VOU COMEÇAR A ESCREVER O QUE SEI SOBRE OS EPISÓDIOS MAIS RECENTES. NÃO COMETO INCONFIDÊNCIAS PORQUE ME SOCORRO DE DOCUMENTOS APRESENTADOS EM ACTOS E REUNIÕES DE CARÁCTER PÚBLICO. FAÇO-O PORQUE TENHO O DEVER DE CONTRIBUIR PARA A MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ABRANTINA E PORQUE SINTO QUE DEVO DAR O MEU CONTRIBUTO PARA QUE ABRANTES NÃO CONTINUE A PERDER. É UM DEVER CÍVICO, ACIMA DE TUDO, EM FAVOR DA TERRA ONDE VIVO E À QUAL ME ORGULHO DE PERTENCER.
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Os ataques ao Hospital de Abrantes não são de agora. Têm vindo a ser perpetrados desde há muito, umas vezes mais na sombra, outras mais às claras.
Há muita coisa sombria por explicar. Por exemplo, como é que se pode constituir um Conselho de Administração onde as posições raramente são de consenso quando se trata de discutir o futuro do CHMT com 3 unidades operacionais? Quem é que escolheu e deu posse a este grupo de pessoas que poucas vezes concordam entre si? Qual a razão de ser de determinadas posições assumidas por membros do Conselho de Administração? Estão a agir de acordo com a sua consciência ou induzidos por pressões externas ao CA, vindas sabe-se lá de onde?
A verdade é que, depois deste Verão, nada será como dantes.
Há muita história para se fazer mas vou reportar-me apenas aos episódios mais recentes. Na parte em que tenho algum conhecimento, note-se.
Por volta do dia 20 de Maio pp (não posso precisar) o Presidente da CMA soube que algo de grave estaria para se passar: um protocolo iria ser assinado pelos Presidentes da Câmaras Municipais de Tomar e Torres Novas, juntamente com o Presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo - um torrejano a residir em Tomar - distribuindo valências e recursos entre as 3 unidades do CHMT. Abrantes estava de fora.
De imediato, o Presidente da CMA exigiu ser recebido pelo Presidente da ARSLVT que, segundo me foi contado, terá manifestado alguma resistência em receber o autarca de Abrantes. Ainda assim, depois de colocar as coisas em plano institucional, Nelson Carvalho foi recebido no dia 22.05.2007, na ARSLVT, pelo seu Presidente. Aí tomou conhecimento das coisas que se estava a passar, todas orquestradas "nas costas" de Abrantes.
Perante a indignação, a afronta e alguma crispação, o Presidente da CMA reagiu rapidamente, procurando ser equilibrado na postura mas intrasigente nas reivindicações. Teve o meu total apoio na sua conduta.
No dia 23.05.2007, o Presidente da CMA dirigiu um Fax ao Ministro da Saúde, indicando ter tomado conhecimento, na dita reunião com o Presidente da ARS, Dr. António Gomes Branco (foi meu chefe desde que tomou posse - meados de 2005? - e até 31.03.2007, altura em que cessei funções no Centro de Saúde, e apenas reunimos uma vez, em Julho de 2005 e numa visita a Mação, um mês antes de eu terminar as minhas funções!!! 2 vezes em ano e meio!!!) de que estava previsto para o dia 25.05.2007 a assinatura de um protocolo com os Municipios de Tomar e Torres Novas relativos ao funcionamento do CHMT.
Na ocasião, o Presidente da CMA informou o Ministro da Saúde que "Abrantes e os municípios envolventes são parte interessada no funcionamento" do CHMT e que Abrantes e os órgãos do Município (Câmara Municipal e Assembleia Municipal) não tinham "nenhum conhecimento sobre o conteúdo" do protocolo. Dizia ainda, de modo crú, que "Abrantes e os seus órgãos do Município não foram, em momento algum e de maneira nenhuma, convidados a participar sobre o conteúdo destes protocolos".
Fantástico. Um documento que envolve a unidade de Abrantes e Abrantes foi excluída do processo.
Aqui vem a minha primeira indignação: porque espera este povo, de modo tão ordeiro e sereno, quando é tratado com tamanho despeito e desconsideração? Não será tempo de reagir com maior dureza? Com indignação comprovada?
Naturalmente, Nelson Carvalho reivindicou "o mesmo estatuto que aos Municípios de Torres Novas e Tomar foi dado e reivindicamos o direito de participar enquanto parceiros de concertação".
Terminava pedindo a "suspensão imediata e adiamento da assinatura daqueles protocolos e o envolvimento directo da comunidade abrantina, através dos órgãos do Município, na negociação e processo de concertação relativos" ao CHMT.
No dia 24, a Câmara Municipal reuniu, extraordinariamente, para tomar conhecimento do assunto e deliberar sobre o mesmo. Assim o fez.
O Presidente da CMA, nesse mesmo dia, foi recebido pelo Ministro da Saúde e o protocolo já não foi assinado e foi garantido que Abrantes seria chamada para negociar e participar na definição da arquitectura do programa de complementaridades e especializações no CHMT.
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