sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Ano de 2007 vai chegando ao final

Estamos quase no final do ano de 2007. Mais um ano que passou muito depressa.
Um ano de mudança de líder no PSD, de eleições distritais no PSD bem disputadas, de crise e tensão com o polémico Hugo Chávez, com a presença de Robert Mugabe na cimeira onde os ingleses não querem estar, um ano de continuação dos conflitos israelo-árabes, de guerra no Iraque, de crise no Darfou, de tensão entre Paquistão e Índia, entre outros focos que agitaram a política e a diplomacia internacionais, um ano de apuramento para o campeonato da Europa de futebol em 2008, um ano de reforma adiada na saúde, um ano de agravamento da qualidade de vida das pessoas, um ano de mais endividamento, um ano de mudança na chefia de governo em Inglaterra e de presidente da República de Timor-Leste, um ano marcado ainda pela visita do Dalai Lama a Portugal, um ano que marca o regresso de Santana Lopes ao primeiro palco da política, um ano para a confirmação dos Gatos Fedorentos, um ano de subida do preço do petróleo, um ano marcado pelas OPA’s falhadas, da Sonae sobre a PT, do BCP sobre o BI e de Joe Berardo sobre o Benfica. Foi ainda um ano marcado pelo acidente dos idosos de Castelo Branco, de mudanças no governo, de eleições na Câmara Municipal de Lisboa, de mais um campeonato ganho pelo Porto, um ano em que o Fátima derrubou os “dragões” e fez suar s “leões”, um ano marcado pelo processo disciplinar da RTP sobre um dos seus mais emblemáticos jornalistas e pivots, José Rodrigues dos Santos, um ano marcado pela inauguração da nova basílica de Fátima e da manutenção da discussão sobre o futuro aeroporto e sobre o traçado do TGV, um ano marcado pelo caso do desaparecimento da pequena Maddie e pela continuação do processo Casa Pia, a par com o da pequena Esmeralda.
Escrevo de memória, vêm-me episódios à memória, sem rigor cronológico ou de prioridade.
Foi também em 2007 que deixei as minhas funções ao serviço do Estado para regressar à minha vida privada.
Por Abrantes, foi o ano de duas novas lideranças no PSD abrantino, do desaparecimento do Manuel Maurício (faz o favor de ser feliz porque aqui serão mais de 20 mil e lembrar-se de ti), do início as aulas do 5º ano na escola Dr. Manuel Fernandes (antigo e sempre liceu), o ano em que a Polícia Judiciária chegou à Câmara Municipal de Abrantes, em que ocorreu a inauguração do açude insuflável, a manifestação no mesmo dia sobre a manutenção da valências no Hospital de Abrantes, um ano marcado ainda pela saída de Silvino Alcaravela da administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo e a entrada de António Mor em cena nesse mesmo órgão.
Todos os dias houve notícias. Umas melhores, outras piores. Mas foi – tem sido – um ano de grande intensidade, de mudanças, de cortes e roturas.
Ainda estamos para fazer o balanço deste ano. Até porque estou longe de me lembrar de tudo o que aconteceu. Felizmente, alguns jornais e revistas costumam fazer, em Dezembro, um resumo do ano que passou e uma antevisão do que se há-de seguir.
Puxa! Tem sido mesmo um ano de grande agitação, de conflitos sociais, de continuar a apertar o cinto sem vermos melhoras significativas – e a folga que tarda em chegar.
Aceito contributos e sugestões sobre a forma como correu o ano.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Angola - Conclusão

Tinha ficado de acabar esta parte da viagem a Angola.
Dizia eu que tinha ido a Benguela. Fiquei hospedado no Mombaka. Parece que o novo hotel Praia Morena está melhor mas ainda não estava nos circuitos das agências de viagens portuguesas, por ser muiito recente, por isso sujeitei-me ao 'velhinho' mas restaurado Mombaka. Pelo menos come-se lá bem, já que os quartos são um pouco espartanos em demasia.

Aqui em cima temos o mercado de Benguela, que está a ser recuperado pela Edifer.

