quarta-feira, 16 de abril de 2008

NADA!

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- ponto de fuga agora é ponto final!

O silêncio

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A ausência

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O vazio

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PAUSA POR TEMPO INDETERMINADO - TALVEZ O FIM

Estou em Angola, a tabalhar e tenho aproveitado para reflectir.
Às vezes temos de silenciar-nos para pouparmos aquilo que para nós é mais importante.
Quando alguém escreve interage com outros. Aceito o debate franco e elevado mas recuso aceitar que outras pessoas que me são queridas possam ser enlameadas.
Por isso, vou auto-impor uma regra de silêncio.
Nem vai haver sequer mais crónicas sobre Angola, nem pensamentos, nem reflexões.
Há pessoas que não sabem entender o que é uma disputa de ideias 'fair' e o que é a chafurdice dos ataques violentos e gratuitos.
E eu cansei-me. Quero poupar as pessoas que enchem o meu mundo. Tenho esse direito. Vou exercê-lo. Um acto egoísta, assumidamente egoísta.
Por isso, peço desculpa mas a partir de agora e por muito tempo, neste espaço reinará o silêncio das palavras.
Não sei se aqui voltarei tão breve.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

St3ve e Nunes

O St3ve e o Nunes têm andado aqui ‘picados’.
Não me compete ser nem conciliador, nem árbitro, nem sequer agitador. Penso que devemos sobreelevar o facto de terem querido partilhar com todos nós os seus pontos de vista. Ainda bem que assim o fizeram, com respeito e tolerância, ainda que com força na expressão dos argumentos invocados.
Provavelmente, ambos terão razão, ou razões e não importa traçar aqui uma bissectriz da razão certa ou mais certa porque, essa, ninguém a consegue definir com justiça absoluta. Porque as razões, as ‘nossas’ razões, no juízo que formulamos, parecem-nos sempre as mais válidas e julgar os outros parece sempre mais fácil do que fazer um auto-exame. Que é difícil e não assegura a imparcialidade em causa própria.
Por outras palavras, a razão nunca está só de um lado e estará aqui, neste caso, seguramente, também repartida pelos dois lados. Em que proporção não sei, nem vou cair nesse erro.
O St3ve, porque a mãe concorreu nas listas do PSD e depois, com a saída intempestiva do Sr. Arnaldo Caxias, assumiu a liderança da Junta, pelo mesmo partido, tendo concorrido mais tarde pelo PS, liderando até hoje a Junta de Freguesia de Martinchel.
Para ele, a mãe quis servir a sua terra e as suas gentes e, seguramente, terá seguido aquilo que considerou serem os melhores interesses para que, com as ‘suas’ razões, pudesse continuar a dirigir a freguesia.
O Nunes vê as coisas numa linha mais programática, doutrinária. Para ele, quem concorre por um partido deve rever-se minimamente nele e não será simpático andar a ‘mudar de camisola’ a troco de umas obras na freguesia.
Terá a sua razão também.
O problema é que se não tivesse mudado do PSD para o PS, provavelmente, teria havido menos investimento na freguesia de Martinchel.
Dou 2 exemplos. No anterior mandato, São Miguel do Rio Torto não tinha praticamente execução de obra. Era do PSD. Para Alvega havia imensos projectos, nomeadamente a praça central para requalificar. Era do PS.
Após as eleições de 2005, São Miguel mudou para o PS e as obras são mais que muitas; ao contrário, Alvega mudou para o PSD e para conseguir alguma coisa, só com muito esforço e lutando contra inúmeras adversidades.
Esta forma de actuar, por parte dos dirigentes do PS, em Abrantes, é que conduzem a uma aparente ‘mercantilização’ da política. É este ‘jogo da cenoura e do burro’ que leva a que pessoas mudem para o partido da situação, de modo a beneficiar de mais umas obritas nas suas terras.
Há quem resista aos apelos da maioria – as abordagens, calculo eu, devem continuar a existir – e há quem não valorize tanto a fidelidade a um símbolo, a um logótipo, a uma bandeira e, simplesmente, nos transmita a sensação – a nós, que acreditamos que os candidatos deveriam estar nas listas dos partidos por se identificarem com os mesmos – de trocarem convicções por conveniências.
Isto é que é grave e são estes comportamentos discricionários terão de ser combatidos. Sempre. Seja lá quem for que governe. A bem da ética e da elevação dos bons princípios e dos bons costumes.
Não sei se ajudei ou se, pelo contrário, espicacei alguém. Pretendia apenas dar a conhecer o meu ponto de vista sobre esta troca de argumentos neste espaço da blogoesfera. Fico orgulhoso por termos uma comunidade – ainda que restrita – que começa a interagir com os autores locais de blogues.

Luanda 02

Jantei na Ilha de Luanda, no Coconuts.
O jantar foi agradável, a companhia também, mas a magnífica vista sobre a cidade é sempe irrepetível e única. Uma maravilha, uma beleza transbordante e revigorante.
De momento, estou cansado. Foi um dia longo, em cima de uma noite mal passada a bordo de um 747-400.
Amanhã, novos desafios pela frente, na busca de perspectivas de trabalho interessantes.
É impressionante como a estadia, ainda que breve, longe do nosso país e dos que nos são queridos, nos coloca interrogações e nos conduz a processos reflexivos mais profundos.
A distância abre em nós, por via da saudade e da ausência dos seres que enchem o nosso mundo mais restrito, fenómenos de aproximação, de vida mais gregária, para compensar as ditas ausências, saudades e distâncias.
Estou novamente a gostar de estar em Angola mas não deixo de pensar no meu mundo.

Luanda 01

Cheguei esta manhã, novamente, a Angola.
Dia quente, muito quente e húmido, com queda de chuvas fortes ao final da tarde, para logo voltar a secar.
Este é um país fascinante. É a segunda vez que aqui venho, em trabalho, pois claro.
A baía está fantástica, já fiz alguns contactos e encontrei pessoas conhecidas e amigas.
Amanhã o dia começa cedo, muito cedo, na zona do Morro Bento, depois na Embaixada e ainda numa exploração avícola.
A ver vamos como vou postar aqui umas imagens. É que não trouxe máquina fotográfica. Hei-de arranjar uma solução.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A violência nas escolas

O assunto está na berra. Ainda nada escrevi sobre o mesmo porque me considero perplexo. Mas considero que a escritora Alice Vieira escreveu um belo texto sobre o mesmo no Jornal de Notícias do passado dia 30 de Março.
Aqui fica, com a devida vénia:
"Desculpem se trago hoje à baila a história da professora agredida pela aluna, numa escola do Porto, um caso de que já toda a gente falou, mas estive longe da civilização por uns dias e, diante de tudo o que agora vi e ouvi (sim, também vi o vídeo), palavra que a única coisa que acho verdadeiramente espantosa é o espanto das pessoas.
Só quem não tem entrado numa escola nestes últimos anos, só quem não contacta com gente desta idade, só quem não anda nas ruas nem nos transportes públicos, só quem nunca viu os "Morangos com açúcar", só quem tem andado completamente cego (e surdo) de todo é que pode ter ficado surpreendido.
Se isto fosse o caso isolado de uma aluna que tivesse ultrapassado todos os limites e agredido uma professora pelo mais fútil dos motivos - bem estaríamos nós! Haveria um culpado, haveria um castigo, e o caso arrumava-se.
Mas casos destes existem pelas escolas do país inteiro. (Só mesmo a sr.ª ministra - que não entra numa escola sem avisar…- é que tem coragem de afirmar que não existe violência nas escolas…)
Este caso só é mais importante do que outros porque apareceu em vídeo, e foi levado à televisão, e agora sim, agora sabemos finalmente que a violência existe!
O pior é que isto não tem apenas a ver com uma aluna, ou com uma professora, ou com uma escola, ou com um estrato social.
Isto tem a ver com qualquer coisa de muito mais profundo e muito mais assustador.
Isto tem a ver com a espécie de geração que estamos a criar.
Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs.
E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos olhos, tivermos outros olhos, se tivermos um rosto humano.
E por isso as nossas crianças crescem sem emoções, crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.
Durante anos, foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido.
Durante anos, foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.
E durante anos os pais e os professores foram deixando que isto acontecesse.
A aluna que agrediu esta professora (e onde estavam as auxiliares-não-sei-de-quê, que dantes se chamavam contínuas, que não deram por aquela barulheira e nem sequer se lembraram de abrir a porta da sala para ver o que se passava?) é a mesma que empurra um velho no autocarro, ou o insulta com palavrões de carroceiro (que me perdoem os carroceiros), ou espeta um gelado na cara de uma (outra) professora, e muitas outras coisas igualmente verdadeiras que se passam todos os dias.
A escola, hoje, serve para tudo menos para estudar.
A casa, hoje, serve para tudo menos para dar (as mínimas) noções de comportamento.
E eles vão continuando a viver, desumanizados, diante de um ecrã.
E nós deixamos
."
Quem me enviou este mail - um médico conhecido em Abrantes e não só - acrescentou uma citação de Leonardo da Vinci:
"Pouco conhecimento faz que as criaturas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe."

