As recentes notícias que, todos os dias, nos invadem os lares denunciando situações inacreditáveis com crianças devem levar-nos a reflexões profundas.
Quando eu era criança circulava livremente pela cidade de Abrantes, sempre a pé, com amigos ou sozinho. Havia perigos mas só posso concluir que as ameaças reais eram inferiores àquelas que hoje existem sobre a vida dos meus filhos.
Tanto me dava para jogar à bola na rua, em frente de casa, como para ir andar com carrinhos de rolamentos para o fundo da rua, desaguando na que é hoje Av. 25 de Abril, em carros que nós próprios, miúdos, construíamos. Também podia decidir, com os meus amigos da rua, combinar uma brigas com espadas de pau, com os miúdos de ruas rivais, designadamente da rua de Angola e do grupo que vivia perto do Castelo; às vezes havia cabeças partidas mas nada que não se resolvesse por ali, entre nós. No princípio do Verão, vinham os santos populares, fazíamos fogueiras na rua, que nós saltávamos enquanto houvesse chamas e ficávamos na rua até noite tarde, aí pelas dez e meia da noite. De dia íamos a pé para a piscina e regressávamos ao cair da tarde, por vezes ao princípio da noite. Não havia telemóveis, logo os nossos pais tinham mesmo de confiar que estávamos bem.
Nem quero acreditar no quanto mudou a nossa sociedade, para que a minha cidade, como tantas outras, tivesse deixado de ser segura e oferecesse aos meus filhos e aos filhos de todos aqueles que, corajosos, ainda se decidem pela paternidade (e pela maternidade, claro!), um conjunto infindável de perigos, que espreitam de modo muito vigilante, ameaçando colocar em perigo as suas vidas e a nossa tranquilidade.
Por vezes é um futuro imaginado de muitas cores que se dilui, perdendo todos os pantones da sua paleta e reduzindo-se aos tons de cinza que acompanham as vidas de todos os pais órfãos de filhos pelo resto das suas vidas.
Por isso, quero sublinhar que todos os esforços que possamos fazer para que as nossas crianças fiquem mais esclarecidas, mais formadas, mais seguras, são esforços que devemos encetar com toda a alegria e toda a entrega, porque não têm preço.
O Luís Pombo é pai de uma menina que frequenta a escola onde os meus filhos também vão aprender umas lições. Foi o Luís Pombo quem sugeriu que a associação de pais e encarregados de educação da escola dos nossos filhos – e da qual sou um modesto membro dos órgãos de direcção – realizasse uma sessão consignada especialmente à segurança das crianças. Assim nasceu a sessão “Educar em Segurança: Um Desafio para Vencer”.
É já nesta semana, dia 24, portanto, na quinta-feira à noite, aí pelas 21 horas, no auditório da Biblioteca Municipal António Botto.
O próprio Luís Pombo, pela sua experiência na área da protecção civil, bem como o sub-comissário Arlindo Igreja, da PSP, serão oradores. Poderia haver mais. Mas decidimos, no nosso formato de dois oradores por sessão, que estes chegariam e que estão bem à altura das necessidades.
Esperemos que as pessoas se sintam suficientemente incomodadas com as questões da segurança e apareçam.
Entretanto, a Irene Almeida, que preside à nossa associação de pais, leu um artigo no site www.educare.pt muito interessante sobre este assunto. Esse artigo conduziu-me a uma investigação, que culminou com o download de um Manual do Clube de Protecção Civil, uma iniciativa que se pretende venha a ser desenvolvida em todas as escolas dos 2º e 3º ciclos (também ao 1º ciclo se essa for a vontade dos agrupamentos de escolas) no próximo ano lectivo.
Este é um sinal de que estamos atentos e até um pouco antecipativos face ao futuro, como se comprova.
Voltarei a este assunto a este manual brevemente. Para já fica o desafio.
‘Bora lá assistir à sessão?