Pouco tempo depois de chegar, fui ao Lobito. Apaixonei-me de imediato pela Restinga do Lobito, como a imagem de cima documenta, com um mar imenso a perder no infinito e uma cor do céu fabulosa. Se um dia pudesse, gostaria de lá poder ter um abrigo de férias. Vale a pena conhecer.

O bar da Restinga do Lobito onde eu e o motorista da Transcomércio (Dorivaldo) parámos a comer um pica-pau. Bebi uma Cuca bem fresquinha!


O barco Zaire, em memória de Agostinho Neto, na rotunda que fica quase no final da restinga.


Eis a entrada do Porto do Lobito, vista a partir da restinga. Bonita enseada.


Novamente em Benguela, a casa do Governador Provincial, com o mar ao fundo e as nuvens que já ameaçavam a chuva torrencial que havia de cair nessa noite e que me deixou fechado no hotel, com a luz a faltar por longos períodos e a ter de ficar às escuras e em silêncio, sentindo a carga pluviométrica que rapidamente inundou partes da cidade.


No dia seguinte de manhã, as chuvas tropicais já tinham dado lugar a este sol maravilhoso, aqui a sul de Benguela, na Baía Azul, um pouco antes da Baía Farta. Quem diria que há paraísos ainda praticamente intactos? É verdade, há mesmo!


O Afro Basket passou por Benguela, Angola venceu mais uma vez e aqui está o pavilhão de Benguela, na saída para a Baía Azul e Baía Farta, na mesma estrada que liga ao Cubal.


Fui encontrar o Zé Carlos (à esquerda), aqui com o sócio dele, o Sr Sequeira. O Zé Carlos foi director do Centro de Emprego de Elvas quando eu dirigi o Centro de Formação Profissional de Tomar. O pai nunca chegou a sair de Benguela e o Zé Carlos voltou à terra onde nasceu para assumir o negócio do pai. Talvez não volte, apesar de ter a família cá (mulher e 5 filhos!). Foi um prazer enorme encontrá-lo no aeroporto de Benguela e aqui já nós estávamos no aeroporto militar da Catumbela, porque os aviões de grande porte (767, por exemplo) não podem descolar em Benguela, saindo da Catumbela. Viajámos praticamente à mesma hora para Luanda, ele na Air Gemini (Grupo Espírito Santo), eu na SonAir (grupo Sonangol).
Não sei quando regresso a Angola mas fiquei fã incondicional. Espero - desejo - voltar. Um país fantástico, riquíssimo, com gente simples, com paisagens de encantar, com boa comida.
Quando for possível fazer turismo em Angola, é um destino a visitar. Talvez dentro de uns anos esteja irreconhecível, com tantos empreendimentos turísticos e habitacionais previstos e já em curso. Talvez... Valeu a pena!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Argel

A esta hora encontro-me em Argel. Vim em deslocação profissional e por aqui estarei mais um par de dias.
Não consigo colocar já imagens on-line porque não trouxe comigo os cabos de ligação da máquina fotográfica. Fá-lo-ei no regresso a Portugal.
Na 6ª feira passada houve eleições no PSD. Ganhou Vasco Cunha e seus companheiros de lista. Boa sorte, bom trabalho, muitos êxitos é tudo o que desejo.
Pela minha parte cá irei fazer a minha vidinha, trabalhando e estando disponível para o que puder. Serei solidário no essencial mas com solidariedade crítica. Por outras palavras, estarei atento e expectante porque continuo a pensar que outro caminho teria sido preferível. Mas saberei respeitar a vontade da maioria dos militantes expressa pelo seu voto.
Não vou culpar a arbitragem, não vou dizer que os eleitores escolheram mal. Porventura fizeram o que entendiam dever ser feito.
Mas isso não me inibirá de pensar de modo diferente. Apesar de dever respeitar o trabalho dos agora eleitos, até depois das eleiçõe de 2009: autárquicas, legislativas e europeias.
Que tudo corra bem, pelo melhor. E, já agora, como se diz por aqui, Inxalá.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ontem foi um dia giro

