segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Argel

Como já aqui tinha referido, entre os dias 11 e 15 de Novembro estive na Argélia, integrado numa visita exploratória promovida por várias associações sectoriais mas que, na prática, foi dinamizada pela APICER (associação das empresas de cerâmica).
No grupo de empresas onde trabalho não há nenhuma cerâmica mas fomos inscritos pela associação das empresas metalúrgicas (AIMMAP), à qual pertencemos através da Transfor Indústria de Metais.
E com esta enunciação esclareço um boato que circula por aí, sobretudo em Abrantes. Trabalho para o grupo Transfor e não para qualquer outro, como me contaram, com sede ali para os lados do eixo Fátima-Leiria.
Bem os compreendo mas não é nem foi verdade.
Chegámos no Domingo ao final da tarde mas os trabalhos só começaram verdadeiramente na 2ª feira, dentro da Embaixada de Portugal. Na sessão de abertura, alguns dirigentes empresariais argelinos e, ao centro, o Dr. Miguel Fontoura, delegado da AICEP e, o terceiro a contar da esquerda é o Martim Chichorro, secretário geral da APICER e nosso cicerone na missão empresarial que fizémos.



Na pausa para almoço, dentro de Embaixada, o meu administrador, Tiago Marto.



Fomos almoçar a um hotel enorme, que ocupa uma volumetria excessiva na paisagem da capital argelina, Argel, uma metrópole de 4,7 milhões de habitantes, um país muçulmano mas moderadamente tolerante com outras culturas. Na rua, há mulheres com burka mas a maioria das pessoas jovens são similares aos ocidentais: loiras, ruivas, de olhos pretos, castanhos, azuis e verdes, de ganga, com telemóvel e ipod, fumando homens e mulheres nos cafés, até bebendo álcool (apenas alguns, não todos e sobretudo à noite, homens e mulheres, maioritariamente jovens).
Em regra, durante o dia, nos cafés e bares não se bebe álcool. Mas nos restaurantes e hotéis, há para venda a quem quiser adquirir.

Neste hotel comemos frango (não se come carne de porco) e bebemos vinho argelino. Bebe-se mas fica a anos-luz dos vinhos portugueses.

A vista da magnífica e ampla varanda é estupenda.

Vista ainda para nascente, com o momumento aos mártires a emergir ao fundo da paisagem.

O belo jardim a norte do Hotel, e vista da baía de Argel ao fundo, com o Mediterrâneo a marcar a paisagem.

À noite visitámos o tal monumento aos mártires. Mesmo ao lado, fica um lindo bairro projectado por Le Corbusier, de seu verdadeiro nome Charles-Edouard Jeanneret-Gris.
Por debaixo do monumento fica o bar Triângulo, com animação de jazz, pop/rock e outras animações perfeitamente ocidentais. Não fui lá porque estava cansado, mas houve quem fosse e o ambiente era predominantemente masculino.
Apenas fui à discoteca do hotel e no último dia. Deu para perceber que os argelinos se divertem e que há argelinas bonitas e bem-dispostas, como as há por cá.

Aqui em cima a estação dos correios central de Argel. Por aqui, a esta hora, quando íamos jantar, por volta das 19:30, as mulheres já quase não andavam na rua, já tinham chamado há muito tempo para a Sinagoga, num som intenso que se ouve por muitos locais da cidade. A esta hora, os aromas de especiarias, na preparação dos jantares nos lares argelinos, sente-se livremente no ar.

Na imediações do restaurante onde jantámos nessa noite.

Eu e o Tiago Marto integrados no grupo ao jantar.

Já à saída do restaurante (penso que se chamava Dauphin), as ruas quase desertas.

De volta ao hotel, na esplanada. O hotel foi construído quase no final do século XIX, logo, tem mais de 120 anos de existência, encontrando-se bem remodelado.

Qualquer semelhança entre a doçaria argelina e a algarvia é pura coincidência. Por fora e por dentro.

Aqui já se trabalhava a sério, com empresas argelinas interessadas em conhecer os nossos produtos e serviços.
Aqui mesmo em primeiro plano o Bruno Soares Franco, irmão do actual presidente do Sporting e um bom conviva.
Os encontros de trabalho decorreram na Embaixada, sempre com a presença do Miguel Fontoura e da Neuza Mousserati, uma portuguesa radicada há 27 anos na Argélia, casada com um argelino, com dois filhosd luso-argelinos e funcionária da AICEP. Uma óptima funcionária, tal como me pareceu o delegado, Dr. Miguel Fontoura que, a partir de Janeiro, vai para Luanda render o Dr. Fernando Anjos, com o qual estive aquando da minha deslocação a Angola, em Outubro deste ano.

No mesmo piso onde fiquei há um quarto especial: o do general Eisenhower.

Vista sobre Argel a partir do fundo de um dos corredores do Hotel Al-Djazair (que quer dizer Argélia), onde ficámos hospedados.

Outra vista desde o hotel, sobre a baía de Argel, parecendo o Funchal, só que ampliado.

Desde o nosso hotel também se via o hotel onde no dia anterior havíamos almoçado. Parece que foi construído pelos chineses que, tal como em Angola, já chegaram à Argélia e ocuparam importantes posições, sobretudo na construção de habitação e outros edifícios.

Num dos dias fomos visitar empresas importadoras e representantes comerciais de marcas e produtos de construção. Passámos num bairro interessante e andámos livremente pelas ruas. Aquilo parecia uma espécie de Amadora face a Lisboa, ou seja, não era no centro, tinha um certo ar de bairro de subúrbio mas perfeitamente urbano.

Aqui vão alguns dos elementos do grupo.

Vendedores ambulantes de peixe, carapau e salmonete. Pelos vistos, na Argélia ainda não existe ASAE...

Estranha construção: telha marselha, revestida a alumínio e uma espécie de Alucobond chinês na fachada!...

Parece que o caos dos fios de electricidade não se verifica apenas em Portugal.

Num estabelecimento com o qual estabelecemos um contacto para uma eventual exportação de mobiliário de casa de banho. Agora há que fazer uma proposta e enviá-la.

O Ministério da Energia e Minas, cuja pedra foi fornecida por um casal que estava connosco na missão (o Paulo e a Paula). Bonita obra. Almoçámos bem num restaurante das redondezas.

Um parte dos exteriores do 'nosso hotel'.

Uma porta de um edifício anexo ao 'nosso hotel'.

Mais uma vista desde o 'nosso hotel' sobre Argel.

No dia do regresso veio a chuva e a paisagem mudou radicalmente. Bela na mesma, mas diferente da anterior.

A caminho do aeroporto, um jovem na rua com uma placa identificadora de qualquer coisa que, para mim, é totalmente imperceptível. Os argelinos falam, em geral, francês mas, entre eles, falam árabe, numa das suas variantes, creio eu.

O moderno e imponente aeroporto.

Vista sobre Paris, onde fizémos escala.

Vista já sobre Lisboa, com o estádio do glorioso SLB bem visível.

Uma volta larga e alta sobre Lisboa, com Almada bem visível do outro lado e a ponte 25 de Abril a unir as duas margens.

O Padrão dos Descobrimentos.
Tirei centenas de fotografias mas apenas aqui coloquei uma pequena selecção. Para os apreciadores.
Argélia é um país interessante, com muito para ver, desde que não se vá para as montanhas ou muto para sul, segundo percebi. Gostava de um dia lá voltar. Não sei quando...

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