Quando eu era criança circulava livremente pela cidade de Abrantes, sempre a pé, com amigos ou sozinho. Havia perigos mas só posso concluir que as ameaças reais eram inferiores àquelas que hoje existem sobre a vida dos meus filhos.
Tanto me dava para jogar à bola na rua, em frente de casa, como para ir andar com carrinhos de rolamentos para o fundo da rua, desaguando na que é hoje Av. 25 de Abril, em carros que nós próprios, miúdos, construíamos. Também podia decidir, com os meus amigos da rua, combinar uma brigas com espadas de pau, com os miúdos de ruas rivais, designadamente da rua de Angola e do grupo que vivia perto do Castelo; às vezes havia cabeças partidas mas nada que não se resolvesse por ali, entre nós. No princípio do Verão, vinham os santos populares, fazíamos fogueiras na rua, que nós saltávamos enquanto houvesse chamas e ficávamos na rua até noite tarde, aí pelas dez e meia da noite. De dia íamos a pé para a piscina e regressávamos ao cair da tarde, por vezes ao princípio da noite. Não havia telemóveis, logo os nossos pais tinham mesmo de confiar que estávamos bem.
Nem quero acreditar no quanto mudou a nossa sociedade, para que a minha cidade, como tantas outras, tivesse deixado de ser segura e oferecesse aos meus filhos e aos filhos de todos aqueles que, corajosos, ainda se decidem pela paternidade (e pela maternidade, claro!), um conjunto infindável de perigos, que espreitam de modo muito vigilante, ameaçando colocar em perigo as suas vidas e a nossa tranquilidade.
Por vezes é um futuro imaginado de muitas cores que se dilui, perdendo todos os pantones da sua paleta e reduzindo-se aos tons de cinza que acompanham as vidas de todos os pais órfãos de filhos pelo resto das suas vidas.
Por isso, quero sublinhar que todos os esforços que possamos fazer para que as nossas crianças fiquem mais esclarecidas, mais formadas, mais seguras, são esforços que devemos encetar com toda a alegria e toda a entrega, porque não têm preço.
O Luís Pombo é pai de uma menina que frequenta a escola onde os meus filhos também vão aprender umas lições. Foi o Luís Pombo quem sugeriu que a associação de pais e encarregados de educação da escola dos nossos filhos – e da qual sou um modesto membro dos órgãos de direcção – realizasse uma sessão consignada especialmente à segurança das crianças. Assim nasceu a sessão “Educar em Segurança: Um Desafio para Vencer”.
É já nesta semana, dia 24, portanto, na quinta-feira à noite, aí pelas 21 horas, no auditório da Biblioteca Municipal António Botto.
O próprio Luís Pombo, pela sua experiência na área da protecção civil, bem como o sub-comissário Arlindo Igreja, da PSP, serão oradores. Poderia haver mais. Mas decidimos, no nosso formato de dois oradores por sessão, que estes chegariam e que estão bem à altura das necessidades.
Esperemos que as pessoas se sintam suficientemente incomodadas com as questões da segurança e apareçam.
Entretanto, a Irene Almeida, que preside à nossa associação de pais, leu um artigo no site www.educare.pt muito interessante sobre este assunto. Esse artigo conduziu-me a uma investigação, que culminou com o download de um Manual do Clube de Protecção Civil, uma iniciativa que se pretende venha a ser desenvolvida em todas as escolas dos 2º e 3º ciclos (também ao 1º ciclo se essa for a vontade dos agrupamentos de escolas) no próximo ano lectivo.
Este é um sinal de que estamos atentos e até um pouco antecipativos face ao futuro, como se comprova.
Voltarei a este assunto a este manual brevemente. Para já fica o desafio.
‘Bora lá assistir à sessão?
2 comentários:
Devias activar os links para os teus posts
Assim não posso linkar para este post...
Mas estarei lá
Sr. morenoolhoazul para fazer um «link» para o «post» basta «clicar» na hora.
Aqui está:
http://pedropmarques.blogspot.com/2007/05/educar-em-segurana.html
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