quinta-feira, 16 de março de 2006

Post 100

Este centésimo post coincide com um assunto particular sobre o qual desejo, hoje, escrever.
Um amigo meu de infância, hoje menos chegado mas ainda assim que considero amigo, disse-me que se considerava um crítico face às acçõe e omissões dos órgãos autárquicos concelhios, sejam eles a Câmara Municipal ou as diversas Juntas de Freguesia. Diz ele que gosta de apontar o que está menos bem e que ele sente menos bem. Tudo bem, é uma opção respeitável. Depois, diz-me ele que se sente um pouco como eu, assim também crítico.
Foi então que percebi que tenho um rótulo: sou um crítico. Talvez. Admito que algumas pessoas possam ver-me assim. Nunca me senti um crítico mas talvez seja o que sou mesmo.
Agarro no dicionário e procuro uma definição para "crítico". Vou ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Existem várias definições. Eis uma:
  • "que ou aquele que julga, examina"

E outra:

  • "que ou quem examina, caracteriza, classifica obra de arte, ciência, costumes, comportamentos, etc."

A ainda outra:

  • "que ou quem avalia competentemente, distinguindo o verdadeiro do falso, o bom do mau, etc."

Talvez aquela que me querem algumas pessoas imputar seja a seguinte:

  • "que ou quem deprecia, tende para a crítica como censura, depreciação, desaprovação; glosador, maledicente"

Sinceramente, não em sinto assim. Penso muito, desde há anos, na nossa cidade e no nosso concelho e possuo uma visão - a minha visão, boa ou má, assumida - do caminho que penso deveríamos trilhar enquanto comunidade.

Muito do que tenho vindo a apontar tem vindo agora a ser seguido. Note-se a recente aposta no tecido económico, na competitividade, no relançamento das actividades económicos enquanto motor de sustentabilidade da nossa região. Note-se a fuga aos equipamentos megalómanos - estão a concluir os que estavam já em curso há dois anos mas não há novos.

Se calhar, eu tinha razão; o Diagnóstico do Plano Estratégico de Cidade dá-me razão - as principais críticas lá apontadas já eu referia há anos atrás.

Isso não faz de mim um crítico no sentido da maledicência - penso que faz de mim alguém com crédito porque ousou apontar os defeitos da governação antes da generalidade dos outros e antes de os responsáveis eleitos maioritariamente terem começado a corrigir a sua estratégia e a sua táctica, embora jamais sejam capazes de admitir que, afinal, as minhas críticas eram bem sustentadas.

Nada melhor do que esta sensação do dever cumprido no post 100; ou, como me dizia um amigo há dois dias atrás, os meus posts são lidos e oxalá houvesse mais gente a verter pensamentos sobre a nossa terra como eu faço; correndo o risco de estar errado mas nunca perdendo força de argumentos.

Sei que me lêem neste espaço. Sei quem e quando, a que horas e a partir de que computador. Sei, não por magia, mas recorrendo às ferramentas web existentes.

Não me sinto mais "inchado" ou mais "desprezado" por isso. Faço o que a minha consciência me dita. E, enquanto assim for, podem contar com a minha presença e as minhas palavras. Pelo menos por mais 100 posts!

Nota: Este fim-de-semana vou estar ausente no Congresso do PSD. Vamos ver no que vai dar mas, para já, não me está a agradar esta história de votar, de braço no ar, as propostas de alteração dos Estatutos. Dizem-me que se a proposta A, de Luís Marques Mendes for aprovada, todas as demais deixam, pura e simplesmente, de ser votadas porque ficarão preterida pela A, se aprovada. Espero que seja mentira mas desde que vi um porco numa bicicleta num circo, tudo pode acontecer-me já.

Espero continuar a procurar as verdades e hei-de encontrar sempre a luz no final do túnel. Assim espero.

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