sábado, 22 de março de 2008

Gostos e preferências jornalísticos

Confesso que há alguns jornais e revistas que gosto de ler. Sou um leitor pouco fiel a este ou àquele produto mas gosto de comprar, com regularidade, entre os diários, o Público (o DN é segunda opção nos generalistas), o Diário Económico (o Jornal de Negócios á também 2ª opção entre os económicos), o Expresso (aqui é o Sol a 2ª opção) e o Semanário Económico (A Vida Económica nunca compro).
Na última 6ª feira, o Diário Económico trazia um artigo de opinião muito bem escrito, da autoria de Bruno Proença.
As preocupações ali expressas - e com as quais estou genericamente de acordo - são mais que muitas. Começa assim:
"Como diz a anedota contada pelos economistas, a luz que se vê ao fundo do túnel é o comboio que vem contra nós. A locomotiva da crise internacional vai abalroar a economia. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), ontem conhecidos, carregam de certeza as perspectivas negativas para 2008".
E continua: "A recessão de 2003 começou a ser resolvida com a recuperação das exportações. As vendas ao exterior foram o suporte da economia em 2006. No ano passado, passaram o testemunho ao investimento. A retoma estava a desenrolar-se como mandavam os manuais. Com a melhoria das exportações, os empresários ficaram mais confiantes e avançaram com os gastos produtivos. A economia estava a acelerar até chocar com a crise internacional".
Para que a conversa não fique a meio, continua Bruno Proença: "Embora sejam dados ainda curtos – apenas para o primeiro mês do ano –, já se percebeu que a economia está cercada. As vendas para o estrangeiro estão a sofrer com o arrefecimento do crescimento mundial associado à recessão quase certa nos Estados Unidos. O investimento, por sua vez, vai ficar amarrado às restrições de financiamento. Os bancos estão a fechar a torneira do crédito. Conclusão, Portugal deverá este ano registar um crescimento económico inferior ao de 2007. Infelizmente, a retoma vai fazer uma pausa".
O que está em causa é dramático. Se, por um lado, os agentes económicos e o governo estavam a contar com mais um ano de recuperação - e ela é tão necessária para salvar a débil economia e milhares de empregos -, por outro, adensa-se a cortina de dúvidas para os próximos anos. Quem conseguiu marcar presença noutros mercados e se encontra com sólida posição comercial em países em que as taxas de crescimento registam significativos avanços, terá mais possibilidades de sobreviver e até crescer.
Os que ainda não o fizeram, se possuirem dimensão e estrutura económica suficientes, deverão equacionar marcar presença nesses mercados de forte crescimento. Para os demais, resta fazer figas para que consigam aguentar a crise e sobreviver. Poderão sempre fazer uso de um velho lema Templário: Resistir persistindo. Até quando?

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