Ajuste directo que me desgostou

Ontem, na reunião semanal da Câmara Municipal de Abrantes, esteve presente um processo simples, de pouco valor, mas que motivou que eu e o vereador meu colega de partido, José Moreno, tenhamos votado contra.
Era proposto adjudicar um estudo prévio de arquitectura, por valor inferior a 5 mil euros, por ajuste directo, a um determinado atelier de arquitectos. Invocava-se alguma urgência no assunto.
Nada tenho contra os contratados. Admito até que sejam bons profissionais e sei que têm feito trabalhos com interesse.
Trata-se do mercado diário, que deverá ser requalificado, da ligação deste espaço à Tapada da Fontinha, designadamente à futura bolsa de estacionamento, dado que o novo museu irá ‘roubar’ lugares de estacionamento à primeira plataforma do parque do Convento de S. Domingos e é preciso encontrar alternativas.
Em primeiro lugar, a Tapada da Fontinha não é uma novidade, por isso, a questão do carácter de urgência ou de celeridade no andamento deste processso, é um falso argumento. Há anos que todos os partidos falam da necessidade de intervenção no Vale da Fontinha ou na Tapada da Fontinha (designações diferentes para o mesmo assunto) e já nem sei quem teve primeiro a ideia. Nem isso interessa. Sei que a Câmara Municipal, para aí em 1994, começou a adquirir terrenos nessa tapada e chegou mesmo a desenvolver alguns processos de ideias para uma bolsa de estacionamento, estrada de ligação do hospital à Av das Forças Armadas, espaço de feiras e exposições, entre outros.
Por isso, de há muito que todos sabíamos que o espaço iria ser intervencionado.
Também sabemos (e eu falei disso em reunião de CMA, não reclamando para mim ter sido nem o único nem o primeiro a falar nisso), que o acesso desde a Av 25 de Abril ou da zona do Largo 1º de Maio à Tapada da Fontinha é péssimo e perigoso, por ser muito íngreme.
Assim, o melhor que poderia ter sido feito era um concurso aberto, o mais aberto possível, para que o maior número possível de arquitectos pudessem apresentar as suas propostas em fase de estudo prévio para, depois, se seleccionar a melhor e avançar com as fases de projecto subsequentes.
Com a entrega a um único concorrente, esta pluralidade de visões e de propostas fica prejudicada. Em última instância, é menos uma oportunidade que damos aos inúmeros arquitectos que andam por este país – e muitos deles são abrantinos.
Ao que parece, o valor em causa prende-se com o acto administrativo – a simples requisição do Presidente da CMA, pelo valor envolvido. Se calhar, o atelier até já fez parte ou a totalidade do trabalho e o acto de ontem era apenas para regularizar a situação. Não sei nem quis saber. O que me preocupa e me levou a assumir esta posição foi o facto de, em Abrantes, não ser possível haver concorrência, de estar tudo decidido e mais que decidido, de andarmos todos a fazer de conta que podemos, sozinhos, mudar as regras do jogo.
Não podemos. Esse papel cabe a quem decide, em última instância. Cabe a quem vota. O poder eternizado tende a desvirtuar, com o passar dos anos, muitas das regras básicas de vida em democracia e a interiorizar vícios, alguns benignos, outros malignos.
Sou – sempre fui – pela confrontação de ideias. Neste caso, defendo que também os pensadores da cidade e do espaço público, pudessem confrontar-se apresentando diferentes propostas.
Tal não foi possível. É que 2 votos contra no meio de 5 a favor pouco mais são do que um registo numa acta que ninguém – ou quase ninguém – lê e que não ficará, seguramente, para a história da cidade e do concelho.
Às vezes, pequenos exemplos elucidam bem o retrato de determinada época ou de determinadas pessoas ou instituições. É por isso, só por isso, que aqui deixo este contributo e esta reflexão.

Ainda não tinha pensado nisto

Recebi um mail de pessoa amiga suscitando um assunto sobre o qual ainda não tinha parado para pensar.

Roubo...custa mais de 4.500€ cada litro,
e nem é para beber ! Quanto custa?

O que é que custa mais de 4500€ o litro e não é nem para beber? Resposta: TINTA DE IMPRESSORA! VOCÊ JÁ TINHA FEITO O CÁLCULO?
Veja o que estão fazendo connosco! Já nos acostumamos aos roubos e furtos e ninguém reclama mais... Há não muito tempo atrás, as impressoras eram caras e barulhentas. Com as impressoras a jacto de tinta, o mercado matricial doméstico mudou, pois todos foram seduzidos pela qualidade, velocidade e facilidade dessas novas impressoras. Aí veio a grande sacada dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e cartuchos cada vez mais e mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais do que a própria impressora. Olha só o cúmulo: pode acontecer de compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos. VEJA ESTE EXEMPLO: Uma HP DJ3845 vendida nas principais lojas por 70€. A reposição dos dois cartuchos (10 ml o preto e 8 ml o colorido), ficam em torno de 45€. Daí você vende a sua impressora semi-nova sem os cartuchos por uns 30€ (pra vender rápido), junta mais 15€ e compra uma nova impressora e com Cartuchos originais de fábrica, ainda economizará 25€! Os fabricantes fingem que nem é com eles, dizem que é caro por ser tecnologia de ponta. Para piorar, de uns tempos para cá passaram a DIMINUIR a quantidade de tinta (mantendo o preço).
Um Cartucho HP, com uns míseros 10ml de tinta custa 19€. Isso dá 1,9€ por mililitro.
Só para comparação, o Champagne Veuve Clicquot City Travelle custa por mililitro 0,43€ . Só acrescentando: as impressoras HP1410, 3920 que usam os cartuchos HP 21 e 22, estão vindo somente com 5 (cinco) ml de tinta! A Lexmark vende um cartucho para a linha de impressoras X, cartucho 26, com 5,5 ml de tinta colorida por 25€. Fazendo as contas: 1.000ml / 5.5ml = 181 cartuchos x 25€ = 4525€ 4525€ por um litro de tinta colorida! Com este valor podemos comprar aproximadamente:


- 300gr de OURO; - 3 TVs de Plasma de 42; - 45 impressoras que utilizam este cartucho; - 4 notebooks; - 8 Micros Intel com 256 MB. Ou seja, isto é um assalto!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Onde é que ando eu?

Pergunta o Steve no último post.
Boa pergunta.
Atravesso uma crise de fé na blogoesfera, semelhante à que atravessei noutros domínios da minha vida.
Da última vz que tive uma crise de fé, afastei-me dela e nunca mais voltei a tê-la.
Continuo, porém, a sentir alguma motivação para postar, não com tanta frequência como era hábito, mas ir postando na mesma.
Tenho andado a trabalhar. É a melhor e mais verdadeira resposta. De semana trabalho, ao fim de semana estou com a família.
Não fui ao Encontro da Inovação e Empreendedorismo, não fui à inauguração do Inov.Linea (Centro Tecnológico para o Sector Agro-Alimentar), não acompanhei a visita dos deputados do PSD à freguesia de Alvega.
Continuo a ser autarca, atento, preocupado mas com menos tempo para acompanhar a vida do concelho. Viajo por ele, seja ao norte, seja ao sul, continuo a verificar as inúmeras carências e lacunas que tem, mas faço-o no recato da família. E viajo mais, também, para fora do concelho.
No penúltimo fim-de-semana, fui a Leiria. No passado fim de semana, almocei em Ponte de Sor, no Restaurante Gato Preto, passei no Fluviário de Mora (belo equipamento, que atrai públicos, aquilo que propus em 2001 e 2005 para o nosso concelho mas não vingou porque não venci as eleições). Ainda fui a Badajoz, cidade onde se nota uma brutal diferença face a Portugal, a começar na forma como é planeada, como as ruas são largas e amplas e os passeios possuem mais de 8 metros (se calhar mais de 10!), para dar lugar ao peão e à fruição do espaço.
Por outras palavras, para dar uma resposta breve ao Steve, ando numa fase ligeiramente diferente. Continuo a ter um olhar crítico sobre a nossa sociedade, continuo descontente com a governação da cidade e do concelho, acho fundamental que surja uma alternativa forte que corra com os actuais inquilinos dos Paços do Concelho para a rua, mas dei o meu contributo e disponibilizei-me em devido tempo para o fazer, não tendo recebido esse mandato por parte dos meus concidadãos. Tendo decidido não voltar a concorrer, abro espaço para outros(s) e auto-imponho-me algum recato e uma elevada dose de discrição.
Por isso, agora, penso muito mais para mim, vou construindo as minhas reflexões e vou-as reservando mais para mim. Penso que é útil até para quem possa vir a ser o próximo candidato do PSD à Câmara Municipal de Abrantes, seja ele quem for. E juro que não sei quem será, nem sei se alguém já sabe quem será. Isso importa? Claro que sim. Quanto mais rápido a oposição possuir uma resposta alternativa forte, mais depressa aumentam as possibilidades de nos vermos livres desta maioria cada vez mais isolada e autoritária, claramente despesista e sem rumo de futuro sustentável. Mas não posso fazer nada, nem nesse domínio.
A política corrói a alma das pessoas, torna-as mais calculistas, mais frias, depois de aprenderem a fazer o jogo de cintura que permite a manutenção dos estatutos adquiridos. Tende a tornar-se num mercado de interesses, onde se compra e vende, desde apoios a juras de solidariedade e lealdade internas. No fundo, é um terreno de luta pela sobrevivência.
Por vezes, a política corrói tanto que as pessoas até fraquejam e trocam de camisola partidária para poderem continuar a servir o melhor que sabem as suas comunidades. O Steve sabe bem do que falo. E não estou a julgar ninguém. Nas Fontes sucedeu o mesmo e o PSD também já albergou foragidos do PS. É normal, é corrente, não direi que é exemplar, mas é mais ou menos banal.
Contudo, cansei-me de viver nesse mundo e nessa aparente promiscuidade.
Eu não gosto do PS de Abrantes. Ponto final. Tenho vários motivos para não gostar. Têm normalmente mais votos que o PSD, e essa é uma razão. É formado por muita gente com a qual não me identifico nem relaciono, e essa é outra razão (faço aqui um parênesis para dizer que tenho grandes amigos do PS, fora de Abrantes, espalhados um pouco por todo o país). Combate, normalmente, a iniciativa privada e acha que os patrões são todos uns ladrões choramingas mas que não prescindem de grandes lucros, grandes carros e grandes vidas, e essa é outra razão. Adoptaram um modelo de comunidade que, continuo a pensar, nos irá atirar para um beco sem saída, pelo aumento exponencial das despesas municipais que implica, sem que se veja crescimento e desenvolvimento sustentável no nosso concelho. Pediram a minha demissão enquanto Director do Centro de Saúde por causa de coisas que outra pessoa terá dito em plena campanha eleitoral, pretendendo prejudicar-me na minha vida profissional e pessoal, e essa é outra razão.
Ainda na última assembleia municipal tive um exemplo de como os socialistas em Abrantes pode ser. O líder de bancada do PSD fez uma intervenção e gastou o tempo todo que o PSD tinha para o PAOD. Não interessa aqui julgar a intervenção, mas apenas o que se passou em seguida. Tendo percebido que o Presidente da Junta de Freguesia de Alvega ficou espantado por não ter tempo disponível para usar da palavra, enviei um sms para um dirigente do PS, presente na assembleia, a dizer que seria simpático se pudessem oferecer 5 minutos do tempo deles para que o Presidente da Junta de Freguesia de Alvega pudesse falar, porque se tinha inscrito para o fazer e porque a população de Alvega estava em peso presente para discutir o problema do encerramento da Escola EB 2,3 Dr Fernando Loureiro e gostaria, por certo, de o ouvir.
Em resposta, recebi uma nega. Não nos poderiam conceder esse tempo. Não era o procedimento de cortesia habitual, mas foi essa a resposta que recebi. Guardo ainda essa mensagem.
Sem saber que estas diligências se passavam, através dos sms dos telemóveis, ao mesmo tempo que a sessão decorria, o Presidente da Assembleia Municipal informou que tencionava dar, excepcionalmente, 2 minutos para que o Presidente da JF de Alvega usasse da palavra, apesar de o tempo disponível se ter esgotado na única intervenção proferida pelo líder de bancada do PSD.
De imediato, o Presidente da Câmara disse que, por certo, a bancada do PS poderia ceder algum do seu tempo. E não é que o mesmo senhor que me recusou o tempo concordou, afinal ceder 5 minutos do tempo da bancada do PS para o Presidente da Junta de Freguesia de Alvega poder fazer a sua intervenção.
Alguém entende?
Eu não, sinceramente. E é por isso que o Pedro Marques se vai afastando, se vai sentido a mais neste mundo de ideais misturados com truques e fintas, de gente séria misturada com gente menos escrupulosa.
Refugio-me no trabalho e na família. E também no meu Paraíso, quando lá posso ir. E é lá, na quietude da paisagem bucólica, ouvindo as águas agitadas que correm, embriagado com a paleta de cores e com o chilrear dos pássaros, que vou continuando a pensar e a reflectir e sinto fermentar novas linhas de pensamento e novos interesses na vida.
Até breve Steve e demais leitores deste espaço. Voltarei quando fôr possível. E prometo não prestar atenção a outros blogs que aproveitam cada palavra minha para construir uma linha de pensamento negativa, sustentada nos ódios e querelas. Que se lixem!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Populismo e eleitoralismo fáceis

