nas famílias, só nos encontramos todos nos casamentos, batizados e funerais. Alguns amigos que fiz no PSD só vejo nos Congressos.
Gostei de ver o Miguel Goulão, o Hugo Oliveira, o Daniel Rebelo, o Rui Morais, a Clara Costa, a Eduarda Marques, a Ana Cristina Melo, o Luís Nobre, o Fernando Pereira, o António Proa, o Jorge Paulo Roque da Cunha, o Rui Gomes da Silva, o João Luís Gonçalves, o Mário Simões, muitos amigos do IEFP, os militantes do distrito de Santarém; de ver e estar com todos eles.
Descobri que tenho amigos em todas as tendências (a menos que alguma me escape). Descobri que não estou comprometido com nenhuma mas também não me sinto descomprometido com o partido. Perguntaram-se se eu era santanista, mendista, menezista ou outro qualquer "ista". Respondi que respeito a liderança existente e que a devemos ajudar em tudo o que pudermos mas que não há verdades absolutas nem tutelas definidas.
Lembro-me bem dessa conversa. E de outras, ontem e hoje.
Gostei do almoço de hoje na sala do piso 16 do Tivoli Tejo, oferecido pela Comissão Política Distrital aos congressistas e onde também se discutiu o tema do Congresso. A comida não estava má, o vinho era bom e a vista deslumbrante.
Como vêem, para mim o Congresso valeu a pena. Trocaram-se cartões, actualizaram-se telefones e contactos, comemos e bebemos. E ainda conseguimos, de quando em vez, assistir aos trabalhos e às intervenções (não a todas, como é hábito).
Consegui memorizar e não me irei esquecer da referência à "oligarquia lisboeta", feita por Alberto João Jardim para referir aqueles que são contras as directas, não por convicção mas porque este sistema poderá impedi-los de continuarem a viver e a sobreviver à custa do partido, das suas benesses e amesendações obtidas por força do espírito de cacique, do truque, do controleirismo e do oportunismo. Brilhante.
E, antes de sair, ainda conversei com o médico que há mais de 37 anos me fez nascer, no hospital do Monte, no Funchal. O Dr. Nélio Mendonça também estava no Congresso e troquei algumas palavras com ele.
É verdade, este foi mesmo um Congresso interessante, rico, cheio de histórias para contar e para reter. Só é pena que algumas (muitas) não digam respeito ao Congresso propriamente dito. Mas foi lá que aconteceram e se eu não tivesse ido ao Congresso não as tinha vivido.
E agora venham de lá essas eleições directas, que estou pronto para ouvir propostas e escolher a solução que achar melhor.

