Os analistas políticos têm-se deleitado com o clima de guerrilha que se vive no PSD.
Tenho para mim que esta situação dos cadernos eleitorais um dia teria de rebentar.
Nenhuma liderança consegue resistir à tentação de os dominar e os arrebanhamentos são comuns, pelo menos entre PSD e PS.
Infelizmente, a bomba rebentou nas mãos do PSD.
No PS também há sindicatos de votos e gente a pagar quotas em nome de outro. No PS podem pagar-se quotas à bica das urnas, dentro da sede, o que alimenta ainda mais as possibilidades de haver quem – na posse de uns euros e com forte ambição de vitória – estar passivamente na sede à espera dos militantes que ‘comprou’, pagando-lhe ali as quotas, passando-lhe as notas para a mão e facilitando, desse modo, a forma como se podem controlar grupos e sindicar votos.
Ao menos no PSD ainda são exigido cheques individuais. Ou pagamento por vale – o que já aumenta a possibilidade de ser outro a pagar, nos CTT, como deverá ter acontecido, quer na candidatura de Menezes, quer na de Mendes. Ou o pagamento por Multibanco. Aqui a coisa é mais difícil. Excluir militantes dos cadernos eleitorais, por mera suspeição – não comprovada e não comprovável – de que terá sido a mesma pessoa a estar fechada numa caixa durante 4 ou 5 horas, por mais que isso seja plausível, é uma atitude discricionária do Presidente da Jurisdição que envergonha qualquer militante.
Para mim, que nunca morri de amores por Guilherme Silva, não é novidade nenhuma. Ele é capaz disso e de muito mais. Até de alterar o Regulamentos do Congresso, coisa que pensei ser impossível. Permitir aos militantes dos Açores que votem até mais tarde do que o prazo fixado em Regulamento é alterar o Regulamento. E essa é uma tarefa vedada à Jurisdição. Só o Conselho Nacional o pode fazer. Daí o desafio feito – e bem – por Menezes para que Manuela Ferreira Leite convocasse o Conselho Nacional para permitir a alteração do Regulamento do Congresso. Coisa que ainda não sucedeu. Logo, o acto da Jurisdição Nacional do PSD é um acto nulo, não produzindo efeitos. Por isso, se Menezes perder poderá impugnar as eleições. E bem. O que determinará a intervenção de tribunais exteriores ao PSD. O que já me entristece, mas tenho de aceitar. É a vida.
Posto isto, acredito que a vida no PSD nunca mais será como até aqui. As posições ficaram, de facto, muito extremadas. De um lado, os agarrados ao poder lutam desesperadamente por mantê-lo, nem que seja ir pedir apoio aos índios do Brasil.
Se Mendes ganhar, não terá mais o respeito dos portugueses porque ficará associado a uma ‘chapelada’. Se Menezes vencer, terá uma moratória curta, curtíssima, para pacificar o partido – no máximo um mês – sob pena de, se não o conseguir fazer, perder de imediato a sua capacidade reformadora e de afrmação.
Lamento que tudo isto se esteja a passar mas também sinto que se trata de um processo lento de limpeza dos tradicionais fazedores de política no PSD.
Prevejo mesmo que, ganhe quem ganhar, a tendência dos militantes – e dos cidadãos – seja muito mais olhar para os próximos perfis de possíveis líderes: Rui Rio, Morais Sarmento, Aguiar Branco, Pedro Passos Coelho, Alexandre Relvas, Jorge Moreira da Silva.
Dito isto, devo ainda dizer que duvido que amanhã se verifiquem eleições directas no PSD. Duvido mesmo muito. Ainda assim, lá irei hoje à noite entregar uma lista de candidatos a delegados ao Congresso.
Quem esteve bem ontem foi Pedro Santana Lopes. A sua atitude de indignação na SIC Notícias foi uma lufada de lucidez no panorama político. A estação dirigida por Ricardo Costa quebrou-lhe a entrevista para dar um directo da chegada de Mourinho ao aeroporto. Indignado pelo facto de o país estar ‘doido’, Santana Lopes recusou que a sua entrevista fosse vista como mais um folhetim de espectáculo e transmitiu serenamente a sua discordância pelo facto de lhe cortarem a entrevista, sobre um assunto sério, para dar a chegada ao aeroporto de um treinador de futebol.
Esteve muito bem Santana Lopes. Espero que faça pedagogia e mais lhe sigam o exemplo, para ver se o nível das televisões melhora para além da espuma dos dias, do sangue e da faca na liga, da faca na Liga, da Liga na faca, ou da Liga sem e com treinadores.
Com tudo isto, chegamos ao plano distrital. Como será o partido no distrito depois destas episódios, depois da nova liderança, depois do Congresso?
Para já, fica apenas a interrogação. E algumas reflexões, que não transmito ainda e que estou a formar, com a análise de faço da situação e da troca de impressões que vou fazendo, aqui e acolá, espaçadamente, com militantes com quem me encontro, seja fisicamente, seja através dos meios de comunicação (telefone, mail, chat,…). As tecnologias são impressionantes e têm o condão de nos fazer sentir mais próximos.
Por Abrantes, as eleições para os novos órgãos dirigentes estão marcadas para 20 de Outubro.
Que consequências poderá ter o Congresso Nacional e as lutas nacionais para a formação das listas a nível local? Sobretudo quando se sabe que o principal apoiante da candidatura de Marques Mendes em Abrantes surge por ligações familiares com o mandatário distrital, por ausência de mais nomes no nosso concelho, a viver no concelho.