Ontem troquei umas mensagens com uns amigos. Tinha a ver com política e eu anexei um vídeo de um determinado autarca a zurzir nos "barões" distritais do meu partido. Devem imaginar quem é.
Um amigo respondeu:
"Aquele discurso tem de ser conhecido por todos. Façam os possíveis e impossíveis para isso. Nem toda a gente tem internet". Este era e é do 'nosso lado'.
As restantes respostas são de pessoas do 'outro lado'.
Um amigo - neste caso também adversário - a quem liguei para colher a reacção, disse que também eu posso ser apelidado de "barão". Logo eu que não passo de um mero operador de província e nunc a pertenci a órgãos distritais do PSD e, sempre que estive no Conselho Nacional do PSD nunca estive proposto pelas nomenclaturas, antes concorrendo em listas de ouotsiders, daquelas que polvilham os congressos e que me levaram a deixar de querer ser mais conselheiro nestas condições de inconsequência política. Neguei que possa eu ser um 'barão, conde ou visconde' mas admiti que seja isso que alguns tenham posto a correr: que aburguesados há de todos os lados. Contudo, a formulação inicial da ideia não foi minha: foi de alguém que quis criticar quem apoia neste acto, estando na ocasião ao lado de quem agora critica. Mas isso já foi explicado por quem de direito.
Outra amiga ligou-me ofendida porque eu dizia, no final da mensagem, que enviava este pequeno presente com amizade e carinho. Ficou ofendida com isso e pelo facto de, durante o processo eleitoral, eu ter ido convidar militantes da concelhia a que ela pertence para o nosso projecto político. Não vale a pena discutir sobre isso agora mas os militantes que lideram não são donos da vontade dos demais militantes e para disputar a liderança há que procurar quem nos apoie em todo o lado. Certo e elementar.
Por fim, o mais violento comentário que recebi veio de outro militante, cuja forma de falar é normalmente um pouco menos 'macia', até mesmo um pouco 'muculada'. Ele não o faz por mal. Mas disse-me ele:
"Não compreendi a tua mensagem. Qual foi a última vez que falamos? Qual foi a última vez que recebi um mail teu? Não me lembro". Logo por aqui se percebe que levou a mal a provocação. Mas admito que seja apenas ironia pelo facto de já há algum tempo eu não lhe enviar mails. Sim, EU não enviar porque não me recordo de algum que ele me tenha enviado nos últimos dois anos, excepto quando em funções institucionais onde contacta com os militantes. Agora, mensagem pessoal? Nicles, népia, zero.
Mas ele continuou: "Pelo caminho que temos percorrido, tenho dificuldade em compreender algumas insinuações, mentiras e acusações grosseiras que tem havido".
De quem? Minhas não são certamente. Cada coisa em seu sítio. Mas, adiante. A seguir vem a 'cobrança' e uma farpa quando ele refere, provavelmente incluindo-me, que "quando estiveram com responsabilidades (associações, clubes, lugares públicos, cargos no partido) não fizeram rigorosamente nada, ou seja, portaram-se como caciques". E aqui a linguagem desce um pouco de nível. Mas compreendo que nesta altura os nervos estão mesmo à flor da pele. Afinal, estávamos a 3 dias da votação e o grau de incerteza sobre os vencedores existe.
Há depois uma 'farpa' para outro amigo meu - que já foi dele também - e que vou passar por cima. Era bom que TODOS fossemos, de vez em quando, a votos para se perceber se temos muito ou pouco valor, em lugar de fugirmos para a crítica fácil quando alguém de quem nos dizemos amigos tem a coragem de ir a votos e perde eleições. Um pouco mais de humildade e respeito não faziam mal nenhum. Há pessoas que falam muito do voto mas nunca se sujeitaram ao mesmo, enquanto figuras de cartaz, para serem julgadas pelo que são, expostas como um livro aberto. Não têm de o ser se não quiserem mas a figura do comentador e analista de bancada é algo que me incomoda e vai grassando dentro do meu partido. Imagino que nos outros, democráticos, seja igual.
Termina este meu amigo dizendo que "a vontade e fome do poder (mais uma vez) atraiçoa-nos, pois esquecemos que os eleitores lá fora não pagam quotas, não se movem por interesses pessoais". É falso. Toda a gente tem interesses pessoais e são eles que nos movem. Pode haver uma vontade de olhar para o colectivo e trabalhar para a comunidade mas tem de haver motivação e vontade de conquistar o poder ou de querer estar perto dele. A conqusita do poder perpassa toda a história da Humanidade. Basta olhar para as inúmeras guerras desde tempos imemoriais para se perceber isto. Tudo o resto é lirismo vazio de sentido.
Como alguém disse um dia, o Homem pode cansar-se de comer, de beber, de mulheres, de quase tudo, mas um Homem nunca se cansa do poder. E é precisamente por isso que alguns dependentes continuam agarrados, como dizia o autarca, "à teta do poder". Sempre é melhor tê-lo do que não o possuir. Por isso é que há duas listas neste processo. Porque uns se querem manter agarrados para não perderem as suas influências e outros o desafiam. Penso que é normal entre a Humanidade.
Um dia li um escrito que dizia que a principal diferença entre os opressores e os oprimidos é que os primeiros parecem divertir-se bastante mais. Talvez seja esta uma outra razão para justiticar os comportamentos individuais. Ninguém quer ser oprimido, comprimido ou reprimido, por vezes até banido. Ninguém gosta e quando isso sucede, as pessoas tentam 'ajustar contas'. É igualmente normal, inato no ser humano.
Churchil dizia que os nossos inimigos estão dentro do nosso partido; nos outros partidos estão os aversários. Infelizmente, a vida tem vindo a ensinar-me que, de facto, se criam inimizades internas, porque as pessoas disputam o mesmo espaço e o mesmo poder, que já é pouco e agora pequeno, porque não prezam a lealdade, a frontalidade, não valorizam a tolerância e a opinião divergente. O poder que o PSD confere neste momento é parco? É, mas é o que temos e as pessoas disputam-nos, de acordo com as regras vigentes, sujeitas a perder e a ganhar, na expectativa de o ver crescer na alternância política. Sempre é melhor assim, com democraticidade e liberdade para dizer tudo - até disparates e asneiras - do que num regime de imposição de lideranças pela força.
Um abraço para todos. E que seja o que os militantes quiserem. Por mim, prefiro vencer mas, se perder, vou continuar a minha vida como até aqui. Será que todos podem dizer o mesmo?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Eleições PSD Santarém