sexta-feira, 17 de março de 2006

REFLEXÕES DO 101

Desde já, uma nota prévia: devido a um erro ou avaria de sistema do Blogger, este post só agora é colocado à disposição, embora tenha sido escrito esta madrugada.
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Uma noite de insónias – mais uma – e eis que estou, às 6 da manhã sentado ao computador.
Navego, vou ao gmail, vejo os blogs de referência, leio os jornais, ligo-me ao mundo. Fantástico tempo este em que as novidades, as opiniões, as referências me chegam facilmente. São quase excessivas, não conseguimos absorver tudo, temos de ser criteriosos – muito criteriosos.
Faço uma resenha dos últimos dias.
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José Manuel Moreira, no Diário Económico de quarta-feira dizia que “a tomada de posse do novo Presidente da República vai obrigar a uma redefinição ideológica dos partidos do arco democrático, a partir de um centro político onde a palavra “social” é a senha e o (neo)liberalismo contra-senha. É por isso que a luta pelo significado das palavras vai ser de capital importância: a função das palavras no debate ideológico é tema a explorar. Mas muito perigoso, se não se cuidar do uso das palavras, que são, como diria Ortega, “os déspotas mais duros que a humanidade conhece”.
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Fazem-me falta as reflexões do Professor David Justino no Quarta República. As suas novas funções junto do Presidente da República têm impedido os seus sempre actuais artigos.
Socorro-me de outro blogger, que conheci na minha curta passagem pela Assembleia da República. O Vítor Reis escreveu ontem sobre o Congresso do PSD, que hoje começa. Diz ele:
A ideia das directas surgiu para colocar em causa a liderança de Durão Barroso.
Na altura, Santana Lopes queria as directas porque pensava que assim derrubaria Barroso.
Então, vimos muita gente no PSD opor-se a esta proposta - porque esvaziava o Congresso, porque daria um carácter populista ao PSD.
Hoje, muitas destas pessoas apoiam as "directas".
Mas será que acreditam genuinamente nesta mudança?
Tenho as maiores dúvidas!
Hoje, a vida interna do PSD está condicionada pelos tacticismos dos que temem o regresso de Santana Lopes, dos que apoiam Marques Mendes enquanto não surge uma alternativa e dos que pensam que a permanência de Marques Mendes na liderança só servirá para que ele se perpetue no poder.
É uma verdadeira casa assombrada!
A discussão estatutária tornou-se uma paródia neste período de desorientação estratégica.
Por isso, tudo é possível.”
O que eu acho engraçado é ver alguns malabaristas que estiveram com Durão, depois com Santana e agora com Marques Mendes. E já antes haviam estado com Marcelo ou com Nogueira ou Cavaco. Sobretudo com este último, à sombra do qual se fizeram falsos “barões social-democratas
”.
Agora, digo eu, os trampolineiros, mestres em golpes de rins, verdadeiros “sempre-em-pé” lá estarão, a partir de hoje, a louvar a solução que já sabem – porque dominam o aparelho – que sairá dali vencedora.
Nem mais, nem menos.
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Paro agora na Carta-aberta de Vicente Jorge Silva a Augusto Santos Silva. De um ex-parlamentar do PS ao Ministro dos Assuntos Parlamentares. Uma carta de “amizade”, como se pode comprovar.
Começo por lembrar o apreço intelectual que tenho por ti e a cumplicidade e amizade que criámos durante o breve tempo em que partilhei contigo o estatuto de deputado”.
E é com base nesta suposta amizade que VJS vai prosseguindo:
Surpreendeste-me, aliás, na legislatura anterior, como o mais sagaz e combativo dos deputados socialistas. Mas exactamente por isso não ficaria bem comigo mesmo se não te exprimisse agora a minha decepção e o meu desencanto, não por estar em desacordo com algumas das tuas recentes posições - o que seria, de resto, natural e altamente saudável - mas porque não revejo nelas a pessoa que conheci e me habituei a estimar”.
E depois vem a quebra da amizade:
Gostaria, sinceramente, de não me ter enganado a teu respeito, mas quando te oiço ou leio a dar laboriosas explicações sobre os excelentes e inocentíssimos propósitos da nova entidade reguladora dos media, a ERC, pergunto-me qual de nós se terá equivocado: se eu, por excesso de candura, se tu, por excesso de cinismo político”.
Livra!?! Com amigos destes, quem precisa de inimigos?
O mais provável, vendo bem as coisas, é que nos equivocámos os dois, mas esse equívoco tem um preço amargo e com custos para a nossa amizade”, lê-se e seguida.
E depois VJS acusa ASS de “adoptar atitudes de conveniência e manobrismo político” e ainda que “nunca te mostraste convincente, credível e eficaz nesse papel”.
E, defendendo a sua condição de ex-jornalista e paladino da ética, VJS liquida o governo de José Sócrates e do seu “amigo” ASS: “O que se passa, porém, é que, em vez de contribuir para combater essa deriva, o Governo de que fazes parte - e onde tens uma decisiva responsabilidade política nesta matéria - está precisamente a criar uma caixa de pandora que só favorece a promiscuidade crescente entre o poder político e os media”.
O último parágrafo é verdadeiramente assassino para o Ministro:
Recordar-te-ás que, quando estive contigo no parlamento, tentei promover sem sucesso um amplo debate no PS sobre as relações entre o poder político e o poder mediático. A incompreensão e o cinismo acabaram por prevalecer, confortando as velhas convicções de que os "bons jornalistas" são aqueles que são politicamente dóceis para nós e agressivos para os demais. Será que tu, caro Augusto, também te rendeste definitivamente a estas socráticas evidências?”.
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Entro no Acidental. Rodrigo Moita de Deus continua imparável com a sua verve crítica bem aguçada. Diz ele:
A mim parece-me que Ribeiro e Castro candidatou-se a presidente do CDS e só agora percebeu que foi eleito presidente do PP”.
E também dispara contra Alberto João Jardim:
A política na ilha da madeira já foi arrojada. Depois cómica. Depois diferente. Hoje é só embaraçosa. Não há ninguém que tome conta do assunto?”.
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No Blasfémia, João Miranda entretém-se a “morder” o PSD e o Congresso que hoje começa. De uma só pincelada, põe a nu as fragilidades das quotas e arranjos para alguém se fazer congressista:
Começa mais um congresso do PSD onde estarão presentes os Jovens Social Democratas, os Sindicalistas Social Democratas, as Mulheres Social Democratas, os Autarcas Social Democratas e os outros. Alguns destes grupos têm várias benesses eleitorais podendo um jovem social democrata chegar a delegado congresso pela via normal ou pela via da quota da sua organização. Há mesmo uma jovem sindicalista chamada Maria recém eleita para uma Assembleia de Freguesia que está inscrita nas 4 organizações”.
Não consegui deixar de rir ao ler a seguinte frase:
Estas organizações políticas têm objectivos muito semelhantes, todos eles igualmente nobres, sem os quais a civilização entraria em colapso. As Mulheres Social Democratas querem reforçar o poder das Mulheres Social Democratas no Partido Social Democrata. Os Autarcas Social Democratas querem reforçar o poder dos Autarcas Social Democratas no Partido Social Democrata. Os Jovens Social Democratas querem reforçar o poder dos Jovens Social Democratas no Partido Social Democrata. Os Sindicalistas Social Democratas querem reforçar o poder dos Sindicalistas Social Democratas no Partido Social Democrata. Alguns dos membros destas organizações nem sequer têm existência política própria. Assim, as mulheres Mulheres Social Democratas tendem a ser as filhas, as mulheres e as amantes dos homens social democratas e os Jovens Social Democratas tendem a ser os filhos dos pais Social Democratas”.
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Bom, isto já vai longo. São quase 8 da manhã e tenho de ir arranjar-me.
O dia começa cedo com trabalho e acabará, por certo, a altas horas da madrugada, no Pavilhão Atlântico, na discussão, no epicentro, nos acontecimentos que marcam sempre os congressos do PSD.
Tenho de arejar estes parágrafos, senão isto fica cá uma “xaropada”, Fénix!
Decido não colocar imagens. Apenas o texto, por mais extenso que seja, e é.