No dia 14 deste mês, o Primeiro Ministro acusou de serem levianos aqueles que defendiam a descida de impostos, argumentando ainda que não conheciam a realidade do país e que nem valia a pena pensar em descida de impostos até às próximas eleições.
Hoje, o leviano José Sócrates veio anunciar a descida do IVA em 1% a partir de Julho, com mais outros ponto percentual para 2009.
Pobre país que é gerido desta forma. José Sócrates acabou de dar mais uma machadada na (já quase nula) credibilidade e respeitabilidade dos políticos.
Não quis concordar com Menezes, tentou diminuí-lo e vem agora com esta anunciação.
Será que a economia mudou tantos em duas semanas? Ou já sabia que podia mexer nos impostos e não o quis admitir? Ou sabe que o país não pode ser submetido a diminuição de impostos mas, como todos os políticos, sacrifica-se o rumo de longo prazo por um saco de votos no curto prazo?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Duas notícias relevantes

Hoje de manhã vi duas notícias que me pareceram sintomáticas deste governo.
A primeira tem a ver com a caça aos restaurantes e empresas de catering e organização de eventos, tipo casamentos.
Agora, os noivos têm o dever, devidamente coagidos, de fazer de bufos deste governo. Têm de dizer quanto pagaram pela boda, a quem pagaram, onde têm os recibos e cópias dos cheques. Se não colaborarem, são multados.
Não sei como pode esta medida ter efeitos retroactivos.
Se eu me tivesse casado há um mês, por exemplo, o mais provável era que tivesse pago em dinheiro, com o dinheiro que teria recebido de alguns convidados e familiares e teria dito que o recibo não me fazia falta porque não o poderia meter no IRS; ainda que me tivessem dado tal recibo, o mais provável seria que tivesse ido para o caixote do lixo, pelas mesmas razões.
Não sei, pois, como irão fazer os jovens casais que desconheciam, quando casaram, que os governo lhes iria escrever uma carta - não são os parabéns pela boda, é a ameaça por terem casado - a dizer que deveriam ter guardado todos os papéis para agora poderem exibir.
Acho isto uma anedota, se for tal como noticiarama na RTP, hoje de manhã, embora concorde com a medida e com o seu alcance.
A segunda notícia é mais um sério aviso dos empresários ao governo. Uma ameaça em sentido contrário, claro está. Os empresários começam a afastar-se do governo e, quando isso sucede, costuma ser mau em termos eleitorais, pelo menos.
A notícia de que falo está do Diário Económico e tem por título "O país vai pagar caro a viragem à esquerda do Governo" e o chavão é de Salvador de Mello, presidente da José de Mello Saúde, que viu ser-lhe retirada, com efeitos futuros, a gestão do Hospital Amadora-Sintra para o estatizar.
Como se não bastasse este regresso ao passado, o Governo é ainda responsável pelo arrastar do processo de lançamento dos concursos para a construção e gestão de diversos novos hospitais públicos que, supostamente, deveriam ser geridos por grupos privados. Foi isto que o Governo prometeu, é esta mais uma promessa que falha e não será, aparentemente, cumprida.
Ainda a procissão vai no adro...

sábado, 22 de março de 2008

Gostos e preferências jornalísticos

Confesso que há alguns jornais e revistas que gosto de ler. Sou um leitor pouco fiel a este ou àquele produto mas gosto de comprar, com regularidade, entre os diários, o Público (o DN é segunda opção nos generalistas), o Diário Económico (o Jornal de Negócios á também 2ª opção entre os económicos), o Expresso (aqui é o Sol a 2ª opção) e o Semanário Económico (A Vida Económica nunca compro).
Na última 6ª feira, o Diário Económico trazia um artigo de opinião muito bem escrito, da autoria de Bruno Proença.
As preocupações ali expressas - e com as quais estou genericamente de acordo - são mais que muitas. Começa assim:
"Como diz a anedota contada pelos economistas, a luz que se vê ao fundo do túnel é o comboio que vem contra nós. A locomotiva da crise internacional vai abalroar a economia. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), ontem conhecidos, carregam de certeza as perspectivas negativas para 2008".
E continua: "A recessão de 2003 começou a ser resolvida com a recuperação das exportações. As vendas ao exterior foram o suporte da economia em 2006. No ano passado, passaram o testemunho ao investimento. A retoma estava a desenrolar-se como mandavam os manuais. Com a melhoria das exportações, os empresários ficaram mais confiantes e avançaram com os gastos produtivos. A economia estava a acelerar até chocar com a crise internacional".
Para que a conversa não fique a meio, continua Bruno Proença: "Embora sejam dados ainda curtos – apenas para o primeiro mês do ano –, já se percebeu que a economia está cercada. As vendas para o estrangeiro estão a sofrer com o arrefecimento do crescimento mundial associado à recessão quase certa nos Estados Unidos. O investimento, por sua vez, vai ficar amarrado às restrições de financiamento. Os bancos estão a fechar a torneira do crédito. Conclusão, Portugal deverá este ano registar um crescimento económico inferior ao de 2007. Infelizmente, a retoma vai fazer uma pausa".
O que está em causa é dramático. Se, por um lado, os agentes económicos e o governo estavam a contar com mais um ano de recuperação - e ela é tão necessária para salvar a débil economia e milhares de empregos -, por outro, adensa-se a cortina de dúvidas para os próximos anos. Quem conseguiu marcar presença noutros mercados e se encontra com sólida posição comercial em países em que as taxas de crescimento registam significativos avanços, terá mais possibilidades de sobreviver e até crescer.
Os que ainda não o fizeram, se possuirem dimensão e estrutura económica suficientes, deverão equacionar marcar presença nesses mercados de forte crescimento. Para os demais, resta fazer figas para que consigam aguentar a crise e sobreviver. Poderão sempre fazer uso de um velho lema Templário: Resistir persistindo. Até quando?

sexta-feira, 21 de março de 2008

Novo aspecto


Nova luz, neste primeiro dia de Primavera, entra pela janela.
Hoje mudei o aspecto do meu blogue.


Entendi que o deveria fazer e que este era o momento apropriado.

terça-feira, 18 de março de 2008

18.03.2008, 23:40

Tenho tido falta de tempo livre para aqui postar.
Poderia falar do meu amigo Vereador e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Mação, que assumiu o lugar pela saída do António Louro (que perdeu o mandato por falta de declarações entregues). Sei que o Vasco vai fazer um bom resto de mandato. Tenho essa profunda convicação.
Poderia falar do PSD e das tonterias gravitantes dos pseudo-barões, situacionistas e oposicionistas. Triste partido que estava guardado para tão triste destino. Ninguém se entende e o melhor mesmo é saírem todos e alguém forte surgir para refundar o espaço ideológico, doutrinário e programático, sem vícios nem viciados.
Mas vou falar de algo colateral. Diz o Dr. José Miguel Júdice, a esta hora, que só deve falar do Benfica quem é do Benfica para justificar que só deve falar do PSD quem pertence a este partido. Mas lá foi falando do PSD, logo ele que saiu do partido para apoiar o candidato do PS à Câmara de Lisboa logo depois, tendo sido seu mandatário. Já me habituei a ver este homem numa permanente deriva ideológica e armado em grande paladino da ética e das virtudes. Na verdade, não é nada disso: vejo-o como um simples interesseiro, como a generalidades das pessoas, que ganhou materialmente com a mudança de camisola.
Ao lado dele, António Barreto é – e é mesmo! – um senhor. Pensamento lúcido, boa análise social, estruturação de fundamentos e de conceitos. Uma das boas cabeças deste país, ao lado de uma cabeça no ar. Que diferença.
E ‘prontos’, por hoje é tudo.
I will be back!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Festival da Canção

Ontem, para relaxar do trabalho, e porque era Domingo, vi o Festival da Canção.
Bons artistas, boas vozes, boas músicas. Contudo, não ganhou a que achei a melhor música, a mais 'festivaleira', a que poderia, na minha opinião, representar-nos melhor. Para mim, era a canção 10, sem dúvida alegre, melodiosa, positiva, feliz e muito ligeira e agradável. Mas não, ganhou uma boa voz num tema triste, soturno, só nosso, que dificilmente cativará alguém no Eurofestival. Pode ser que me engane, mas vai ser mais um ano igual ao anterior.
Ah! Anteontem estive no meu paraíso. Que alegria, que satisfação, que cansaço benvindo. Tomara eu que fosse todos os dias assim.

