sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Alcochete

No meu post de desejos para 2008, escrevi o seguinte a dada altura: “Gostaria que houvesse capacidade para o governo decidir depressa a construção do novo aeroporto, por mim em Alcochete, numa estrutura grande, competitiva, de futuro, preparada para os grandes voos intercontinentais e as grandes rotas comerciais de passageiros, antes que Espanha o faça antes de nós, enquanto andamos entretidos em discussões mesquinhas”.
O Governo acaba de concretizar o meu primeiro grande desejo para 2008. Nunca pensei que houvesse um consenso tão amplo. Umas vozes aqui, umas leves irritações ali, alguma incredulidade acolá mas, em geral, não houve grande contestação.
Sinceramente, creio que esta opção é melhor para Portugal do que a da OTA, apesar de esta última ficar mais perto da região onde habito.
Parece que Paulo Gorjão, no "Cachimbo de Magritte", num post de hoje, refere Miguel Relvas como tendo sido o primeiro a, publicamente, defender Alcochete em vez da OTA. Ainda bem para este último. Ainda mal para Menezes que, segundo Paulo Gorjão, no "que diz respeito a Relvas, Menezes que se cuide". Não me pesso esquecer de ouvir a entrevista do Pedro Passos Coelho, amanhã ao meio-dia, na Antena 1, pela Maria Flor Pedroso. Segundo me contou o próprio PPC, a entrevista ja foi gravada na quinta-feira à noite.
Dito isto, considero insustentável a manutenção do ‘Ministro Jamais’. Ele pode ainda não saber, pode não se ter apercebido, mas já deixou de ter poder. E o primeiro-Ministro só ainda não o mudou para não ser acusado de ceder às pressões da oposição. Fá-lo-á quando as vozes se calarem. Por isso, jogando na já previsibilidade de comportamento de Sócrates, o PSD disse que não pede a demissão de Mário Lino. Se o fizesse, demoraria mais tempo a ser substituído. Assim, estou convencido que será mais rápido a ser – finalmente! – exonerado.
Esteve ainda bem o PSD – e o seu líder Menezes – ao explorar as duas ‘cambalhotas’ sucessivas de José Sócrates em 24 horas, contrariando dois compromissos solenes eleitorais do PS: o não-referendo ao Tratado de Lisboa (posição com a qual concordo) e a escolha por Alcochete, em prejuízo da OTA (posição com a qual também concordo). José Sócrates começa a ser visto pelos portugueses como ‘mais um’, daqueles que já nos habituamos a ver como ‘troca-tintas’.
Só não sei se isso é bom ou mau. Para a democracia e para a credibilidade do Estado, pois claro. Ou será que isso já não importa nada?

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