quinta-feira, 16 de março de 2006

Post 100

Este centésimo post coincide com um assunto particular sobre o qual desejo, hoje, escrever.
Um amigo meu de infância, hoje menos chegado mas ainda assim que considero amigo, disse-me que se considerava um crítico face às acçõe e omissões dos órgãos autárquicos concelhios, sejam eles a Câmara Municipal ou as diversas Juntas de Freguesia. Diz ele que gosta de apontar o que está menos bem e que ele sente menos bem. Tudo bem, é uma opção respeitável. Depois, diz-me ele que se sente um pouco como eu, assim também crítico.
Foi então que percebi que tenho um rótulo: sou um crítico. Talvez. Admito que algumas pessoas possam ver-me assim. Nunca me senti um crítico mas talvez seja o que sou mesmo.
Agarro no dicionário e procuro uma definição para "crítico". Vou ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Existem várias definições. Eis uma:
  • "que ou aquele que julga, examina"

E outra:

  • "que ou quem examina, caracteriza, classifica obra de arte, ciência, costumes, comportamentos, etc."

A ainda outra:

  • "que ou quem avalia competentemente, distinguindo o verdadeiro do falso, o bom do mau, etc."

Talvez aquela que me querem algumas pessoas imputar seja a seguinte:

  • "que ou quem deprecia, tende para a crítica como censura, depreciação, desaprovação; glosador, maledicente"

Sinceramente, não em sinto assim. Penso muito, desde há anos, na nossa cidade e no nosso concelho e possuo uma visão - a minha visão, boa ou má, assumida - do caminho que penso deveríamos trilhar enquanto comunidade.