terça-feira, 4 de março de 2008

Trabalho

Trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho e mais trabalho. Tanto trabalho, ultimamente. Falta o tempo para este espaço. Espero que tudo fique mais sereno e que volte a ter algum tempo, por pouco que seja, para aqui colocar reflexões, pensamentos, críticas, análises e outras letras e palavras, algumas formando conjuntos coerentes, outras nem tanto.
Terá de ficar para depois porque agora tem sido, é deverá ser trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho e mais trabalho!
E eu gosto assim.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A Primavera está quase a chegar

O Inverno ainda por aí está mas começamos já, todos, a preparar a chegada da Primavera. Com ela chegarão as flores e as folhas verdes e viçosas das árvores, os animais aí estarão com fulgor e vida e nós, que também somos animais, andaremos mais felizes.
A Primavera tem um efeito químico especial nas pessoas. Em mim, pelo menos, tem grande efeito.
Os dias amanhecem cedo e a tarde é mais longa, apetece dar passeios e saborear cada instante da vida, bebê-la em suaves goles, aproveitar cada momento, rir, cantar, saltar, retirar peças de roupa de cima do corpo e vaguear por aí.
Na Primavera fico mais comunicativo, apetece-me dizer BOM DIA em voz alta, gosto de sorrir e cumprimentar todas as pessoas, fixo-me a olhar para os pássaros e marco cada pormenor das árvores com que me familiarizei para ver até onde crescem os ramos no ano em curso.
Na Primavera fico mais positivo, tendo a esquecer muitas negatividades e angústias e fico mais confiante em mim e no futuro que terei pela frente, ao lado das pessoas que mais amo.
Ela ainda não chegou mas já me estou a preparar para a chegada da minha prima preferida: a Prima Vera.
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Nota 1: Começou mais uma edição da Feira de São Matias, em Abrantes. Ainda não a visitei mas lá irei. Parece que é a última a ser feita em Alferrarede. Até que enfim que chegará, em 2009, ao Vale da Fontinha, o sítio que defendo desde há 8 anos, pelo menos.
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Nota 2: Parece que o partido que governa o concelho tem uma surpresa preparada para apresentar em termos autárquicos. Constou-me que sim.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Passar à clandestinidade é que não?!?

Disse-me aqui o St3ves que "passar à clandestinidade é que não".
Talvez não, digo eu, embora essa seja uma grande vontade que tenho.
O mundo em que vivo, a minha comunidade local e regional, algumas pessoas, alguns hábitos e vícios são tão nocivos e tão deprimentes que o melhor é evitar mais aborrecimentos do que aqueles que a vida nos proporciona a todos, no trabalho e, por vezes, nas nossas vidas pessoais.
Vejo a minha terra a caminhar sempre no mesmo plano inclinado, com muitas opções erradas, não obstante haver aqui e acolá alguns sinais de gente que não se resigna à fatalidade da depressão do interior. Mas, em geral, vejo um futuro muito preto e branco, com muitas tonalidades de cinza, mas restringido a uma paleta de cores monocromática.
Vejo isso e vejo a ausência de soluções, de propostas, de saídas para esta crise colectiva. E sinto, infelizmente, que ninguém se importa verdadeiramente, porque pensam que o futuro colectivo não passa pela nossa acção individual.
É por isso que me sinto cansado. Cansado de lutar por ideais alternativos, sobre os quais acredito que havia maior validade. Cansado de tentar fazer ver que há outros caminhos, mas que a maioria das pessoas nem se quer maçar a ouvir, a pensar, a reflectir, a pensar em sentido crítico colectivo.
É por isso que por vezes não me apetece aqui escrever. Estou a ficar egoísta, estou a ficar mais fechado sobre o mundo alternativo que fui construindo. Vou-me refugiando na família, no trabalho e no meu paraíso de lazer (sempre que posso).

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ainda o Paul Potts

O homem canta outras coisas e até já gravou - depois do concurso - um disco. E tem uma carreira nova brilhante à suas frente.
Fiquem apenas com a semi-final, em que ele cantou Time do Say Goodbye do Andrea Boceli. Mais uma vez muito bem!

Surpreendido

Por vezes julgamos os outros de modo precipitado, pelas aparências, por aquilo que pensamos que são mesmo sem que conheçamos bem os outros.
Sempre assim foi e - infelizmente - penso que será sempre assim.
Já todos nos precipitámos em juízos de valor e tivémos que emendar a mão.
Descobri no Youtube uma história que, uma vez mais, me fez pensar nisto e foi mais uma lição de vida.
Um vendedor de telemóveis, Paul Potts de seu nome, vindo do País de Gales, vai ao programa de talentos da televisão britânica e ninguém dá nada por ele. O resultado é uma muitíssimo agradável surpresa. Em especial, cantando Nessum Dorma de forma brilhante, apenas superável por Pavarotti.
Convido-vos a verem.


O homem acaba por ir mesmo à final do Ídolos britânico. Nesta fase está ainda mais próximo da versão de Pavarotti, embora o timbre seja diferente. Mas igualmente arripiante.


E sempre, sempre, sempre humilde. Um talento vindo de onde menos se esperava.

E, no final, entre talentos igualmente fabulosos, ganhou mesmo.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Só para marcar presença

Hoje, finalmente, ao fim de alguns dias, voltei a este espaço. Tenho andado muito ocupado em termos profissionais e esgotado ao final do dia, quando chego a casa, geralmente tarde, sem vontade de escrever.
Não tenho sentido grande vontade de escrever - e essa é outra razão. Sinto-me desinspirado e, acima de tudo, sem fulgor nem motivação para escrever sobre a nossa comunidade.
Parece que vem para aí uma unidade de apoio a idosos. Faltei à reunião semanal porque, à última hora, tive de ir em trabalho a Famalicão. Mas vou analisar melhor o assunto.
Para já, neste intervalo do Benfica 1 - Nuremberga 0, é o que se me oferece dizer.
Ainda não decidi se mantenho este blog ou se passo à clandestinidade. Volto a ter pensamentos desses, tal como sucedeu no ano passado.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Entrudo

Não gosto do Carnaval. É uma época fingida, falsa, de hino à aparência, à máscara, a que possamos mostrar pessoas diferentes dentro de nós.
Quando era criança, mascarei-me muitas vezes mas fui compreendendo que a época nada tem de especial.
Por isso, vou aproveitar o dia e vou para o paraíso. Sempre me posso considerar mascarado de agricultor... só que, sem ser a fingir.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Um homem com passado

Com este exemplo do nosso Primeiro-Ministro, como é que alguns presidente de Câmara Municipal que conheço terão autoridade moral para impedir agora a tão habitual ‘traficância’ de assinaturas de projectos?
Terão sido praticados crimes, o que é aceitável num homem que já disse, e de quem já se disse, por diversas vezes, ser um homem normal, não providencial. Mas o juízo que cada um faz sobre a formação ética deste tipo de atitudes, que não constituem bom exemplo para ninguém, vindo de um homem que passa a vida a impor regras de sacrifício, dor e amargura aos portugueses, não pode ser, de modo algum, positivo.
Há autarcas que ‘proibiram’ técnicos das suas autarquias de participar nesta espécie de ‘cambalachos’ – e bem. Ficam agora diminuídos porque os técnicos poderão dizer que se o Primeiro-Ministro também ‘jogava nesta divisão’, porque não hão-de eles poder fazer o mesmo?
Pode também ser lido
aqui.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

400 posts

É obra! Logo hoje, dia em que, segundo o Diário Digital, citando a France Presse, Durão Barroso parece estar na corrida ao Prémio Nobel da Paz. Ironias... Alguém ainda se lembra da cimeira dos Açores?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ponto Final

Há dias um senhor meu conhecido, pai de um amigo meu e pessoa que muito prezo, fez-me parar no meio de um corredor de supermercado. Queria contar-me uma história.
Em Dezembro, quando chegava de manhã à empresa onde trabalha – e da qual é, segundo creio, proprietário – tinha um recado que a sua assistente lhe transmitiu. Tinha telefonado um tal de Pedro Marques para falar com ele.
Naturalmente, sendo meu conhecido e amigo, pediu à assistente que retribuísse a chamada telefónica, questionando se eu teria deixado o meu número de telefone para poder retribuir o contacto. Ela retorquiu que não mas – graças às novas tecnologias – que conseguia recuperar o número através da listagem de chamadas recebidas na central telefónica. Era um número da zona de Lisboa.
E assim o senhor meu conhecido lá efectuou a ligação, supostamente para mim.
Do outro lado terá ouvido de imediato alguns insultos e ainda terá perguntado se eu estaria bom da cabeça e porque razão estava a falar assim nesses termos. Até que, finalmente, percebeu que não tinha sido eu quem fizera a chamada telefónica e não era comigo que estava a falar. Não podia ser.
Era um impostor que usara o meu nome, sabendo que o meu amigo por certo retribuiria a minha suposta chamada telefónica. Esse impostor sabia que usando o seu nome verdadeiro jamais receberia uma chamada de retorno por isso fez-se passar por quem não é. Penso que isto é crime.
Não revelo a identidade das personagens (nem de um nem de outro) por respeito ao senhor meu conhecido. Não farei queixa no Tribunal para não incomodar o meu amigo mas aviso todos os demais amigos e conhecidos: há por aí um impostor a usar o meu nome para chegar à fala com pessoas que são minhas conhecidas e/ou amigas e, a julgar pelo exemplo que relato, para as insultar, ofender e tentar enxovalhar.
Esta narrativa é autêntica e confirmável em caso de indispensabilidade.
Na dúvida, quando desconfiarem de alguém que se faz passar pelo meu nome, perguntem coisas que sejam referências dissipadoras de dúvidas, pormenores de situações que tenhamos vivido em conjunto, vivências partilhadas ou outra qualquer forma de confirmação de que sou mesmo eu, caso a minha voz não vos soe prontamente familiar.
E tenham paciência, como eu tenho tido e demonstrado ao longo do tempo, aturando estas situações sem manifestar irritação ou revolta, certo de que estamos a lidar com um sujeito que precisa de tratamento médico especializado. O sujeito vive obcecado com a minha existência. Não sou – nunca fui – importante mas sinto que sou o centro da vida do sujeito. Até quando? Não sei. Espero que dentro em breve.
Continuo a procurar preservar a minha higiene moral e ética e, ao mesmo tempo, a minha integridade física. Sim, porque até já fui ameaçado fisicamente ao telefone há cerca de um ano pelo mesmo sujeito.
Por isso, vou desligar de vez. PONTO FINAL.
Há coisas mais importantes a fazer e a vida é tão bela e tem tantas cores e nuances, e ainda ribeiros, campo, mar, verdejantes campos, agrestes montanhas, monumentos naturais e edificados, gastronomia, viagens por fazer, e até coisas simples e belas como o sorriso inocente dos filhos. E a alegria de podermos trabalhar e de o fazermos com gosto e paixão?
Eu, felizmente, trabalho e tenho pouco tempo para alimentar estas questões. Outros têm muito tempo livre e ocupam-no com disparates e coisas fúteis e inúteis, na tradução da inutilidade, futilidade e imenso vazio que constituem as suas vidas prolixas, confusas, tristes e amarguradas, frustradas por não terem aceitação e reconhecimento social.
Já nem sequer tenho pena. Mete-me dó perceber até onde vai a decadência humana, a miséria moral e ética, a falta de senso e de postura digna. Mais não digo.
E assim, é mesmo PONTO FINAL.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Fraca remodelação

