terça-feira, 31 de outubro de 2006

O que pensam as estruturas dirigentes do PSD sobre tudo isto?

Um comentário ao anterior post coloca uma coisa a nú: o PS atravessa um mau momento em Abrantes mas o PSD está dividido.
Já o Engº Bioucas na semana passada me dizia que, se um lado chove, do outro está molhado. Não vem aqui ao caso o que eu lhe disse sobre isso e sobre os dois lados em questão - leia-se PS e PSD.
Demiti-me para ajudar a fortalecer o PSD, também. Porque havia gente com vontade de fazer mais e melhor. Porque havia gente a criticar-me, como se os resultados obtidos, em parte contra alguns militantes do próprio PSD, tivessem sido fracos. Não foram os desejáveis mas contribuí para consolidar um espaço de crescimento do PSD em Abrantes, mesmo quando pedi ajuda a militantes ditos "históricos" e esta me foi negada (hoje posso dizer isso). E houve as recentes ingerências de responsáveis distritais em todo o processo. Inadmissíveis. A gota de água. Pensavam que eu estava "agarrado" a tudo isto mas "tudo isto" vale pouco comparado com outros valores da vida.
Na verdade, quando uma Comissão Política de Secção se demite, o nível acima, neste caso a recém-eleita Comissão Política Distrital deve assumir esse vazio. Eu já não represento o PSD de Abrantes, desde a tarde em que me demiti.
Abrantes é - penso eu - um dos concelhos mais importantes em termos de dimensão e expressão política no distrito de Santarém.
Abrantes é - penso eu - um concelho onde a aposta deve ser forte.
Abrantes é - tenho a certeza - a par com Torres Novas, um dos maiores concelhos que não é liderado por autarcas eleitos em listas do PSD. Santarém, Tomar e Ourém são, juntamente com outros mais pequenos, como Sardoal, Mação e Ferreira do Zêzere, a que se junta Entroncamento, num patamar intermédio.
Abrantes é - penso eu - um concelho a ganhar em 2009. E isso tem de ser interiorizado pelos dirigentes do PSD. Neste caso, com vazio concelhio, a distrital deveria aproveitar as brechas recentes no PS abrantino.
Na sexta-feira da semana passada, soube-se da cisão entre NC e AS. No Sábado reuniu a Comissão Política Distrital do PSD.
Claro, estão a imaginar que este assunto esteve em discussão e que foi gizada uma estratégia para ganhar vantagem no terreno, não é?
Errado. As conclusões tornadas públicas dessa reunião foram duas:
"1. No sentido de contribuir para a clarificação e transparência das contas partidárias, dando particular atenção aos sucessivos reparos que têm sido tornados públicos pelo Tribunal Constitucional e pelo Tribunal de Contas, oficializar a contratação de um Técnico Oficial de Contas que assumirá a responsabilidade de contabilizar, consolidar e certificar todas as organizações contabilísticas dos órgãos distritais e de todas as Comissões Políticas Concelhias do PSD do distrito e Santarém.
2. Convocar para o próximo dia 6 de Novembro (segunda-feira) a Comissão Política Distrital do PSD de Santarém (que reúne a CPPD com todas as Comissões Políticas Concelhias, a JSD, os TSD e os Autarcas Sociais Democratas) para discussão e análise do Orçamento de Estado para 2007 e os investimentos previstos no PIDDAC para o distrito (que será votado na Generalidade, essa semana, na Assembleia da República, iniciando-se - logo de seguida - a discussão na Especialidade, momento político onde podem ser apresentadas propostas de alteração)".
É claro que tudo isso pode ser importante, mas parece que sempre tudo é mais importante do que Abrantes.
Hoje, passaram 5 dias da cisão entre NC e AS, há afirmações sérias e acintosas de AS sobre a qualidade da gestão do Município, do qual o próprio acaba de sair, enquanto detentor nº2 de responsabilidade, e nem mesmo assim as estruturas representativas do PSD reagem oficialmente a nada.
Este espaço é individual, de um cidadão, que não detém qualquer cargo oficial na estrutura do PSD.
Para que conste, estou apenas a avisar.
Penso - e sublinho - que as estruturas dirigentes distritais do PSD - e porque não as há concelhias neste momento - deveriam ter sido mais lestas a reagir. Mas não, parece que continua a mesma dedicação a este concelho.
Pode ser que Vasco Cunha e seus pares - entre os quais um militante do PSD de Abrantes, mesmo como suplente, que é autarca em Sardoal - ainda vão a tempo de perceber que é preciso explorar este episódio. Em política, é preciso ser-se implacável. Vejam o recente exemplo dado por NC: nem o seu nº2 escapou.
Pode ser que os próximos dirigentes tenham melhor sorte. É isso que eu desejo. Com vitórias, nesta fase anunciada de declíneo do projecto socialista no concelho de Abrantes.

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