Muito do que tenho vindo a apontar tem vindo agora a ser seguido. Note-se a recente aposta no tecido económico, na competitividade, no relançamento das actividades económicos enquanto motor de sustentabilidade da nossa região. Note-se a fuga aos equipamentos megalómanos - estão a concluir os que estavam já em curso há dois anos mas não há novos.

Se calhar, eu tinha razão; o Diagnóstico do Plano Estratégico de Cidade dá-me razão - as principais críticas lá apontadas já eu referia há anos atrás.

Isso não faz de mim um crítico no sentido da maledicência - penso que faz de mim alguém com crédito porque ousou apontar os defeitos da governação antes da generalidade dos outros e antes de os responsáveis eleitos maioritariamente terem começado a corrigir a sua estratégia e a sua táctica, embora jamais sejam capazes de admitir que, afinal, as minhas críticas eram bem sustentadas.

Nada melhor do que esta sensação do dever cumprido no post 100; ou, como me dizia um amigo há dois dias atrás, os meus posts são lidos e oxalá houvesse mais gente a verter pensamentos sobre a nossa terra como eu faço; correndo o risco de estar errado mas nunca perdendo força de argumentos.

Sei que me lêem neste espaço. Sei quem e quando, a que horas e a partir de que computador. Sei, não por magia, mas recorrendo às ferramentas web existentes.

Não me sinto mais "inchado" ou mais "desprezado" por isso. Faço o que a minha consciência me dita. E, enquanto assim for, podem contar com a minha presença e as minhas palavras. Pelo menos por mais 100 posts!

Nota: Este fim-de-semana vou estar ausente no Congresso do PSD. Vamos ver no que vai dar mas, para já, não me está a agradar esta história de votar, de braço no ar, as propostas de alteração dos Estatutos. Dizem-me que se a proposta A, de Luís Marques Mendes for aprovada, todas as demais deixam, pura e simplesmente, de ser votadas porque ficarão preterida pela A, se aprovada. Espero que seja mentira mas desde que vi um porco numa bicicleta num circo, tudo pode acontecer-me já.

Espero continuar a procurar as verdades e hei-de encontrar sempre a luz no final do túnel. Assim espero.

A nossa língua portuguesa é muito rica

Recebi um mail de pessoa amiga, médico na cidade de Abrantes. Obrigado Dr. RPC. Aqui vai:
Se o Mário Mata,
a Florbela Espanca,
o Jaime Gama
e o Jorge Palma,
o que é que a Rosa Lobato Faria?
E, já agora:Talvez a Zita Seabra para o António Peres Metello...

quarta-feira, 15 de março de 2006

Novo Blog

Chegou recentemente à blogoesfera o ABTONLINE. É mais um blog de Abrantes.
Vou abrir aqui ao lado um espaço só para links de blogs que conheço de Abrantes. Se quiserem enviar mais conhecidos, façam favor. Posso listá-los todos aqui ao lado.
Benvindo, meu amigo. O teu blog está a ficar engraçado. Vai em frente.

Faltam 9 dias

E pronto!
Terminou o prazo para pagamento das quotas dos militantes de Abrantes do PSD para que estes possam reunir capacidade eleitoral activa (votar) e passiva (ser eleito) nos órgãos concelhios do partido, cuja assembleia eleitoral está marcada para dia 24 deste mês.
A partir de 2ª ou 3ª feira já se saberá melhor quem pagou e quem não pagou as quotas. Na 4ª feira termina o prazo para entrega de listas de candidaturas.
Vamos ver o que o futuro e, particularmente, o próximo fim de semana nos reserva.
Vamos, depois, conhecer candidatos, equipas e programas. O partido precisa de abrir mais ao exterior, de não ser composto exclusivamente por militantes, de ter um órgão consultivo e estratégico formado por gente que se sente sintonizada com o PSD mas não sente necessidade ou vontade de ser militante.
Os dados estão lançados. Agora é a contagem decrescente. Até lá, o Congresso pelo meio. A partir de 6ª feira, estarei em Lisboa, com mais alguns companheiros e vamos assistir e patricipar nos trabalhos do Congresso.
Na segunda-feira regressaremos ao trabalho na nossa comunidade.