O Primeiro-Ministro quis parecer não ceder e a remodelação foi fraca e pouco extensa. Mas acabou cedendo ao povo que o assobiou, às manobras que ele apelidou serem da CGTP e aos consecutivos e constantes recados de Manuel Alegre. Não o fez por pressão do PSD.
Foi um sinal de fraqueza e uma fraca remodelação.
Mário Lino lá ficou, a provar que a relação pessoal com o PM é mesmo muito forte.
Nunes Correia ficou a fazer o quê?
Ver estes dois bons artigos no Blasfémias:

Wikipedia II

O último post logrou obter 4 comentários. Obrigao!
Sei que a Wikipedia não é uma enciclopédia rigorosa, mas antes um espaço evolutivo que resulta de contributos de quem os quer dar, certos ou errados.
Assim, fui ver noutros locais definições para o mesmo problema, em especial a Psicose (o nome é giro, mesmo 'muita nice'). Os textos a bold azuis são partes que me pareceram mais interessantes e mais comuns.
Neste site do MentalHelp, pude ler que:
"Psicose significa um estado alterado da personalidade no qual a pessoa tem sensações que não correspondem à realidade e pensamentos que fogem ao seu controle. Uma crise típica de Psicose se caracteriza por alguns ou todos os seguintes sintomas:
- Alucinações auditivas, visuais ou olfativas
- Sensações e desconfiança de estar sendo observado, provocado, gozado, comentado, controlado, perseguido, vigiado, traído etc.
- Sensação de que o ambiente está estranho.
- Agitação, confusão, agressividade.
- Não falar coisa com coisa.
- Insônia e inapetência.
- Sensação de que os mais diversos fatos não são coincidências mas sim que eles tem alguma coisa a ver com ela.
- Atribuição de significados diferentes a coisas reais que estão realmente acontecendo.
- Isolamento, não querer contato com ninguém, assumir um comportamento estranho.
- Pensamento bloqueado, interrompido. A pessoa parece que não consegue transmitir uma idéia até o fim.
- Desleixo com a aparência e a higiene.
- Alguns pacientes, principalmente quando a doença aparece na adolescência ficam meio pueris, superficiais, com um sorriso inadequado.
Pode aparecer subitamente ou aos poucos, no decorrer até mesmo de anos
".
No site da Psicosite, vejo outra definição e informação:
"Generalidades
A psicose é um estado anormal de funcionamento psíquico. Mesmo não sabendo exatamente como são as patologias psiquiátricas, podemos imaginar algo semelhante ao compará-las com determinadas experiências pessoais. A tristeza e a alegria assemelham-se à depressão e a mania, a dificuldade de recordar ou de aprender estão relacionada à demência e ao retardo, o medo e a ansiedade perante situações corriqueiras têm relações com os transtornos fóbicos e de ansiedade. Da mesma forma outros transtornos psiquiátricos podem ser imaginados a partir de experiências pessoais. No caso da psicose não há comparações, nem mesmo um sonho por mais irreal que seja, não é semelhante à psicose.
A essência da psicose
Quando alguém nos conta uma história realista dependendo da confiança que temos nessa pessoa acreditaremos na história. Na medida em que constatamos indícios de que a história é falsa começamos a pensar que nosso amigo se enganou ou que no fundo não era tão confiável assim. Nesse evento o que se passou? Primeiro, um fato é admitido como verdadeiro, depois novos conhecimentos ligados ao primeiro são adquiridos, por fim a confrontação dos fatos permite a verificação de uma discordância. Do raciocínio lógico surgiu um questionamento. Essa forma de proceder provavelmente é exercida diariamente por todos nós. A forma de conduzir idéias confrontando-as com os fatos é uma maneira de estabelecer o contato com a realidade. O que aconteceria se essa função mental não pudesse mais ser executada? Estaríamos diante de um estado psicótico! Pois bem, o aspecto central da psicose é a perda do contato com a realidade, dependendo da intensidade da psicose. Num dado momento a perda será de maior ou menor intensidade. Os psicóticos quando não estão em crise, zelam pelo seu bem estar, alimentam-se, evitam machucar-se, têm interesse sexual, estabelecem contato com pessoas reais. Isto tudo é indício da existência de um relacionamento com o mundo real. A psicose propriamente dita começa a partir do ponto em que o paciente relaciona-se com objetos e coisas que não existem no nosso mundo. Modifica seus planos, suas idéias, suas convicções, seu comportamento por causa de idéias absurdas, incompreensíveis, ao mesmo tempo em que a realidade clara e patente significa pouco ou nada para o paciente. Um psicótico pode sem motivo aparente cismar que o vizinho de baixo está fazendo macumba para ele morrer, mesmo sabendo que no apartamento de baixo não mora ninguém. A cisma nesse caso pertence ao mundo psicótico e a informação aceita de que ninguém mora lá é o contato com o mundo real. No nosso ponto de vista são dados conflitantes, para um psicótico não são, talvez ele não saiba explicar como um vizinho que não está lá pode fazer macumba para ele, mas a explicação de como isso acontece é irrelevante, o fato é que o vizinho está fazendo macumba e pronto. O psicótico vive num mundo onde a realidade é outra, inatingível por nós ou mesmo por outros psicóticos, mas vive simultaneamente neste mundo real.
Delírio, o principal sintoma
O delírio é toda convicção inabalável, incompreensível e absurda que um psicótico tem. O delírio pode ser proveniente de uma recordação para a qual o paciente dá uma nova interpretação, pode vir de um gesto simples realizado por qualquer pessoa como coçar a cabeça pode vir de uma idéia criada pelo próprio paciente, pode ser uma fantasia como acreditar que seres espirituais estejam enviando mensagens do além através da televisão, ou mais realistas como achar que seu sócio está roubando seu dinheiro. O delírio proveniente de eventos simples como coçar a cabeça são as percepções delirantes. Ver uma pessoa coçar a cabeça não pode significar nada, mas para um paciente delirante pode, como um sinal de que a pessoa que coçou a cabeça julga-o (paciente) homossexual. Quando a idéia é muito absurda é fácil ver que se trata de um delírio, mas quando é plausível é necessário examinar a forma como o paciente pratica a idéia que defende. O exemplo do vizinho acima citado também é um delírio. A constatação de um delírio não é tarefa para leigos, nem mesmo os clínicos gerais estão habilitados para isso; somente os psiquiatras e profissionais da área de saúde mental".
Para quem ainda tem paciência para continuar a ler, eis algumas definições do Cola da Web:
"A psicose é utilizada em diferentes sentidos e em diversas situações. É comum que tenhamos contato com este termo através de filmes e livros, os quais se referem a um comportamento anormal, ou ainda como referência de um medo ou terror, que acomete várias pessoas ao mesmo tempo, aparecendo como “psicose coletiva”. As definições em psiquiatria também são muitas e não há nenhuma plenamente satisfatória. A psicose é caracterizada por alterações psicológicas muito graves e muito mais comprometedoras que outros distúrbios, como é o caso da neurose. Para diagnosticar uma psicose, o profissional observa o nível de consciência do paciente, se ele está sonolento, desperto ou em vigília, se é capaz de se concentrar, de memorizar, se tem noção de tempo e de espaço, se reage afetivamente, se tem idéias a respeito das coisas que se lhe apresentam, se é capaz de raciocinar e se tem percepção e juízo da realidade. Todas estas observações apontam o nível de comprometimento apresentado por um psicótico. A característica psicológica que apresenta um nível de comprometimento mais preocupante é o juízo da realidade apresentado pelo paciente. A comunicação fica quase totalmente prejudicada, porque esta síndrome provoca a incapacidade de reconhecer fatos e fazer relações entre eles. A principal alteração do juízo é caracterizada pelo aparecimento do delírio, onde o paciente distorce totalmente a realidade e acredita plenamente nas suas fantasias, ficando irredutível a qualquer tentativa de argumentação lógica. A psicose não se refere a uma doença específica, trata-se de uma síndrome, ou seja, de um conjunto de doenças diferentes, que possuem sinais e sintomas semelhantes. A esquizofrenia é um dos quadros psicóticos de maior importância (ver esquizofrenia). As doenças afetivas, que se caracterizam por fases de depressão e mania, podem também se apresentar como quadros psicóticos, apresentando os conteúdos afetivos da doença como características do delírio. A fase depressiva apresenta delírios de ruína, de culpa, prejuízo, morte, o paciente se sente responsável por grandes catástrofes mundiais, por guerras e desastres. Na fase maníaca os delírios são de grandeza ou de poder. Os quadros psicóticos são caracterizados também por visões de situações fúnebres, por depressão, a pessoa pode chorar muito e ouvir vozes que podem ser de comando ou podem estar chamando pessoas que já morreram, além de outros delírios. A psicose pode aparecer em qualquer fase da vida. O autismo é um exemplo de uma psicose típica da infância que se caracteriza por um alheamento e pela falta de contato com as pessoas. O uso de drogas como LSD e cocaína podem causar sintomas psicóticos. O álcool também pode causar alucinose alcoólica e o delirium tremens. Algumas doenças como tumores cerebrais e até a AIDS podem levar ao aparecimento da síndrome. A psicose é tratada com medicamentos e, em casos mais graves, a internação é inevitável, mesmo que tenha como objetivo um tratamento rápido com alta precoce. O indivíduo psicótico não tem consciência do seu estado e, por este motivo, pode recusar a medicação. Estas características da síndrome reforçam a idéia da importância da intervenção da família até que o paciente possa tomar conta de si próprio".
Por fim, esta citação dos Médicos de Portugal:
"Afecção mental caracterizada por desintegração geralmente profunda da personalidade, com perturbações da percepção, do julgamento, do raciocínio e do comportamento, das quais o doente não tem consciência. As psicoses são geralmente duradouras, mas podem incluir períodos de lucidez. Distinguem-se, entre as psicoses: a esquizofrenia, as demências e a psicose maníaco-depressiva (hoje chamada perturbação bipolar do humor)".
Como se depreende, o quadro é ainda mais profundo do que a definição e os conceitos 'ligeiros' do anterior post. Por agora chega, mas vou continuar a investigar.
Contudo, já nem sei porque é que falei nisto. Será psicose minha?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Wikipedia

