Ao longo dos anos que levo já como cidadão adulto e que intervém civicamente na sociedade em que habita, fui aprendendo muitas coisas. Tenho tido a felicidade de aprender com grandes mestres, homens livres e de conhecimento amplo e profundo.
Sinto-me um privilegiado por ter tido a oportunidade de conhecer e privar com pessoas de sólida formação ética e moral, de grande cultura, de saber estar, saber fazer, saber criar, saber ajudar.
Infelizmente, a vida nem sempre nos presenteia da mesma maneira. Também tenho conhecido gente que adoraria nunca ter conhecido. Até já descobri a identidade da rã que queria ser boi. Essa mesma. Cada vez que abre a boca incha, incha, incha e, inevitavelmente, só diz disparates, produz atoardas e raciocínios prolixos e indecifráveis, adora existir para provocar e ser ofensiva. Passa a vida a querer mostrar-se mais do que é, a insinuar-se como se alguém reparasse na sua inútil existência e na flatulência dos seus pensamentos, e eu sinto pena e, ao mesmo tempo, um certo prazer não revelado.
Pena, porque a rã, coitada, nem consegue reconhecer as figuras tristes que faz e quão baixo é o crédito que os demais animais lhe conferem. Nem sabe onde acabam as suas patas e começa a terra.
Prazer, por outro lado, porque admitindo que é um sentimento cruel meu, sinto um prazer agradável que resulta do facto de ter vindo a assistir, à distância (com a distância que imponho a mim mesmo) várias vezes ao seu rebentamento, esvaziando-se num ar balofo e bufo que se perde na atmosfera e logo, logo, sem que ninguém sequer preste atenção ao que sucedeu, o mundo volta ao normal. A rã até pensa que estavam a olhar para ela mas ninguém quer saber da sua existência. E nunca chegará a ser boi.
Esta rã é mais como os gatos: tem várias vidas. Rebenta e volta ao normal, um pouco mais amachucada, é certo, mas logo pronta a voltar a inchar. Até um dia, quando tiver de ser, porque ninguém é imortal.
Um dos meus mestres disse-me várias vezes: não entre em conflito com gente que não esteja à sua altura, não perca tempo com gente menor e que apenas vive rodeada de maus instintos e velhacaria. Ao contrário, procure sempre dedicar as suas energias para quem sabe mais, é mais capaz, tem mais sabedoria e conhecimento que o seu porque com esses poderá sempre aprender e evoluir. Não faça nunca a nivelação por baixo, aponte sempre para o topo, que é para aí que devemos olhar e caminhar. Com os outros, os que não servem estes propósitos, desperdiça energias com inutilidades e entra na discussão do erro. E o erro – lembrou-me ele – não se discute, porque o direito à asneira existe também e é universal, logo, tem de haver quem o pratique e goste de praticar com regularidade. Se puder nunca perca tempo com essas pessoas, deixe-os andar, mesmo que passem a vida a tentar incomodá-lo. Não preste atenção, não fuja do seu caminho, deixe andar essas probre-almas. Há coisas mais importantes.
Assim tenho procurado fazer mas aqui e agora não resisti a esta história porque queria partilhar com quem me lê, que descobri a rã da fábula, a tal que queria ser boi.
Sinto-me um privilegiado por ter tido a oportunidade de conhecer e privar com pessoas de sólida formação ética e moral, de grande cultura, de saber estar, saber fazer, saber criar, saber ajudar.
Infelizmente, a vida nem sempre nos presenteia da mesma maneira. Também tenho conhecido gente que adoraria nunca ter conhecido. Até já descobri a identidade da rã que queria ser boi. Essa mesma. Cada vez que abre a boca incha, incha, incha e, inevitavelmente, só diz disparates, produz atoardas e raciocínios prolixos e indecifráveis, adora existir para provocar e ser ofensiva. Passa a vida a querer mostrar-se mais do que é, a insinuar-se como se alguém reparasse na sua inútil existência e na flatulência dos seus pensamentos, e eu sinto pena e, ao mesmo tempo, um certo prazer não revelado.
Pena, porque a rã, coitada, nem consegue reconhecer as figuras tristes que faz e quão baixo é o crédito que os demais animais lhe conferem. Nem sabe onde acabam as suas patas e começa a terra.
Prazer, por outro lado, porque admitindo que é um sentimento cruel meu, sinto um prazer agradável que resulta do facto de ter vindo a assistir, à distância (com a distância que imponho a mim mesmo) várias vezes ao seu rebentamento, esvaziando-se num ar balofo e bufo que se perde na atmosfera e logo, logo, sem que ninguém sequer preste atenção ao que sucedeu, o mundo volta ao normal. A rã até pensa que estavam a olhar para ela mas ninguém quer saber da sua existência. E nunca chegará a ser boi.
Esta rã é mais como os gatos: tem várias vidas. Rebenta e volta ao normal, um pouco mais amachucada, é certo, mas logo pronta a voltar a inchar. Até um dia, quando tiver de ser, porque ninguém é imortal.
Um dos meus mestres disse-me várias vezes: não entre em conflito com gente que não esteja à sua altura, não perca tempo com gente menor e que apenas vive rodeada de maus instintos e velhacaria. Ao contrário, procure sempre dedicar as suas energias para quem sabe mais, é mais capaz, tem mais sabedoria e conhecimento que o seu porque com esses poderá sempre aprender e evoluir. Não faça nunca a nivelação por baixo, aponte sempre para o topo, que é para aí que devemos olhar e caminhar. Com os outros, os que não servem estes propósitos, desperdiça energias com inutilidades e entra na discussão do erro. E o erro – lembrou-me ele – não se discute, porque o direito à asneira existe também e é universal, logo, tem de haver quem o pratique e goste de praticar com regularidade. Se puder nunca perca tempo com essas pessoas, deixe-os andar, mesmo que passem a vida a tentar incomodá-lo. Não preste atenção, não fuja do seu caminho, deixe andar essas probre-almas. Há coisas mais importantes.
Assim tenho procurado fazer mas aqui e agora não resisti a esta história porque queria partilhar com quem me lê, que descobri a rã da fábula, a tal que queria ser boi.
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