quinta-feira, 9 de março de 2006

Notas breves à solta

Cavaco Silva tomou posse como Presidente da República.
Não vi a cerimónia mas acompanhei o assunto ao almoço, durante os telejornais deste período. Vi até uma jornalista, já no início do almoço no Palácio de Queluz informar que os jornalistas teriam de sair da sala para deixarem comer em paz os convidados, após o brinde e que o "almoço termina com o almoço". Notável!
Espero que o Professor Cavaco Silva, um dos responsáveis pela minha filiação no PSD em 1986 (há 20 anos!) cumpra com rigor, isenação, zelo e grande competência, fiel ao seu estilo, as suas obrigações.
*
O meu amigo Jorge Moreira da Silva vai ser assesor do Presidente da República para os assuntos de ambiente.
Homem ainda novo, sério, trabalhador, técnico sem deixar de ser político, atinge um dos pontos mais altos da sua carreira, que espero seja ainda muito longa e com outros desafios. Depois de ter sido Presidente da JSD, eurodeputado, Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Ciência e Ensino Superior, Secretário de Estado do Ambiente e deputado (o que fazia até aqui, em substituição de Pedro Santana Lopes), Jorge Moreira da Silva representa o melhor de uma geração - a minha. Sinto orgulho por ele e desejo que tenha muitos êxitos.
*
Por cá, fiquei muito agradado com a mais recente edição do jornal Abarca, muito bem composto, bem recheado, acutilante, actual, com temas muito importantes, bem abordados.
Voltarei a este asunto em breve mas estão de parabéns os jornalistas da margem sul, da notável vila de Tramagal.
*
Chamou-me particularmente a atenção a reportagem-entrevista com Ricardo Alves. O jovem velocista acusa Nelson Carvalho e Neó Valamatos de traição aos compromissos assumidos. Mas não deixa de beliscar os dirigentes do TSU. Sente-se sozinho no Mundo e frustrado por não poder ir aos próximos Jogos Olímpicos. Depreendo que terão existido conversas e expectativas criadas para que Ricardo Alves pudesse cumprir o seu sonho e ainda ganhar algum dinheiro com isso.
Não sei onde pára a verdade desta história mas vou procurar saber melhor. O assunto é apetitoso e não é todos os dias que alguém ousa chamar traidor a Nelson Carvalho, muito menos uma das suas coqueluches, aproveitada inclusivamente como mascote política como mandatário para a Juventude.
O assunto promete mais investigação. Obrigado Mário Rui.

terça-feira, 7 de março de 2006

Ainda o Plano Estratégico de Cidade

Falando com um conhecido jornalista da nossa praça, o mesmo ficou supreendido quando eu lhe disse que tive conhecimento do Diagnóstico do PECA ao mesmo tempo que todos os presentes no auditório da Pirâmide.
Pensava ele que os vereadores teriam tomado conhecimento do documento a apresentar durante uma qualquer sessão de câmara municipal prévia à apresentação.
Puro engano. A maioria socialistas não teve essa delicadeza para com os eleitos pelo povo. Achou que tratar os vereadores como todos os demais não eleitos é que fazia sentido.
Se calhar, o povo dá-lhes razão. Não discuto isso.
Hoje, ao telefone com um deputado do PSD eleito por Santarém, fiquei a saber que o Presidente da CMA, Nelson Carvalho, convidou - ao que fui informado - todos os deputados eleitos pelo nosso distrito, para uma sessão sobre o PECA, na 2ª feira de manhã.
Perguntava-me esse deputado se nos encontraríamos na 2ª feira de manhã.
Respondi-lhe que não, pois não fui nem informado nem convidado por quem o convidou a ele para poder estar presente.
Claro que não estarei.
Mas não deixa de ser curioso este tratamento, sobre o mesmo assunto, dispensado aos eleitos pelo PSD, que representam quase 7000 eleitores deste concelho.
Será pelo facto de o Diagnóstico do PECA ser tão corrosivo e cásutico para a maioria socialista?
Ou este tipo de comportamento vai alastrar a outras actividades, o que na prática significa que Nelson Carvalho e seus pares terão assumido outra prática: não hostilizam os eleitos pelo PSD mas "vedam-lhe" acesso a algumas actividades e "tamponam" fluxos de informação.
Pode ser que seja assim.
Vou ficar mais atento. Prometo. E prometo agir se tiver elementos suficientes que comprovem aquilo que, para já, é apenas uma suspeição sintomática de alguma má fé.
Espero estar enganado.