A loucura ou insânia é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade. É resultado de doença mental, quando não é classificada como a própria doença. A verdadeira constatação da insanidade mental de um indivíduo só pode ser feita por especialistas em psicopatologia.
Em algumas visões sobre loucura, não quer dizer que a pessoa está doente da
mente, mas pode simplesmente ser uma maneira diferente de ser julgado pela sociedade. Na visão da lei civil, a insanidade revoga obrigações legais e até atos cometidos contra a sociedade civil com diagnóstico prévio de psicólogos, julgados então como insanidade mental.
Ver também Psicose:
A Psicose é um termo psiquiátrico genérico que se refere a um estado mental no qual existe uma "perda de contacto com a realidade". Ao experienciar um episódio psicótico, um indivíduo pode ter alucinações ou delírios, assim como mudanças de personalidade e pensamento desorganizado. Tal é frequentemente acompanhado por uma falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do seu comportamento. Desta forma surgem também dificuldades de interacção social e em cumprir normalmente as actividades de vida diária.
Não sei porquê mas apeteceu-me deixar aqui estas definições.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Outros vídeos interessantes sobre o Regicídio

Aqui fica:

Este é mais histórico-didático:
http://www.youtube.com/watch?v=yk5Qz79dynA (Não está disponível a colocação da caixa de vídeo).

Exercício físico e outras coisas

Fazer exercício físico é óptimo. Hoje fui ao AquaVital fazer um pouco de ginásio e natação. Fui, claro, com a minha família.
Soube-me bem, vou repetir. Ao menos quando ali vou sempre é mais um motivo de interesse, a juntar ao meu paraíso rural.
Desde que tenho mais tempo disponível, depois de ter começado a ter menos vida pública, a sério que me sabe bem. Pelo menos, cuido da minha saúde, reforço laços familiares e não escrevo tanto disparate como alguns neófitos da blogoesfera caseira. Há quem continue a escrever bem e com regularidade, ou a editar imagens interessantes. Mas há também o oposto do padrão normal, regular, saudável.
Credo! Há muito tempo que não via tanto 'lixo' editorial junto, muito dele feito com escrutínio indecente sobre a vida dos outros. No meio de tanta confusão mental, misturada com mentiras e com aparência de conhecimento supremo e pretensa autoridade moral divina, deixei de ter andamento para compreender alguns escribas. Receio mesmo que haja quem já tenha perdido a sanidade de modo irreversível. Já não é trabalho para os especialistas da psiquiatria: é mais para os curandeiros do além.
Enfim, há coisas mais interessantes para fazer: comemorar a vitória do Benfica e o encurtamento da distância face ao Porto, ainda que seja, para já, uma abolsuta miragem sonhar com mais do que o 2º lugar, que dá acesso garantido à Liga dos Campeões.
Entretanto, no próximo dia 1 comemora-se o 100º aniversário do Regicídio. O que o Expresso contou ontem não foi novidade para mim nem para muitos dos amigos do nosso amigo, descendente de Manuel Buiça.
Aqui fica uma foto dos dois principais personagens desse tempo, porque assassinaram o Rei D. Carlos, de seu nome completo Carlos Fernando Luís Maria Vítor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon Saxe-Coburgo Gota (contei 20 nomes!). Para que conste, com respeito:
Recomendo ainda uma leitura do seguinte texto do jornal Sol: "Nos 100 anos sobre o regicídio acumulam-se textos e adensam-se as dúvidas".

E podem ainda ver este pequeno vídeo no Youtube:

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Candidaturas

mais quem queira concorrer nas eleições autárquicas em Abrantes do que os tradicionais partidos.
A sério que há!

E agora António Costa?

O Tribunal de Contas não está a assimilar bem o pedido de empréstimo da Câmara de Lisboa.
O que é que vai acontecer?

Estado a 'Pagar a Tempo e Horas'?

Como tudo o que resulta deste Governo, não nos precipitemos em elogios. Pode ser mera propaganda, que não se concretiza.
Aguardemos, pois. Para já, é meritória a iniciativa, para ver se o Estado cumpre o seu papel por completo: fiscalizador, tantas vezes carrasco, mas ainda assim bom pagador e bom cumpridor.
Esta medida positiva anunciada hoje deve ser para compensar a de que as autarquias vão assumir o papel do Estado nas escolas, até ao 9º ano de escolaridade (excepto quanto aos docentes).
Cada vez mais os municípios são governos locais e tendem a criar o baronato de província e as clientelas por satisfazer, que pretensamente agradam e querem agradar aos senhores feudais. Sempre se criam mais postos de trabalho, pois para gerir estas novas competências vai haver motivo para admitir mais pessoal nas câmaras municipais. E emprego fixo no Estado assegura, em média, 4 votos por cada novo empregado.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Paraíso 2


E há lá salgueiros, choupos, freixos, medronheiros, pinheiros, amoreiras, nespereiras, laranjeiras, tangerinira, limoeiro, marmeleiros, cerejeiras, ameixoeiras, roseiras-bravas, carrapiteiros, diospireiro e até, imaginem, alguns sobreiros.

Pode demorar até crescerem, é certo, mas espro que o fogo não passe antes de eu os poder ver adultos.

Paraíso


Isto é o meu paraíso na terra.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Sequelas de La Boum

A banda sonora de La Boum 2

Um trailer desse filme - versão 2:


E, já agora, um vídeo-trailer do La Boum 3:


La Boum

Hoje fiquei feliz.
Na minha adolescência, tal como deve ter sucedido com todos os homens que hoje rondam os 40 anos de idade, apaixonei-me pela Vic (Sophie Marceau), a figura principal do filme La Boum.
Aquele filme fez mais por mim e pela minha afirmação como adolescente que despertava para as questões do namoro, da paixão, dos conflitos familiares, dos perigos da sociedade, do que muitas palestras juntas.
Foi a partir dessa altura que começámos a fazer festas de garagem, com luzes psicadélicas, balaceadas com os namoricos de ocasião e os primeiros copos, no intervalo das baladas que dançámos, tantas vezes com pisadelas e muito nervosismo à mistura. Há uma geração de amigos que ainda hoje mantenho que cresceu junta ao ritmo e ao exemplo de La Boum.
Segui a saga toda mas o primeiro filme foi, de facto, genial. A banda sonora uma maravilha, ainda nos dias de hoje, mais de 20 anos volvidos.
E aquela avó era uma maravilha.
Fiquem com o trailer e respectiva banda sonora. Uma música que nos coloca mais felizes, mais bem-dispostos. Ando com vontade de pesquisar e comprar os DVD's desta saga. Que me marcou profundamente naquele tempo.
Bons tempos...


Para os que gostaram mesmo, fica outro vídeo:


Um prelúdio a novas escritas

"CV" pediu-me para escrever sobre coisas mais lineares e mais interessantes da vida.
Talvez tenha razão.
Vou procurar escrever menos sobre questões políticas confusas e tricas. Ao fazê-lo espero contribuir para que a imbecilidade reinante deixe de falar de mim com aquela boçalidade marcante, inatingível por mais nenhum ser vivo.
Parece mentira, mas algum psiquiatra poderá explicar qual a razão de ser de haver tanta fixação, ódio e uso de energias sobre a minha pessoa? A coisa é patológica, podem crer, tudo o que escrevo e faço constitui uma obsessão e parece que a vida de alguém é mais preenchida porque eu existo, penso e faço (bem ou mal, não interessa). É uma fixação doentia mas até poderá continuar porque assim porque não me importo nada e sempre contribuo para proteger e manter reservado - até ao dia certo - o nome e a identidade do futuro alvo: a pessoa que vier a concorrer à CMA pelo PSD.
Entretanto, vou fazer um esforço para fazer outras reflexões. Não sei se conseguirei por muito tempo escrever sem vir parar às questões da governação da cidade e do concelho. Pelo menos, tentarei ser mais ligeiro, menos 'heavy'.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A verdade e as mentiras

