quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Natal, sempre o natal

Já disse mais de uma vez que não sou grande fã do Natal.
É uma época demasiado marcante e em que tudo parece artificial.
Por vezes o Natal está também associado a grandes perdas. Conheço várias famílias que perderam parte da família na época natalícia. Essas famílias jamais voltarão a viver natais de grandes alegrias. Ainda ontem um bombeiro de Abrantes perdeu a vida num acidente macabro.
Nesta época devemos andar com mais cuidado. Todo o cuidado é pouco. Eu, por exemplo, na noite de Sábado para Domingo, na Rua Defensores de Chaves, em Abrantes, aquela que vai da Rotunda do 53 para os Bombeiros fui surpreendido por uma coluna de ferro armado disposta transversalmente à faixa de rodagem. Eram cerca de 3 da manhã e eu vinha do jantar de natal da empresa onde trabalho para casa. Quando me apercebi era tarde para evitar bater. E bati, partindo o pára-choques do carro de serviço. O ferro ficou amassado e o carro bem pior.

Fiquei na dúvida se seria simples estupidez de uns miúdos parvos a quem os pais não educaram bem e que numa atitude incompreensível resolveram prejudicar terceiros ou se foi tentativa de assalto. À cautela não parei depois do embate. Olhei pelo retrovisor e segui marcha até casa.

Abrantes está a ficar uma cidade perigosa, cheia de marginais em potência e o policiamento nocturno é um imenso vazio. De vez em quando lá vêm à caça à multa, nas paragens de controlo do álcool, mas rondas de rotina e policionamento nas ruas é algo de muito, muito raro.
Enfim, no dia seguinte lá fui apresentar queixa na polícia, contra terceiros desconhecidos e pedindo a identificação do dono de uma obra que ali decorre e do empreiteiro que tem o estaleiro a céu aberto, sem vedação, com colunas de ferro armado sujeitas a serem mexidas por quem tiver o espírito e a mente mais virados para a asneira.
Na PSP, apesar de o interlocutor ter sido muito simpático e inexcedível no atendimento, disseram-me que ao Domingo não podiam mandar ninguém fazer o levantamento da situação relatada mas que, logo que possível, o fariam. À cautela fiz levantamente fotográfico e na 3ª feira perguntei na reunião de Câmara se a obra tinha sido licenciada e se cumpria com as regras de segurança no trabalho, nomeadamente em matéria de estaleiro.
Como está bom de ver, alguém levará com um pedido de indemnização civil pelos danos provocados.
Isto serve para dizer que já nem no Natal o espírito das pessoas se deixa envolver pela bondade, pela tolerância. Há uns parvos, uns infelizes, uns tristes e mal-amados que gostam de praticar o mal pelo simples prazer de o praticarem.
Há poucas prisões em Portugal e a justiça é lenta e branda, digo eu.

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