segunda-feira, 6 de março de 2006

Tudo pacífico demais

Não sei o que se passa mas as reuniões da Câmara Municipal de Abrantes mas anda tudo muito calmo, muito sereno, sem polémica, sem a agitação que lhe conheci no mandato anterior.
Qual é a diferença?
Todos encaramos esta missão de modo diferente? Os objectivos mudaram? Há coisas que não são discutidas? Há menos dinheiro, logo, menos projectos megalómanos para lançar e, por isso, a discussão é menor?
Talvez um pouco de tudo isto mas não estou nada bem com esta pasmaceira. As coisas precisam de animar um pouco. Sem ofensas pessoais, sem chatices nem rancores mas não me parece que esta falsa aparência de consenualidade seja benéfica para o concelho.

sábado, 4 de março de 2006

Mantorras!

Faço parte de um imenso grupo de benfiquistas que tem um grande carinho e uma enorme simpatia para com o sempre jovem angolano Mantorras.
É verdade. Não foi só por aquilo que ele fez no Alverca, nem só pela lesão que se seguiu. Não sei bem porquê?!?...
Por isso, sinto tristeza pelas palavras de Ronald Koeman.
É verdade que ele é o treinador. Mas é igualmente verdade que não consigo ver Mantorras a jogar em qualquer outro clube, em Portugal. Admito vê-lo jogar no estrangeiro mas noutro clube português? Difícil.
Contudo, não deixo de compreender Koeman. O jogador não faz parte das suas opções. E tem um campeonato do Mundo pela frente, onde quererá estar presente.
Desde a lesão, igualmente Mantorras nunca mais brilhou; talvez lhe tenham faltado reais oportunidades para jogar tranquilo, com tempo para consolidar o seu futebol e a sua posição.
Não sei nada disso; não percebo muito de técnica e táctica futebolística; sou apenas um adepto curioso.
Vou ao Jornal Record a esta hora e leio a notícia:
"Luís Filipe Vieira, sem criticar directamente o técnico, deu a entender, durante a cerimónia de inauguração oficial da Casa do Benfica em Coruche, que não apreciou as palavras de Ronald Koeman sobre Mantorras".
Posso compreender que Koeman tenha razões mas tenho de estar solidário com Mantorras; afinal, nem que não fosse por outra qualquer razão válida, os nossos primeiros nomes são iguais. Mas é por muito mais do que isso.

Dissertação

Há muitos tipos de dissertação.
Há muita gente a dissertar.
Há quem disserte bem e quem disserte menos bem; e até mal.
Agora, há mais um dissertador. Ontem fiz a minha inscrição para a 2ª fase do meu Mestrado: a da dissertação.
Escolhi um tema tão extenso quanto aliciante e trabalhoso.
"Um modelo combinado de auto-avaliação e de avaliação externa: contributos para a melhoria contínua da Qualidade nos Cuidados de Saúde Primários", é o tema do meu trabalho de dissertação.
O que se pretende fazer?
Tendo como pano de fundo a QUALIDADE, proponho-me elaborar questionários que possam ser aplicados tanto interna como externamente, de onde possam ser retiradas ilações sobre as respostas coincidentes e aquelas que registam sentido oposto, consoante estejamos perante a realidade inerente (interna) ou a percepcionada (externa).
Numa última fase, procurar-se-ão eventuais motivos para explicar sobretudo as razões subjacentes às respostas não coincidentes.
Hoje mesmo comecei a investigar um pouco mais, começando pela revisão bibliográfica, pesquisando artigos técnicos e científicos sobre o assunto, recorrendo à Proquest.
Comprei uns livros em Inglaterra, outros nos Estados Unidos e outros ainda em Portugal. Viva o Amazon e os cartões de crédito.
Agora, let's get back to work.