Nos últimos tempos, confesso que não tenho sido um leitor muito assíduo da imprensa local. Leio apenas um jornal com alguma regularidade semanal e um com periodicidade mensal. Rádio local é raríssimo, não por desdém, mas porque estou profissionalmente distante.
Por isso, tenho estado um pouco à margem das «tricas» partidárias. Contudo, na sexta-feira passada, ao ler o «Primeira Linha», vi um comunicado do PS transcrito. Não sei que foi publicidade paga, ou se terá sido uma notícia sem esforço, do género copy-paste. A verdade é que aquilo aparenta ser um comunicado transcrito. E, uma vez que eu era um dos principais visados, até estranhei não terem colhido a visão do contraditório.
Recordo-me bem de ser habitual pedir um comentário ao Presidente da CMA ou ao líder do PS sempre que eu os critiquei ou tomei uma posição pública susceptível de os ‘beliscar’. Já me habituei – infelizmente – a não me pedirem a mim comentários quando os outros, sobretudo quem nos governa, toma posições que me ‘beliscam’.
Critérios…
Por isso, tirando a Rádio Tágide, que hoje me ouviu sobre o assunto, mais ninguém quis saber o que eu pensava e como reagia ao ‘ataque’ do PS sobre alegadas contradições dos eleitos pelo PSD na câmara municipal.
Vamos por pontos:
Primeiro Caso – Museu Ibérico
Diz o PS que os vereadores do PSD aprovaram, em Março de 2007, o texto do protocolo a celebrar com a Fundação Estrada, visando a futura instalação do museu de arqueologia. E isso é verdade.
Diz ainda o PS que um conhecido deputado (não serão todos conhecidos?, haverá algum anónimo?) terá elogiado a iniciativa e justificam que o mesmo terá dito que o museu “pode ser uma âncora valiosa”. E isso também é verdade. Como verdade é que pode não ser uma âncora valiosa. Isto é, tanto pode ser como pode vir a não ser, tudo depende.
Diz também o PS que votámos a favor da adjudicação do projecto em reunião de 04.12.2007. E isso já não é verdade. Por isso, transcrevo aqui a matéria objecto de deliberação nessa reunião: “Proposta de Deliberação do Presidente da Câmara, remetendo, para aprovação, a Proposta de Recuperação, Adaptação e Ampliação do Convento de S. Domingos, com vista à instalação do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes”. Alguém aqui vê escrito que era uma proposta de ajuste directo? É claro que votámos a favor desta proposta e apresentámos até uma declaração de voto. Esta referia que “a criação de um museu, enquanto equipamento estruturante, é uma ideia que apoiamos”. Mais: “Desejamos que este museu possa vir a ser um espaço que contribua para que todos possam usufruir da cultura na nossa terra. «Queremos uma política cultural para todos, inclusiva e promotora de desenvolvimento pessoal e comunitário, geradora de progresso e desenvolvimento», era uma das enunciações que fazíamos no nosso programa de candidatura. Sempre defendemos que, ao intervir culturalmente, «pretendemos contrariar a tendência para a desertificação do concelho, estancar a hemorragia humana que faz sair os jovens em direcção ao litoral, empurrados pela ânsia de encontrarem emprego ajustado aos seus desejos, conhecimentos e vontades»”.
E fizemos várias críticas à política cultural municipal nesse documento. É pena que o mesmo não tenha tido a divulgação que, se calhar, merecia, nomeadamente que “no imenso vazio de ideias sobre cultura, que marcam os sucessivos mandatos, a criação deste museu – um museu – aparece como ideia a olhar com atenção”.
E mais dissemos ainda:
“(…) Uma vez mais, somos confrontados com a ausência de um estudo sobre a criação deste museu.
Desconhecemos o seu programa-base.
Desconhecemos a sua viabilidade económico-financeira.
Desconhecemos qualquer estudo ou projecto de investimento que o sustente.
Desconhecemos a forma de financiamento e se haverá necessidade de recurso ao crédito bancário para financiar a parte que o QREN não financia.
Desconhecemos qual o custo de oportunidade em obras para o concelho, em especial para as freguesias, uma vez que a taxa de absorção de investimento neste projecto será muito forte.
Desconhecemos se as instituições de ensino superior da região estão disponíveis para reorientar a sua oferta formativa para áreas de interesse profissional e económico em torno do futuro museu?
Desconhecemos se haverá parcerias público-privadas, bem como parcerias com outros espaços museológicos do mundo inteiro já firmadas?
Desconhecemos o impacto deste equipamento na elevação do nível cultural e educacional do concelho e da região.
O que conhecemos é uma proposta de honorários e uma estimativa de custo da obra.
Uma proposta de honorários que é um ‘insulto’ à boa vontade e à dimensão do nosso Município.
Uma estimativa de custo que aponta para mais uma espécie de açude, em si mesmo um equipamento cujo proveito sócio-económico e mesmo viabilidade financeira e efeito indutor na economia regional está por fazer, numa altura em que o cenário da sua submersão pela nova barragem é uma realidade.”
E, para que não restassem dúvidas, escrevemos nessa declaração de voto: “O nosso voto favorável é um voto na ideia e não neste conceito que nos aparece apresentado, com dimensão gigantesca, com custos anunciados elevados, sem estudos, sem documentos prospectivos, apenas com a intenção de gastar o dinheiro público, nem que isso implique lançar mais impostos, taxas e tarifas sobre os munícipes.
O nosso voto favorável é ainda um voto de exigência para que a maioria socialista explique aos partidos da oposição, nesta câmara municipal e na assembleia municipal, de modo mais detalhado, aquilo que pretende fazer e demonstrar a sua viabilidade com estudos.
O nosso voto favorável é um sinal de abertura e de não enquistamento, responsável e próprio de um partido responsável que deseja ser ouvido e contribuir para a criação de um futuro mais sustentável no concelho.
É este o sentido do nosso voto. Um voto favorável sobre a ideia mas que reclama um trabalho de estudo, de aprofundamento, de redimensionamento, de renegociação da opção arquitectónica e do próprio museu, um voto que reclama ainda mais transparência e mais informação por parte da maioria socialista.
Um voto favorável muito condicionado e muito condicional. Um voto que pode vir a não ser duradouro, caso não venhamos a ser esclarecidos e elucidados sobre a existência de um bom projecto em concreto”.
Com base nisto, penso que fomos bastante claros. Mas, para o PS, nós votámos a favor do ajuste directo nesta reunião. Como é que isso é possível, se não era isso que era proposto?
É por isso que, ainda no seu comunicado, o PS de Abrantes diz que no dia 28.12.2004, votámos “contra o mesmíssimo assunto recolocado na reunião de Câmara, (…) apenas para melhor fundamentação, nos termos da lei e do protocolo já referido”.
O PS fez uma enorme confusão. Numa reunião apresentou a ideia, o conceito, 3 semanas depois verificou que não havia ajuste directo feito, levou o assunto à reunião e chamou a esse acto “apenas melhor fundamentação” para “o mesmíssimo assunto”.
É claro que votámos contra o ajuste directo. Foi a forma de sermos coerentes com a nossa declaração de voto. Foi a resposta à ausência de resposta aos pedidos que nela fizemos – conhecer o programa-base era o mínimo, saber a viabilidade económico-financeira era elementar, conhecer estudos ou projectos de investimento que o sustentem desejável e, não menos importante, conhecer o modo de financiamento e o seu impacto na estrutura patrimonial e financeira do Município. Nada nos foi transmitido nessas 3 semanas, nem até à presente data.
Contradições? De quem? Nós, vereadores eleitos pelo PSD, fomos coerentes, fomos consistentes e não pactuámos com a situação apresentada. Já agora, querem saber qual o motivo para justificar o ajuste directo ao atelier escolhido, pelo montante de 730 mil euros (cerca de 146 mil contos, em moeda antiga)? Nada mais evidente: “apenas este atelier (oportunamente indicado pela Fundação Estrada) detém capacidade técnica e artística para prestar o serviço”.
Realmente é capaz de ser verdade. Só há um atelier em Portugal com capacidade técnica e artística para prestar este serviço, como toda a gente facilmente engole sem se questionar, não é verdade? Não há mais arquitectos, nem em Lisboa, nem no Porto, já para não falar dos filhos da terra, que sejam capazes de fazer este projecto?
Poderiam ao menos dizer que era por imposição da Fundação Estrada, que fazia depender a cedência das peças de ser este o arquitecto. Agora, mencionar que é o único atelier com capacidade técnica e fazer o ajuste directo pelo montante em causa, pareceu-nos motivo para votar contra o ajuste directo. O que não quer dizer – bem pelo contrário – que estamos contra o museu. Isso ainda vamos ver. A ideia parece boa e a coisa pode ser a tal “âncora valiosa” de que falava o ‘conhecido’ deputado municipal. Pode, mas também pode ser o seu contrário. Depende ainda de muita coisa.
Oxalá corra tudo bem.
Sobre as acusações em torno das posições sobre a barragem, talvez me apeteça escrever um destes dias. Logo se vê.
Agora, o que aqui tinha de ficar registado era a minha indignação pelo texto do comunicado do PS e pelas acusações infundadas que foram proferidas. Deve ser da aproximação das eleições autárquicas. Isto estava tudo tão sereno e tranquilo…

