Hoje de manhã vi duas notícias que me pareceram sintomáticas deste governo.
A primeira tem a ver com a caça aos restaurantes e empresas de catering e organização de eventos, tipo casamentos.
Agora, os noivos têm o dever, devidamente coagidos, de fazer de bufos deste governo. Têm de dizer quanto pagaram pela boda, a quem pagaram, onde têm os recibos e cópias dos cheques. Se não colaborarem, são multados.
Não sei como pode esta medida ter efeitos retroactivos.
Se eu me tivesse casado há um mês, por exemplo, o mais provável era que tivesse pago em dinheiro, com o dinheiro que teria recebido de alguns convidados e familiares e teria dito que o recibo não me fazia falta porque não o poderia meter no IRS; ainda que me tivessem dado tal recibo, o mais provável seria que tivesse ido para o caixote do lixo, pelas mesmas razões.
Não sei, pois, como irão fazer os jovens casais que desconheciam, quando casaram, que os governo lhes iria escrever uma carta - não são os parabéns pela boda, é a ameaça por terem casado - a dizer que deveriam ter guardado todos os papéis para agora poderem exibir.
Acho isto uma anedota, se for tal como noticiarama na RTP, hoje de manhã, embora concorde com a medida e com o seu alcance.
A segunda notícia é mais um sério aviso dos empresários ao governo. Uma ameaça em sentido contrário, claro está. Os empresários começam a afastar-se do governo e, quando isso sucede, costuma ser mau em termos eleitorais, pelo menos.
A notícia de que falo está do Diário Económico e tem por título "O país vai pagar caro a viragem à esquerda do Governo" e o chavão é de Salvador de Mello, presidente da José de Mello Saúde, que viu ser-lhe retirada, com efeitos futuros, a gestão do Hospital Amadora-Sintra para o estatizar.
Como se não bastasse este regresso ao passado, o Governo é ainda responsável pelo arrastar do processo de lançamento dos concursos para a construção e gestão de diversos novos hospitais públicos que, supostamente, deveriam ser geridos por grupos privados. Foi isto que o Governo prometeu, é esta mais uma promessa que falha e não será, aparentemente, cumprida.
Ainda a procissão vai no adro...
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