Faço aqui uma breve pausa no relato da viagem a Angola.
Contudo, os últimos dias têm sido férteis em acontecimentos políticos.
Aceitei o convite para ser candidato numa lista aos órgãos distritais do PSD. Sou candidato a Vice-Presidente da Comissão Política Distrital.
Porquê?
Porque é preciso mudar de dirigentes, de práticas instituídas, a forma como a política é feita. Os partidos estão obsoletos, os dirigentes aburguesados, os mais capazes têm sido sistematicamente afastados nesta ‘política do eucalipto’ que, para crescer, vai secando o terreno em redor. Tenho de dar o meu contributo.
Respeito todos sem excepção. Tenho amigos na outra lista, que prezo e quero continuar a estimar. Gente boa e amiga de Mação, Alcanena, Torres Novas e Entroncamento, entre outros, apoia as listas situacionistas. Respeito mas combato-os democraticamente.
Por vezes há uns franco-atiradores, outsiders, que gostam de se colocar em bicos dos pés e lançar umas granadas de mão para cima dos outros. Paciência. Às vezes a granada rebenta nas mãos e isso é um drama. Deixá-los.
Quero contribuir com trabalho, com ideias, com propostas mas sei que não deveremos excluir ninguém deste processo. Uma vez eleitos, se essa vier a ser a vontade da maioria dos militantes, defenderei que todos têm condições para trabalhar, mesmo aqueles que agora não estiveram do nosso lado.
Os nossos adversários são outros: os demais partidos políticos, a abstenção e o alheamento dos cidadãos. Dentro do PSD podemos ter querelas, às vezes antipatias pessoais mas, no plano institucional, todos merecerão respeito porque todos têm algumas qualidades (assim procuro convencer-me!).
Por isso, os dados estão lançados. Os militantes decidirão como entenderem melhor. Uma coisa é já certa: há 15 anos que o PSD vivia em cinzentismo mitigado, em paz podre forçada. Desta vez muita gente decidiu juntar-se, partilhar, construir, mostrar que existe e tem valor.
Por isso, só por isso, ainda que mais nada aconteça, já valeu a pena. De nada me arrependo.