Tenho para mim que esta situação dos cadernos eleitorais um dia teria de rebentar.
Nenhuma liderança consegue resistir à tentação de os dominar e os arrebanhamentos são comuns, pelo menos entre PSD e PS.
Infelizmente, a bomba rebentou nas mãos do PSD.
No PS também há sindicatos de votos e gente a pagar quotas em nome de outro. No PS podem pagar-se quotas à bica das urnas, dentro da sede, o que alimenta ainda mais as possibilidades de haver quem – na posse de uns euros e com forte ambição de vitória – estar passivamente na sede à espera dos militantes que ‘comprou’, pagando-lhe ali as quotas, passando-lhe as notas para a mão e facilitando, desse modo, a forma como se podem controlar grupos e sindicar votos.
Ao menos no PSD ainda são exigido cheques individuais. Ou pagamento por vale – o que já aumenta a possibilidade de ser outro a pagar, nos CTT, como deverá ter acontecido, quer na candidatura de Menezes, quer na de Mendes. Ou o pagamento por Multibanco. Aqui a coisa é mais difícil. Excluir militantes dos cadernos eleitorais, por mera suspeição – não comprovada e não comprovável – de que terá sido a mesma pessoa a estar fechada numa caixa durante 4 ou 5 horas, por mais que isso seja plausível, é uma atitude discricionária do Presidente da Jurisdição que envergonha qualquer militante.
Para mim, que nunca morri de amores por Guilherme Silva, não é novidade nenhuma. Ele é capaz disso e de muito mais. Até de alterar o Regulamentos do Congresso, coisa que pensei ser impossível. Permitir aos militantes dos Açores que votem até mais tarde do que o prazo fixado em Regulamento é alterar o Regulamento. E essa é uma tarefa vedada à Jurisdição. Só o Conselho Nacional o pode fazer. Daí o desafio feito – e bem – por Menezes para que Manuela Ferreira Leite convocasse o Conselho Nacional para permitir a alteração do Regulamento do Congresso. Coisa que ainda não sucedeu. Logo, o acto da Jurisdição Nacional do PSD é um acto nulo, não produzindo efeitos. Por isso, se Menezes perder poderá impugnar as eleições. E bem. O que determinará a intervenção de tribunais exteriores ao PSD. O que já me entristece, mas tenho de aceitar. É a vida.
Posto isto, acredito que a vida no PSD nunca mais será como até aqui. As posições ficaram, de facto, muito extremadas. De um lado, os agarrados ao poder lutam desesperadamente por mantê-lo, nem que seja ir pedir apoio aos índios do Brasil.
Se Mendes ganhar, não terá mais o respeito dos portugueses porque ficará associado a uma ‘chapelada’. Se Menezes vencer, terá uma moratória curta, curtíssima, para pacificar o partido – no máximo um mês – sob pena de, se não o conseguir fazer, perder de imediato a sua capacidade reformadora e de afrmação.
Lamento que tudo isto se esteja a passar mas também sinto que se trata de um processo lento de limpeza dos tradicionais fazedores de política no PSD.
Prevejo mesmo que, ganhe quem ganhar, a tendência dos militantes – e dos cidadãos – seja muito mais olhar para os próximos perfis de possíveis líderes: Rui Rio, Morais Sarmento, Aguiar Branco, Pedro Passos Coelho, Alexandre Relvas, Jorge Moreira da Silva.
Dito isto, devo ainda dizer que duvido que amanhã se verifiquem eleições directas no PSD. Duvido mesmo muito. Ainda assim, lá irei hoje à noite entregar uma lista de candidatos a delegados ao Congresso.
Quem esteve bem ontem foi Pedro Santana Lopes. A sua atitude de indignação na SIC Notícias foi uma lufada de lucidez no panorama político. A estação dirigida por Ricardo Costa quebrou-lhe a entrevista para dar um directo da chegada de Mourinho ao aeroporto. Indignado pelo facto de o país estar ‘doido’, Santana Lopes recusou que a sua entrevista fosse vista como mais um folhetim de espectáculo e transmitiu serenamente a sua discordância pelo facto de lhe cortarem a entrevista, sobre um assunto sério, para dar a chegada ao aeroporto de um treinador de futebol.
Esteve muito bem Santana Lopes. Espero que faça pedagogia e mais lhe sigam o exemplo, para ver se o nível das televisões melhora para além da espuma dos dias, do sangue e da faca na liga, da faca na Liga, da Liga na faca, ou da Liga sem e com treinadores.
Com tudo isto, chegamos ao plano distrital. Como será o partido no distrito depois destas episódios, depois da nova liderança, depois do Congresso?
Para já, fica apenas a interrogação. E algumas reflexões, que não transmito ainda e que estou a formar, com a análise de faço da situação e da troca de impressões que vou fazendo, aqui e acolá, espaçadamente, com militantes com quem me encontro, seja fisicamente, seja através dos meios de comunicação (telefone, mail, chat,…). As tecnologias são impressionantes e têm o condão de nos fazer sentir mais próximos.
Por Abrantes, as eleições para os novos órgãos dirigentes estão marcadas para 20 de Outubro.
Que consequências poderá ter o Congresso Nacional e as lutas nacionais para a formação das listas a nível local? Sobretudo quando se sabe que o principal apoiante da candidatura de Marques Mendes em Abrantes surge por ligações familiares com o mandatário distrital, por ausência de mais nomes no nosso concelho, a viver no concelho.
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