Este governo mentiu: prometeu criar milhares de empregos e o desemprego aumenta. E aumenta ao mesmo tempo que aumenta a emigração, o que significa que, se não tivesse havido aumento do êxodo de portugueses em busca de emprego no estrangeiro, a taxa de desemprego seria ainda maior!
Os portugueses ainda não mostram, em geral, descontentamento face a este governo mas lá chegaremos... e depressa.
O problema é que a oposição não oferece nenhuma garantia de melhor capacidade de execução da prática governativa. Se oferecesse os eleitores já teriam mudado a sua tendência de voto.
Paulo Portas percebeu isso bem e procura ocupar esse espaço. No PSD também começa a assistir-se a movimentações.
A oposição à direita do PS pode, afinal, tentar conquistar já o poder em 2009. O calendário dirá se isso será possível. Logo após a Presidência portuguesa da UE prevejo grande desgaste sobre o governo do Engº Sócrates. E da capacidade de fazer aumentar esse desgaste, a cargo das oposições, nascerá - ou não - a alternativa viável de governação. Os portugueses o dirão.
Para já, na 6ª feira passada, milhares de portugueses (ouvi falar em 120.000!) desfilaram em Lisboa contra a política do governo. Podem ver a cobertura que o Diário Económico dá ao assunto. Pessoalmente, não concordo com algumas das reivindicações da MANIF (por exemplo, fim do sistema de avaliação de desempenho, possibilidade de todos os funcionários atingirem o topo da carreira, aplicação indiscriminada de subsídios de risco, etc) mas a verdade é que o evento já mobilizou muita gente: a suficiente para "assustar" o senhor Pinto de Sousa.
A verdade é que este, como Primeiro Ministro, dispõe de condições únicas para empreender as reformas e apresentar resultados. Tem ficado aquém, sobretudo, os resultados são escassos para tão grandes sacrifícios exigidos e impostos aos portugueses. Tem maioria absoluta, goza de um mandato mais longo, goza de consenso popular de que as reformas eram inevitáveis para salvar o país, entre outras. Mas os resultados (como os magros menos 0,4% de processos em tribunais ou os escassos 1,2% de crescimento económico, o mais baixo da UE) estão muito aquém do esperado e do necessário. E porque a expectativa era alta (muito alta, por culpa do próprio PM) a desilusão será proporcional à expectativa.
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