Nunca é demais referir

No último post, comecei a falar de eleições autárquicas. Decididamente, este dossier reentrou na agenda política. As eleições serão, sensivelmente, dentro de ano e meio (Setembro de 2009). Não parece haver – e não há – tempo a perder.
Nem eu tenho tempo a perder a dar respostas e remoques a quem não o merece. Escrevo sobre o que me apetece, quando me apetece, neste espaço que é meu e está identificado. Nunca me fiz passar por outrem. Infelizmente, alguns falsos paladinos da ética não são assim.
Vamos ao que interessa, sem mais delongas.
As eleições do Outono de 2009 serão importantes, como sempre o são as eleições autárquicas. Interessa perceber se o PS vai conseguir nova vitória ou se o PSD pode reganhar a autarquia que já liderou fugazmente entre 1990 e 1993. Tudo se resume, uma vez mais, a isto. Depois, haverá candidaturas para eleger alguém e outras simplesmente para marcar calendário.
Em quase 33 anos de poder local, o PS leva 29 de exercício de acção governativa municipal em Abrantes. É muita responsabilidade, num eleitorado tradicionalmente socialista e que não vê nunca grandes razões para dar o seu voto a outro lado. O cidadão até promete muito na campanha – tanto quanto os políticos – dizendo que quer correr com os que lá estão e que irão votar em nós.
Tal como os políticos, o cidadão também nem sempre cumpre com a sua palavra. É assim a democracia madura em Portugal.
Deste modo, será sempre, em qualquer circunstância, muito difícil vencer o PS em Abrantes. Por isso é que alguns apoiantes do PSD, cansados de estarem na oposição e desanimados por verem as oportunidades sistematicamente adiadas, acabam por se encostar ao PS, porque assim sempre ‘mamam nas tetas do poder’. Verdade nua e crua. Alguns até chegam a ser eleitos e a desempenhar cargos e funções em torno da máquina do poder. Para os mais fiéis militantes do PSD, são os oportunistas; para o cidadão, em geral, foram espertos e dado que PS e PSD são iguais, o importante é saber safar-se, cada um por si, da melhor forma possível. Até há quem venha do lado da CDU e chegue até ao poder, por esta via. É assim, também a democracia madura em Portugal, eivada de ‘chicos-espertos’ que pululam pela rua fora gritando de punho direito fechado nas eleições autárquicas e, nas legislativas, tantas vezes, de dedos em forma de vê ou punho esquerdo bem erguido.
Em Sardoal e Mação, por exemplo, acontece o mesmo, mas ao contrário. Há gente próxima do PS, da CDU ou do BE, por exemplo, mas que se encosta ao PSD, pelas mesmíssimas razões de serventia do poder em uso.
O poder local é um feudo, onde alguns senhores feudais, distribuindo algumas benesses, acabam por conquistar líderes de opinião e centros de decisão para o seu lado. E porque sabem que a carne é fraca exploram as suas tentações em proveito próprio, numa atitude de compreensível auto-defesa. É por isso que é muito difícil ganhar eleições autárquicas. É por isso que, regra geral, elas se ganham mais pela derrota por erosão, inépcia, crime ou abandono de quem lidera, do que pela conquista dura do voto junto dos eleitores por parte dos desafiadores. OK, já sei que estão a ver-me com o ego em grande. Pode ser verdade, porque acho que não sou inferior a quem governa o concelho, que merecia uma oportunidade, que o concelho poderia e deveria ter experimentado a mudança e não me foi concedida essa oportunidade e, por isso, estou a arranjar desculpas para justificar a minha derrota. Contudo, nunca fui doido e sempre soube que seria muito difícil vencer. Estive sempre lúcido e estiveram sempre lúcidos os que estiveram próximo de mim.
O poder ganha-se, portanto, regra geral, quando quem governa o deixa fugir.
Foi isso que aconteceu ao PSD em Abrantes mas não é ainda o momento de se fazer a história desse período, como já aqui tenho escrito em diversas ocasiões.
São do meu conhecimento (e existam documentos escritos e gravados) episódios que poderiam ser preciosos ao arquivo municipal. Contudo, poucos elementos escritos e gravados estão na minha posse. Sei, contudo, quem tem alguns. Se fossem tornados públicos, a história desse período de tempo seria reescrita e alguns ‘cordeirinhos’ passariam a ser vistos como lobos; ao contrário, alguns dos que foram diabolizados então tenderiam a ver aligeirada a pena popular e poderiam reganhar simpatias e deferências que perderam. Enfim, ainda não passou todo o tempo preciso para se ter a distância suficiente para analisar fria e racionalmente o que sucedeu. Mais a mais, eu não sou nem isento nem historiador.
Mas, em jeito de preparação das eleições de 2009, é preciso ser racional e frio. E prospectivar com alguns dados do passado e do presente.
O concelho de Abrantes, em minha opinião, perdeu mais do que ganhou com os governos locais socialistas. Parece-me hoje evidente – e penso que aos olhos da generalidade dos abrantinos também – que o modelo socialista de governação do concelho foi marcado pela realização de obra física, pela aplicação de dinheiros comunitários, nacionais e da banca (e algum de auto-financiamento, para ser rigoroso), pelo aumento de dimensão humana da autarquia, mas pela forte ausência de oportunidades verdadeiramente ganhas para o concelho em geral.
É certo que temos hoje melhores infraestruturas desportivas e mais gente a praticar desporto, mas estamos ainda longe – muito longe – de a prática desportiva ser generalizadamente proporcionada à totalidade da população. É uma prática desportiva elitista, que não é para todos, que premeia os atletas com talento e tende a esquecer quem está sem acessibilidades às infraestruturas e quem não tem grande jeito para praticar desporto, ainda que dele precise por razões de saúde.
Na cultura, o cenário é idêntico. Ponto final, parágrafo!
Do turismo, nem é bom falar.
Na economia produtiva, seja comércio, indústria ou serviços, muita parra e pouca uva. Não há uma linha de rumo perceptível, com resultados tangíveis de que nos possamos orgulhar. Há novas empresas – poucas – de onde sobressaem duas unidades industriais que considero estarem a fazer um belo percurso e o mérito de as ter trazido é de quem governa o concelho. Falo, nomeadamente, da Silicália e da Oke Tillner. Claro que há também as empresas que já eram de cá ou já cá estavam e outras que vieram (mas que se vêem tímidas para já), mas estou apenas a referir os novos investimentos, os que vieram de fora e singraram e se afirmaram no contexto sócio-económico local. Posso estar a ser injusto e até haver outros bons exemplos mas com a força e o crescimento destas duas unidades parece-me que não haverá. Não desejo diminuir nenhuma empresa existente. Todas fazem falta e quem nos dera que houvesse mais e mais pujantes. Seria bom para todos, para nós, para os nossos filhos, para os nossos netos, para evitar o êxodo demográfico, para nos dar força, para nos dar o vencimento no final de cada mês, para nos dar alegrias e restituir auto-estima. Em última análise, egoísta, é bom para a vida de cada um.
Mas falta fazer muito, muitíssimo mais. E não me parece que gastar 10 milhões de euros num museu seja assegurar o futuro do concelho. Haverá outras oportunidades, embora a vertente cultural não seja de menosprezar. Pelo contrário.
Não tenho, contudo, nenhum projecto a empreender, a protagonizar e por isso terei de aguardar pela apresentação de propostas dos vários candidatos e candidaturas. A seu tempo. Mas repito: não tenho nenhum projecto para protagonizar ou dele fazer parte, nas próximas eleições. Tentei fazê-lo, no momento em que considerei oportuno, quando decidi fazer essa tentativa e essa aposta. Os meus concidadãos rejeitaram as minhas ideias e não guardo daí, nesta altura, nenhuma espécie de ressentimento ou rancor. Fiquei triste na altura mas há males que vêm por bem. E assim foi no meu caso. Como sou uma pessoa positiva, segui em frente e mudei de rumo. Tudo tem o seu tempo.
Há pessoas que pensam que o meu afastamento é fingido e que, mais em cima das eleições, voltarei a estar disponível para concorrer. Há até quem pense (em voz alta) que sendo Maria do Céu Albuquerque eu estarei interessado em concorrer porque, em teoria, será mais fácil derrotar o PS. Há até quem congemine uma lista fabulosa (de fábula…) em que eu seria eleito a meses das eleições, novamente como dirigente do PSD local, para voltar a ser candidato. Quem me conhece bem sabe que não é assim. Quero observar, dar um apoio, dar o meu contributo cívico mas nada mais.
Vamos ser claros: a minha vontade não é condicionada pelas opções dos outros, sobretudo dos outros partidos políticos ou de quem é alheio à vida do meu partido e à minha vida pessoal, sobretudo esta última. Ao contrário, as minhas opções dependem de mim, da minha família e das decisões que tomamos, em conjunto, sobre o nosso futuro. Fiz uma opção profissional da qual não me arrependo, em nada. Passou pouco mais de um ano e não foi fácil impor-me profissionalmente. Não irei agora hipotecar uma carreira que consegui recomeçar com esforço em troca de uma ilusão. Descobri outras pontos de interesse: trabalho muito, gosto de trabalhar, estou mais tempo com a minha família ao fim-de-semana, encontrei um atractivo egoísta na minha Quinta da Ponte Velha. Para quê prescindir de tudo quanto me dá tanto prazer?
Portanto, eu não tenho vontade e, pelo que sei, o PSD procura - e bem - uma solução nova, forte, vencedora. Cá estarei para a apoiar, como espero que mereça.
Continuo atento ao que se passa e a querer ajudar o meu partido de sempre, confiante de que um dia chegará – em 2009 ou depois, não sei – em que os munícipes depositarão confiança no PSD a nível autárquico, se este partido continuar a apresentar boas propostas e bons candidatos, como tem conseguido fazer. Mas, para que isso aconteça, há um longo trabalho paralelo à escolha das equipas e das ideias que tem de ser feito, de desmistificação da falsa perfeição dos socialistas, que estão inseridos em todas as colectividades desportivas, culturais, recreativas, de solidariedade social. Isso requer tempo, um tempo que os militantes e dirigentes do PSD, pelo menos no tempo em que eu fui dirigente, não tiveram ou não demonstraram, salvo uma outra excepção.
Os socialistas de Abrantes sacrificam-se mais ou têm mais tempo disponível, por força das suas vidas profissionais, em geral, para as colectividades e, com isso, para se fazerem evidenciar na sociedade? Penso que terão um pouco mais de disponibilidade, em geral, mas admito que também possa haver gente que não é comodista nem conformista. Há excepções, mas muitos dos quadros do PS de Abrantes conhecidos e que estão à vista são trabalhadores do Estado, logo, terão tido um horário um pouco mais facilitado do que quem trabalha na vida das empresas. Sei que isto ofende quem trabalha para o Estado mas eu também já trabalhei durante 5 anos e sei bem que agora trabalho muito mais. Sem comparação, apesar de o Estado estar a mudar e haver hoje mais dedicação em muitas funções do Estado do que havia há uma década atrás.
Por isso, o trabalho a fazer nem é tanto de programa eleitoral ou de escolha de equipas, embora ambos os factores também sejam importantes. É, antes, de penetração social, de identificação com o eleitorado, de trabalho nas colectividades, de cheque passado para apoiar o desporto, a cultura e o folclore. É uma política de ‘compra’ em que quem o faz usa dinheiro, em geral ‘nosso’ e quem se deixa vender não o quer admitir. É uma luta desigual mas é a que existe.
Em conclusão, o trabalho não é fácil e a tentação de ser ‘treinador de bancada’ é ainda maior. Dou conselhos sem me pedirem e aconselho os meus companheiros a que façam o que eu não consegui fazer.
Definitivamente, as eleições autárquicas já mexem.